sexta-feira, maio 04, 2007

RECONHECIMENTO GOVERNALMENTAL DUMA ORGANIZAÇÃO PAGÃ NA SUÉCIA




Em Janeiro deste ano, a organização sueca pagã Sveriges Asatrosamfund (Sociedade Asatru Sueca) alcançou finalmente o reconhecimento governamental como associação religiosa registada.
Este agrupamento já existia há muito tempo, prestando serviços religiosos (organizando cerimónias e rituais, os chamados «blots») mas não tinha ainda sido registada no sentido legal. Este reconhecimento oficial reforça o facto de que esta organização é já considerada como uma alternativa espiritual séria, não como uma simples associação sem fins lucrativos.

A Sveriges Asatrosamfund não tem no entanto estatuto para realizar casamentos legais, precisando para isso de incluir nas suas fileiras pelo menos três mil membros. Mas encaminha-se para atingir esse patamar.


A imprensa sueca parece geralmente curiosa e até receptiva ao reconhecimento oficial da religião étnica do País, com a excepção, previsível, do orgão informativo internético da igreja estatal luterana, que parece não ver com bons olhos este reconhecimento oficial da religião verdadeiramente nacional (e aqui se vê bem até que ponto é que por vezes o estatal se pode opôr ao genuinamente nacional).


Entretanto, a supra-citada Sociedade Asatru Sueca realizou em Uppsala, no dia 9 de Abril, o seu «blot» primaveril, ou seja, o ritual de homenagem à chegada da Primavera. Há oito anos que esta associação celebra este ritual no citado local, que constitui uma das principais referências topográficas dos pagãos nórdicos, visto ter sido um dos últimos bastiões da religião étnica escandinava perante a invasão cristã.
De acordo com reportagem publicada num dos jornais suecos, realizaram-se este ano várias libações em honra do clico eterno da vida, da amizade, ao mesmo tempo em que se invocavam os Deuses Freya e Frey (Deidades da Fertilidade representadas nas imagens acima colocadas) e os espíritos da natureza, enquanto circulava pelos participantes o «mead» (bebida alcoólica arcaica) e se faziam oferendas de pão, sementes e fruta, além de se tocar música folclórica com instrumentos tradicionais.


É interessante observar a coincidência de que, ao que tudo indica, os Galaicos e provavelmente os Lusitanos realizacam uma cerimónia religiosa de cariz eventualmente primaveril - em honra da Deusa Nábia - precisamente a 9 de Abril.

17 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Camarada;

Não sei se já soubeste mas o Nacionalismo venceu na Escócia. À justa, mas venceu: e, até 2010, haverá um referendo sobre a independência desta Nação.
Se puderes (e quiseres) fazer um post sobre isto, achava importante - numa altura em que volta e meia se houve na rua «isto estava bem era na mão dos espanhóis!» a toda a hora, há gente sob dominação imperialista a dizer não com todas as letras.

5 de maio de 2007 às 18:23:00 WEST  
Blogger Zéfiro said...

Um pormenor importante: O SNP é um partido de centro-esquerda.

5 de maio de 2007 às 20:12:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

É verdade. Mas é Independentista. E na situação actual da Escócia a prioridade máxima é libertarem-se do Imperialismo de Westminster. As preocupações identitárias, fulcrais, virão depois.
Acrescente-se porém que, sendo um partido de centro-esquerda, o SNP não deixa de propugnar que se use para a Escócia o sistema do Green Card (documento que assegura o direito de trabalhar e residir, carecendo de renovação quinquenal), e que se discrimine a mão-de-obra de acordo com a sua formação.

5 de maio de 2007 às 20:19:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mão-de-obra imigrante, obviamente.

5 de maio de 2007 às 20:20:00 WEST  
Blogger Zéfiro said...

Acrescente-se porém que, sendo um partido de centro-esquerda, o SNP não deixa de propugnar que se use para a Escócia o sistema do Green Card (documento que assegura o direito de trabalhar e residir, carecendo de renovação quinquenal), e que se discrimine a mão-de-obra de acordo com a sua formação.

E daí? O Regime de entrada, permanência e afastamento de cidadãos estrangeiros do território português permite a concessão de vistos de trabalho válidos por um ano aos seus titulares.

5 de maio de 2007 às 20:36:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

E daí? O Regime de entrada, permanência e afastamento de cidadãos estrangeiros do território português permite a concessão de vistos de trabalho válidos por um ano aos seus titulares.

E que tem a ver isso com o que estamos a discutir? A lei portuguesa aplica-se na Escócia? Se o SNP propõe estas medidas é porque no Reino Unido, que é o que para eles conta, as coisas não se processam desta maneira - doutro modo, para quê defender o que já foi implementado?
No entanto, é relevante que um partido que se proclama de "Centro-Esquerda" (expressão que em linguagem política é como quem diz «só não somos do Berloque cá da terra porque senão não ganhamos eleições, mas pensamos como eles») tenha sentido a obrigação de inscrever no seu manifesto que quer um regime de imigração diferente - e provavelmente mais restritivo - do que o do Reino Unido. Se a Esquerda leitinho-morno é assim, supõe como será a direita...

5 de maio de 2007 às 20:59:00 WEST  
Blogger Zéfiro said...

Continuo a não ver nada de extraordinário no facto de um partido de esquerda querer regular os fluxos de imigração.

