quarta-feira, outubro 15, 2008

SOBRE O DISCURSO DE WILDERS NOS EUA

Não deve deixar-se de ler o discurso que o holandês Geert Wilders proferiu no Hudson Institute, EUA, a respeito da islamização da Europa. Este é um site onde o texto pode ser lido, e, de brinde, ainda há aí uma entrevista feita por Pamella Geller (repórter medianamente atraente, diga-se). Quem preferir ler na língua do país irmão, tem aqui a tradução em Castelhano. O teor da mensagem de Wilders não é perfeito do ponto de vista em que este blogue se coloca, pois que levanta como bandeira da identidade civilizacional europeia a cultura judaico-cristã; todavia, e sem embargo, o denodo com que combate pela Liberdade, a lucidez com que descreve a islamização e o que realmente está em causa no caso de Israel, e sobretudo a agudeza com que acusa a traição à Europa, porque as elites europeias andam a trair os Povos Europeus, deve sempre merecer especial atenção e respeito. O holandês começa por relatar à sua audiência norte-americana uma série de episódios que bem atestam o modo como os Europeus estão a perder a Europa perante o avanço islamista. O tom geral é de algum modo apocalíptico e parece exagerado, mas, sintomaticamente, não há uma só mentira ou distorção em nada do que diz. Os factos sucedem-se e o seu conjunto já chegou ao ponto de falar por si. O padrão está à vista, a teia urde-se. E, em abono da verdade, o relatório de Wilders constitui um bom resumo do que está a ser a presença islâmica em solo europeu. Passa depois a descrever o Islão, afirmando que, ao contrário do que muitas vezes se pretende, o dito credo não tem nenhuma versão moderada, embora possa haver muçulmanos tolerantes, e prega o ódio e a vontade de conquista e imposição das suas regras a todo o mundo, islâmico ou não. Islão significa, textualmente, «submissão», sendo por isso incompatível com a Liberdade, o mais sagrado dos valores europeus. Seguidamente, expõe com admirável espírito de síntese o problema de Israel: trata-se da linha da frente do Ocidente. Os pais israelitas mandam os seus filhos para a guerra e permanecem acordados pela noite dentro enquanto os Europeus dormem em paz, ignorando a ameaça que espreita a Europa. A guerra islâmica contra Israel é, também, contra o Ocidente, porque se Israel cair a fronteira sangrenta do Islão ficará junto à Europa. E os muçulmanos não vão ficar mais apaziguados, como alguns politicamente correctos pensam, pelo contrário - vão sentir que a queda de Israel é um sinal divino e também um sinal de fraqueza do Ocidente, ou seja, um sinal para avançarem com ainda mais confiança e arrogância do que a que já ostentam. Porque, de facto, Israel é apenas uma das frentes de combate do imperialismo islâmico, de modo nenhum a única - lembrar Caxemira, Tailândia, Tchetchénia, Kosovo, Darfur, Filipinas, etc.. (Não é sequer especulação dizer que se Israel não existisse, as forças islâmicas atacariam outros alvos, porque, de facto, mesmo com a existência de Israel, é verdade que as forças islâmicas atacam mesmo outros alvos.) A denúncia que Wilders faz das elites políticas, que da Extrema-esquerda à Democracia-cristã («et tu, Brutus»), traem sem vergonha a Europa, é talvez o ponto alto do seu discurso - a pertinência e clareza com que distingue o que esta elite pretende e aquilo que o Povo quer deve registar-se. Citando Reagan, acusa no comportamento das elites «a traição ao nosso passado, a dissipação da nossa liberdade». Termina magistralmente com outra citação, mas de Churchill: «Nunca ceder, nunca, nunca, nunca, nunca, em nada de grande ou de pequeno, enorme ou mesquinho, nunca render-se excepto às convicções da honra e do bom senso. Nunca dobrar-se pela força; nunca dobrar-se perante o poder aparentemente avassalador do inimigo.»

4 Comments:

Blogger Silvério said...

Já agora um pequeno contributo que tirei de uma notícia que no JN sobre o encontro do Jorge Sampaio com um dos fanáticos do Irão.

"com quem trocou pontos de vista "sobre a Aliança das Civilizações, sobre o seu contributo para ultrapassar as clivagens de ordem cultural e religiosa que minam o bom entendimento internacional sobre o papel do Irão nesta iniciativa""

Parece que o sistema já tem rosto, deve ser essa coisa da Aliança das Nações que é coisa da ONU,

15 de outubro de 2008 às 23:42:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Pois, um encontro em nome da «Aliança das Civilizações» com um dos expoentes do fanatismo islâmico anti-ocidental... mas dialogar com Pinochet, por exemplo, já seria um crime de alto lá com ele...

16 de outubro de 2008 às 10:32:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caturo,

http://www.ansamed.info/en/news/ME03.@AM64515.html
«MEDITERRANEAN: BURGOS FORUM, EURO-MAGHREBI YOUTH PROPOSALS»

http://www.ansamed.info/en/news/ME01.@AM53112.html
«MED UNION: EMPA ASKS FOREIGN MINISTERS FOR MORE POWERS»

http://www.ansamed.info/en/news/ME01.@AM67082.html
«EU-MOROCCO: NEW COOPERATION WITH ADVANCED STATUS TO BEGIN»

16 de outubro de 2008 às 12:13:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Obrigado, caro anónimo. Assim se encontram mais testemunhos da agenda eventualmente pró-islâmica de quem controla a UE.

16 de outubro de 2008 às 16:38:00 WEST  

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