quarta-feira, março 19, 2008

O PODER DA RELIGIÃO

Segundo pesquisa recente, quem tem crenças religiosas, tem igualmente mais probabilidades de ser feliz do que quem as não tenha, a saber, os ateus e os agnósticos.
Independentemente do aspecto mais ou menos primário que a palavra «feliz» tem em Português (em Inglês parece mais formal), o estudo reforçou, com base científica, o que há muito se sabia pela prática: que a religião pode funcionar como uma «política de seguros» contra as adversidades da vida.
Acresce que os praticantes também lidam melhor com situações como o divórcio ou o desemprego do que os não praticantes.
O estudo, apresentado recentemente na conferência anual da Real Sociedade Económica, em Conventry, usou dados apurados em várias partes da Europa para investigar o efeito de ser religioso na satisfação pessoal, bem como as atitudes relativamente às políticas governamentais.
A ideia de que a crença religiosa funciona como «fortaleza» não é nova, mas não tem recebido a devida atenção, afirma um dos autores do estudo.
Este trabalho conclui que o efeito amortecedor do «stress» varia consoante, não apenas a natureza das situações de vida em si, mas também da denominação religiosa; independentemente disso, a visita aos templos e a oração estão muito associadas com uma maior satisfação.
Os autores, o professor Andrew Clark e o Dr. Orsolya Lelkes, verificaram ainda que a fé bem sólida leva a diferentes atitudes políticas. Os religiosos, segundo os citados especialistas, são menos propensos a apoiar os benefícios aos desempregados, pelo que a Religião pode até influenciar a evolução das instituições sociais e económicas.
Enfim, caros ciberleitores - não é por acaso que o mais poderoso e inteligente dos animais é também o único, ou o mais religioso de entre eles. E, em termos civilizacionais, os Povos mais leais aos seus cultos religiosos são também os mais afirmativos e os que melhor sobrevivem para além das brumas do tempo - isto porque a Religião exalta, galvaniza e ao mesmo tempo dá coesão ao homem e à Estirpe.

41 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas o homem precisa mesmo da religião?Só se for para o tornar mais ignorante.


KILL YOUR IDOLS!

19 de março de 2008 às 14:39:00 WET  
Blogger Caturo said...

A Religião em si não torna ninguém mais ignorante.

«KILL YOUR IDOLS!», berra histericamente o vendedor de ídolos da concorrência...

19 de março de 2008 às 14:54:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

já dizia o outro, quanto mais inteligente, mais infeliz..

ou então, os génios são todos infelizes

e também já dizia o outro ditado, a ignorância, ou neste caso acreditar em coisas que não existem (Deuses, vida depois da morte, etc), é uma benção.

19 de março de 2008 às 16:23:00 WET  
Blogger Caturo said...

Quem pode garantir que não existam?

A postura militantemente ateia não é mais inteligente, nem sequer mais científica, do que a dos crentes.

19 de março de 2008 às 16:28:00 WET  
Blogger Inês said...

Os Deuses instruem os homens a agir de acordo com o seu modelo. A conduta dos Deuses serve de exemplo aos homens e tem sido pela fé que estes têm edificado toda a sua cultura. O maior legado dos Deuses aos humanos, é o seu exemplo. Cada povo tem os deuses que merece. O princípio está contido no fim. O fim merece o princípio que lhe deu origem. O anónimo perguntou se o Homem precisa mesmo da religião. A questão não será tanto essa mas mais: para que precisam os deuses de homens que já não lhes seguem os exemplos de bravura, de respeito, de força e de coragem? para que precisam os deuses de homens que os traem abraçando outros deuses estrangeiros que não Eles, e que não estavam presentes quando deram do seu próprio sangue aos antepassados destes homens? Para que precisam os Grandes Deuses de homens esquecidos, sem memória, perdidos , corroidos pela erosão do tempo e da história? Uma história que em vez de fortalecer esses homens (como fortaleciam as comunidades, as histórias dos guerreiros antigos), os tornou cada vez mais frágeis e inseguros da sua vontade de vencer.
E ainda temos a ousadia de perguntar, para que precisamos dos Deuses? os Deuses é que não precisam de nós para nada, a não ser que sirvamos para alguma coisa.
Bem hajam os seguidores dos nossos deuses antigos, aqueles que os procuram em cada um dos cantos mais ínfimos de si próprios. Porque, sem dúvida, a história será deles, a razão está com eles, a vitória será sua.

