MAIS UM PORTUGUÊS ASSASSINADO NA ÁFRICA DO SUL
Um comerciante português nascido na Calheta, ilha da Madeira, e o seu empregado sul-africano foram mortos a tiro esta sexta-feira de manhã em Boksburg, a leste de Joanesburgo, informa a agência Lusa.
José de Sousa de Oliveira, 48 anos, e Winand Bates, 35, tinham acabado de abrir as portas do Blue Venus Café, cerca das 06h00 locais (05h00 em Lisboa), quando um grupo de assaltantes entrou no estabelecimento e trancou os dois, bem como o irmão do comerciante português, num quarto das traseiras exigindo-lhes que entregassem todo o dinheiro e bens pessoais.
Sem que tivessem oferecido resistência, Oliveira e Bates foram executados a sangue-frio com vários tiros. Em seguida os assaltantes puseram-se em fuga com o dinheiro que estava no cofre do estabelecimento e os telemóveis das vítimas, disse fonte próxima da família.
Segundo a mesma fonte, o irmão de José de Oliveira não foi também morto porque a arma do assaltante encravou quando ele a disparou na sua direcção. A polícia, que a meio do dia estava no encalço dos assaltantes, disse que o sinal de um dos telemóveis furtados foi detectado no Soweto, a sul de Joanesburgo, onde várias patrulhas policiais seguem o rasto do grupo.
Abalado com a notícia da morte de mais este português, o sexto a perder a vida de forma violenta este ano na África do Sul, o padre Carlos Gabriel, do Fórum Português, descreveu José de Sousa de Oliveira como «um homem bom, trabalhador, dedicado à sua família e à comunidade, que não merecia este fim».
O pároco de Nossa Senhora de Fátima, Benoni, disse que conhecia bem a vítima, uma vez que José de Sousa de Oliveira pertenceu à comissão de gestão da sua paróquia e «nela passava muito do seu tempo livre, a trabalhar para a comunidade, sempre acompanhado da esposa e das duas filhas, ainda adolescentes, que deixa nesta hora triste».
José de Sousa de Oliveira, 48 anos, e Winand Bates, 35, tinham acabado de abrir as portas do Blue Venus Café, cerca das 06h00 locais (05h00 em Lisboa), quando um grupo de assaltantes entrou no estabelecimento e trancou os dois, bem como o irmão do comerciante português, num quarto das traseiras exigindo-lhes que entregassem todo o dinheiro e bens pessoais.
Sem que tivessem oferecido resistência, Oliveira e Bates foram executados a sangue-frio com vários tiros. Em seguida os assaltantes puseram-se em fuga com o dinheiro que estava no cofre do estabelecimento e os telemóveis das vítimas, disse fonte próxima da família.
Segundo a mesma fonte, o irmão de José de Oliveira não foi também morto porque a arma do assaltante encravou quando ele a disparou na sua direcção. A polícia, que a meio do dia estava no encalço dos assaltantes, disse que o sinal de um dos telemóveis furtados foi detectado no Soweto, a sul de Joanesburgo, onde várias patrulhas policiais seguem o rasto do grupo.
Abalado com a notícia da morte de mais este português, o sexto a perder a vida de forma violenta este ano na África do Sul, o padre Carlos Gabriel, do Fórum Português, descreveu José de Sousa de Oliveira como «um homem bom, trabalhador, dedicado à sua família e à comunidade, que não merecia este fim».
O pároco de Nossa Senhora de Fátima, Benoni, disse que conhecia bem a vítima, uma vez que José de Sousa de Oliveira pertenceu à comissão de gestão da sua paróquia e «nela passava muito do seu tempo livre, a trabalhar para a comunidade, sempre acompanhado da esposa e das duas filhas, ainda adolescentes, que deixa nesta hora triste».
49 Comments:
Já se encontra online a primeira e única rádio nacional socialista portuguesa! Para ouvir o programa basta entrar no blogue:
http://voznacionalsocialista.blogspot.com/
Pode ainda fazer o download completo e gratuito do programa.
Também diga-se que são as consequências de ter optado por lá viver.
We're world industry's thoughtlords
The entertainment wing
We keep you all in line
By fixing your free will
Surround you with pop fantasies
Just slightly out of reach
To soften all the blows
Of your forced daily routine
We strip-mine your underground culture
Take the bite out and rinse it clean
Give ourselves credit for creating it
Then sell it back to you
At twice the price
Our pool of talent vampires
Has blown into your town
To dazzle, sign and milk you
All strictly on our own terms
You think you've got a lot to say
We'll change that real soon
You're not a person anymore
We've made you a cartoon
By the time we're through remolding you
You won't even recognize your face
There's no end to the eager beavers
Drawn the moths to our babylon's mirage
Conveyor belt of fleshdunce
They all want to do the fleshdance
Conveyor belt of fleshdunce
Who all want to do the fleshdance
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma subita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão
Era ele quem fazia
Ele, um humilde operário
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário
Um operario que sabia
Exercer a profissão.
(Vinicius de Moraes)
Não existem nações, só burgueses e proletários. A ideia de nação não é senão um preconceito fomentado pela classe possidente para impedir a união dos oprimidos de todo o mundo e o seu derrube subsequente.
É o costumaz descaramento esquerdista na completa inversão da História - nada é mais nítido, historicamente, que o facto de que as Nações sempre existiram, que são um dado imediato e natural da existência humana, que são simplesmente a extensão das famílias, as quais por seu turno existem em todos os animais superiores; enquanto isso, a ideia de luta de classes é coisa que só pode surgir numa nação já com grande desenvolvimento social.
Todavia, o esquerdalhame arranja maneira de dizer tudo completamente ao contrário, faz parte do processo de profunda lavagem cerebral para que se possa fazer um completo desenraizamento do indivíduo e assim utilizá-lo como plasticina para construir uma nova sociedade.
As nações sempre existiram e, curiosamente, as pessoas só se lembraram disso no séc. XIX. Até aí, os italianos estavam divididos em centos de principados e tirando um ou outro intelectual ninguém se lembrava de dizer que havia uma nação italiana; a Alemanha, idem; a Grécia, subjugada pelos Otomanos, nunca se apercebeu que erra uma nação diferente até 1820; e o mesmo é válido para a Irlanda, para a Noruega, e para sabe-se lá quantas mais nações. Foi o tempo do grande sono, seguramente, dirá a historiografia idealista. O facto de só se terem lembrado que eram nações numa época histórica em que isso interessava à burguesia (e continuar a interessar) é, devo imaginar, completamente acessório...
Quanto à luta de classes, lamento, mas existe, ela sim, desde que há sociedades humanas. Já Marx o escrevia: «Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo [Leibeigener], burgueses de corporação [Zunftbürger] e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora oculta ora aberta, uma luta que de cada vez acabou por uma reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou pelo declínio comum das classes em luta». (Manifesto Comunista, cap. I). E está, ela sim, amplamente provada.
Aqui só há um lado a fazer lavagem cerebral: o teu. A mistificar as coisas, como se a fome de um japonês não fosse a de um italiano, fazendo assentar as diferenças entre grupos humanos não na casualidade geográfica mas num qualquer «espírito do povo» que urge preservar da agressão externa. Com um intuito claro: impedir a luta unitária dos oprimidos contra os opressores, o derrube de um sistema essencialmente injusto, e a construção de uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem. Querem dividir para reinar, já se percebeu de há muito. Mas é pouco crível que tenham sorte para sempre...
Começas redondamente mal e acabas pior.
Logo ao princípio, mostras que ignoras completamente tudo o que não seja História da Idade Moderna em versão mutilada, porque, de facto, as pessoas já sabiam que as Nações existiam muito antes do século XIX. Nações, tribos, países, sempre existiram, como os documentos antigos mostram para além de qualquer dúvida possível. Sempre houve sentido de estirpe, a estirpe sempre esteve no centro de toda a organização social e mesmo espiritual, os Arianos da Índia até tinham um Deus dos Árias (Aryaman), os Romanos purificavam-se todos os anos do contacto com os estrangeiros, Catão constatava que os Romanos não gostavam dos estrangeiros, os Judeus já desde há muito que têm a mania de que são o Povo Eleito; e, quanto à Grécia, se soubesses alguma coisa da mais central e importante História da Europa, sabias que Platão dizia que uma guerra entre Gregos era uma «guerra civil», e que quando os Espartanos mandaram emissários a Atenas para saber se os Atenienses iriam estar ao lado de Esparta na guerra contra o invasor persa, a resposta foi esta, orgulhosa e inequívoca:
to ellinikon eon omaimon te kai omoglosson
kai theon idrimata te koina kai thisiai
ithea te omotropa
O helénico que é a semelhança no sangue, na língua, nas comuns instituições dos Deuses e dos sacrifícios e na ética, move-se (movem-se todos) no mesmo caminho.
E, isto, socialista, isto é a Nação, e não há Nação que não seja isto. Que esteja ou não unificada politicamente, é indiferente.
Claro que não tinhas conhecimento destas coisas, porque a História que te contam, é-te contada ou por comunistas e afins ou por cristãos ou neo-cristãos, o que, tanto num caso como noutro, vai dar ao mesmo. Foi com o Cristianismo que a consciência de Estirpe começou a esmorecer. Mas, com a queda do Cristianismo, essa consciência retornou, e é só a partir desse retorno que tu e quejandos conhecem a História, por isso é que pensam que as Nações foram inventadas nessa altura. Berdyaev bem o sabia, aqui http://www.berdyaev.com/berdiaev/berd_lib/1934_391.html.
