terça-feira, setembro 09, 2008

«NÃO ABANDONAREI A FÉ DOS MEUS ANTEPASSADOS»


A lendária Sigrid Storråda ou Sigrid a Orgulhosa, filha do rei da Suécia, foi em 998 levada a casar-se com o rei norueguês Olaf Trygvasson. Mas recusou o matrimónio porque o monarca norueguês exigia a sua conversão ao Cristianismo.
E disse-o claramente a Trygvasson, frente a frente: «Não irei abandonar a fé que os meus antepassados mantiveram antes de mim.»
O norueguês, enraivecido, bateu-lhe. A resposta de Sigrid foi calma e altaneira: «Isto que fizeste poderá um dia causar a tua queda».

Trygvasson, que era pagão, e famoso por ter saqueado Londres em 994, queimando nesse ataque a ponte de Londres (que originou uma rima infantil da cultura popular inglesa), converteu-se a dada altura ao Cristianismo, construiu a primeira igreja da Noruega e passou a empreender uma espécie de guerra santa em nome do Crucificado, campanha de terror e massacres destinada a destruir a religião dos seus ancestrais e do seu Povo: numa ocasião, forçou um compatriota seu a engolir uma víbora pelo facto de recusar o culto do Judeu Morto, tendo depois oferecido as terras da vítima à Igreja, deixando a família do assassinado na miséria; noutro episódio, colocou uma taça com brasas no estômago doutro resistente à nova ordem cristã até que as entranhas do pagão rebentaram. Chacinou além disso centenas de homens e mulheres por realizarem o festival de Ostara (festa pagã nórdica equivalente à Páscoa e donde deriva o inglês «Easter»). E cortou a língua do rei anterior, Guthroth, por se pronunciar contra a tirania do novo rei cristão.
Os actuais asatruar (adoradores dos Deuses nórdicos) chamam-lhe «Olaf o Traidor».

Sigrid conseguiu sempre evitar o casamento com tal criatura, ao mesmo tempo que criou uma coalisão dos inimigos do seu pretenso esposo. Logrou assim mover a Suécia e a Dinamarca contra a Noruega.

E no dia 9 de Setembro do ano 1000, a altiva rainha obteve a vingança que prometera: as forças cristãs de Olav Trygvasson foram batidas pela aliança sueco-dinamarquesa na batalha naval de Svolder, que representou um grande revés para o Cristianismo no extremo norte europeu.

6 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tornou-se cristão, mas continuou a utilizar os métodos anteriores...

10 de setembro de 2008 às 04:15:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

A fé dos meus antepassados é o cristianismo.

10 de setembro de 2008 às 04:16:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://boycottdurban2.wordpress.com/2008/07/29/boycottdurban2-en/

10 de setembro de 2008 às 05:09:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

«Ajtel disse...
A fé dos meus antepassados é o cristianismo.»

Até há 2000 mil anos atrás, no máximo, e se calhar nem todos.

10 de setembro de 2008 às 05:11:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Ajtel, o cristianismo é uma «coisa nova de homens nascidos ontem», como dizia Celso. A tua ancestralidade é muito anterior aos sécs. IV/V, tempo em que provavelmente a fé de Cristo se propagou na Ibéria. Antes, nenhum dos teus antepassados sonhava sequer que existia um pregador judeu, hipoteticamente filho o Deus de Israel, a anunciar uma nova fé.
Que tu acredites no Deus do cristianismo e queiras cultuá-lo, é contigo. Mas que não podes dizer que os teus antepassados eram cristãos, pelo menos até ontem, isso não podes.

10 de setembro de 2008 às 10:34:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Mais óbvio do que isso não pode haver.

10 de setembro de 2008 às 13:10:00 WEST  

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