5 de maio de 2007 às 21:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

De facto... Eu sou de esquerda e estou aqui a ler este blog (mais por curiosidade que por alinhamento ideológico, é óbvio). E sou a favor de uma regulação efectiva dos fluxos de imigração, contra a nova lei da nacionalidade e pela preferência pela imigração europeia em detrimento de outras.

5 de maio de 2007 às 21:40:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Continuo a não ver nada de extraordinário no facto de um partido de esquerda querer regular os fluxos de imigração.

O que há de interessante - não chega a ser extraordinário - é, apesar de serem de Esquerda, quererem alguma preservação da identidade nacional escocesa. Já é um bom começo, e prenuncia uma atitude salutar de salvaguarda identitária na Escócia.

Eu sou de esquerda e estou aqui a ler este blog (mais por curiosidade que por alinhamento ideológico, é óbvio). E sou a favor de uma regulação efectiva dos fluxos de imigração, contra a nova lei da nacionalidade e pela preferência pela imigração europeia em detrimento de outras.

Pois, mas tu não fazes lei entre os partidos de Esquerda que, na sua esmagadora maioria, não pensam como o SNP. O facto de estes se declararem de Esquerda e no entanto acharem, ao contrário de todas as outras formações do seu espectro ideológico na Europa, que é necessário salvaguardar a identidade nacional interpondo barreiras à imigração, é um excelente sinal: o seu Nacionalismo não é «à la ETA» - pelo menos à primeira vista parece ter uma efectiva - ténue, mas efectiva - base de defesa da identidade da Nação. E isso, do meu ponto de vista, é louvável.

5 de maio de 2007 às 22:22:00 WEST  
Blogger Zéfiro said...

Tal como outras expressões no campo do nacionalismo, a expressão «identidade nacional» denota vários níveis de análise. Podemos falar de uma identidade que se baseia principalmente em elementos culturais e psicológicos, como o caso do patriotismo.

5 de maio de 2007 às 23:03:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

É possível que o SNP queira limitar a entrada de estrangeiros por questões relacionadas com os valores, que podem não ser partilhados pela população escocesa. No entanto, se o dispositivo que encontraram foi impedir a entrada de estrangeiros, isso acarreta a salvaguarda étnica. O fim deles não é o mesmo que o nosso, obviamente: mas o meio que empregam também nos serve. E se a preservação dos traços psicológicos e morais da Nação lhes merece crédito, já é um princípio. O António Vitorino, a título exemplificativo, já disse de caras numa entrevista que devemos deixar entrar imigrantes mesmo que isso não seja da vontade dos europeus: esse, que é de Centro-Esquerda, nem com os valores se preocupa...

6 de maio de 2007 às 01:32:00 WEST  
Blogger Zéfiro said...

Lamento contrariar-te Duarte, mas é o Regime constitucional e legal de cidadania que aborda o problema da sua individualização e, por conseguinte, de uma hipotética salvaguarda étnica. O Visto de trabalho (ou o seu homólogo sistema "green card") destina-se somente a permitir ao seu titular a entrada em território português a fim de exercer temporariamente uma actividade profissional. Nada diz quanto à determinação da cidadania dos indivíduos e, por consequência, à delimitação do povo de cada Estado ou Nação.

6 de maio de 2007 às 14:44:00 WEST  
Blogger Caturo said...

O António Vitorino, a título exemplificativo, já disse de caras numa entrevista que devemos deixar entrar imigrantes mesmo que isso não seja da vontade dos europeus:

Significativo, sem dúvida. Esse teve o descaramento (costas quentes, confiança, talvez excessiva, em como os Europeus estejam já abananados demais para reagir) de dizer abertamente o que toda a sua escumalha traidora pensa - que a Europa há-de ser mestiça, a bem ou a mal.

6 de maio de 2007 às 18:27:00 WEST  
Blogger Caturo said...

E sou a favor de uma regulação efectiva dos fluxos de imigração, contra a nova lei da nacionalidade e pela preferência pela imigração europeia em detrimento de outras.

Isso é essencial - e, em Portugal, condição suficiente para querer votar no PNR.

6 de maio de 2007 às 18:41:00 WEST  
Blogger Caturo said...

O facto de estes se declararem de Esquerda e no entanto acharem, ao contrário de todas as outras formações do seu espectro ideológico na Europa, que é necessário salvaguardar a identidade nacional interpondo barreiras à imigração, é um excelente sinal

Sem dúvida - isso é já um bom princípio.
Em Portugal, um «centro-esquerda» desses já merecia o voto dos nacionalistas, se entretanto não apoiasse formalmente a miscigenação.

6 de maio de 2007 às 18:44:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Lamento contrariar-te Duarte, mas é o Regime constitucional e legal de cidadania que aborda o problema da sua individualização e, por conseguinte, de uma hipotética salvaguarda étnica. O Visto de trabalho (ou o seu homólogo sistema "green card") destina-se somente a permitir ao seu titular a entrada em território português a fim de exercer temporariamente uma actividade profissional. Nada diz quanto à determinação da cidadania dos indivíduos e, por consequência, à delimitação do povo de cada Estado ou Nação.

Isso já eu tinha dito: o fim deles não é o mesmo que o nosso. Mas o meio que pretendem implementar para chegar ao seu objectivo também nos beneficia. Obviamente, não o fazem por terem consciência rácica - mas o que fazem serve para preservar a estrutura identitária da Nação. Sem apelo nem agravo.

6 de maio de 2007 às 21:46:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

o mpt e pnd elegeram um deputado nas eleições regionais madeirenses.

viva o nacionalismo

6 de maio de 2007 às 22:18:00 WEST  

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