segunda-feira, dezembro 29, 2008

LEBOR FEASA RÚNDA, ALEGADO LIVRO DRUÍDICO QUE OS NS CONHECERAM...



Foi recentemente publicado nos EUA um livro intitulado Lebor Feasa Rúnda (Livro do Conhecimento Secreto, em Goidélico, língua céltica da Irlanda, de Man e da Escócia), que constitui alegadamente um antigo texto religioso irlandês contendo a arcaica e muito cobiçada sabedoria secreta dos Druidas, sábios celtas.
Quem o apresenta é o historiador norte-americano Steven L. Akins, que diz ter traduzido para Inglês o texto alemão que por sua vez seria uma tradução do original, escrito em Goidélico e actualmente perdido.
Este, actualmente perdido, seria o Livro Negro de Loughcrew.

Dos cento e oitenta textos druídicos que «São» Patrício destruiu para conseguir destruir o Paganismo e impor o Cristianismo aos Irlandeses, só o Lebor Feasa Rúnda terá sobrevivido como testemunho das crenças e práticas dos Celtas na sua forma original e não contaminada. Primeiramente transcrito pelo lendário druida Mogh Ruith, a partir de uma série de varas de «oghams» (letras mágicas célticas, equivalentes às runas germânicas) descobertas há muito na tumba de Ollamh Fodhla, um dos maiores reis primordiais da Irlanda, o Lebor Feasa Rúnda regista uma série de conhecimentos esotéricos recebidos por Ollamh Fodhla de uma mensageiro dos Deuses célticos, os Tuatha Dé Danann. Sendo talvez o mais notável de todos os antigos textos célticos, o Lebor Feasa Rúnda contém não apenas uma narrativa da mais antiga história da verde Erin e da relação entre os seus habitantes e os Deuses, mas também uma descrição completa da religião druídica, fornecendo uma panorâmica integral dos ritos sagrados e das cerimónias no cerne desta misteriosa fé. Desde que foi primeiramente gravado no Livro Negro de Loughcrew, o Lebor Feasa Rúnda sobreviveu miraculosamente durante séculos, viajando através da Europa e passando de mão em mão de numerosos indivíduos até que acabou por ser adquirido pela Ahnenerbe Forschungs-und Lehrgemeinschaf, organização estatal nacional-socialista alemã que o traduziu para Alemão nas vésperas da Segunda Guerra Mundial.

O volume original perdeu-se a 10 de Maio de 1941, precisamente no dia em que Rudolf Hess voou para o Reino Unido, o que dá crédito à teoria segundo a qual Hess levou o antigo manuscrito com a intenção de o oferecer ao Duque de Hamilton e Brandon, para com ele negociar e discutir secretamente a paz entre as duas nações germânicas, Alemanha e Inglaterra. A partir desta época, a única transcrição conhecida do Lebor Feasa Rúnda, a tradução alemã preparada por Henry Thorenson para a Ahnenerbe, caiu na obscuridade até que em 2001 terá sido descoberta por Akins.

A verificar-se a autenticidade da obra, tratar-se-ia aqui de um achado sem precedentes, uma revolução quase inacreditável dos estudos célticos contemporâneos. Tem uma parte de crónica sobre o mito da criação e as sagas épocas dos Celtas e dos seus Deuses, outra parte que oferece instruções detalhadas de como invocar as Deidades célticas para auxiliar o praticante religioso.
Agora cuidado, caros celtómanos que me lêem, que isto parece bom de mais para ser verdade. O autor tem sido atacado por falta de honestidade ou tendência para a efabulação; e esta obra em concreto foi já duramente criticada por um especialista em estudos célticos, que por sua vez também não fez muito pela sua própria credibilidade ao citar como argumento contra Akins o facto de este ser um nacionalista simpatizante do NS, como se isso só por si desqualificasse alguém... acresce que este suposto crítico não chegou sequer a ler a obra que tão lestamente agrediu.

