A BÚSSOLA DOURADA
«A Bússola Dourada» é seguramente uma das melhores películas do ano e até de toda a história do cinema.
Tem causado polémica em virtude do seu conteúdo considerado, pelos activistas cristãos dos EUA e não só, como propaganda anti-cristã e ateia, destinada a desviar as crianças do rebanho do senhor, visto que os maus da fita são os duma organização em tudo similar à Igreja Católica, nomeadamente no que respeita à sua repressão contra tudo o que contrarie o dogma instituído.
Ora eu não li o livro a partir do qual se fez esta primeira parte duma trilogia, mas tenho de dizer que, pelo que vi do filme, não há ali nada de ateu, pelo menos no sentido materialista anti-espiritual que se costuma atribuir ao ateísmo.
O filme não é pois ateu.
Tem causado polémica em virtude do seu conteúdo considerado, pelos activistas cristãos dos EUA e não só, como propaganda anti-cristã e ateia, destinada a desviar as crianças do rebanho do senhor, visto que os maus da fita são os duma organização em tudo similar à Igreja Católica, nomeadamente no que respeita à sua repressão contra tudo o que contrarie o dogma instituído.
Ora eu não li o livro a partir do qual se fez esta primeira parte duma trilogia, mas tenho de dizer que, pelo que vi do filme, não há ali nada de ateu, pelo menos no sentido materialista anti-espiritual que se costuma atribuir ao ateísmo.
O filme não é pois ateu.
É, em vez disso, pagão.
Parece-me inegável que um dos elementos fundamentais da saga é o facto de que, neste universo paralelo, cada indivíduo tem um «demónio» que o acompanha em forma de animal, sendo que a forma propriamente dita de cada animal corresponde à personalidade do indivíduo, motivo pelo qual os «demónios» que acompanham as crianças mudam frequentemente de forma, simbolizando-se aqui a instabilidade do carácter infantil.
Ora a crença de que cada pessoa tem um «demónio» que a acompanha é puramente pagã - na antiga Roma, cada homem tinha o seu Génio e cada mulher tinha a sua Juno (não confundir com o nome da Deusa Juno, esposa de Júpiter). Na Grécia, por seu turno, Sócrates dizia ser aconselhado pelo seu próprio «daimon». É aqui particularmente significativo que o «Magisterium», a referida organização clerical opressora, tenha um plano secreto para separar os génios das pessoas, o que seria uma parábola por demais evidente da luta cristã contra a espiritualidade pagã antiga, para mutilação da alma humana em nome da submissão a um Deus alienígena.
Parece sintomático que a personagem principal, Lyra Belacqua, chame «Pan» ao seu demónio pessoal. O nome real deste «duplo» da rapariga é Pantalaimon, mas Pan é o nome do Deus grego da Natureza campestre - e embora originalmente fosse simplesmente uma Deidade secundária do séquito de Diónisos, convém lembrar que, no ambiente cultural europeu do século XIX e XX, foi muitas vezes considerado como o próprio símbolo do Paganismo antigo. E, a propósito disto, não é desviar a conversa lembrar o carácter florestal e mais ou menos malicioso da personagem de banda desenhada Peter Pan.
Convém também recordar que a figura tipicamente europeia, medieval, do Diabo, baseou-se no aspecto atribuído na Antiguidade a Pã, teónimo que está na raiz da palavra «pânico», uma vez que o aspecto assustador da Divindade infundia terror aos viajantes que O viam nos bosques.
De resto, tenho lido que nos dois filmes seguintes se vai revelar que o grande inimigo dos «bons» é um ser alienígena chamado... El... e Adonai... que, «por coincidência», são nomes do Deus hebraico, também comum aos cristãos e aos muçulmanos.
Quanto às Feiticeiras do Ar... em tudo fazem lembrar as Valquírias nórdicas.
No que respeita aos Ursos Polares que usam armaduras, os Panserbjørne (Ursos de armadura), a sua onomástica, a sua localização geográfica (extremo norte), a sua honra marcial, o seu talento como ferreiros e a sua vocação belicosa indicam a sua correspondência ao antigos Vikings. É de notar que um dos epítetos do mais popular e adorado Deus nórdico, Thor, Senhor do Trovão e da Guerra, é justamente Urso (Björn)...
Parece-me inegável que um dos elementos fundamentais da saga é o facto de que, neste universo paralelo, cada indivíduo tem um «demónio» que o acompanha em forma de animal, sendo que a forma propriamente dita de cada animal corresponde à personalidade do indivíduo, motivo pelo qual os «demónios» que acompanham as crianças mudam frequentemente de forma, simbolizando-se aqui a instabilidade do carácter infantil.