19 de março de 2008 às 17:05:00 WET  
Blogger Caturo said...

Muitíssimo bem dito, cara Inês. Localiza a questão a um nível verdadeiramente mais elevado.

19 de março de 2008 às 17:12:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"E ainda temos a ousadia de perguntar, para que precisamos dos Deuses?"

E porque será isso uma ousadia? Essa é a pergunta razoável a fazer por qualquer homem, seja homem de fé ou não.

"os Deuses é que não precisam de nós para nada, a não ser que sirvamos para alguma coisa."

Pois eu acho exactamente o contrário. Não fossemos nós, não existiria qualquer deus, sob qualquer forma ou espécie. Eles servem homens para guiar homens, para amedrontar homens, para forçar/controlar a conduta de homens, ... até para trazer a felicidade a homens. Eles é que têm de nos servir para alguma coisa, caso contrário desaparecem de circulação, ou para sempre, ou até que alguns mais insatisfeitos e desalinhados se lembrem dos repescar do passado ou de outras culturas. Não é por acaso que existem tantos deuses por esse mundo fora, "feitos" à semelhança do homem que os "criou" ou das suas necessidades. E quantos já não terão "morrido" ao longo da história, por deixarem de ser necessários! Que deus do trovão aguenta uma existência digna, quando a maioria da criançada de escola sabe, mesmo em linhas gerais, o que atmosfericamente provoca do dito cujo. Triste fim para um deus, que na melhor das hipóteses acaba a carreira como boneco animado japonês.

Cumprimentos.
Livia Drusilla

19 de março de 2008 às 18:18:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não fossemos nós, não existiria qualquer deus, sob qualquer forma ou espécie

Discordo. Nada garante que os Deuses sejam mera criação humana.



Eles servem homens para guiar homens, para amedrontar homens, para forçar/controlar a conduta de homens,

Não. Ou se acredita nos Deuses, ou não. E, quando se acredita, não se pensa que os Deuses «sirvam». Os Deuses não são instrumentos.



Eles é que têm de nos servir para alguma coisa, caso contrário desaparecem de circulação,

Ou nós é que ficamos fora da «circulação» Deles, daí que o nosso mundo fique mais empobrecido.



ou até que alguns ais insatisfeitos e desalinhados se lembrem dos repescar do passado ou de outras culturas

O bom filho a casa torna...



Não é por acaso que existem tantos deuses por esse mundo fora, "feitos" à semelhança do homem

Não. Descritos à semelhança do homem, para que o homem Os possa entender na medida do possível.



E quantos já não terão "morrido" ao longo da história,

Não. Nós é que nos esquecemos Deles.


Que deus do trovão aguenta uma existência digna, quando a maioria da criançada de escola sabe, mesmo em linhas gerais, o que atmosfericamente provoca do dito cujo

Aguenta uma existência digna sim, visto que a criançada pode saber como funciona o trovão, mas não sabe porque é que o trovão funciona. Nem a criançada nem os seus mestres.

E aliás - saberão assim tanto?

Recordo este artigo:
http://gladio.blogspot.com/2006/01/o-raio-divino-e-o-raio-da-cincia.html


Triste fim para um deus, que na melhor das hipóteses acaba a carreira como boneco animado japonês.

Tanto não acaba que retorna, e cada vez mais...

Cumprimentos.

19 de março de 2008 às 18:38:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Nada garante que os Deuses sejam mera criação humana."