Mas enfim, como para ti e outros só a economia interessa, como vocês olham para a realidade com a vossa canetinha atrás da orelha e a ver como é que vão fazer as contas do jantar de amanhã, a única coisa que vos interessa é atacarem quem tem mais dinheiro do que vocês, ou espiar o que outros andam a ganhar. Claro que a burguesia nada mais é do que o Povo com poder, porque a burguesia é a parte do Povo que, por ter dinheiro e meios, passa a poder contrabalançar o poder da aritocracia e do clero, que constituiam uma espécie de sociedade multinacional, até certo ponto. Mas para vocês tudo se explica com base no dinheiro, e de tal modo o endeusam que para vocês ter ou não os «meios de produção na mão» passa a ser uma categoria ontológica. Vai daí, partem do princípio grotesca, infantil e primariamente demonizador de que tudo o que é feito «pelo grupo dos maus», é porque é intrinsecamente mau e foi inventado pelos maus só para vos lixar.
As Nações são realidades antigas e inerentes ao homem? Para vocês, isso não conta, o que interessa é que a Nação se calhar pode ter sido uma ferramenta dos burgueses e vai daí é preciso destruí-la. É o cúmulo da mesquinhez e da pequenez instituída em Ideologia Política.
Por isso é que o Nacionalismo sempre vos assustou tanto, porque o Nacionalismo permite deitar abaixo o teatrinho que vos convém, e aos capitalistas, o tal cenário da luta de classes. Os Nacionalistas entram em cena e deitam essa cegada toda abaixo, porque ultrapassam triunfalmente o economicismo (que convém a vocês e aos vossos «adversários» capitalistas, sendo que ambos jogam o mesmo jogo e estão contentes assim) e unem o Povo para o que realmente interessa, pondo-vos no vosso devido lugar ao relegarem a Economia para aquilo que ela é, a saber, um auxiliar da Política.
Claro que para isso têm mesmo de atacar os fundamentos da Nação, por isso tentam convencer o Povo de que não são Povo, de que a Raça não interessa, de que as Famílias também são uma «criação burguesa» (quem diz que a família é uma criação burguesa, anterior às tradições mais arcaicas do homem, está para aquém de qualquer ajuda), tudo destinado a fazer uma lavagem cerebral completa, a esvaziar o indivíduo de tudo o que o faz humano a sério, para depois pegarem nessa carcaça vazia para a preencherem com os vossos medíocres e infra-humanizantes ideais, num processo verdadeiramente monstruoso, uma operação à Dr. Frankenstein. E para fazerem essa lavagem cerebral, têm de criar toda uma nova versão nova da História, e é aí que se insere essa da «luta de classes pelos meios de produção», que é realmente coisa situada na melhor das hipóteses numa ou noutra sociedade das mais desenvolvidas, não servindo para absolutamente nada quando se quer estudar todas as outras culturas humanas. E mesmo nessas sociedades mais desenvolvidas, não tem a importância que vocês lhe querem dar, mas nem de perto nem de longe, sendo por demais evidente que não há prova nenhuma do que dizem.
Efectivamente, o que vocês querem topa-se à distância, mas cai por terra sempre que os Nacionalistas têm voz e denunciam a vossa intrínseca falsidade perante o Povo, daí que vocês tudo façam para impedir que os Nacionalistas falem directamente ao Povo.
Mas como diz o próprio Povo, não há mal que sempre dure, pelo que o vosso poder tem os dias contados.
Quanto à fome dum italiano ou a fome dum japonês, não são realmente iguais, socialista.
E não são sabes porquê?
Porque a fome dum italiano interessa-me muito mais do que a fome de mil japoneses, porque eu sou branco, indo-europeu e latino, tal como o italiano, e o japonês não.
E isto, socialista, isto é que é ser sadio e normal. Porque qualquer mãe prefere alimentar o seu próprio filho do que mil crianças alienígenas, e qualquer indivíduo normal prefere matar a fome ao seu irmão, ou ao seu primo em segundo grau, do que a um milhão de estrangeiros. E isto é que vos deita abaixo os planos todos, porque, ao contrário do que quereriam, não há ser humano normal sem laços de estirpe.
E a «casualidade geográfica» também não interessa nada, socialista, porque a fome dum grego ou dum arménio desagradam-me mais do que a de cem negros que morem no mesmo bairro que eu.
Vamos por partes:
1 - Há comunidades étnicas? Há comunidades linguísticas? Há grupos humanos que dispõem de determinadas características folclóricas diferentes das dos restantes? Há. Isto é um dado objectivo. Mas isto é o mais importante na vida deles? Tanto não é que abundam os exemplos - ainda hoje - de grupos desse tipo que vivem separados, e, por sobre separados, em guerra constante. O que se tira daqui? Que a ideia de nação é um produto intelectual como outra qualquer, utilizado quando e onde interesse a quem exerce a hegemonia. Não estou a negar, repara, a existência desses grupos humanos, o que constituiria uma flagrante tolice - digo apenas, e isto é objectivo, que a existência deles não tem a importância que lhes atribuis. Nunca teve. Houve circunstâncias em que por interesses conjunturais esses grupos se uniram, e outros em que estiveram separados e prontos a atacar-se. Até os Judeus se afrontaram mais de uma vez, aquando da constituição dos reinos de Israel e Judá. Pelo que, é de repetir, a existência desses grupos não implica nenhuma sorte de solidariedade entre os seus membros.
Ora, o que traz essa solidariedade no aqui e no agora? O interesse do burgu~es. É ele, nos dias de hoje, quem comanda o ideário nacionalista. É por perceber os dividendos que pode tirar do fomento do preconceito xenófobo (no sentido literal do termo, sem conotação) que tem mantido a ideia de nação em funcionamento desde há dois séculos: porque quando o grupo explorado perceber que só unido à escala global pode derrotar o seu inimigo fundamental é que poderá desferir o golpe fatal sobre o modo de produção capitalista. Quanto a mim, essa deve ser a missão principal de qualquer homem - acabar com a exploração.
2 - É evidente que a posse ou não dos meios de produção assegura uma preeminência social que permite a direcção dos membros da sociedade no sentido que interessa aos que os detêm. Achares o contrário não tem qualquer sentido, e demonstra um excesso de confiança na eventual ligação da «parte do Povo com poder» à outra parte que o não tem. Sobretudo quando afirmas que Clero e Nobreza se constituíam numa sociedade transnacional como se os burgueses não estivessem na mesmíssima situação. Todo e qualquer classe social que busque obter o poder sobre a sociedade a que pertence tem por força de se aliar aos que, noutras, estejam em situação similar, constituindo-se em grupo transnacional. Assim, e apenas assim, é possível desenvolver solidamente uma estratégia de hegemonização ideológica (ideologia, aqui, no sentido marxista) e de perpetuação do poder. Se o proletariado não souber fazer isto, não vai libertar-se das suas cadeias. Agora, cumpre a cada um saber se quer ou não quer agir assim.
3 - Criticas o apego do marxismo à economia. Lamento, mas à falta de prova melhor vou continuar a achar que é esta, e nenhuma outra coisa, a base da constituição das sociedades. Não acredito em espíritos nem em contos de fadas: no mundo real manda quem tem na mão os destinos dos outros homens porque os traz presos pelo bolso e pela cabeça. Quem exerce a hegemonia e quem detém os meios de produção: ora, em 2008, é a burguesia quem está nessas condições, e serve-se do poder que tem para perpetuar a sua dominação económica, aprofundando-a tanto quanto possível. Conheces outro motor da História? Eu não.
4 - Voltas ao erro tonto de dizer que só há lutas de classes em sociedades desenvolvidas. Que diabo - no Império Romano não havia lutas entre patrícios e plebeus? Não havia sublevações de escravos? E no Egipto? E na Suméria? E na Idade Média, não havia motins de camponeses? São todas «sociedades desenvolvidas»? Ou estás a dizer que o modelo não tem validade porque não pode aplicar-se ao período da caça e da recolecção???
Onde há homens há sociedades, e onde há sociedades há economia. Onde há economia há escalonamento social na exacta proporção em que há defesa e emprego de uma política de protecção à concentração de propriedade. Hoje, ontem, ou há 2000 anos. E em razão desse escalonamento, gerador de desigualdade, há movimentações na base para dissolver essa injustiça. Não importa quantas vezes digas que uma pedra é uma barra de sabão: nunca vais poder tomar banho com uma pedra.
5 - É evidente que uma mãe quererá dar de comer ao filho antes de dar de comer a um batalhão de desconhecidos. Aliás, não é evidente: é uma banalidade. Mas o que distingue essencialmente o socialismo d nacionalismo, e o que impede irremediavelmente o nacionalismo de ser verdadeiramente libertador para o homem, é que vossa proposta é de que a mãe tenha um pedaço de pão para dar ao filho, e a nossa vai no sentido de lhe dar a padaria. Tendo, para isso, de se aliar às outras mães de todo o mundo, com o objectivo de detonar o sistema de produção que lhe impede o acesso à posse da padaria. Para isso ela não pode ter o individualismo pequeno-burguês de achar que só ela e os da aldeia dela é que têm direitos. Se ela fizer a revolução na aldeia, ou na cidade, ou no país em que vive, cedo ou tarde o poderio do capital vai engoli-la e aos revoltosos que tomaram parte na aventura voluntarista que ela capitaneou. Não se mata o capital com um corte na cabeça de um dedo - é uma hidra infindável, prenhe de cabeças, que só destruída à escala global pde trazer ao Homem a verdadeira liberdade, a de não ser uma peça de engrenagem que produz para usufruto dos outros. O proletariado só o perceberá quando entender a necessidade da solidariedade internacional, quando puser de lado, em nome da luta, a mentalidade de aldeia que a burguesia tem sabido explorar. Não queres isto? Então, pura e simplesmente, não te importas de ver as pessoas serem pisadas, contanto sejam brancas e pisadas por brancos. São pontos de vista...
O Marxismo só gerou pobreza.
Se querem fazer uma «revolução», vão fazê-la onde ela é realmente necessária. A Europa é um dos raros melhores lugares do mundo.
O Marxismo só gerou pobreza.