Ora a crença de que cada pessoa tem um «demónio» que a acompanha é puramente pagã - na antiga Roma, cada homem tinha o seu Génio e cada mulher tinha a sua Juno (não confundir com o nome da Deusa Juno, esposa de Júpiter). Na Grécia, por seu turno, Sócrates dizia ser aconselhado pelo seu próprio «daimon». É aqui particularmente significativo que o «Magisterium», a referida organização clerical opressora, tenha um plano secreto para separar os génios das pessoas, o que seria uma parábola por demais evidente da luta cristã contra a espiritualidade pagã antiga, para mutilação da alma humana em nome da submissão a um Deus alienígena.
Parece sintomático que a personagem principal, Lyra Belacqua, chame «Pan» ao seu demónio pessoal. O nome real deste «duplo» da rapariga é Pantalaimon, mas Pan é o nome do Deus grego da Natureza campestre - e embora originalmente fosse simplesmente uma Deidade secundária do séquito de Diónisos, convém lembrar que, no ambiente cultural europeu do século XIX e XX, foi muitas vezes considerado como o próprio símbolo do Paganismo antigo. E, a propósito disto, não é desviar a conversa lembrar o carácter florestal e mais ou menos malicioso da personagem de banda desenhada Peter Pan.
Convém também recordar que a figura tipicamente europeia, medieval, do Diabo, baseou-se no aspecto atribuído na Antiguidade a Pã, teónimo que está na raiz da palavra «pânico», uma vez que o aspecto assustador da Divindade infundia terror aos viajantes que O viam nos bosques.
De resto, tenho lido que nos dois filmes seguintes se vai revelar que o grande inimigo dos «bons» é um ser alienígena chamado... El... e Adonai... que, «por coincidência», são nomes do Deus hebraico, também comum aos cristãos e aos muçulmanos.
Quanto às Feiticeiras do Ar... em tudo fazem lembrar as Valquírias nórdicas.
No que respeita aos Ursos Polares que usam armaduras, os Panserbjørne (Ursos de armadura), a sua onomástica, a sua localização geográfica (extremo norte), a sua honra marcial, o seu talento como ferreiros e a sua vocação belicosa indicam a sua correspondência ao antigos Vikings. É de notar que um dos epítetos do mais popular e adorado Deus nórdico, Thor, Senhor do Trovão e da Guerra, é justamente Urso (Björn)...
Os Ursos Polares não têm «demónios» ou génios. Ora se nesta história os animais representam entidades sobrenaturais, é bem provável que os Ursos não tenham génios porque são eles próprios... seres de carácter sobrenatural, talvez Deuses, mas é só especulação minha... que as suas armaduras sejam construídas a partir de «metal celestial» aponta para um possível carácter divino destas personagens.
É também significativo que pelo menos no livro, o usurpador, inimigo de Iorek, quisesse, além de ter um génio, tornar-se cristão. Mais uma farpa contra o Cristianismo, talvez, na medida em que os reis germânicos que se converteram à religião do Judeu Morto parecem estar representados neste vilão.
A conotação infantil que se lhe tem dado parece um pouco exagerada. Certo é que todo e qualquer filme em que a personagem principal seja uma criança, afigura-se à partida destinado a um público infantil. Mas este aspecto é francamente ultrapassado pelo carácter épico, e ideológico, da saga, tratado com seriedade e inteligência.
Em suma, um divertimento exemplar para toda a família...
32 Comments:
Só vês estas merdas, é incrível. Não admira que sejas como és. És um produto de uma deficiente educação infantil.
Esperneia, palhaço, ehheheh...
Enfim - pensa bem no que estás a dizer: se de facto so um produto de uma deficiente educação infantil, então fica-te muito mal seres aqui rebatido... :)
A única coisa em que és especialista a rebater é tua pichota ó capado.
Ahahahhh, isso é que é mesmo ressentimento, ó eunuco baboso... :)
Como será que eu acertei quando, pelas escassas linhas que primeiramente escreveste, topei que eras mais um frustrado ressabiado de cornos já devidamente partidos e embolados?... :)
Devo realmente ser bruxo... olha, afinal os filmes de feitiçarias sempre serviram para alguma coisa... aconselho-tos... :) :) :)
Caturo, a tua banda favorita lançou um novo LP.
http://www.youtube.com/watch?v=9oYDBtCN-hk
Bom proveito. ;)
Então foi por isso que um jornal fez uma critica negativa ao filme (normalmente falam sempre bem). Achei estranho o opinador de serviço estar a queixar-se de Hollywood se ter virado para a fantasia porque vendia mais. Comercial sim, mas só se for cristão pelos vistos.
Silvério pagão vai mas é dar banho ao cão!
XUPA CACHORRO FILHA DA PUTA!
Olha jà chegou o câo-de-guarda do Caturo.Vou chamar o bizantino para te foder a cremalheira toda.
O gordo proclama alegremente a todo o mundo: EU SOU UM DHIMMI E TENHO ORGULHO NISSO!
http://www.youtube.com/watch?v=JQXh20OuhIc
É só tourada e bois á solta neste blog.