E nada garante o seu contrário, pelo que nestas questões tudo se resume a ter ou não fé, e no quê.

No meu ponto de vista, a minha "fé" vai toda para a capacidade imaginativa do homem. Haver lugarejos com mais de 500 deuses à disposição para se venerar, nem os deuses teriam capacidade para tanto!

Mas digo-lhe, Caturo, é sempre bom ver um homem de fé aguentar a crença com esse estoicismo.

Já poucos se podem gabar disso, com a crise de valores que por aí anda.

;)

Cumprimentos
Livia Drusilla

19 de março de 2008 às 19:10:00 WET  
Blogger Caturo said...

E nada garante o seu contrário,

Claro, pelo que o ónus da prova recai sobre quem quer trazer a novidade.


pelo que nestas questões tudo se resume a ter ou não fé, e no quê.

É essencialmente uma questão de mentalidade, sim. Irredutível.


Haver lugarejos com mais de 500 deuses à disposição para se venerar, nem os deuses teriam capacidade para tanto!

Se os homens têm, não vejo porque o não teriam os Deuses.



Mas digo-lhe, Caturo, é sempre bom ver um homem de fé aguentar a crença com esse estoicismo.

E é sempre ter com quem discutir, e poder treinar o raciocínio perante a doutrina dominante nas elites, que é a do humanismo tendencialmente ateu. Não há nada como a discussão para fazer nascer a luz.


Cordiais Saudações

19 de março de 2008 às 19:17:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Dass! Já lá vão 11 posts e ainda ninguem falou no preto da Barbosa lool. Isto anda a ficar lindo, anda. "Acordainde burguêses!"

19 de março de 2008 às 19:42:00 WET  
Blogger Silvério said...

Essa é a pergunta razoável a fazer por qualquer homem, seja homem de fé ou não.

O homem razoável também deverá perguntar porque é que necessitamos do automóvel, se fomos felizes muitos milénios sem ele, e verdade seja dita não nos acrescenta nada à vida.

O progresso é tão descartável como a religião, o esforço e os sacrifícios que certas pessoas fazem para comprar um carro, ou outra coisa qualquer, podem parecer tão ridículos e infantis, como o esforço que outras pessoas fazem para reencontrar os seus deuses.

19 de março de 2008 às 19:58:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Acho um piadão a estes moralistas de serviço. Já convivi com muita desta gente, desde beateiros de sacristia, a straight-edge e pagãos new-age. O primeiro pregava nos intervalos contra o sexo pré-nupcial até ser apanhado nas putas. O segundo era vegan, abstémio e não bebia alcoól. Pelo menos até encontrar namorada, altura em que passou a comer bife de vaca :P e apanhar pielas nas docas. O terceiro vestia-se à grunge, desgrenhado, e era contra o materialismo, o consumismo e essas merdas. Hoje veste-se à «dôtor» e conduz um Audi A3. Deuses? «Caguei p'ra isso», diz-me ele. Por isso o melhor é mesmo seguir o seu conselho e cagar para estes Caturos e Silvérios. Porque a experiência demonstrou-me que eles são muito probos, muito moralistas, mas é quando estão na mó de baixo e a vida não lhes permite cair na tentação. Razão tinha Oscar Wilde quando dizia que um homem que moraliza é geralmente um hipócrita.

19 de março de 2008 às 20:17:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Hoje em casa da Susana Barbosa para se festejar o dia do pai, vai tudo comer moamba ahah

19 de março de 2008 às 20:41:00 WET  
Blogger Silvério said...

"Acho um piadão a estes moralistas de serviço."

Ora apenas me limitei a inverter perspectiva, desafio-o a dar um exemplo de moralismo no meu comentário. Nem por uma vez teci qualquer espécie de juízo de valor sobre as opções das pessoas. Não sendo um fundamentalista religioso, e como pagão, nem sequer desprezo a materialidade pois ela é tão importante como o resto, acontece que consigo perceber a real importância das coisas, e não entrar em fanatismos quer religiosos, quer racionalistas. Coisa muito difícil para alguns cépticos, ou pelo menos para aqueles que queriam ser cépticos e não conseguem.