Os erros de uma aventura voluntarista e traidora do princípio da liberdade não podem impender eternamente sobre quem é marxista. A menos que postules a inexequibilidade eterna do teu nacionalismo em razão do que foi feito por Hitler. Será?
Se querem fazer uma «revolução», vão fazê-la onde ela é realmente necessária.
Ela é necessária onde quer que haja uma classe social a viver do suor das outras. Nomeadamente na Europa.
«Os erros de uma aventura voluntarista e traidora do princípio da liberdade não podem impender eternamente sobre quem é marxista. A menos que postules a inexequibilidade eterna do teu nacionalismo em razão do que foi feito por Hitler. Será?»
Não, meu caro; simplesmente se houver um marxismo a nivel global, a minha liberdade já está reduzida porque eu posso não querer viver numa sociedade marxista.
«Ela é necessária onde quer que haja uma classe social a viver do suor das outras. Nomeadamente na Europa.»
Há lugares incomparavelmente piores.
Não, meu caro; simplesmente se houver um marxismo a nivel global, a minha liberdade já está reduzida porque eu posso não querer viver numa sociedade marxista.
Uma sociedade não-marxista é uma em que a exploração existe. Isso não é aceitável. Querer viver com ela ou não é coisa sobre a qual não pode decidir. A exploração está errada essencialmente, como a escravatura e o roubo. Ter a liberdade de viver numa sociedade onde ela exista não se pode consentir.
«Uma sociedade não-marxista é uma em que a exploração existe. Isso não é aceitável. Querer viver com ela ou não é coisa sobre a qual não pode decidir. A exploração está errada essencialmente, como a escravatura e o roubo. Ter a liberdade de viver numa sociedade onde ela exista não se pode consentir.»
Muito bem visto em relação à exploração. Mas a escravatura na Europa não existe.
O Hugo Chavez avançou com as nacionalizações. Pôs as «padarias» nas mãos das mães?!
É evidente que a exploração existe na Europa. A existência de salariato e de apropriação da mais-valia pela entidade patronal é exploração - trata-se de um homem a viver do que outro homem produziu. É errado, e não deve ser assim.
Quanto a Hugo Chavez, se não entregou os meios de produção à força de trabalho devia tê-lo feito.
«É evidente que a exploração existe na Europa. A existência de salariato e de apropriação da mais-valia pela entidade patronal é exploração - trata-se de um homem a viver do que outro homem produziu. É errado, e não deve ser assim.
Quanto a Hugo Chavez, se não entregou os meios de produção à força de trabalho devia tê-lo feito.»
Muita coisa pode ser melhorada na Europa. Neste aspecto concordo contigo. Só não acho necessária uma «revolução» de raíz.
Onde é necessária uma Revolução, e Radical, não o vou dizer porque seria politicamente incorrecto.
Qualquer mudança político-económica que não passe pela abolição da exploração do homem pelo homem chama-se reformismo e é um cavalo de Tróia pequeno-burguês para minar a consciencialização da classe trabalhador. Voltando à padaria:), é dar um pedaço de pão maior ao trabalhador em vez de lhe entregar o forno, a farinha, e o fermento. Só no segundo caso é que as coisas passam a ser justas, quando o patrão deixa de comer do que não cozinhou. Noutra situação qualquer não é assim.
«Voltando à padaria:), é dar um pedaço de pão maior ao trabalhador em vez de lhe entregar o forno, a farinha, e o fermento. Só no segundo caso é que as coisas passam a ser justas, quando o patrão deixa de comer do que não cozinhou. Noutra situação qualquer não é assim.»
O patrão não cozinhou o pão mas não quer dizer que não trabalhe. Inclusivamente, se se tratar de um chef dono de um restaurante, o patrão cozinhou o pão.
O que acho é que deve haver uma distribuição mais justa da riqueza.
"...filhos da puta de progressistas do caralho da revolução que vos foda a todos!..."
:) Oh Socialista,
Enquanto tu sonhas com o Marxismo (diga-se a verdade, até é bonito), há outros que sonham com um Marxismo IMPERIALISTA, e há outros que sonham com um Marxismo CAPITALISTA IMPERIALISTA, e há outros que parecem que sonham com o Marxismo, e parece que fazem alianças com o Marxismo quando estão a usá-lo em favor do seu FASCISMO CAPITALISTA IMPERIALISTA TOTALITÁRIO.
1 - Há comunidades étnicas? Há comunidades linguísticas? Há grupos humanos que dispõem de determinadas características folclóricas diferentes das dos restantes? Há. Isto é um dado objectivo. Mas isto é o mais importante na vida deles?
Sem sombra de dúvida alguma. É isso que define as suas identidades, à partida.
Tanto não é que abundam os exemplos - ainda hoje - de grupos desse tipo que vivem separados, e, por sobre separados, em guerra constante. O que se tira daqui?
Que as guerras são inerentes ao homem, seja porque motivo for. Mas, curiosamente, há muito mais guerras por questões étnicas e nacionais do que por motivos económicos. Aliás, as guerras em nome da ideia de classe, que tu tanto pregas, só aconteceram porque as elites esquerdistas conseguiram mobilizar os Povos com base nos nacionalismos. O exemplo máximo do Comunismo foi o da União Soviética, e mesmo assim o Comunismo só conseguiu pôr os Russos em movimento ao apelar a um ideal totalmente oposto ao Comunismo, que é o da Pátria, o da Mãe-Rússia. Foi ao ideal da Mãe Rússia que Estaline apelou para que o Povo Russo combatesse a invasão NS.
Ora, se num regime tão forte e totalitariamente comunista foi preciso pedir emprestado o ímpeto do Nacionalismo, é porque, de facto, a Nação vale muitíssimo mais para os Povos do que os ideais de classe. Até Estaline teve de recorrer à Pátria para defender o seu regime comunista.
Por conseguinte, continuas a falhar ridiculamente ao afirmar que a Nação é um «produto intelectual». Não, não é um «produto intelectual», porque não foi inventada por nenhum intelectual.
O Comunismo, isso sim, é um produto intelectual; a ideia do mundo unido contra as nações, isso também é um produto intelectual, ou mais concretamente uma aberração criada por intelectuais doentios profundamente divorciados da realidade e sobretudo divorciados dos Povos que queriam poder controlar e usar como plasticina para construírem a sua horrenda utopia.
Quanto às lutas internas de que falas, essas sim, são circunstanciais. E o exemplo que dás dos Judeus é um autêntico tiro no teu pé, sabendo-se, como se sabe, que os Judeus deram em regra geral um exemplo de povo excepcionalmente coeso, estando sempre prontos a unir-se, e a percorrer milhares de quilómetros até, para irem lutar pelos seus irmãos. Houve médicos, gente rica e de posição, em países como a África do Sul e não só que foram combater para Israel durante os anos sessenta e setenta. E só graças a este espírito é que os Judeus sobrevivem, como sobreviveram sempre, porque acima das quezílias internas, e dum ou outro caso excepcional de confronto aberto, estiveram sempre unha com carne em nome de si mesmos.
Insistes além disso no interesse burguês, o que, para além de ser errado devido ao motivo que apresentei, e ao qual nem respondeste, é também errado por um motivo ainda mais evidente - é que, hoje em dia, as hostes do multiculturalismo, da globalização, do universalismo, são em grande parte alimentadas e mesmo mobilizadas por uma certa classe burguesa.
É certo e sabido que o capital não tem pátria e a mentalidade cosmopolita militante tem no seio da burguesia os baluartes mais poderosos e dinamizadores.
O capital não tem pátria, de facto - é por isso que tanto os capitalistas como vocês são visceralmente párias, porque vivem pelo capital, cada qual pelo seu lado, um é o reverso da medalha do outro.
É essa profunda bastardia de espírito que te leva a dizer que «o grupo explorado tem de perceber qual é o seu inimigo fundamental», como se o essencial da existência pudesse algum dia ser determinado por relações sócio-económicas. Isso é, literalmente, conversa e pensamento de quem vendia a mãe por um par de botas e uma sandes de queijo.
E nem é só uma questão de ética. É, quanto mais não seja, pela mais elementar observação da realidade, até da realidade económica. Porque os países realmente bem sucedidos, com prosperidade e bem estar, não são aqueles em que se impôs como princípio obrigatório a treta da luta de classes, mas sim os que cresceram com base numa harmonia social com lugar para todos, trabalhadores e dirigentes. O Comunismo é um fiasco em toda a parte, ao passo que a Alemanha NS atingiu um sucesso económico e um bem-estar social ímpar; e, mais recentemente, pode dizer-se que nunca no mundo houve sociedades mais exemplares, em matéria social e económica, do que a Islândia e a Noruega. E aí não foi preciso qualquer revolução nem qualquer «revolta contra o inimigo fundamental».
No que toca à preeminência ser garantida pela posse dos meios de produção, não sei onde é que me leste a dizer que isso não influencia a direcção dos membros da sociedade, isso deve ser na tua cabeça. Mas há ainda outro factor mais importante - o campo das ideias em si, dos valores, da cultura, e é por isso que a Esquerda desde Gramsci aposta no controlo da educação e da vida cultural da sociedade. É por isso que hoje os princípios caros à Esquerda estão culturalmente impostos e os da Direita estão nalguns casos criminalizados, tal é o controlo totalitário que a intelectualidade de Esquerda adquiriu.
Ainda assim, essa elite não conseguiu ainda o que queria, que era domesticar o Povo, adulterá-lo o suficiente até que os ideais esquerdistas passassem a ser defendidos tão naturalmente como os da Estirpe. Efectivamente, a massa popular continua a borrifar-se, no fundo, para o vosso ideal fraternalista e anti-fronteiras, a massa popular continua, saudavelmente, a preferir os seus, a sua gente, e é por isso que vocês têm tanto medo dos partidos nacionalistas, é precisamente porque percebem que o homem comum, o homem «sem consciência de classe», ou seja, o homem que ainda não foi mutilado e cerebralmente lavadinho por vocês, é porque percebem, dizia, que esse homem entende e aceita mais facilmente o ideal da Estirpe, de proteger os seus (familiares, amigos, nacionais, raciais) do que o ideal do amor universal como mandamento obrigatório, que é o vocês sempre quiseram impingir, ou não fossem vocês, moralmente falando, um produto bastardo da Cristandade.
