PRIMEIRA SEMI-FINAL DO FESTIVAL DA EUROVISÃO

Uma pobreza, este ano, em matéria musical. Salva-se, e bem, o magnífico palco, vasto, grandioso e luminoso, com cenário particular para cada nação concorrente.

E é provavelmente a primeira vez em que posso dizer que a música que Portugal leva é seguramente a melhor de todas, pelo menos da edição de hoje (calculo que haja uma segunda parte e posteriormente uma final). Porque é mesmo bonita, tanto na melodia como na letra, talvez a segunda melhor portuguesa de sempre na Eurovisão, a seguir à «Menina do Alto da Serra», de Tonicha, de 1971.

Um especial mérito que Portugal tem tido neste festival é o de cantar sempre ou quase sempre na língua nacional, ao contrário da maioria dos outros países que, tristemente, têm cedido à tentação do comercialismo e da busca da vitória, daí que actualmente cantem quase todos em Inglês e façam musiquetas que por vezes chegam a meter nojo aos porcos, com misturas de jazz, pop, blues merda e rap. Por essas e por outras devia haver uma regra que não permitisse aos países concorrentes apresentarem músicas cantadas noutro idioma que não o seu. E, de preferência, com sonoridades étnicas, folclóricas, ainda que num estilo ligeiro e modernaço. Exemplos paradigmáticos de como deve ser uma música do festival da eurovisão foram «Alvedansen» (Noruega, 2006) e a música da Croácia no mesmo ano.

Porque, doutro modo, não se trata de um verdadeiro festival musical europeu, mas sim de um festival internacionalóide que se realiza na Europa.