A NÉMESIS MORAL DA ESQUERDA - IRONIA DA POLÍTICA MODERNA

Ayan Hirsi Ali, a somaliana que fugiu para a Holanda e está agora nos EUA, continua a enfurecer os extremistas muçulmanos, e, sobretudo, e isto é que tem mais graça, também os «liberais» ocidentais - por «liberais» leia-se, neste caso, esquerdistas.

E porquê?

Porque Ayan Hirsi Ali deita por terra o teatrinho da «harmonia das civilizações» - tendo escapado do seio da civilização islâmica, Hirsi Ali considera o Islão como uma religião perigosa, mesmo na sua versão não violenta, e nega, sem margem para dúvidas, o dogma esquerdista da igualdade das civilizações.

A somaliana afirma também que é preciso dizer em voz alta aquilo que demasiados ocidentais têm sequer medo de pensar: que o Ocidente está-se a desagregar devido à sua tibieza perante as outras culturas, nomeadamente a muçulmana, que tenta destruir o modo de vida ocidental.

Garante por isso que o Ocidente tem de começar a pensar a sua relação com o Islão no tempo longo - porque é isso que os muçulmanos estão a fazer. Observa que as taxas de natalidade dos muçulmanos ultrapassam largamente as dos Europeus e acredita que se trata aqui dum tentativa consciente de expandir a fé islâmica. Faz notar que os muçulmanos tratam as mulheres como máquinas de fazer bebés... e que os Ocidentais têm de competir com isto. Alerta para o facto de que se trata aqui dum método islâmico é totalitário já tentado pelos nazis.

Ora quem assim fala é, não um branco «paranóico» e «racista», mas sim uma negra que fugiu duma sociedade fortemente patriarcal, escapando assim a um casamento arranjado, para o qual foi prometida em casamento, aquilo a que ela chama «violação combinada».

Em chegando à Holanda, tornou-se deputada do Partido Liberal.

Façam-se então as «contas» - Ayan Hirsi Ali:

- é uma mulher,

- é negra,

- é refugiada de África,

- luta pelos direitos das mulheres,

- consegue tornar-se numa activista política no mais liberal país europeu;

- anda constantemente protegida por guarda-costas, visto que tem recebido ameaças de morte, especialmente depois de ter escrito o guião do filme «Submissão», cujo realizador, Theo van Gogh, foi assassinado à luz do dia, a tiro e à catanada, por um marroquino muçulmano que recusou conscientemente os valores ocidentais;

Isto é nada menos nada mais do que o cúmulo da heroicidade para os valores que a Esquerda declara como seus.

Ayan Hirsi Ali tinha pois tudo, mas tudo, para ser quase divinizada por todas as Esquerdas do Ocidente.

Tudo, sim... sucede entretanto que... esta mesma lutadora da liberdade... farta-se de atacar o Islão... e o Islão é, para toda a Esquerda ocidental, o amado «outro» por excelência, o injustiçado pelos crimes dos cruzados!!!, uma das grandes vítimas do Ocidente!!! (a outra seria o negro...) em justa revolta contra o colonialismo e o capitalismo ocidental americano e tal!!!

E depois, o mais chato para os opinion-makers esquerdistas, é que a africana anda realmente ameaçada de morte pelas coisas que diz e escreve... vê-se por isso obrigada a viver na sombra de guarda-costas, visto que tem recebido ameaças de morte, especialmente depois de ter escrito o guião do filme «Submissão», cujo realizador, Theo van Gogh, foi assassinado à luz do dia, a tiro e à catanada, por um marroquino muçulmano que recusou conscientemente os valores ocidentais, como Hirsi Ali faz questão de salientar. (Cá em Portugal, a gentinha bem-pensante diz que o cineasta era uma espécie de racista xenófobo e acabou-se a converseta, está o caso arrumado...)

Portanto... portanto a Esquerda pura e simplesmente, mas pura e simplesmente, manda às malvas todos os outros valores que diz defender - porque, acima de tudo, está o amor ao «outro», o dar a outra face ao inimigo. A partir daqui, Hirsi Ali torna-se altamente desagradável, constitui autêntico espinho no pé da intelectualada ocidental politicamente correcta.

E porquê?

Porque Ayan Hirsi Ali não pode ser rebatida por ninguém quando relata as suas experiências sobre o que realmente se passa no mundo islâmico.

Porque Ayan Hirsi Ali, com aquilo que sabe, dá razão aos «islamófobos».

Porque Hirsi Ali constitui o testemunho vivo de que o edifício ideológico esquerdista ocidental é uma fraude descarada, cobarde, vergonhosa e traidora.