Apontas depois o facto de que os burgueses também se constituíram numa sociedade transnacional, como o clero e a nobreza. E é verdade. Mas isso sucedeu mais tarde; e o que é mais engraçado é que apontes esse facto sem sequer perceberes como isso mesmo deita completamente por terra essa ideia de que o Nacionalismo convém aos burgueses, aspecto que já foquei acima.
Acresce que, nos dias de hoje, os apoiantes do Nacionalismo, conquanto sejam mais diversificados em termos de classe social do que os de qualquer outra ideologia (e isto assusta-vos profundamente, e está aliás na base do vosso falhanço perante o Nacionalismo), têm, sem embargo, um grande contingente oriundo das classes baixas, proletárias e de classe média-baixa. É em grande parte parte devido aos votos dos europeus de classe média baixa e proletária que o Nacionalismo cresce a olhos vistos em toda a Europa, o que, note-se, constitui a mais absoluta derrota do vosso modo de ver, o que quer promover o ódio inter-classista e a mentalidade apátrida e até traidora junto do proletariado.
Afirmas entretanto que «todo e qualquer classe social que busque obter o poder sobre a sociedade a que pertence tem por força de se aliar aos que, noutras, estejam em situação similar, constituindo-se em grupo transnacional.»
Ora é por isso mesmo que essa consciência fabricada constitui um perigo para as nações, mas um perigo em grande parte fabricado por vocês e pelos capitalistas, dos quais vocês não passam de cópias inversas.
Porque quando a Nação é forte, quando as pessoas estão devidamente orientadas pelo seu dever nacional, os ideais de «classe» permanecem no seu devido lugar, que é dentro da Nação e a ela subalternizados. São as Nações assim que sobrevivem ao tempo, do qual os Judeus têm sido um excelente exemplo, tal como por exemplo os Parsis.
Agora, a respeito das classes desenvolvidas, continuas a não perceber patavina do quadro maior. Efectivamente, é mesmo verdade que as sociedades romana, egípcia, grega, suméria, eram realmente muito desenvolvidas, particularmente a primeira, tendo atingido uma complexidade que a faz comparar-se à nossa nesse aspecto. Mas a História não se resume a isso - Celtas, Germanos, Baltas, Eslavos, Índios, Trácios, Berberes, etc., também são Povos, e Povos tradicionais, em certos casos mais próximos das suas origens, daquilo que o homem sempre foi e, essencialmente, sempre será.
Agora, o mais vital - a diferença entre o Nacionalismo e o Socialismo não é essa que dizes, mas sim a de que no Nacionalismo, a mãe só é obrigada a dar um pedaço de pão, ou uma padaria, ou uma mega-empresa de panificação ao filho, não tendo qualquer dever moral para com um milhão de alienígenas a morrer à fome, ao passo que para o Socialismo a mãe está proibida de dar ao seu filho um pedaço de pão se não o dividir em partes iguais com quantos milhões de esfomeados existirem no mundo inteiro. É por isso que o pessoal da vossa hoste tanto cagaçal faz por essa Europa fora quando as fronteiras se estreitam e se fecham, porque, devido à profunda degradação em que a vossa ideologia consiste, acham mesmo, com toda a sinceridade que a completa amoralidade confere, que os Europeus têm mesmo o dever de abrir as portas a toda a gente, e que os alienígenas têm mesmo o direito de entrar pela Europa adentro como se o mundo não pudesse ter fronteiras.
É por isso que o Nacionalismo é realmente libertador no mundo contemporâneo, porque liberta o homem (europeu) da Inquisição do Universalismo Moralmente Obrigatório com que vocês quiseram sempre castrar o ocidental e permite, ao homem, amar somente os seus, e cuidar somente dos seus, sem por isso se sentir culpado ou «opressor».
"Tendo, para isso, de se aliar às outras mães de todo o mundo, com o objectivo de detonar o sistema de produção que lhe impede o acesso à posse da padaria."
Uma padaria gerida por um carpinteiro nunca vai ter a mesma produtividade do que se for gerida por um padeira, e é aqui que se explica quanto a mim a luta de classes. Ao contrário do Caturo acredito que a luta de classes só existe em sociedades em que o povo tem fraca instrução. Vem da dificuldade que a massa tem para reconhecer as capacidades dos outros. Ora só uma pessoa pouco instruida acredita verdadeiramente que qualquer um consegue fazer qualquer trabalho mesmo que não tenha experiência para isso. Muito para isso contribui o desaparecimento da nobreza que era de uma forma romântica o estandarte dos valores e dos padrões morais que a sociedade deveria ter. Como é que se podem ter heróis, quando se pensa que ninguém tem nobreza suficiente para ascender a essa posição. A verdade é que as pessoas são diferentes. Umas pensam apenas em encher a barriga e acumular mais e mais ouro, outras consomem-se em lutas por causas perdidas, por coisas em que já ninguém acredita. Se o socialismo/cristianismo actual podesse ascender ao poder, o que faria? Acabava com os exércitos, porque a guerra é uma coisa má, e a nossa civilização desaparecia. Não vejo melhor prova de que a maior parte das pessoas não está preparada para ter o poder, e como tal esse socialismo só pode ser o resultado dessa falta de preparação.
Há uma certa «experimentação» que estão fartinhos, fartinhos de saber que não funciona no entanto vão avante com ela. O que é que será que têm em mente?!
Ao primeiro anónimo: se o «chef» trabalhou, que receba proporcionalmente ao trabalho que fez. Não receba mais do que os outros só porque «é patrão», categoria ficcional e ideologicamente construída.
Ao segundo anónimo não respondo. Insultos não merecem resposta.
«Ao segundo anónimo não respondo. Insultos não merecem resposta.»
Concordo.
Ao Caturo:
1 - Começas mal ao considerar Estaline como exemplo de qualquer coisa similar a um comunista, logo tu que, abaixo, citas Gramsci. Gramsci foi um dos primeiros grandes detractores do estalinismo - o que lhe valeu ter sido forçado a abandonar o secretariado geral do Partido Comunista Italiano, cedendo-o a Bordiga -, em tendo percebido, como Trotsky alguns anos depois, que Estaline não estava a proceder à distribuição dos meios de produção pela força de trabalho nem (o que é capital) a entregar o poder político aos sovietes, como seria inerente a qualquer sociedade socialista. Assim, e por inerência, quando dizes que Estaline teve de recorrer à Mãe Rússia para mobilizar o proletariado contra a Alemanha, estás meramente a enunciar os resultados de 18 anos de Governo burocratizado, de «revolução traída» citando o título de uma famosa obra trotskista. Não te referes sob hipótese alguma a um socialista e a uma sociedade socialista.
Não falas, porém, do modo como Lenine pôde conduzir o proletariado em lutas contra as forças estrangeiras que apoiaram o exército branco ao tempo da Guerra Civil Russa. Com elas invadiu e conquistou quase toda a Polónia, e isto sem nunca ter tido necessidade de dizer aos proletários que eles vinham arrasar a Mãe Rússia e urgia protegê-la. Disse-lhes a verdade: que a sua intenção era destruir a Revolução, e era preciso que eles a protegessem. Assim fizeram.
2 - Se reconheces que a existência de nações não é causa suficiente para impedir a divisão entre os membros dessas nações, e até mesmo a guerra entre esses membros, então estás a contrariar o próprio princípio fundamental da doutrina que afirmas defender: não é dito por vós que em existindo um espírito do povo que enforma a identidade nacional, a língua a etnia e o folclore, isso irmana os homens e os encaminha invisivelmente para um destino comum? Pois então como é possível que o espírito não intervenha na hora em que um espartano erguia a lança contra um homem de Tebas? Onde estava o espírito quando houve a guerra da Coreia? Onde o espírito em 1832, quando os portugueses absolutistas andaram alegremente a cortar a garganta dos portugueses liberais? Que diabo, o espírito sempre é o espírito, sempre é aquilo que enforma o que somos e o modo como agimos, certo? E é assim tão incapaz de prevenir uma guerra fratricida? E falha tão clamorosamente numa altura fulcral, quando homens se preparam para arrasar os membros da sua família alargada? Que espírito é este? Um espírito indolente? Um espírito que tem dias???
Por favor, Caturo. Existem evidentemente grupos humanos homogéneos na etnia na língua e na cultura. Mas que isso não tem importância alguma para a sua vida, e que só serve para lhes prover unidade conjunturalmente e quando é do interesse de alguém, é evidência histórica. Como foi aquando das lutas para manter o Estado de Israel a salvo da investida dos potentados ligados à conferência dos não-alinhados nas cronologias que referes. Em épocas anteriores, como já aqui provei sem direito a resposta, são conhecidas situações de guerra aberta entre judeus. Poderás dizer que são pontuais: mas a existência de um espírito do povo que irmane todos os homens teria de redundar na inexistência sequer de lutas pontuais. Em não sendo assim, vemos que a unidade é conjuntural e assente no interesse do grupo humano, podendo dissolver-se quando não interessa.
3 - Partes de seguida para um insulto idiota, dizendo que eu trocava a minha mãe por um par de botas, fazendo de seguida o apólogo do reformismo e e negando que a vida humana se cinja a relações sócio-económicas. Ponto a ponto, dir-te-ei que não trocava a minha mãe por um par de botas, mas lutava com ela para que tivéssemos roupa e calçado, para nós e para todos; dir-te-ei que quem enche a boca para falar de ética e de justiça e depois não consegue ver um erro total na existência de exploradores e explorados, comete um erro grave; e, em terceiro lugar, que se a vida humana não se cinge a relações de produção e a relações sociais, então me dirás o que mais há. Desconheço.
