BERLUSCONI NÃO QUER UMA MILÃO AFRICANA - A IGREJA, PELO CONTRÁRIO, QUER MAIS ALIENÍGENAS

O primeiro-ministro italiano Sílvio Berlusconi causou nova polémica ao afirmar que Milão é uma cidade africana: «Andar pelas tuas no centro de uma cidade como Milão, coisa que faço, (constata-se que) não parece ser uma cidade italiana ou europeia tal é o número de não italianos, mas uma cidade africana. Não é algo que possamos aceitar, temos de agir para lutar contra isto.»

Posteriormente, clarificou em entrevista radiofónica o que tinha querido dizer: «Apenas falei de uma caminhada em Milão onde sessenta por cento das pessoas que vi eram estrangeiras. Perguntei a mim próprio se era isto que os Italianos queriam. Não, nós queremos uma maioria de cidadãos italianos, mesmo se estamos abertos a integrar os imigrantes que vêm para trabalhar.»

O arcebispo de Milão declarou, em reacção, que a Igreja está feliz com o número de imigrantes que a urbe já tem e irá continuar a recebê-los bem, e disse mais: «a presença de estrangeiros é um grande privilégio e vantagem para o futuro. Não temos medo deles.»

É, efectivamente, mais um dos inúmeros confrontos entre a Igreja Católica e um político que faz afirmações etno-nacionalistas, desta feita tendo por palco a cidade que os Celtas fundaram com o nome de Mediolanum. Um confronto que deriva natural e inevitavelmente da guerra espiritual tendencialmente supra-temporal: a do Cristianismo contra o Nacionalismo.