IMBOLC 2009 - E CELEBRAÇÃO DE JUNO E DE CERES
Como diz o velhinho Borda D'Água, dia 2 de Fevereiro é, no calendário céltico irlandês, data de uma das quatro maiores celebrações religiosas - o Imbolc. Há entretanto quem situe esta festividade no dia 31 de Janeiro.
Veja-se aqui o anúncio de uma celebração actual de Imbolc em Tara, capital da antiga Irlanda.
Até há pouco tempo, não existiam provas concretas de que os povos célticos continentais (Gálatas, Belgas, Gauleses, Celtiberos, Ástures, Vetões, Vaqueus, Celtici) também celebrassem este dia; mas, tendo em conta que as investigações no campo da Celtologia vão actualmente no sentido de encontrar cada vez mais semelhanças religiosas e culturais entre os Celtas de ambos os lados do Canal da Mancha, considerava-se já mais do que provável que o Imbolc fosse igualmente festejado por todo o Ocidente Céltico, de Évora a Lausanne.
E, com efeito, uma recente e espectacular descoberta arqueológica veio confirmar, ou pelo menos apoiar, a ideia de que também os Celtas da Ibéria celebravam esta festa sagrada, como já aqui foi noticiado.
Imbolc é uma festa de purificação levada a cabo no fim do Inverno. É também uma altura do ano marcada pela fertilidade, em especial pelo nascimento dos cordeiros.
A presidir o Imbolc está Brigit, ou Brígida, Divindade feminina apresentada muitas vezes sob forma tríplice.
Na Irlanda, Brigit é considerada como mãe dos poetas, dos ferreiros e dos médicos, o que indica o Seu carácter como Senhora das Artes. Por conseguinte, é certamente Dela que Júlio César fala quando na obra «A Guerra das Gálias» refere Minerva como uma das cinco principais Divindades gaulesas (interpretação romana). Tal era a Sua relevância e a força do Seu culto na Irlanda pagã, que os cristãos evangelizadores da verde Erin resolveram «adoptá-La», criando a figura de Santa Brígida (sabiam-la toda, os missionários...), uma das padroeiras dessa nação céltica (a par de «São» Patrício).
Cruz de Brigid
F. Le Roux e C.-J. Guyonvarc'h aduzem (em «A Civilização Celta») um dado que me parece digno de menção: segundo eles, BRÍGIDA é ao mesmo tempo filha do grande Deus dos druidas (DAGDA), e também mãe dos Deuses primordiais (entre os quais se conta DAGDA...), bem como esposa e irmã de todos Eles. Esta genealogia aparentemente contraditória e absurda tem um valor meramente simbólico, pois que, no caso da natureza dos Deuses Imortais, só serve, no dizer dos autores «para situar os Deuses em relação uns aos outros». Cena de moderno ritual de Imbolc
Enquanto isso, no seio da Romanidade prestava-se culto, no dia dois, a Juno Februra, Deusa Celestial da Paixão e dos Prazeres, e a Ceres, Deusa do Crescimento e da Fertilidade.
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