4 - Confundes com excessiva frequência, de um modo bastante grosseiro para quem se arroga atacar os meus raciocínios, o socialismo e o pensamento radical pequeno-burguês. Só os radicais pequeno-burgueses consideram ser necessário atender primeiro aos outros e depois aos próprios filhos. Um socialista a sério - o próprio Gramsci que tu citas - sabe que evidentemente um proletário vai querer auxiliar primeiro a sua família e depois os outros. Mas (e é aqui que reside a diferença essencial) ele terá de perceber que só o pode fazer com verdadeira eficiência se se aliar à sua classe e derrubar o modo de produção que lhe impede o acesso ao resultado integral daquilo que produz. Se o derrubar à escala mundial, bem entendido.
5 - Que fales depois de Gramsci e não entendas como não há qualquer contradição em dizer que a burguesia promove o nacionalismo e contudo se constitui em classe transnacional é no mínimo caricato. A burguesia instila a mentalidade nacionalista, através do exercício da hegemonia (promovendo campeonatos desportivos que opõem nações, fazendo campanhas tipo «o que é nacional é bom», etc.), e contudo negoceia e trata da sua vida à escala transnacional. É sabido que as coisas são assim. Em Portugal serão relativamente diferentes porque a burguesia, já dizia o Vasco Pulido Valente, não gosta de Portugal, por considerar historicamente que o que é português é o catolicismo e os reis caquéticos, dois inimigos fundacionais do seu domínio de classe.
6 De seguida teces o mais flagrante apólogo da ideologia burguesa (ideologia no sentido marxista, atenção) que se pode imaginar: «Porque quando a Nação é forte, quando as pessoas estão devidamente orientadas pelo seu dever nacional, os ideais de «classe» permanecem no seu devido lugar, que é dentro da Nação e a ela subalternizados.»
Ora, o que quer isto dizer? Que para ti, a bem da Nação, o proletário não deve buscar a destruição de um sistema de produção essencialmente injusto, mas contentar-se em comer mais um bocado. Não é correcto: quem não trabalha não come, e quem trabalha recebe proporcionalmente ao que produz. Sistema de produção em que não se façam assim as coisas, em que o poder sobre os meios de produção se concentre nas mãos de uma pessoa a troco de nada mais que alienação, que ficção social, é injusto desde a essência e por isso condenável.
Para ti, isso é aceitável desde que as classes baixas se mantenham coesas na sua defesa da nação. Devem sofrer este aviltamento, desde que, com isso, não se aliem aos estrangeiros, aos pretos e aos chineses, na volta aos próprios árabes, fazendo perigar a sacramental brancura portuguesa. Antes escravo, mas branco. São, como já disse, pontos de vista.
Ao Silvério: evidentemente, uma padaria gerida por operários da panificação será levada a um sucesso maior do que uma em que os gestores sejam carpinteiros. A experiência, a prática, é evidentemente tida em conta em qualquer sociedade socialista.
O que tu pretendes é uma espécie de culto do burguês e uma aceitação da sua dominação natural assente na superioridade do seu mérito. Ora, isto é por um lado a mistificação completa do que foi a ascensão burguesa, muito menos ligada ao mérito do que às oscilações da História, e, por outro, é a contorção do real com vista a encaixá-lo num mundo onde a classe possidente se mantenha no poder. A verdade é que no mundo em que vivemos há um sistema de produção que entrega a uns o que é de outros, e isso é errado à partida.
Ao último anónimo: a dita «experimentação» foi apenas existente até à ascensão de Estaline. A partir daí o socialismo foi traído e posto ao serviço da nomenclatura do PCUS. Portanto, quando muito, houve 3 anos de experimentação, entre o fim da guerra civil russa e a morte de Lenine (1921-24). Tudo o resto não é socialismo senão no nome.
Ao contrário do Caturo acredito que a luta de classes só existe em sociedades em que o povo tem fraca instrução.
Atenção que eu não disse isso. Eu falei em desenvolvimento social, não em instrução. Falei em sociedades grandes, complexas, não no nível educacional das massas que as integram, que até pode ser o do mais puro analfabetismo.
«Ao último anónimo: a dita «experimentação» foi apenas existente até à ascensão de Estaline.»
Não foi a essa experimentação a que me referi. Desculpa, não vou mencioná-la mais claramente porque é politicamente incorrecto.
«Em Portugal serão relativamente diferentes porque a burguesia, já dizia o Vasco Pulido Valente, não gosta de Portugal, por considerar historicamente que o que é português é o catolicismo e os reis caquéticos, dois inimigos fundacionais do seu domínio de classe.»
Não. Portugal não é só isso.
«Que a ideia de nação é um produto intelectual como outra qualquer, utilizado quando e onde interesse a quem exerce a hegemonia.»
Não concordo.
«Por favor, Caturo. Existem evidentemente grupos humanos homogéneos na etnia na língua e na cultura. Mas que isso não tem importância alguma para a sua vida, e que só serve para lhes prover unidade»
Tem muita importância. Talvez não pareça ter importância para quem frequenta salas de Diplomacia e instâncias de férias.
«Se reconheces que a existência de nações não é causa suficiente para impedir a divisão entre os membros dessas nações, e até mesmo a guerra entre esses membros, então estás a contrariar o próprio princípio fundamental da doutrina que afirmas defender: não é dito por vós que em existindo um espírito do povo que enforma a identidade nacional, a língua a etnia e o folclore, isso irmana os homens e os encaminha invisivelmente para um destino comum?»
Se o mundo fôr todo «Marxizado» continuarão a haver conflitos.
«O que é Nacional é bom»
Emprego, pão na mesa. E não só.
«Devem sofrer este aviltamento, desde que, com isso, não se aliem aos estrangeiros, aos pretos e aos chineses, na volta aos próprios árabes, fazendo perigar a sacramental brancura portuguesa. Antes escravo, mas branco. São, como já disse, pontos de vista.»
Tens consciência do que significa uma certa aliança?
Que tu não queiras entrar em linha de conta com o Estaline, porque os crimes do sujeito se tornaram conhecidos, é uma coisa; que ele todavia não possa ser usado como exemplo, é outra, bem diferente, e neste caso não tens hipótese de argumentar. Porque, objectivamente, Estaline é um dos maiores nomes do Socialismo a nível histórico e mundial. E a verdade é que, quando precisou que o Povo se mobilizasse a sério, e isto já uns anitos depois de Lenine e outros terem feito a revolução, note-se, Estaline, em vez de apelar ao ideal comunista, apelou ao patriótico. Isto não tem nada a ver com a qualidade de Estaline como socialista, tem, isso sim, a ver com a possibilidade de mobilizar o Povo. Por mais desviado que Estaline pudesse estar da doutrina socialista, o que é certo e sabido é que qualquer político, por mais falso e corrupto que possa ser, tem sempre a possibilidade de apelar à união em nome dum determinado ideal, mesmo que nele não acredite. E efectivamente tudo indica que as elites socialistas, que se formaram com o Socialismo e massacraram em nome do Socialismo, como foi o caso de Estaline e doutros, acreditam certamente mais no Socialismo do que no Nacionalismo.
Todavia, sabem que, para as massas, a sua identidade nacional conta mais do que essa treta da «união dos Povos na luta de classes». Por isso, quando se viram apertados, apelaram, não a esse ideal que pregas, mas sim ao da Pátria, o que bem demonstra, inequivocamente, que estavas redondamente enganado ao dizer que a identidade não conta para os Povos.
Não falas, porém, do modo como Lenine pôde conduzir o proletariado em lutas contra as forças estrangeiras que apoiaram o exército branco ao tempo da Guerra Civil Russa
Mais me ajudas - se as forças estrangeiras apoiavam o exército conservador, foi fácil confundir conservadores com traidores à Pátria, auxiliados pelas forças do capitalismo estrangeiro e assim apelar à resistência da plebe, ou seja, do Povo, contra os invasores.
Quanto à questão da Polónia em si, tem imensa piada que a refiras - porque, ao contrário do que Lenine esperava, o proletariado polaco não se uniu às forças soviéticas e a invasão soviética falhou. É de notar que os Russos tinham um poderio militar aparentemente muito superior, e nada fazia prever a vitória polaca, mas mesmo assim, deu-se aquilo a que se começou a chamar milagre do Vístula, ou seja, a derrota da poderosa hoste soviértica. E foi precisamente por causa deste estrepitoso falhanço que, mais tarde, a elite bolchevique percebeu que, se queria mesmo pôr o Povo a lutar como deve ser, não ia lá com conversetas proletárias, tinha mesmo de recorrer ao Patriotismo.
Seguidamente, cais no primarismo de dizer que se há guerras civis, é porque a Nação não é tão importante como eu digo que é. Ora isso não constitui argumento, pois que em muitas famílias há dissensões, ódios particulares, por vezes acirrados, e todavia as famílias não deixam de ser famílias por causa disso. Aliás, por essa ordem de ideias, deves lembrar-te que os ódios, e mesmo os confrontos entre comunistas, nomeadamente logo no início da época da revolução de Outubro.
O que eu disse, entretanto, foi que o conflito era inerente ao homem. Significa isto que, por um motivo ou por outro, haverá sempre conflitos, em toda a parte. Acresce que o homem, por não ser perfeito, mas quando muito perfectível, nunca corresponde por completo a nenhum ideal e acaba sempre por ter falhas.
