segunda-feira, março 12, 2007

NÃO HÁ BEM QUE SEMPRE DURE... NEM MAL QUE NUNCA SE ACABE

Hypatia, por Mitchel, 1885


No dia 12 de Março de 415, a filósofa pagã Hypatia foi assassinada em Alexandria pela maralha cristã conduzida pelo bispo local.

Uns quantos anos antes, o professor de matemática Theon de Alexandria teve uma filha à qual chamou Hypatia e que viria a ser uma das grandes sábias do seu tempo.
Hypatia era matemática, astrónoma e filósofa, tendo-se até tornado na directora da escola de filosofia neo-platónica dessa cidade helénica do Egipto (Alexandria).
Atribui-se-lhe a invenção de vários instrumentos, tais como o astrolábio plano, o hidrómetro e o hidroscópio.
Hypatia era uma mulher muito independente, que trajava com vestes professorais e não com a indumentária tradicional das mulheres da época; conduzia também a sua própria carroça, caso raro no mundo em que vivia (sociedade helénica da Antiguidade tardia).

Exercia uma forte influência política em Alexandria; e era resolutamente pagã.

Ora o facto de ser mulher independente, cientista, filósofa e ainda para mais pagã, atraiu sobre si o rancor dos clérigos cristãos dessa cidade. Assim, o bispo de Alexandria, Cirilo (que viria a ser santificado), que nutria por Hypatia um ódio mortal, acicatou contra ela a populaça cristã, populaça esta que no 12 de Março do ano de 415, foi, encabeçada por monges, atacar a carroça de Hypatia.
Arrastando-a para fora do seu veículo, despiram-na e assassinaram-na, arrancando a carne dos seus ossos e espalhando pedaços do seu corpo pelas ruas da cidade, chegando até a queimar o que restava do seu cadáver na biblioteca de Caesarium.
A escola neo-platónica dirigida por Hypatia continuou a existir até 642, ano em que as forças do Islão tomaram conta de Alexandria; e nenhum dos livros desta filósofa pagã chegou até aos dias de hoje dado que os invasores Árabes destruíram o que deles restava quando queimaram a biblioteca de Alexandria.
Assim, tem-se neste caso da História o exemplo acabado de como o Cristianismo e o Islão contribuíram para destruir o património pagão da Antiguidade…


No mesmo dia, mas em 604, morreu o papa Gregório, considerado santo e um dos doutores da Igreja. Bispo de Roma, andou durante anos a suprimir vestígios da Romanidade Pagã, nomeadamente por destruição de obras de arte e queima de livros em larga escala. Salvou entretanto alguma música de coro romana, a qual foi a partir de então nomeada como «Canto Gregoriano»...



2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Hypatia, a nova sex-simbol do PNR!

13 de março de 2007 às 11:07:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

bem-vinda tovarish!

13 de março de 2007 às 16:00:00 WET  

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