SALAZARISTAS FALAM PUBLICAMENTE CONTRA O PNR E APELAM À ABSTENÇÃO

É notícia do início do mês, mas de crescente actualidade, como a seguir se verá pelo seu conteúdo. Na página 18 «Primeiro Caderno» do Expresso de Primeiro de Maio, foi dito que João Gomes, organizador da celebração num hotel de Lisboa do nascimento de Salazar - 2 de Maio de 1889 - não quer «saber dessa gente do PNR para nada». Ainda com mais clareza, expressa a sua opinião sobre o PNR: «embora seja contra eles, não os posso controlar nem impedir a sua entrada.»

Gomes diz também que sempre votou no CDS mas que não gosta da Democracia, afirmando peremptoriamente «defendo uma sociedade sem partidos e de consenso nacional.»

Neste outro artigo, entretanto, está escrito, entre outras coisas, o seguinte:
(...) O Núcleo de Estudos de Oliveira Salazar (NEOS) existe há 16 anos e o seu presidente, Pinheiro Da Silva, um antigo deputado da Assembleia Nacional, do Governo Regional de Angola e Secretario Provincial da Educação durante o regime, faz questão de demarcar-se do Partido Nacional Renovador (PNR). «Não somos xenófobos nem racistas. Salazar nunca o foi», referiu o responsável que não se coibiu de afirmar que os elementos do PNR e da Juventude Nacionalista «praticam a xenofobia e o racismo».
Pinheiro da Silva é ainda claro quanto aos partidos «São um embuste. Não queremos nada com os partidos, não somos democratas, somos nacionalistas», explicou defendendo que «Salazar nunca foi fascista nem existiu uma ditadura em Portugal». (...)

Outro:
(...) O responsável do Movimento Terra Mãe, que desde a primeira hora lutou pela implantação do Museu Salazar e coordenou a oposição à União dos Resistentes Antifascistas, acusa "alguns nacionalistas" de terem comparecido na inauguração "com apelos à abstenção que não fazem sentido". Vítor Ramalho considera que "os portugueses devem e têm que votar e nem a falta de alternativas serve de argumento". É que de acordo com o dirigente "em Portugal temos hoje partidos que cobrem todo o espectro", refere numa alusão ao PNR.
As divisões fizeram com que Vítor Ramalho e elementos do seu movimento, o mais organizado em Portugal, não tivessem comparecido nas comemorações do nascimento de Salazar, que decorreram Sábado em Lisboa. "Não fomos porque não concordamos com a abstenção, mais do que nunca a participação política é necessária e não nos podemos isolar com absurdos apelos à abstenção".
José Pinto Coelho, no blogue avoznacional.wordpress.com, lembrou a "depressão e todas as suas nefastas consequências". E alertou que "em 2009 teremos três ocasiões para correr com os grandes responsáveis por este estado de coisas" e mais incisivo recordou que "não é com a abstenção da indiferença ou descrença que se resolve alguma coisa".
Apelos que foram contrariados a 25 de Abril quando os 'salazaristas', presentes em Santa Comba Dão apelaram publicamente, e pela primeira vez, à abstenção. O tema voltou a ser abordado no sábado nos 120 anos do nascimento do antigo ditador.

Para quem ainda poderia, para cúmulo da falta de informação ou da fé bacoca, acreditar que poderia haver entendimento entre a cambada minho-timorense e os Nacionalistas a sério, aqui fica pois o esclarecimento: não só nunca poderia haver entendimento algum, como também só pode haver inimizade política declarada.