Acalme-se ninguém o quer converter, gente como você é melhor ficar longe, com as vossas invejazinhas pelo dr que conduz o Audi "Aquantos".

19 de março de 2008 às 21:18:00 WET  
Blogger Silvério said...

"Oscar Wilde quando dizia que um homem que moraliza é geralmente um hipócrita."

Pela sua perspectiva devia considerar isso um moralismo.

19 de março de 2008 às 21:25:00 WET  
Blogger Silvério said...

"O primeiro pregava nos intervalos contra o sexo pré-nupcial até ser apanhado nas putas. O segundo era vegan, abstémio e não bebia alcoól. Pelo menos até encontrar namorada, altura em que passou a comer bife de vaca :P e apanhar pielas nas docas. O terceiro vestia-se à grunge, desgrenhado, e era contra o materialismo, o consumismo e essas merdas. Hoje veste-se à «dôtor» e conduz um Audi A3."

Vê-se mesmo que está farto de conhecer "gente desta".

Eu também estou farto de conhecer gente como você, durante a minha vida, cruzei-me com muitos palhaços, desde pobres a ricos, ignorantes a espertalhaços. de chapéu de côco a nariz abatatado, certamente que algum deve encaixar-se no perfil.

19 de março de 2008 às 21:29:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://forumpatria.com/

agora até os beatos-salazarentos têm um forum
kakakakakak

19 de março de 2008 às 21:49:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Então e o pnr, ninguém fala do pnr !!!
Isso é estranho.

19 de março de 2008 às 22:15:00 WET  
Blogger Inês said...

Livia Drusilla disse:

“Pois eu acho exactamente o contrário. Não fossemos nós, não existiria qualquer deus, sob qualquer forma ou espécie”.

Nada prova cientificamente que tivessem sido os humanos a criar os Deuses. Assim como nada prova cientificamente que tenham sido os Deuses a criar os humanos. Como afirmou, é uma questão de fé. Mas é uma questão de fé tanto uma crença como a outra. A própria necessidade de validação das nossas crenças pela ciência é uma fé. A dúvida pode surgir como o fim de um caminho onde se chega e de onde, muitos nunca mais saem. Para conseguirem sobreviver com essa angústia de um cepticismo existencial e permanente, outros valores, ou qualquer coisa parecida com isso, são então adoptados no lugar do que anteriormente se possuía de verdadeiramente sagrado. A razão é o ponto final que damos a todas as conversas e a todas as disputas. E toda a gente quer colocar o ponto final em todos os assuntos que as incomodam, principalmente nos assuntos que estão mal resolvidos dentro da sua própria cabeça. Mas a dúvida metódica pode até ser benéfica, e impedir que se caia no sofismo militante. Algures um “cógito” poderá ser descoberto.

“ Eles servem homens para guiar homens, para amedrontar homens, para forçar/controlar a conduta de homens, ... até para trazer a felicidade a homens. Eles é que têm de nos servir para alguma coisa, caso contrário desaparecem de circulação, ou para sempre”

Nem o Homem, enquanto espécie, ainda viveu tempo suficiente para poder afirmar que algures um Deus desapareceu, nem os Deuses têm como objectivo principal de acção os homens. Se os Deuses nos servem para alguma coisa; se se podem depreender benefícios psico-sociais da sua acção e da sua existência e presença na comunidade, tal não impede d’Eles nos transcenderem tanto no tempo como no espaço.

"Que deus do trovão aguenta uma existência digna, quando a maioria da criançada de escola sabe, mesmo em linhas gerais, o que atmosfericamente provoca do dito cujo. Triste fim para um deus, que na melhor das hipóteses acaba a carreira como boneco animado japonês”.