A comunidade pagã politicamente correcta está por seu turno possessa de todo porque esta obra de Akins parece legitimar pontos de vista «racistas»...
No prefácio do livro, Akins declara que a organização esotérica proto-ns Thule Gesellschaft (Sociedade Thule) viu no manuscrito céltico uma prova da origem atlântica da raça ariana, devido às lendas irlandesas que referem uma ilha mágica do Atlântico Norte donde os Deuses celtas teriam trazido os seus quatro talismãs - o Gládio de Nuada, a Lança de Lug, o Caldeirão de Dagda e a Rocha do Destino. O facto de que aparentemente o Lebor Feasa Rúnda parece corroborar a doutrina do grupo Thule sobre as origens raciais arianas, pois que os ns esotéricos sempre tiveram por ideal histórico-lendário a lendária Hiperbórea, fez com que Heinrich Himmler se interessasse pela obra e ordenasse aos SS que se apoderassem da dita após a subida de Hitler ao poder.

Nuada
segundo a criatividade de autor contemporâneo

Akins afirmou noutro lugar - os fóruns da organização neo-druídica OBOD - a sua postura protectora da raça branca, o que, compreende-se, causa histérico escândalo num contexto sócio-político de demonização do orgulho étnico europeu.

Enfim, pelo menos dá que pensar e falar. Os apreciadores do Nacional-Socialismo gostarão particularmente desta estimulante página. Lá que dá uma bela história, isso dá.

Lug

o mais destacado e conhecido dos Deuses célticos, adorado na Irlanda, em Gales, na Gália e até na Celtibéria

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"o mais destacado e conhecido dos Deuses célticos, adorado na Irlanda, em Gales, na Gália e até na Celtibéria"


celtibéria fica na meseta hispânica.
parece-me que estás a confundir a "celtibéria" com a ibéria celta. são duas coisas diferentes.

30 de dezembro de 2008 às 01:21:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não estou a confundir não. O maior santuário deste Deus que se conhece fica precisamente na Celtibéria, em Peñalba de Villastar.

30 de dezembro de 2008 às 01:38:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

ah bom. sendo assim...

mas tenho a impressão que Lug também foi adorado na Gallaecia, Lusitânia e outros...
por isso pensei que estivesses a confundir.

penso que o próprio nome do povo Lusitano vem de Lug, ou de Lusine/Lusina, a sua companheira...

30 de dezembro de 2008 às 01:43:00 WET  
Blogger Caturo said...

Essa é uma ideia gira, a etimologia da Lusitânia, mas, tanto quanto sei, não tem base científica. De resto, não foi, tanto quanto sei, encontrado qualquer vestígio do culto de Lug na Lusitânia; quanto à Galécia, creio que não é seguro garantir que o Deus tenha sido aí adorado. Nas Astúrias talvez, na Galécia ainda não se provou, penso.

30 de dezembro de 2008 às 01:47:00 WET  
Blogger Caturo said...

É possível que a cidade de Lugo tenha origem no nome do Deus, mas por enquanto tal ideia não passa de uma teoria.

http://tripatlas.com/Lugus

30 de dezembro de 2008 às 01:58:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"É possível que a cidade de Lugo tenha origem no nome do Deus"


é óbvio que teve sim. tal como Lugdunum, Lugano, Lugarus e muitas outras.
aliás, existe outra localidade chamada Lugo na Itália.
é coincidência a mais.

30 de dezembro de 2008 às 02:03:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

já a etimologia dos Lusitanos, claro que é muito mais discutivel.

agora, essa do "Lugo = Lugh" parece-me óbvia, tal como a Deusa Celta Brigantia, deu origem a Bregenz, Briançon, Bragança, Brianza ou Brigantium (actual Corunha)

30 de dezembro de 2008 às 02:10:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

deixem jogar o caturo :)

30 de dezembro de 2008 às 11:37:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

mas as verdades são para se dizer :D

30 de dezembro de 2008 às 11:38:00 WET  
Blogger Caturo said...

é óbvio que teve sim. tal como Lugdunum, Lugano, Lugarus e muitas outras.

A etimologia oficialmente aceite do nome da cidade galega é Lucus Augusti. Mas há de facto quem afirme que pode em vez disso derivar do teónimo em causa.

30 de dezembro de 2008 às 12:47:00 WET  

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