terça-feira, agosto 21, 2007

FÉRIAS, BELAS VISTAS E PATRIMÓNIO ESCONDIDÍSSIMO

Passei umas agradáveis férias, cambada, em Viseu, onde tenho raízes, terra à qual tradicionalmente se atribui o berço de Viriato, espécie de «primeiro herói nacional» da Estirpe Lusa. Hospedei-me, devida e docemente acompanhado, no excelso Montebelo, exemplar hotel de cinco estrelas que faz jus ao nome e cuja estadia recomendo vivamente.
Deparou-se-me uma urbe de suave vivência, não muito bem preservada no que aos seus edifícios diz respeito, mas relativamente limpa e, aparentemente, muitíssimo bem frequentada. Há uns quantos anos que não me recordo de passear numa cidade portuguesa em que a esmagadora maioria dos rostos que nas ruas se vêem pertencem à estirpe caucasóide.

Naturalmente que esta visão aparentemente tranquilizante pode até tornar-se perigosamente ilusória, se servir para pensar que aquela pacatez e claridade de semblantes dura para sempre sem que nenhuma iminvasão a possa jamais perturbar, visto que Lisboa é cada vez mais o cerne e o eixo central do País e o que nela se passa condiciona o resto da Nação, pelo que a maré negra que neste momento alastra na capital acabará, tarde ou cedo, por submergir Portugal inteiro se entretanto o fluxo migratório vindo de fora da Europa não for travado e, na medida do possível, invertido, de pouco valendo os idílicos refúgios no campo com que alguns julgam poder salvar-se; todavia, vale sempre a pena visitar um dos núcleos da Portugalidade menos tocados pela hoste alienígena, quanto mais não seja para que se clarifique a natureza daquilo que mais interessa salvaguardar.

Pena é que aquilo que poderia constituir um dos símbolos das mais arcaicas raízes da Estirpe não esteja devidamente assinalado perante os visitantes. Não me refiro à simbólica Cava de Viriato, abrilhantada pela épica estátua de Viriato ao de cimo duma penedia, acompanhado dos seus combatentes lusitanos, mas sim ao castro de Santa Luzia.

Ora a direcção do Castro de Santa Luzia ainda vai aparecendo no mapa do hotel, mas em chegando-se à densamente florestal zona da sua localização, nem um taxista da terra consegue orientar-se devidamente sem se perder pelas pedregosas vias, deprimentemente mal sinalizadas, enquanto o passageiro vai vendo o contador do taxímetro a aumentar o preço da parada, sem vislumbrar um sinal minimamente decente do referido castro. Para cúmulo da vileza com que os responsáveis desprezam o património, nem sequer se tem a certeza de se ter encontrado ou não o castro quando se chega ao chamado monte da Senhora do Crasto. Tudo porque a súcia medíocre que devia zelar pela sinalização dos locais de interesse tem medo de gastar verbas com umas putas dumas placas a indicar o que é o quê e onde está o que interessa.

Também não sei para que é que serve a merda do IPPAR.

Em suma, dedico um pertinente real puta que os pariu a quem neste País não se digna a dignificar e dar a conhecer o património que faz parte da herança ancestral de todos os nacionais.

22 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Bonita terra,boa gente e óptima gastronomia!Louvo o valor e energia do povo Beirão,bem como ao restante povo do Norte de Portugal.É ainda lá que se encontra parte importante da nossa força,quer produtiva,quer empreendedora.Sempre que lá vou,sinto que me encontro num país mais puro e autêntico,preservado de contaminações externas:os seus costumes,tradições ancestrais,a sua índole fazem-me orgulhar da minha identidade cultural,embora não tenha raízes nessa região.
Saudações,estimado Caturo,e que venha com energia e querer para o seu trabalho.

Cumprimentos

22 de agosto de 2007 às 11:20:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Hospedei-me, devida e docemente acompanhado

«Docemente», hein? Seu depravado...

22 de agosto de 2007 às 11:25:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Obrigado, Latinus, e cumprimentos.

Pois é, Duarte, nada como uma boa dose de depravação sadia, para compensar a depravação doentia a que se assiste nas caixas de comentários deste e doutros blogues...

22 de agosto de 2007 às 12:53:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Afinal, quantas rotundas existem em Viseu?

22 de agosto de 2007 às 17:22:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Sim Senhor..Viseu..MONTEBELO...
Gostei do retrato que fez de Viseu..É uma cidade com nível. Não foi ao Museu Grão Vasco?
Mas procurou o Castro de Santa Luzia, e não o encontrou. Pois bem, para isso siga a "Rota dos Castros" como exemplo da cultura castreja da Lusitania. Encontrará toda a informação na Camara do Fundão.
Saudações Celtas
Druída

22 de agosto de 2007 às 17:31:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Não cheguei a visitar o museu Grão Vasco.

