sexta-feira, novembro 16, 2007

SINTOMAS SÓCIO-IDEOLÓGICOS - A LAMECHICE SOMADA À RELATIVIZAÇÃO DOS VALORES E AO COMPLEXO DE CULPA EUROPEU

Nunca cessa de meter nojo aquela peculiar misturazinha politicamente correcta de lamechice com relativismo ético e complexo de culpa europeu, caldeira fétida onde se cozinha a desculpabilização obscena da escumalha criminosa alienígena que vitima os nacionais... seja feita de modo subtil ou descarado, tem sempre o mesmo objectivo último: fazer crer que, ao fim ao cabo, temos é de dar a outra face ao agressor e acabou, porque a culpa é no fundo nossa e não podemos censurar o alógeno por nos atacar...

Exemplo paradigmático disto mesmo é a entrevista dada pelo escritor António Lobo Antunes há relativamente pouco tempo, apresentando o seu novo livro «O Meu Nome é Legião» - título talvez baseado numa passagem bíblica em que um possuído pelo demónio diz ter dentro de si incontáveis espíritos malignos - sobre a vida nos bairros periféricos de Lisboa, locais onde o autor admite nunca ter lá estado sequer. É de notar entretanto que Lobo Antunes reconhece que a gente da qual fala não é portuguesa. Todavia, não seria de admirar que mesmo assim fosse dos que apoiam a concessão da nacionalidade àquele maralhal todo.

Do Fórum Nacional, retira-se o seguinte (texto a itálico):

Conhece bairros periféricos de Lisboa como o que retrata?
O livro refere-se a um bairro em concreto, embora eu nunca lá tenha estado. Sempre me impressionou o facto de aqueles miúdos não terem raízes de espécie alguma. Não são portugueses, não são africanos, não são nada. Brincam com balas em vez de brincarem com bolas. E no entanto há neles uma sede de ternura, um desejo de amor absolutamente inextinguível. A morte e a vida não têm, para eles, qualquer significado ou, pelo menos, têm um significado muito diferente do que para nós. Na minha ideia, «O Meu Nome É Legião» era por isso um livro de amor. De amor por uma geração, por uma classe social sozinha e abandonada, por um grupo de pessoas desesperadamente à procura de uma razão de existir.

Revê-se naqueles garotos?
Quando começo a escrever um livro, não tenho qualquer plano. Aqueles garotos, aqueles polícias e, no fundo, todas aquelas vozes vão-se encadeando de tal modo que sou o primeiro a ficar espantado. Não posso, no entanto, dizer que me revejo neles porque, naquele momento, éramos só uma e a mesma coisa. Uma espécie de relação simbiótica.

Eles estão excluídos deste mundo?
Estão de tal maneira abandonados que matar pessoas é a única maneira que têm de pedir colo. Não sei, porém, o que se passa na realidade, uma palavra idiota porque a realidade é uma coisa que não existe. Todas aquelas pessoas têm, para mim, uma densidade muito profunda.

E, nessa medida, o livro também é uma realidade?
É a única realidade que existe. Não se trata de viver noutro planeta, mas a verdade é que, quando estou a escrever, a minha vida muda por completo. Encontro uma razão, um motivo e uma direcção. E é óbvio que dou muito mais importância aos livros do que às crónicas, que são apenas...

...uma questão alimentar, como costumava explicar.
Não, já não. São antes a possibilidade de poder fazer uma espécie de itinerário paralelo. Como quando, em miúdo, andava com o meu avô em estradas paralelas à via férrea, ficando com a sensação de viajar, ao mesmo tempo, no automóvel e no comboio.

Diz que não conhece aquele bairro...
Não conheço aquela realidade do ponto de vista jornalístico.

Mas sempre gostou de subúrbios.
Aquilo não é sequer um subúrbio. Para mim, o subúrbio é Benfica ou o Cacém. Aquilo é muito pior do que isso. Aquilo é o inferno. Aquelas pessoas vivem num inferno onde eu nunca entrei.
Pois, vai daí é fácil escrever um «livro de amor» sobre o caso...
»Estão de tal maneira abandonados que matar pessoas é a única maneira que têm de pedir colo» é por sua vez uma das mais sintomáticas asserções que se têm ouvido nos últimos tempos, cristalização do sentimentalismo bacoco e relativista a ultrapassar as raias do ridículo.
É revoltantemente idiota, mistura pirosice lamecha com desculpabilização da mais descarada e um criminoso relativismo moral - e, não haja dúvidas, enquadra-se perfeitamente no ambiente ético e intelectual da elite tuga reinante.
É neste material humano que se concretiza o ideal cristão de dar a outra face, o que à primeira vista pode parecer um milenar atavismo, mas que na realidade corresponde ao resultado de uma depuração que se foi fazendo ao longo dos séculos. Gente desta encontra-se já tão interiormente degradada que alguns dos seus espécimes continuariam a desculpabilizar os afro-jovens criminosos mesmo que estes os assaltassem e agredissem.
Naturalmente que esta laia conserva ainda alguma agressividade... mas canalizada de uma certa maneira... assim, não poupam gritos de raiva e medo contra todo e qualquer nacionalista que pretenda pagar na mesma moeda quando agredido, ou pôr fora do País quem ao País não pertence, isto para além do desprezo já tradicional que nutre pelo Zé Povinho branco, patente no modo ostensivo com que a música pimba, os trejeitos aldeãos e até o folclore são constantemente ridicularizados nos mé(r)dia, enquanto a repugnante onda do rap e afins, de movimentos físicos que vão do simiesco ao mais repulsivamente rasca, passa por completo incólume e até é promovida...
Há entretanto quem, munido de um sentido prático exemplar, consiga dar alguma utilidade a esta tirada do intelectualíssimo escritor... assim, um camarada do Fórum Nacional sugeriu que perante o pedido «dá-me um colinho...», se respondesse «então vai ali dar um tiro ao teu pai», enquanto outro camarada desejou que tal moda pegasse entre os negros...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Resta sempre a esperança de que um deles vá pedir colo e carinho ao António...

16 de novembro de 2007 às 13:36:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Se fosse juiz, condenava o MM a uma pena perpetua de ter de ir todos os dias à Cova da Moura dar carinhos à criançada.

16 de novembro de 2007 às 15:09:00 WET  
Blogger Silvério said...

A senilidade faz destas coisas, e depois o homem deve ter os seus motivos pessoais para dizer estas coisas que são lá com ele. O mal é um país pensar que se pode guiar pelas angustias de meia dúzia de intelectuais deprimidos.

16 de novembro de 2007 às 21:52:00 WET  

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