É em parte por não perceberem esta realidade humana, natural, que os comunistas, os socialistas, os cristãos, e outros utópicos anti-naturais, acabam sempre por ver os seus ideais a falharem, a serem «traídos», porque pensavam que podiam agir como Procusta, que podiam alterar a natureza humana (objectivo tipicamente totalitário), mas nunca o conseguiram fazer. Os cristãos, perante o falhanço, dizem que o homem é «mau» (como não é perfeito, passa a ser «mau», é este o ponto de vista infantilizante do Cristianismo), ao passo que os comunistas dizem que «a revolução falhou porque x ou y era um gajo malandro e deitou tudo a perder, às tantas aquilo já não era comunismo a sério». Ora o Comunismo falha redondamente em toda a parte, em todo o mundo origina miséria, mas, quando confrontados com os casos concretos de miséria comunista, os comunistas mais convictos respondem que «ah, isso não é comunismo a sério, o comunismo a sério é o de Marx e o meu»...
O que interessa pois é observar, não as excepções e as anomalias, mas sim a regra. E, no que à regra diz respeito, a verdade é que a união familiar à escala da tribo maior, ou seja, o sentido de Nação, foi sempre o grande cimento dos povos e das civilizações - até na Rússia, e mesmo na China, o que, em si, constitui a mais intrínseca derrota do Comunismo que imaginar se possa. O Nacionalismo, não só derrota o Comunismo em conflitos internacionais, não só o derrota nas urnas, como ainda por cima vai à própria pátria do Comunismo na terra e, em terra do Comunismo, com o Comunismo a «jogar em casa», mesmo aí o Nacionalismo triunfa.
Isto mostra claramente que o que sempre irmanou mais solidamente os homens foi realmente um espírito do povo que enforma a identidade nacional, a língua a etnia e o folclore, porque isso é natural, é inerente ao homem, ao contrário da aberração que vocês quiseram impor e que falhou em toda a linha, mesmo quando vocês tinham todos os meios e mais alguns para o impor, como foi disso exemplo o caso soviético, sabendo-se que o Império de Moscovo foi o maior de todos os tempos, em termos territoriais, e durante muitos anos rivalizou de igual com o Americano.
Para cúmulo da derrota do que dizes, o próprio Lenin só triunfou na revolução bolchevique porque apelou às nacionalidades oprimidas pelo czar.
Retornas depois à questão das guerras entre Gregos. Esqueces-te, mais uma vez, que é diferente uma guerra entre Gregos e uma guerra entre Gregos e estrangeiros - porque quando foi necessário enfrentar invasores, os Gregos uniram-se mais vezes e com mais efeito do que em qualquer outra situação.
O caso dos Judeus é igualmente notório. Aí, continuas a querer esconder o Sol com uma peneira, como se as guerras entre judeus fossem mais importantes do que as guerras entre Judeus e estrangeiros - e o mais descarado é que dizes que aí «não tiveste direito a resposta», quando na verdade foi precisamente o contrário que se passou, eu respondi-te e deitei por terra a tua argumentação, e aí sim, não houve direito a resposta. Limitas-te agora a repetir o que disseste, mas sem que possas, em momento algum, contestar que a união entre os Judeus é um colosso histórico de milhares de anos, que rendeu e rende aos Judeus o seu grande poder actual em todo o mundo ocidental, e a vitória militar de Israel contra os muçulmanos circundantes.
No que toca à parte em que te sentes insultado, o que fiz foi simplesmente continuar a tua própria linha de raciocínio - porque quem acredite realmente que os laços de classe são mais importantes e determinantes do que os de sangue, segue-se, sem qualquer escapatória possível, que seria capaz de vender a própria mãe em nome do bem estar material, ou de contra ela se voltar por motivos de luta de classe, como aliás aconteceu na União Soviética, em que o Estado comunista incitava os filhos contra os pais, incitava à vigilância desconfiada dentro das famílias, tendo sempre em vista a subalternização dos laços de sangue em nome do ideal revolucionário comunista.
E se dizes que não trocavas a tua mãe por um par de botas, nem, presumo, por uma riqueza colossal, então é porque afinal o sócio-económico não cinge a vida humana. Ou uma coisa ou outra, não podes ter as duas. E se queres saber o que mais há além das relações de produção, toma nota: os laços de estirpe, a orientação para o divino e a honra, estando estas três coisas frequentemente ligadas.
Atiras-me depois com essa dos exploradores e dos explorados, quando em momento algum disse eu que os explorados não se deviam rebelar, aliás, uma das coisas que sempre caracterizou os Povos do Ocidente foi a maior tendência dos ocidentais para a não submissão a poderes tirânicos, daí que os Gregos, os Romanos, os Celtas, os Germanos, vivessem, desde cedo, em sociedades nas quais havia algum respeito pelo homem e pelas suas liberdades (e até uma forma de comunismo primitivo entre os Suevos, por exemplo, e entre certos povos da Ibéria céltica), contrastando nisso com os povos orientais, sempre esmagados por reis impiedosos, sendo por isso soberanos de escravos, como diziam os Gregos dos Persas.
Por conseguinte, esse insulto que esse sim é um insulto idiota, comigo não pega.
A respeito do que os «verdadeiros» socialistas querem, que é resolver os problemas de toda a classe a nível mundial, também aí falhas redondamente ao perceber que isso de facto não pega, porque a proximidade do indivíduo para com os outros indivíduos da sua nação é à partida maior do que a proximidade desse indivíduo para com outros indivíduos estrangeiros cujo único traço em comum seja a situação sócio-económica. Pois se mesmo entre o proletariado nacional não há nunca essa unidade toda, quanto mais com proletariado estrangeiro. Aliás, o próprio Gramsci percebeu isso, por esse motivo é que a dada altura passou a dizer que a revolução comunista que pretendia não se faria pelo proletariado (ou seja, percebeu que a lavagem cerebral ao Povo não pegava) mas sim pela elite cultural (que essa sim, está imersa na lavagem cerebral desde há muito).
Seguidamente, atinges as raias do ridículo e do desespero ao imaginar que a burguesia é uma espécie de manipulador consciente dos Nacionalismos, coisa que só poderia efectivar-se se houvesse para aí alguma reunião frequente com os burgueses todos numa catacumba a projectar o que fariam no próximo mês.
Ora não é a burguesia que incita ao Nacionalismo, mas todo o Povo, em massa, e o sentido de Nação é até mais forte nas camadas mais baixas do que nas burguesas, e sempre o foi. Logo aí a tua arenga cai clamorosamente por terra.
Assim, a única coisa que é realmente objectiva e factual é que a alta burguesia controla as grandes multinacionais e promove o cosmopolitismo. E porquê? Porque é da mesma água que vocês, só que do lado contrário. É, como vocês, desprovida da ética tradicional, do apego natural e humano à sua Estirpe, e nada disso é novo, o dinheiro sempre produziu traidores.
Assim, o que dizes da burguesia continua evidentemente a ser claramente contraditório, e só com recurso à teoria da conspiração consegues evitá-lo.
Quanto à tua conversa de que eu estou a defender injustiças, cais novamente em erro grosseiro, o que muito tem a ver com o facto de nem sequer teres comentado o caso nórdico, em que não houve qualquer revolução.
Porque, num país saudável, basta que as massas proletárias se unam só o suficiente para abalarem o poder instituído, não precisam, em caso algum, de pisar o risco da traição para deitarem as fronteiras abaixo.
E sim, mal por mal, antes branco e escravo do que mulato e proletário. Porque o branco escravo pode deixar de ser escravo, o proletário mulato é que nunca pode deixar de ser mulato.
1 - Lamento, mas Estaline não é um socialista. O socialismo consiste em entregar os meios de produção ao proletariado, bem como o poder político aos sovietes de campneses, operários, soldados e marinheiros. Estaline não o fez: manteve a economia centralizada e planificada pelo politburo, e entregou o poder à nomeclatura do partido. Quem assim procede, construindo um Estado patrão e burocratizando a gestão da coisa pública não é um socialista: rompe com todos os preceitos marxistas e marxistas-leninistas. Trotsky e Gramsci viram-no cedo, e denunciaram-no em vários lugares. É no seu socialismo que me revejo.
2 - A questão da batalha de Varsóvia é analisada com leviandade total no teu comentário. Não se tratou de uma vitória polaca, mas sim de uma avançada aventureira de um dos exércitos soviéticos antes do tempo. Nessa altura os polacos, profusamente instigados contra o comunismo pela Igreja Católica (como creio que sabes o exército polaco ouvia, 24 horas sobre 24, uma recitação do Livro do Génesis através do rádio) auxiliados por nada menos que a força conjunta das armas inglesas, austro-húngaras, e vestígios do exército branco, puderam causar uma derrota aos bolcheviques, arruinar o efeito surpresa de uma avançada forte sobre Varsóvia, e impedir a vitória do exército vermelho. Nome do comandante que guiou a revolução a esta derrota: Josef Estaline. Nome do autor que o refere: Curzio Malaparte. Um refinado comunista, bem o sabemos...
3 - A análise que fazes do pensamento gramsciano é também ela sumária, truncada, e sem sentido. Gramsci nunca disse que seria um outro grupo que não o proletariado a fazer a revolução: isso, para qualquer marxista, chama-se blanquismo e é uma grave afirmação. O que Gramsci propugnou por toda a vida, sendo inclusivamente preso por isso, foi que os intelectuais orgânicos do proletariado, isto é, aqueles que como ele tinham saído do povo e se tinham instruído o suficiente para perceberem a dinâmica da exploração do homem pelo homem, deveriam constituir uma contra-hegemonia, ou seja, um corpo de valores contrários aos que a burguesia instilava a partir da cultura e que lhe permitiam sustentar-se no poder. Para tanto deveriam criar, eles próprios, um movimento cultural que fomentasse junto do proletário os valores que o fariam lutar pela sua libertação. Foi isso que Gramsci fez com o jornal que criou, o «Il Ordine Nuovo», bem como com as escolas que co-fundou nas fábricas da Fiat, em Turim. Nunca por nunca ser disse que os intelectuais deviam tomar sobre os ombros, sozinhos, a tarefa revolucionária, mas que deviam, como compete à vanguarda, mobilizar as massas para a revolução, demolindo a parede da hegemonia burguesa, do tal «senso comum» inerente a haver patrões, a haver concentração de capitais, a haver leis de protecção da propriedade, e tudo aquilo que enforma a sociedade capitalista.