Apesar do que António Damásio escreveu no “O Erro de Descartes” sobre o facto de a razão e a emoção não estarem definitivamente separadas uma da outra, a verdade é que os mais esquizofrénicos de nós procuram a todo o instante calar o seu lado emocional no discurso quotidiano procurando promover sempre a razão, da qual a ciência é a melhor testemunha, como geradora de autenticas conquistas e vitórias sobre o lado mais descontrolado e imprevisível da vida. A ciência dá a prova catártica, tão fervorosamente desejada para as nossas, mais que suspeitas, crenças. Nenhum Deus será alguma vez derrotado pela ciência simplesmente porque a ciência ainda não respondeu a uma única das questões essenciais ao homem: de onde viemos, quem somos, para onde vamos. Se assim fosse não haveria um único cientista no mundo que fosse religioso. E pois bem, não parece ser o que acontece.

“Mas digo-lhe, Caturo, é sempre bom ver um homem de fé aguentar a crença com esse estoicismo”.

A crença não se aguenta. A crença leva-nos ao colo pelos caminhos mais difíceis de seguir que são os das nossas próprias opções sérias e conscientes.

19 de março de 2008 às 22:21:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O Pnr vai se arrazado pelo novo partido do arqueo-homicida.

19 de março de 2008 às 23:37:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

o quê?

20 de março de 2008 às 00:27:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O PNR vai-se juntar ao PL

20 de março de 2008 às 01:13:00 WET  
Blogger Caturo said...

Eu também estou farto de conhecer gente como você, durante a minha vida, cruzei-me com muitos palhaços,

Eu idem. Gente que vive na lama e que, não contente com isso, quer puxar para lá os outros.

20 de março de 2008 às 02:04:00 WET  
Blogger Caturo said...

Acalme-se ninguém o quer converter, gente como você é melhor ficar longe, com as vossas invejazinhas pelo dr que conduz o Audi "Aquantos".

Ora nem mais, ahahahahahh...

20 de março de 2008 às 02:12:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Oscar Wilde quando dizia que um homem que moraliza é geralmente um hipócrita."

O que é mais irónico é que o único indivíduo que nesta caixa de comentários veio querer dar lições de moral, foi precisamente o que disse isto.

20 de março de 2008 às 02:14:00 WET  
Blogger Caturo said...

Se os Deuses nos servem para alguma coisa; se se podem depreender benefícios psico-sociais da sua acção e da sua existência e presença na comunidade, tal não impede d’Eles nos transcenderem tanto no tempo como no espaço.

Muito bem apresentado. Efectivamente, nenhuma lógica obriga a pensar que os Deuses Se esgotem na Sua relação com os mortais. Antes pelo contrário...

20 de março de 2008 às 02:18:00 WET  
Blogger Caturo said...

Nenhum Deus será alguma vez derrotado pela ciência simplesmente porque a ciência ainda não respondeu a uma única das questões essenciais ao homem: de onde viemos, quem somos, para onde vamos.

Evidentemente. Aliás, o campo da Ciência nem sequer interfere com o da Religião, ao contrário do que se tem pensado.
E não interfere porque a Ciência limita-se a explicar os comos, ao passo que a Religião diz respeito à relação com Forças que são compreendidas pelos homens a um nível diferente e superior ao da mera racionalidade mecanicista.

A Ciência explica os comos, mas é omissa a respeito dos porquês.

20 de março de 2008 às 02:22:00 WET  
Blogger Caturo said...

Nada prova cientificamente que tivessem sido os humanos a criar os Deuses. Assim como nada prova cientificamente que tenham sido os Deuses a criar os humanos. Como afirmou, é uma questão de fé. Mas é uma questão de fé tanto uma crença como a outra. A própria necessidade de validação das nossas crenças pela ciência é uma fé.

Está muito bem explicado e faz lembrar as palavras de David Lorimer, administrador do «Scientifical and Medical Network», grupo de cientistas que visa romper com o reducionismo materialista - Lorimer, citando outro autor, Basil Willey, faz notar que a plausibilidade das explicações depende dos pressupostos admitidos, os quais por sua vez derivam da formação do indivíduo, a qual é, finalmente, derivada do clima intelectual da época.

