QUEM NÃO ESTÁ CONTENTE COM O ENCERRAMENTO DA PRISÃO DE GUANTANAMO

Num tribunal de Guantanamo realizou-se a 19 de Janeiro uma sessão de audição de criminosos antes do seu respectivo julgamento. Presentes estavam alguns dos familiares das vítimas do atentado das Torres Gémeas, em 11 de Setembro de 2001.

Uma das familiares dos falecidos, Lorraine Arias-Beliveau, ficou chocada com o que ouviu: os suspeitos, falando entre o Árabe e o Inglês, proclamaram o seu orgulho por terem participado nos ataques. A senhora, irmã de um americano que morreu quando a segunda torre soçobrou, estando ele a ajudar os bombeiros a evacuar a população da área, a senhora, dizia, teve de sair da sala durante alguns minutos, tal foi o seu abalo: «foi surreal, arrepiante. Estes homens foram responsáveis pela morte de três mil pessoas e olharam directamente para nós e riram-se. Ficámos a olhar para eles.»

Mas o maior abalo veio a seguir: um dia após a sua eleição, o negro Obama suspendeu todos os julgamentos por terrorismo durante cento e vinte dias, período destinado a estudar o modo de realizar julgamentos dos suspeitos de terem participado em ataques terroristas contra os EUA.
Obama ordenou também que o centro de detenção - conhecido na gíria como «Gitmo» - fosse fechado dentro de um ano.
A senhora Arias-Beliveau não concorda: «o lugar mais seguro para estes julgamentos é na baía de Guantanamo. Estou muito receosa que Gitmo seja fechada e que os seus prisioneiros sejam trazidos para os EUA», disse, referindo-se ao intuito de Obama de levar os suspeitos de terrorismo para tribunais militares ou civis tradicionais sitos nos EUA.