CAMPANHA ATEIA EM PAINÉIS DE PUBLICIDADE DE AUTOCARROS

Na enevoada Albion, a organização BHA (British Humanist Association, ou Associação Humanista Britânica) está a lançar uma campanha de propaganda ateia nos autocarros públicos. O cartaz a ser exibido no painel lateral dos veículos diz «There’s probably no God. Now stop worrying and enjoy your life.», ou seja, «Provavelmente não há Deus. Agora deixe de se preocupar e aprecie a sua vida.»
Para financiarem o projecto, reuniram dezenas de milhares de libras em petição, tendo o resultado superado as suas expectativas.
O líder da organização diz que «vemos tantos posters a publicitar a salvação através de Jesus ou ameaçando-nos com a condenação eterna que eu tenho a certeza que um anúncio destes em autocarros será recebido como uma lufada de ar fresco. Se houver sorrisos e as pessoas se puserem a pensar, tanto melhor.»

Em contrapartida, o líder do grupo de pressão cristão Christian Voice afirmou que o ateísmo é um perigo para o público em geral e que «ficaria surpreendido se uma campanha destas não atraísse graffitis. As pessoas não gostam que lhes dêem sermões. Às vezes faz-lhes bem, mas mesmo assim não gostam.»

Ora o beato lá sabe, que andar a dar sermões às pessoas, inclusivamente contra a vontade das mesmas, é coisa em que a hoste cristã é useira e vezeira desde há dois mil anos, e de tal modo se especializou na actividade que até nela incorporou métodos especializados que recorriam à utilização de armas de fogo em larga escala e dee instrumentos de tortura.

Note-se também a referência à quase inevitabilidade de que os cartazes ateus sejam vandalizados com graffitis.... será algum apelo velado à destruição dos meios de liberdade de expressão alheia?...

Particularmente importante é observar aqui uma escalada do conflito espiritual entre ateus e crentes que tem criado polémica no mundo anglo-saxónico e que tem como um dos principais protagonistas o cientista ateu Richard Dawkins.

Mais importante ainda é constatar que os dizeres do cartaz ateu, traduzidos acima, confirmam o que aqui se disse a respeito da verdadeira motivação do ateísmo: um medo primitivo do sobrenatural, que faz com que muitos queiram negar a existência do que quer que possa esta além do humano, recorde-se:

«Do ponto de vista da nossa evolução psíquica, a invenção do materialismo científico foi um poderoso fetiche para banir, pelo menos das nossas mentes conscientes, o medo primordial de espíritos hostis. (...) consegue-se compreender a atracção do materialismo científico: desanima a natureza; elimina a mente, a alma e a consciência, condenadas à aniquilação aquando da morte do corpo. Não há nada no escuro que nos assuste, assegura a ciência. Nada de nada. (...)»