segunda-feira, março 12, 2007

Sáturnes, 26 de Abril de 2778 AUC

NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE... NEM MAL QUE NUNCA SE ACABE

Hypatia, por Mitchel, 1885


No dia 12 de Março de 415, a filósofa pagã Hypatia foi assassinada em Alexandria pela maralha cristã conduzida pelo bispo local.

Uns quantos anos antes, o professor de matemática Theon de Alexandria teve uma filha à qual chamou Hypatia e que viria a ser uma das grandes sábias do seu tempo.
Hypatia era matemática, astrónoma e filósofa, tendo-se até tornado na directora da escola de filosofia neo-platónica dessa cidade helénica do Egipto (Alexandria).
Atribui-se-lhe a invenção de vários instrumentos, tais como o astrolábio plano, o hidrómetro e o hidroscópio.
Hypatia era uma mulher muito independente, que trajava com vestes professorais e não com a indumentária tradicional das mulheres da época; conduzia também a sua própria carroça, caso raro no mundo em que vivia (sociedade helénica da Antiguidade tardia).

Exercia uma forte influência política em Alexandria; e era resolutamente pagã.

Ora o facto de ser mulher independente, cientista, filósofa e ainda para mais pagã, atraiu sobre si o rancor dos clérigos cristãos dessa cidade. Assim, o bispo de Alexandria, Cirilo (que viria a ser santificado), que nutria por Hypatia um ódio mortal, acicatou contra ela a populaça cristã, populaça esta que no 12 de Março do ano de 415, foi, encabeçada por monges, atacar a carroça de Hypatia.
Arrastando-a para fora do seu veículo, despiram-na e assassinaram-na, arrancando a carne dos seus ossos e espalhando pedaços do seu corpo pelas ruas da cidade, chegando até a queimar o que restava do seu cadáver na biblioteca de Caesarium.
A escola neo-platónica dirigida por Hypatia continuou a existir até 642, ano em que as forças do Islão tomaram conta de Alexandria; e nenhum dos livros desta filósofa pagã chegou até aos dias de hoje dado que os invasores Árabes destruíram o que deles restava quando queimaram a biblioteca de Alexandria.
Assim, tem-se neste caso da História o exemplo acabado de como o Cristianismo e o Islão contribuíram para destruir o património pagão da Antiguidade…


No mesmo dia, mas em 604, morreu o papa Gregório, considerado santo e um dos doutores da Igreja. Bispo de Roma, andou durante anos a suprimir vestígios da Romanidade Pagã, nomeadamente por destruição de obras de arte e queima de livros em larga escala. Salvou entretanto alguma música de coro romana, a qual foi a partir de então nomeada como «Canto Gregoriano»...



2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Hypatia, a nova sex-simbol do PNR!

13 de março de 2007 às 11:07:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

bem-vinda tovarish!

13 de março de 2007 às 16:00:00 WET  

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