Ora vivendo nós numa época dominada por autores materialistas - Marx, Freud, Einstein, Sartre, etc.. - é natural que quanto mais intelectualizado se esteja, nesta época actual, mais dificilmente se consiga aceitar a existência do Divino.

20 de março de 2008 às 02:36:00 WET  
Blogger Caturo said...

se se podem depreender benefícios psico-sociais da sua acção e da sua existência e presença na comunidade,

E de que maneira.

20 de março de 2008 às 02:39:00 WET  
Blogger Caturo said...

O homem razoável também deverá perguntar porque é que necessitamos do automóvel, se fomos felizes muitos milénios sem ele, e verdade seja dita não nos acrescenta nada à vida.

O progresso é tão descartável como a religião, o esforço e os sacrifícios que certas pessoas fazem para comprar um carro, ou outra coisa qualquer, podem parecer tão ridículos e infantis, como o esforço que outras pessoas fazem para reencontrar os seus deuses.



Deve ter sido um dos comentários mais inteligentes que este blogue já teve.
Não é medíocre querer alcançar bens materiais, antes pelo contrário, o que é medíocre é a excessiva seriedade que por vezes se coloca nessas coisas. E já nem falo na importância que se dá por exemplo ao futebol, mero divertimento que, a partir da década de noventa, começou a abrir em Portugal os telejornais do horário nobre... O caso do carro é só por si suficiente, e até mais abrangente. Um carro, por exemplo, é, ao fim ao cabo, um brinquedo, na maior ou pelo menos em grande parte dos casos. E é seguramente mais infantil ocupar a mente com problemas a isto relacionados do que trabalhá-la com o combate pelo retorno da excelência espiritual que é o culto aos verdadeiros Deuses da Estirpe.

Levar mais a sério a aquisição dum símbolo de status um bocado juvenil do que a justa restauração da integridade dum Povo por meio da recuperação, renovação e exaltação duma herança espiritual transpessoal e transmilenar, eis o que se afiguraria como mera piada do mais puro absurdo se não fosse tão comum (embora cada vez menos).

20 de março de 2008 às 02:48:00 WET  
Blogger Silvério said...

"Ora vivendo nós numa época dominada por autores materialistas - Marx, Freud, Einstein, Sartre, etc.. - é natural que quanto mais intelectualizado se esteja, nesta época actual, mais dificilmente se consiga aceitar a existência do Divino."

Agora acho que disseste tudo.

20 de março de 2008 às 09:40:00 WET  
Blogger Inês said...

Caturo disse:
"(...)faz lembrar as palavras de David Lorimer, administrador do «Scientifical and Medical Network», grupo de cientistas que visa romper com o reducionismo materialista - Lorimer, citando outro autor, Basil Willey, faz notar que a plausibilidade das explicações depende dos pressupostos admitidos, os quais por sua vez derivam da formação do indivíduo, a qual é, finalmente, derivada do clima intelectual da época".

Isso é um assunto que verdadeiramente me interessa. Será que podias indicar-me um site ou obra, etc., onde eu possa encontrar mais sobre essa questão?
Obrigada :)

20 de março de 2008 às 10:44:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

já nada é como dantes
inclusivé o PCTP/MRPP pareçe nacionalista

http://www.pctpmrpp.org/forum/

20 de março de 2008 às 12:00:00 WET  
Blogger Caturo said...

Será que podias indicar-me um site ou obra, etc., onde eu possa encontrar mais sobre essa questão?

É parte dum dos textos que se pode ler na obra «Vida Depois da Morte - A Ciência na Fronteira do Mistério», de vários autores, editada em Portugal pela Ésquilo. Um dia destes vou fazer um tópico à base dum excerto mais completo do que este que aqui coloquei.

20 de março de 2008 às 13:11:00 WET  
Blogger Treasureseeker said...

