BREVES OBSERVAÇÕES SOBRE AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NORTE-AMERICANAS: DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS PARA DUAS CORES DIFERENTES

- Votar num candidato negro por ser negro é bonito, e que toda a elite me(r)diática europeia esteja pelo beicinho por causa do presidente mulato é normal e fica bem, e o facto de a comunidade afro-americana votar em peso no negro não tem mal nenhum, se fosse toda uma comunidade branca a votar no candidato branco é que já era racismo e a «América profunda», fanática, bushista e racista e tal;

- tivesse a campanha de McCain reunido muito mais dinheiro do que a de Obama, e já a Esquerdalha toda se espumava de raiva, berrando aos quatro ventos que aquilo era «o capitalismo racista ianque a oprimir mais uma vez os vitimados negros!!!!!» e quejandas merdas; mas como foi ao contrário, como a maior parte do apoio monetário da campanha de Obama foi da banca, e a campanha do negro teve muito mais fundos do que a do branco, e nunca houve tanta diferença financeira entre duas campanhas, e o voto no branco veio em grande parte das classes trabalhadoras, nesse caso está tudo bem; Louçã nada tem a dizer, Jerónimo de Sousa está caladíssimo, o justiceiro anti-capitalista e Prémio Nobel José Saramago nem piu, agora não o incomoda que o capital esteja maciçamente de um dos lados e que esse lado tenha ganho;

- Sarah Palin era provinciana e não tinha experiência, mesmo sendo governadora do Estado do Alasca, e mesmo sendo apenas candidata a vice-presidente, mas o negro Obama nunca fez nada para além de ser senador, só que aí a falta de experiência já não interessa nada...