Começando pelo anormal e pagão do caturo.
Comigo era tudo para a fogueira.
Anómino o cão de guarda do gordo.
Queimai!Matai!Não deixeis nenhum vivo!Idólatras eles são!Adoradores de Satanás!
Fazei isto pela glória de Deus Nosso Senhor e por Filipe Augusto rei de França.
Isso,isso meu bom senhor!Mostrai a vossa nobre fibra a estes excomungados judeus e adoradores do Diabo.
olá eu sou mais um dhimmi, e venho para aqui insultar o caturo e todos os pagãos e anti-islamicos.
Ó carranca de puta velha, este vídeo é mesmo para ti: http://www.youtube.com/watch?v=_aioA_eIuXE
Bizantino onde é que tu andas?Vem cá escafiar nos pagãos,nos judeus e nos muçulmanos!
olá eu sou pagão e venho para aqui para ajudar o Caturo a defender-se dos dhimmis talibãs e terroristas que frequentam este blog de gente de bem.
Achei estranho o opinador de serviço estar a queixar-se de Hollywood se ter virado para a fantasia porque vendia mais
Também há muito disso - pessoal que por alguma razão se sente incomodado com o triunfo do fantástico épico. Creio que o incómodo tem quase sempre origem em tendências ideológicas materialistas, marxistas, típicas de gente que prefere o neo-realismo e a representação daquilo que à «luz» da sua mentalidade é a «vida real». A sua irritação é uma vantagem acrescida do surgimento destes filmes. Dá gozo assistir ao seu enfado impotente.
Já agora dá-me aí o link dessa crítica que leste...
Hollywood se ter virado para a fantasia porque vendia mais.
Ui que chatice, vender mais... o que é preciso não é vender mais, é vender menos - bom mesmo é o cinemazinho tuga e franciú, em que meia dúzia de filhosdaputa a precisarem de suicídio andam de um lado para o outro a dizer umas merdas completamente inúteis e a sofrer grandes crises existenciais visceralmente insignificantes. Isso sim, é que é bom.
caturo, o strasser mandou-te uma farpa no forum pátria chamou-te ignorante e pouco viajado
está no tópico conferencia dos lusitanos
Li na edicção em papel do Global DN mas felizmente também está online http://dn.sapo.pt/2007/12/06/artes/um_novo_mundo_paralelo_abre_portas_a.html
Por acaso até referem a polémica mas passou-me.
a precisarem de suicídio
De suicídio e de subsídio, toda a produção artística acaba por estar nas mãos deles porque monopolizam os fundos daí ser o formato aceite. Há algum tempo vi a lista de vencedores de um qualquer prémio literário, de vários anos e os membros do juri eram sempre os mesmos com poucas variações e o que ficava de fora era o que ganhava o prémio e que no ano a seguir voltava a integrar o júri. Todos figuras da literatura portuguesa actual. É sempre a mesma meia dúzia que diz o que é bom e o que é mau.
Já vi o filme e é muito bom! A bela Nicole com a sua beleza ariana no seu melhor.
esta é só para irritar os porcos antifas
beleza ariana
Céltica,se faz favor.Ela não é indiana nem paquistanesa,seu urso.
É australiana de origem irlandesa,como o grande e eterno Errol Flynn,nascido na Tasmania,de emigrantes irlandeses.Aprende pá!
Realmente,Caturo,já não há pachorra para os pastelões pseudo-intelectuais e existencialistas que predominam no cinema nacional!
São os papa-subsídios de serviço.Os "filmes" que fazem são só para os amiguinhos pálidos e enjoados da Cinemateca e do BA verem e discorrerem acerca da "mensagem filosófica"...Como diz o inefável Berardo,"fuck it!"Não vamos ficar mais inteligentes por consumir essas estopadas.O cinema realista já denota falta de imaginação:é sempre a bater na mesma tecla,crises existenciais,dilemas amorosos e depressões.Não há pachorra!Um bom cineasta é como um bom contador de histórias,não tem que ser um professor de filosofia.
Um exemplo:entre um Bergman e um Hawks,prefiro de longe este último.
O cinema realista já denota falta de imaginação:é sempre a bater na mesma tecla,crises existenciais,dilemas amorosos e depressões
Um sinal dos tempos.
Uma doença espiritual endémica e crónica.
E, sobretudo, uma náusea pegada.
"Ui que chatice, vender mais... o que é preciso não é vender mais, é vender menos - bom mesmo é o cinemazinho tuga e franciú,"
Tás a falar do grandessissimo M.O.? Vê lá se tens mais respeitinho ó pagão da caca.
Falo do que me apetecer, ó bardamerda. Mas por acaso nem tinha pensado em Manoel de Oliveira.
Ó Caturo, não te irrites.
Crises existenciais? Isso com o PNR é para acabar!
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