quarta-feira, agosto 06, 2008

GOVERNO ITALIANO COLOCA MILITARES NAS RUAS PARA PROTEGER A POPULAÇÃO

O governo italiano colocou três mil militares nas ruas das principais cidades transalpinas para ajudar à segurança no país. A medida aprovada pela coligação de Direita é contestada pela Esquerda, que a considera «ineficaz».
Cerca de três mil soldados foram colocados nas ruas das maiores cidades italianas na sequência de um plano de segurança adoptado pelo governo de Sílvio Berlusconi e que provocou polémica no país.


Um milhar destes militares vão integrar “patrulhas mistas” com os polícias de Roma, Nápoles, Turim, Milão e outras cidades do país, ao passo que outros mil estarão encarregados da segurança a edifícios considerados sensíveis como embaixadas, consulados, estações e algumas igrejas.
Um terceiro contingente de mil militares tem como missão ajudar a polícia a fazer a segurança exterior de centros de detenção de imigrantes como o da ilha de Lampedusa, local que constitui um dos principais pontos de chegada de africanos a Itália.
Em declarações ao jornal La Repubblica, o adjunto do chefe do Estado-maior considerou que estes três mil militares vão dar um apenas um «apoio simbólico» à polícia.
Mário Buscemi recordou que cerca de 20 mil homens foram espalhados por toda a ilha da Sicília, em 1992, para permitir que a polícia se concentrasse na luta contra a máfia local depois dos atentados contra magistrados.
O presidente da câmara de Roma, Gianno Alemanno, já protestou contra esta medida e conseguiu mesmo que os militares fossem afastados de locais como o Coliseu e o panteão para que não assustassem os turistas da capital transalpina.
Apesar disto, cerca 400 militares apareceram na estação central da capital italiana e em várias estações de metropolitano romanas.
Achile Serra, ex-autarca de Roma e agora senador de centro-esquerda, que considerou a medida governamental como «inútil e ineficaz», já avisou que Roma «não é Beirute».
O ministro do Interior, Roberto Maroni, justificou esta medida, que teve o aval da coligação de Direita no parlamento, como «a exigência de dar aos cidadãos uma melhor percepção de segurança».
A Esquerda já acusou o governo italiano de usar esta medida como uma maneira de fazer «demogogia securitária» e «militarizar» as cidades e de «continuar uma política de abafamento da igualdade».
«Esta história dos militares nas ruas é a enésima encenação deste governo», afirmou Franco Barbato, deputado eleito pelo parido Itália dos valores, liderado pelo ex-magistrado António Di Pietro.



É sempre bonito e edificante ver a Esquerda a babar-se e a espernear de raiva. Desta vez, por entre a sua retórica pretensamente anti-demagógica, é especialmente curiosa a acusação de que esta medida do governo italiano faz parte duma «política de abafamento da igualdade».
Ora o que quererá isto dizer?
O que tem a ver a igualdade com a presença dos militares nas ruas?

«Será» que a Esquerda teme que as suas amadas minorias se sintam intimidadas pelo reforço securitário da Nação?...
Enfim, quem não deve não teme... e, naturalmente, a verdade é que para qualquer pessoa normal e sadia o bem-estar, psicológico e não só, da população genuinamente nacional é sempre a maior das prioridades. Se uns quantos alienígenas se sentirem assustados por causa disso, paciência, que fazer...
De resto, o que fazem milhares de soldados nos quartéis em tempo de paz? São sustentados pelo erário público a troco de quê? Da eventual necessidade de defesa do País, evidentemente, e só isso já justifica a sua existência. Mas a defesa dos países europeus não é meramente externa, e cada vez o é menos. E a possibilidade de intervenção securitária das forças militares nas cidades europeias tem todas as vantagens e nenhuma desvantagem: para além de servir de treino urbano aos efectivos do exército, por pouco treino que seja, garante a sensação de segurança da população em tantas e cada vez mais zonas nas quais a própria polícia raramente entra.