Quanto a isto,muita tinta já correu e outra tanta ainda correrá...
A minha posição perante este tema já é bem sabida.No entanto,gostava de dar umas achegas mais.Tanto para o que de melhor e mais edificante no ser humano existe,assim como para o seu oposto,é um facto mais que comprovado que toda a Religião(sem excepções),tem funcionado,e continua a fazê-lo,como força centrífuga,um motor,que despoleta nos actos do Homem,toda uma gama de atitudes e comportamentos,direi,paradoxais.
O sempiterno confronto "Ciência/Religião",longe de estar encerrado,pelo contrário,segue incendiando intelectos de um e de outro lado da barricada.
A questão dos inícios-quem fez,como fez e porquê o fez-no rescaldo de inúmeros debates entre criacionistas e evolucionistas,acaba por trazer à baila,novos dados,pois uma vez que a mente humana,dentro do natural,e não forçosamente Darwiniano,processo psicológico evolutivo,prossegue a sua busca do conhecimento,mais e mais informação obtém.Se dissermos,e muito bem,parafraseando um livro sagrado hindu:"Se afirmarmos que um deus,ou deuses,criaram o Universo,enfrentamos uma regressão infindável,porque nunca saberemos o que havia antes desse deus,nem o que (ou quem)o criou.Saibam,então,que o Universo é incriado,sem um princípio nem um fim.E baseia-se nos princípios...".
Ora,este princípios foram,após anos e anos de aturada investigação,enunciados por autoridades na matéria,que,tomando as leis da Física por quadro de conceitos,têm tentado-e repito a palavra-propor uma explicação,ao menos,plausível e minimamente coerente,das origens do Universo.

Os nossos antepassados,na fase hominídea,envolvidos por uma natureza hostil,que tentaram compreender e utilizar com vista à sua sobrevivência,inconscientemente,talvez,deram origem ao conceito de Divino:observando,á sua volta,os fenómenos naturais,que receavam,acabaram por,de uma forma ou de outra,por criar meios de os aplacar,ou conciliar para seu proveito.
A psique humana,e isto vem na sequência dos trabalhos de Damásio sobre os centros reguladores da emoção e sua influência na formação de valores sociais,terá feito surgir,na fase pré-tecnológica,a noçao chave de Divindade.
Isto sou eu a falar.Mas quem sou eu?

20 de março de 2008 às 15:17:00 WET  
Blogger Caturo said...

Os nossos antepassados,na fase hominídea,envolvidos por uma natureza hostil,que tentaram compreender e utilizar com vista à sua sobrevivência,inconscientemente,talvez,deram origem ao conceito de Divino

Criaram... ou reconheceram. Porque nada prova que essa visão humana não fosse baseada em percepções reais de Forças Superiores, trans-humanas.

20 de março de 2008 às 15:52:00 WET  
Blogger Caturo said...

A ideia de que nada existe além do humano, é relativamente recente e localizada. Em princípio, todas as culturas, avançadas ou primitivas, tiveram no seu vértice superior a concepção de Divindades.

20 de março de 2008 às 15:52:00 WET  
Blogger Caturo said...

O sempiterno confronto "Ciência/Religião",longe de estar encerrado,pelo contrário,segue incendiando intelectos de um e de outro lado da barricada.

O que digo é que esse conflito não existia, ou não era relevante, antes da Cristandade, e que não é inevirável, se se souber separar as águas.

20 de março de 2008 às 15:54:00 WET  
Blogger Silvério said...

A treasureseeker falou em darwiniano, e apesar de não ter nada a ver, não consegui deixar de associar.

"não é inevirável, se se souber separar as águas."

O darwinismo pode ter sido uma ferramenta dos deuses para fazer ressurgir o paganismo. ;)

20 de março de 2008 às 17:12:00 WET  
Blogger Caturo said...

Quem sabe lá os planos dos Deuses, ou os desígnios das Moiras... ;)

20 de março de 2008 às 17:37:00 WET  

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