quarta-feira, março 07, 2007

RECRUDESCIMENTO DA RELIGIÃO EM DUAS DAS PRINCIPAIS POTÊNCIAS DO PLANETA

Um grupo ateu levou ao Supremo Tribunal dos EUA um processo contra a administração Bush, acusando-a de violar a separação entre o Estado e a Igreja.

Trata-se de mais um episódio da agitação ateia na maior potência planetária, como reacção ao crescimento da influência da religião na vida cultural, social e política no País. Os ateus militantes declaram que a Religião, para além de falsa, configura-se também como uma ameaça à civilização.
O presidente do grupo ateu que dá origem a esta notícia declara o ideal que segundo a sua associação deveria constituir o fundamento da sociedade: para além da separação entre Estado e Igreja, a substituição da superstição e das ideologias pela razão e pela bondade (naturalmente que isto é em si mesmo uma ideologia).
Estão especialmente preocupados, os que militam pelo Ateísmo, com o ressurgimento dos fundamentalismos a nível mundial e argumentam que a Religião é a maior fonte de violência do mundo.

Nos EUA, a percentagem de pessoas sem religião organizada é de catorze por cento; mas a de ateus fica-se pelos dois por cento.




Enfim, para uma acção há sempre uma reacção, especialmente na América, país de militâncias várias e de gente facilmente entregue à crença absoluta, palco fértil para todos os radicalismos.

Ou, por outro lado, tudo isto não ir muito além duma feira armada por quem arranja todos os pretextos e mais alguns para bater no Bush, enfim...


Mas também na China se reergue a Religião.


O governo chinês, cujo regime foi oficial e militantemente ateu, impondo em toda a parte do seu território o ateísmo, durante décadas, vê-se agora confrontado com um rápido e repentino ressurgir das religiões no seio da população.
Uma sondagem recente revelou que cerca de trinta e um vírgula quatro por cento dos Chineses com mais de dezasseis anos são religiosos, o que se traduz em cerca de quatrocentos milhões de pessoas religiosas.

Até há pouco tempo, as estatísticas oficiais situavam o número de religiosos em cerca de cem milhões.

Este crescimento religioso na China estará certamente ligado à maior tolerância para com a Religião que o regime tem manifestado nos últimos anos, assim permitindo a vinda à luz do dia das crenças antigas. Acto contínuo, reconstruíram-se templos das cinco religiões reconhecidas oficialmente, a saber, o Taoismo (religião nacional), o Budismo, o Catolicismo, o Protestantismo e o Islão.

O governo parece assim acreditar que esta tolerância conduz à harmonia social, já longe dos dias em que punia a religiosidade individual com anos de prisão e temporadas em campos de trabalho.

Todavia, a repressão contra a Religião está ainda longe de ser totalmente abolida. O Estado escolhe os indivíduos que compõem o clero de cada religião autorizada; e persegue as religiões não autorizadas (tais como a Falun Gong e as seitas protestantes que se reúnem em domicílios). Restringe entretanto a educação religiosa e proíbe o proselitismo.
Acresce que nenhum membro do Partido Comunista pode ser religioso. Há, ao mesmo tempo, uma discriminação anti-religiosa em certas universidades e empregos.

Os investigadores chineses que sobre este tema se debruçaram afirmam que esta crescente popularidade da Religião tem como motor a crise social, com corrupção à mistura, e o alargar do abismo entre ricos e pobres. Um destes especialistas descreve assim a motivação dos chineses que actualmente se viram para a religião: «as pessoas sentem-se perturbadas quando pensam nestas coisas (crise social) e se perguntam como é que elas serão resolvidas. As pessoas pensam, eu não quero saber do que os outros fazem ou quais são os seus resultados, eu preciso de algo em que possa confiar