3 - Não trocava a minha mãe por umas botas porque gosto dela. Fá-lo-ia com qualquer pessoa nas mesmas circunstâncias. Gostar de alguém uma relação social como outra qualquer: não lhe preside nenhum espírito nem nenhuma força exótica.
No caso das famílias, como se trata de um laço social desenvolvido por pessoas com elos biológicos que vivem juntas num mesmo domicílio, há amor e há uma ligação de sangue que não se pode quebrar. A natureza existe, e a sociedade não põe pr'aí prego nem estopa: x é filho de y desde que nasce até que morre. E pode bem nunca falar com os pais, se por um motivo qualquer não gosta deles. É perfeitamente aceitável. Não há um espírito que o obriga sempre a regressar à casa dos pais e a dar-se bem com eles: desenvolve laços de afectividade, socialmente, que podem ser quebrados por uma razão qualquer. Disporá sempre de laços de sangue, é um facto, mas que podem não significar nada em existindo uma zanga. Se houvesse um espírito da família Azevedo, todos os Azevedos eram movidos por esse espírito para o bom entendimento uns com os outros. E isso não se verifica: quando um Azevedo gosta de outro, dá-se bem com ele. Quando não gosta, não gosta.
Quanto às comunidades homogéneas étnica e linguisticamente, que de facto existem, de duas uma: ou são unidas espiritualmente e não podem, a menos que o espírito só trabalhe quando quer, desentender-se e separar-se. Não há terceira via aqui. Se a comunidade dos gregos pode separar-se, então não preside um espírito à sua unidade mas uma conveniência histórica. Sendo o mesmo válido para qualquer outro povo. E se assim é, então não há nações, há grupos humanos homogéneos que se unem quando é do interesse comum.
4 - É evidente que já me referi ao caso escandinavo. Quando escrevi que «a existência de salariato e de apropriação da mais-valia pela entidade patronal é exploração - trata-se de um homem a viver do que outro homem produziu. É errado, e não deve ser assim.» estou a falar de todas as sociedades humanas onde tal sucede, o que inclui a Escandinávia.
5 - Achar que a manipulação do nacionalismo é ridícula só pode partir de quem nunca pensou por dois minutos no que leva à existência de competições desportivas entre nações ciclicamente, e no que faz com que tanto dinheiro seja dispensado nelas. Provavelmente achas que é o espírito do povo que impele as pessoas para isso, e que a Ford ou a Coca-Cola só aparecem lá a patrocinar porque apoiam devotadamente o desporto. De facto, é assim que as coisas se processam, e tem sido sempre assim desde há 200 anos. Vê o caso italiano, o caso grego, o caso alemão, belga, húngaro.
É evidente que o sentir nacionalista é mais comum nas classes populares, porque é nesse sentido que a propaganda burguesa vai. O povo é que tem de gostar do país, de vibrar com a selecção, de bater palmas quando há paradas militares, de comprar batatas dos Açores porque o que é nacional é bom. A estratégia tem sido essa em toda a Europa, e a burguesia dos vários países tem sabido copiar as estratégias dos países mais adiantados no processo de fundamentação do capitalismo. Deves achar que é casual que os políticos de toda a Europa façam tantas vezes referência às «boas práticas dos nossos vizinhos x». Andam atentos, copiam tudo o que lhes interessa, e criam o que lhes importa para se manterem à tona. Enquanto isso vão-se mantendo, oligarquicamente, à frente do poder, fazendo crer que dar um salário maior matiza a apropriação da parte leonina do que se produz.
6 - Escusas de dizer que eu te estou a insultar quando digo que fazes o trabalho da burguesia quando fomentas o nacionalismo. Podes nem o fazer conscientemente: mas de facto estás a aprofundar a hegemonia burguesa e a impedir a revolução do trabalho contra o capital. Dizendo que só te interessa um escravo branco e nunca um homem livre mulato aquilo que afirmas é que estarias disposto a obstar a uma revolução à escala mundial contra uma magna injustiça, contanto com isso preservasses o teu país. E provavelmente até és capaz de dizer que fazes isso com a melhor das intenções. Mas erras: assim impedes a mudança essencial para o bem do Homem. Assim impedes a total libertação da Humanidade. Assim perpetuas uma sociedade injusta em nome de um totem qualquer chamado estirpe. Dizes que um escravo branco se pode libertar - não, não pode, não enquanto houver modo de produção capitalista. Até aí ele vai continuar subjugado pela classe possidente que come o que ele produz. Isso não é ser livre, é ser dominado e parasitado. Um homem integral não vive decentemente nessas circunstâncias. Agora, se achas mais importante salvaguardar o teu quintal do que permitir a edificação de um Mundo melhor, é problema teu.
Ao primeiro anónimo: creio que podes dizê-lo aqui. Não tenhas medo de ser politicamente incorrecto.
Ao segundo anónimo: historicamente, diz Vasco Pulido Valente, é isso que a burguesia julga ser o país.
Ao terceiro anónimo:
Remeto-te para o ponto 3 do meu mais recente comentário às declarações do Caturo.
Ao quarto anónimo: uma sociedade socialista é certamente uma sociedade mais justa do que a presente.
Ao quinto anónimo: ter emprego e pão na mesa é coisa que até os negros de Nova Orleães tinham, que os patrões também os alimentavam. Até as bestas de carga e os porcos de engorda são convenientemente alimentados por quem manda neles. O que se passa é que para além de comer e trabalhar é importante ser senhor daquilo que se produz. E só o socialismo o permite.
Ao último anónimo: qualquer aliança que me permita arrasar com a maior injustiça da minha sociedade é uma boa aliança.
Mais uma vez, tu é que não consideras que o Estaline não é um socialista. Não é o que o próprio Estaline dizia, nem o que a União Soviética dizia, e ainda hoje não o diz. Aliás, o próprio PCP sempre se disse estalinista. Porque Estaline era realmente um socialista, um socialista de Estado. O politburo era considerado como parte do Povo. E Estaline deu seguimento ao plano soviético:
1 - desenvolveu uma economia independente baseada no mercado interno e na união da indústria com a economia dos camponeses;
2 - conduziu a economia de maneira planificada, levando em conta as necessidades existentes.
No caso do milagre de Varsóvia, não fui eu que lhe chamei «milagre», como bem sabes... e que estejas agora a discutir uma questão de táctica, é irrelevante. Também podes dizer que se a tua bisavó não tivesse morrido, ainda era viva. E uma guerra não se define só por causa duma aventura, se houver uma estrutura forte por trás a mantê-la. Ora, ao contrário do que disseste, a derrota soviética na Polónia foi um facto. E, pelo que dizes, afinal o apelo a outros ideais não materialistas acabou por ter mais peso, mesmo sabendo-se do poderio militar soviético.
No que a Gramsci diz respeito, o que é certo é que ele desviou a tónica do proletariado para a camada intelectual. Ao contrário do que toda a hoste comunista pregava desde Marx, não confiava nas massas operárias para fazerem a revolução. Apostaria doravante, não nas massas operárias, mas sim nas elites culturais que conduzissem essas massas operárias.
Quanto à tua mãe, se não a trocavas por umas botas, nem por uma fortuna, suponho, então logo aí já tens, de maneira directa e tão primária quanto precisares, uma demonstração de que os laços de sangue, ou até o respeito pelo ser humano, pesam mais do que o factor económico. E não adianta vires dizer que gostar de alguém é uma relação social, porque seguramente que não é uma relação social motivada pelo factor económico. Ultrapassa-o completamente e até o combate, se necessário for. Por essa razão, sempre as forças de Esquerda quiseram destruir a família, pois que, sendo que o totalitarismo lhes está na raiz do pensar, buscam continuamente acabar com tudo o que se possa opôr ao seu plano de domesticação absoluta do homem, sempre sem resultado.
Que não vejas nenhum espírito ou força exótica nisso, é problema teu. Mas do que não há dúvida é que pesa seguramente muito mais do que a dinâmica sócio-económica que endeusas de maneira «monoteísta».
Que a amizade ou a afeição possam ser quebradas por motivos diversos, não implica que os laços de sangue em si deixem de ter valor. E tanto assim é que o homicídio da mãe ou do pai é considerado mais grave do que o assassínio de um estranho ou de um não familiar.
Acresce que as relações pessoais se restauram com muito mais facilidade se houver ligação do que sangue do que em caso de ausência do mesmo. Irmãos e primos desavindos, vêem-se não raramente a reatar o contacto entre si em diversas circunstâncias, como se houvesse entre eles algo mais do que aquilo que pode unir dois grandes amigos. Porque, dum modo ou doutro, por mais canalha que se considere ser um irmão, o homem normal dirá, ou pensará sempre «... é isso, mas é meu irmão».
No que respeita às comunidas etnicamente homogéneas, a tua objecção já tinha caído por terra, mas continuas a insistir, infantilmente, no teu primarismo absolutista. Efectivamente, o homem não é perfeito, nem o seu espírito o será, e nem sequer foi aqui dito que as comunidades estão unidas espiritualmente...
O que sucede é que a natureza humana dá natural preferência aos seus. Se é por causa dum espírito, ou duma afeição situada ao nível mais secreto, ou de alguma afinidade genética, é outra história. Mas que existe e actua, e actua mais fortemente do que qualquer outro valor, é um facto que não conseguiste contrariar - nem tu nem as hordas comunistas de todos os tempos.
Por conseguinte, a tua invectiva contra o «espírito» é aquilo a que se chama uma falácia argumentativa, a do homem de palha: crias um adversário que não existe e depois apresentas a argumentação pré-elaborada, feita para a ocasião, mas que, de facto, não se refere aos argumentos realmente utilizados pelo lado contrário.
