A MAIOR AUTORIDADE ESPIRITUAL MUÇULMANA DO PLANETA APELA A QUE OS MUÇULMANOS APROVEITEM A CRISE OCIDENTAL PARA ALCANÇAR A VITÓRIA

A maior autoridade religiosa do mundo muçulmano, o cheque sunita Iusuf al-Caradaui, declarou recentemente numa conferência em Jerusalém que os muçulmanos devem tirar vantagem da crise financeira global para a partir daí construírem um sistema compatível com os princípios islâmicos: «o colapso do sistema capitalista baseado na usura e no papel e não em bens negociados no mercado é a prova de que está em crise e mostra que a filosofia económica islâmica está a aguentar-se. O sistema ocidental colapsou e nós temos uma economia filosófica completa bem como uma força espiritual. Todas as riquezas são nossas... a nação islâmica tem quase todo o petróleo e temos uma filosofia económica que mais ninguém tem. Os muçulmanos devem lucrar com a crise para trazer o triunfo da nação islâmica, que tem os recursos espirituais e materiais para a vitória.»

A vitória?...

Mas a vitória sobre quem?...

E depois ainda há quem diga que a ideia do choque de civilizações não passa duma fantasia paranóica de meia dúzia de radicais «tanto ocidentais como muçulmanos», mero tique ideológico de, do lado ocidental uns quantos lunáticos xenófobos, e, do lado islâmico, «uma pequeníssima, reduzidíssima, microscópica, minoria de fundamentalistas marginais na sociedade muçulmana sem influência nenhuma em nada e que só sabem pôr bombas»...

Agora imagine-se que o papa, ou sequer um bispo importante, declaravam publicamente que uma determinada crise sofrida em particular pelo mundo islâmico, ou pelos ateus, ou por quaisquer outros não cristãos, era uma boa oportunidade para os devotos do Crucificado construírem uma sociedade mais cristã... rebentava o escândalo em todos os média (e com alguma razão), e ó da guarda! que voltaram as cruzadas e a inquisição e etc.. Mas como afinal o beligerante é um muçulmano, e logo o mais importante de todos, a hoste opinadora e intencionalmente produtora de opiniões públicas mantém-se caladinha, sem piar crítica ou sequer desabafo...