Obrigado pela informação a respeito dos castros.

Saudações Gentias

22 de agosto de 2007 às 17:45:00 WEST  
Blogger Silvério said...

A preservação do património parece ser cada vez mais uma luta perdida, pois de cada vez que surge um caso, o património é sempre visto como um empecilho, note-se este das minas romanas e o dos ossos do D. Afonso Henriques. A malta "esclarecida" gosta de falar mal destas coisas e as pessoas vão na cantiga. Lembro-me também de um dólmen qualquer na zona de Lisboa que andava a cair aos bocados sem que ninguém assumisse as responsabilidades, o ippar dizia que não era nada consigo, mas também duvido o povo tenha de forma geral mais interesse do que eles por manter essas coisas.

22 de agosto de 2007 às 22:45:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

ainda dizem que os koshers não têm $$$$$$$

22 de agosto de 2007 às 23:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

ou seja! o caturo teve que ir para a viseu, dar uma cambalhota.
aposto que dizeram aos vossos papás, que foram acampar com os amigos ...huh!!!!!

22 de agosto de 2007 às 23:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

atão o chavalo não era assexuado??!!

23 de agosto de 2007 às 10:42:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

O Caturo é adepto do sexo livre

23 de agosto de 2007 às 12:53:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

que raizes tens em viseu? pai e mae ou so um lado da familia?

23 de agosto de 2007 às 13:13:00 WEST  
Blogger Caturo said...

De um só dos lados da família.

23 de agosto de 2007 às 14:39:00 WEST  
Blogger Caturo said...

atão o chavalo não era assexuado??!!

Procuras outros como tu, está visto, ó ameba capadinha...

23 de agosto de 2007 às 14:40:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

cruz credo nosso senhor!
o caturo tem ancestrais num meio tão bafiento e beato tipicamente beirão.

e beirão rima com santa comba dão, e cardeal cerejeira

23 de agosto de 2007 às 15:40:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Eu acho que bafiento é o blogue católico ultra-tradicionalista que dá pelo nome de "A Casa de Sarto"...Isso sim,é que é "reaça" como o raio!...

23 de agosto de 2007 às 16:49:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

vcs têm piada. falam dos parolos e atrasadinhos do País real.
mas qd querem um cheirinho a terra e a sangue. lá vão eles cantado e rindo da cidade, numa de «viagens e aventuras», para a rusticidade

ó caturo! o sino da igreja não te incomodou durante a noite?

23 de agosto de 2007 às 17:08:00 WEST  
Blogger Caturo said...

o caturo tem ancestrais num meio tão bafiento e beato tipicamente beirão.

O Caturo tem ancestrais num meio que foi dominado pela beatagem, mas que se tem vindo a tornar menos e menos bafiento à medida que a Igreja vai caindo...
De resto, quem em Viseu se sentir incomodado por alguma attmosfera especialmente beata, vai dar uma volta à cava de Viriato que aí é que se respira o ar verdadeira e ancestralmente beirão.

23 de agosto de 2007 às 17:13:00 WEST  
Blogger Caturo said...

vcs têm piada. falam dos parolos e atrasadinhos do País real.
mas qd querem um cheirinho a terra e a sangue. lá vão eles cantado e rindo da cidade, numa de «viagens e aventuras», para a rusticidade


De quem estarás tu a falar?

É que, aqui, não vi ninguém a promover essa dicotomia caduca e divisionista do urbano x aldeão, numa época em cada vez mais qualquer urbano passa uma temporada em qualquer aldeia e cada vez mais aldeãos podem visitar as vezes que quiserem as cidades mais importantes, para além de poderem ter acesso permanente à mesma cultura dos urbanos, através da televisão, que chega a toda a parte...




ó caturo! o sino da igreja não te incomodou durante a noite?

Não o ouvi uma só vez...
De resto, até gosto de sinos. Faz-me lembrar o culto de Mitra, donde os cristãos os sacaram, aos sinos...

23 de agosto de 2007 às 17:17:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

quem costuma fazer essa destrinça entre a "modernidade urbana e culta" e os do campo. são as fotocópias de «zigalhos»

23 de agosto de 2007 às 18:12:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

zigalhos?? que é isso?

23 de agosto de 2007 às 23:35:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

nunca ouviste os tugas esquinedes
a berrar SIEG HEIL!!!!!!
ao fim de 5 minutos estão todos a dizer ZIGALHO

24 de agosto de 2007 às 10:02:00 WEST  

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