Assim, a comunidade dos Gregos pode separar-se, em certas e determinadas circunstâncias; todavia, em regra, manter-se-á unida, como de facto se manteve, e, em situações especialmente desfavoráveis, teve tal força que conseguiu derrotar grandes e maciços impérios, quer no caso da Pérsia, quer no caso dos Otomanos. Se essa comunidade não tivesse a força que eu lhe reconheço, se, como dizes, as identidades interessassem pouco, os Gregos não se teriam unido tão fortemente e não teriam com essa unidade feito tombar gigantes. E o mesmo é válido para qualquer outro povo.
E mais - quando essa unidade deixa de existir, quando a identidade se dilui, o Povo pura e simplesmente desaparece.
No que respeita ao caso escandinavo, se aplicas o que disseste aos Nórdicos, então pior a emenda do que o soneto. Porque, sem essa revolução proletária que pregas, Islandeses e Norugueses alcançaram um nível de vida com que os países comunistas só podem quando muito sonhar, eles que nem ao nível do bem-estar capitalista chegam.
Dizer entretanto que as competições entre nações são orquestradas pelos burgueses, é dum ridículo ainda mais atroz do que eu esperaria vindo da tua parte. É que nem os manientos da teoria da conspiração mais primários se lembrariam duma parvoíce dessas. Essa ainda é mais gratuita do que as que atribuem aos Judeus o controlo do mundo. O desporto entre nações faz quando muito as vezes das guerras, mas daí até dizer que são orquestradas para incitar aos Nacionalismos, é atoarda puramente gratuita e sem qualquer fundamento.
E a Ford e a Coca-Cola, e tudo o mais que seja grande empresa, patrocina tudo e mais alguma coisa que dê visibilidade, não há cabimento absolutamente nenhum em supor sequer que estão a alimentar o Nacionalismo, sobretudo porque os anúncios da Coca-Cola até se celebrizaram por apresentar maralhais multirraciais a beberem todos o seu líquido gaseificado caramelizado.
Por conseguinte, e até prova em contrário, é mesmo o espírito do Povo que impele as pessoas para a celebração dos jogos entre países, porque, ao contrário do que tu e afins quereriam, há mesmo algo de natural nas pessoas, os homens não são tábuas rasas nas quais vocês podem meter o que vos apetece, há mesmo uma natureza humana e tem milhares senão milhões de anos. E essa natureza implica, sempre, um sentido de estirpe, de grupo, de «nós», espírito esse que vocês quiseram, ora destruir, ora instrumentalizar.
O Povo é de facto mais atreito ao sentir popular, não porque esteja mais instrumentalizado para isso, mas porque é menos influenciado por grupos ideológicos que se movem ao nível das elites. Em qualquer sociedade, quanto mais próximo se está do foco difusor da moral dominante, mais influenciado se é por ela. E a maioria do Povo, os proletários, os camponeses, o homem comum, sempre estiveram mais próximos das suas raizes do que as camadas populacionais mais elevadas, que são mais tentadas e abordadas por interesses estranhos à Raiz. E isto não é só de agora, ao contrário do que pensas, mas já desde tempos arcaicos, como se viu por exemplo no caso da resistência saxónica a Carlos Magno, que foi muito mais forte da parte da plebe do que da parte da aristocracia. Isto não tem pois nada a ver com «planos burgueses».
É pois absurdo, cretinamente mesquinho até, dizer que zelar pela Estirpe é «fazer o jogo da burguesia». A Estirpe e os que lhe são leais, socialista, já existe muito antes da «burguesia», das «classes proletárias», e olha, existe muito antes da doutrina religiosa que originou moralmente a tua, que foi o Cristianismo. E tanto assim é que, mesmo após todo o teu discurso palavroso, não foste capaz, por uma só vez, de explicar a grosseira contradição que há entre dizer que o Nacionalismo é dinamizado pelos burgueses e ao mesmo tempo constatar que os agentes do capitalismo internacional e cosmopolita são burgueses.
Estaria por isso disposto a obstar a uma revolução à escala mundial contra uma «magna injustiça» que não é nenhuma «magna injustiça» mas sim uma injustiça sempre a ser diminuida, e sem que para isso haja qualquer necessidade de qualquer revolução, como os exemplos nórdicos bem o demonstram.
E, claro, opor-me-ia a tudo e mais alguma coisa que pusesse em perigo a existência da Nação, e quem o não fizesse não passaria dum traidor. Não há absolutamente «mudança essencial» nenhuma que justifique tal degradação do homem. Aliás, em referência ao que dizes, não há mudança essencial, ponto. Esse vosso projecto é totalitário e falha à partida, precisamente porque o vosso «absolutismo» de ideias não vos deixa perceber a complexidade humana e faz-vos querer aniquilar ou torcer a natureza humana.
Um escravo branco pode efectivamente libertar-se. Não há escravos nos países europeus desenvolvidos, ao contrário do que inútil e futilmente pregas. E é em parte por tu e afins pregarem essa idiotia que os vossos votos diminuem a olhos vistos nos países desenvolvidos, porque o homem comum europeu sabe que não é nenhum escravo e, mais do que querer combater os burgueses, quer ele próprio tornar-se num burguês, e consegue-o, cada vez mais.
Ao quinto anónimo: ter emprego e pão na mesa é coisa que até os negros de Nova Orleães tinham, que os patrões também os alimentavam.
Têm seguramente mais do que isso, mas o ódio racial fala mais alto, como se viu recentemente por esses lados...
«Creio que podes dizê-lo aqui. Não tenhas medo de ser politicamente incorrecto.»
Não é medo. É um protestozinho :)
«Uma sociedade socialista é certamente uma sociedade mais justa do que a presente.»
Tenho duvidas. Eu acho que a sociedade presente pode ser melhor mas não através de um socialismo que faz as alianças que faz.
«Ter emprego e pão na mesa é coisa que até os negros de Nova Orleães tinham, que os patrões também os alimentavam. Até as bestas de carga e os porcos de engorda são convenientemente alimentados por quem manda neles. O que se passa é que para além de comer e trabalhar é importante ser senhor daquilo que se produz. E só o socialismo o permite.
Eu disse:
Emprego, pão na mesa. E não só.
E se não existisse alguma produção em Portugal, estariamos a passar uma situação económica pior.
«Qualquer aliança que me permita arrasar com a maior injustiça da minha sociedade é uma boa aliança.»
Partindo do principio que és universalista (estou enganado?), pergunto-te, qual é a tua sociedade?
Nem todas as alianças valem a pena. Actualmente digo-te, «mais vale uma pomba na mão do que duas a voar».
"Atenção que eu não disse isso. Eu falei em desenvolvimento social, não em instrução."
Foi um lapso, já era tarde.
"A experiência, a prática, é evidentemente tida em conta em qualquer sociedade socialista."
Mas não se consegue incentivar isso se não houver reconhecimento, ter em conta e incentivar são coisas diferentes. E numa altura de crise faz diferença se se conseguem fazer dois pães ou apenas um.
"O que tu pretendes é uma espécie de culto do burguês e uma aceitação da sua dominação natural assente na superioridade do seu mérito. Ora, isto é por um lado a mistificação completa do que foi a ascensão burguesa, muito menos ligada ao mérito do que às oscilações da História, e, por outro, é a contorção do real com vista a encaixá-lo num mundo onde a classe possidente se mantenha no poder."
Mais depressa um socialista defende um burguês do que eu. Não por querer o dinheiro dos burgueses como os socialistas, que acredito que tenham a melhor das intenções em o quererem distribuir, mas porque os burgueses representam o exclusivo materialismo da vida e nisso assemelham-se muito aos socialistas. É nesse deserto de fantasia que a esquerda tem que alguns não conseguem sobreviver, porque preocupações sociais todos temos, cada um acredita que a sua ideologia é mais capaz de resolver os problemas da barriga, no resto é que diferem e há quem não consiga viver só para isso.
Findas as férias devo dizer que li estas intervenções com interesse, por várias razões: para já porque índependentemente de tudo o "Socialista" responde aos pontos levantados e - coisa rara - não recorre ao insulto ou aos epítetos fáceis.
Depois temos o facto que não é desconhecido de alguns de eu ser do ponto de vista económico mais próximo do Socialista do que seria de esperar (não é por acaso que o meu avatar tem a cor que tem) pelo teor das minhas intervenções relacionadas com o multiculturalismo. Nesse sentido não irei fazer grandes comentários à questão económica - luta de classes, socialismo e revolução - a não ser onde ela se cruze com a temática que no fundo move este blog, a saber a identidade etno-cultural.
Já é tarde, pelo que guardarei mais comentários para amanhã, até porque com o que já foi dito é necessária uma leitra cuidada. Peço contudo aos intervenientes que não deixem de prestar atenção a este tópico porque considero importante esta troca de ideias. Como já referi é raro conseguir debater estes pontos num clima minimamente civilizado.
Apenas em jeito de introdução posso dizer que considero as questões que têm a ver com a resistência à diluição da identidade europeia de Portugal - e de outros países - do ponto de vista étnico e cultural não desaparecem por causa do internacionalismo proletário ou solidariedade entre os povos: pelo contrário, considero que é a própria existência dos povos que fica em risco e que tal é acima de tudo uma arma usada pelo Capital - que de facto não tem pátria - para conseguir mais facilmente controlar e minar as populações através da criação de uma massa desenraízada.
Nesse sentido as sucessivas defesas das vagas migratórias extra-europeias que a Esquerda faz vão de encontro aos desejos intímos e propósitos da tal burguesia transnacional, para além de constituirem matéria sobre a qual os efeitos se tornam irreversíveis.
Antes de mais nada, era importante que o Socialista nos dissesse qual é o plano. Não aquilo que ele quer que ouçamos, mas o plano que têm em mente.
Qual é o plano?
Eu sou pela Meritocracia.
Enviar um comentário
<< Home