quarta-feira, março 07, 2007

Martes, 08 de Abril de 2778 AUC

RECRUDESCIMENTO DA RELIGIÃO EM DUAS DAS PRINCIPAIS POTÊNCIAS DO PLANETA

Um grupo ateu levou ao Supremo Tribunal dos EUA um processo contra a administração Bush, acusando-a de violar a separação entre o Estado e a Igreja.

Trata-se de mais um episódio da agitação ateia na maior potência planetária, como reacção ao crescimento da influência da religião na vida cultural, social e política no País. Os ateus militantes declaram que a Religião, para além de falsa, configura-se também como uma ameaça à civilização.
O presidente do grupo ateu que dá origem a esta notícia declara o ideal que segundo a sua associação deveria constituir o fundamento da sociedade: para além da separação entre Estado e Igreja, a substituição da superstição e das ideologias pela razão e pela bondade (naturalmente que isto é em si mesmo uma ideologia).
Estão especialmente preocupados, os que militam pelo Ateísmo, com o ressurgimento dos fundamentalismos a nível mundial e argumentam que a Religião é a maior fonte de violência do mundo.

Nos EUA, a percentagem de pessoas sem religião organizada é de catorze por cento; mas a de ateus fica-se pelos dois por cento.




Enfim, para uma acção há sempre uma reacção, especialmente na América, país de militâncias várias e de gente facilmente entregue à crença absoluta, palco fértil para todos os radicalismos.

Ou, por outro lado, tudo isto não ir muito além duma feira armada por quem arranja todos os pretextos e mais alguns para bater no Bush, enfim...


Mas também na China se reergue a Religião.


O governo chinês, cujo regime foi oficial e militantemente ateu, impondo em toda a parte do seu território o ateísmo, durante décadas, vê-se agora confrontado com um rápido e repentino ressurgir das religiões no seio da população.
Uma sondagem recente revelou que cerca de trinta e um vírgula quatro por cento dos Chineses com mais de dezasseis anos são religiosos, o que se traduz em cerca de quatrocentos milhões de pessoas religiosas.

Até há pouco tempo, as estatísticas oficiais situavam o número de religiosos em cerca de cem milhões.

Este crescimento religioso na China estará certamente ligado à maior tolerância para com a Religião que o regime tem manifestado nos últimos anos, assim permitindo a vinda à luz do dia das crenças antigas. Acto contínuo, reconstruíram-se templos das cinco religiões reconhecidas oficialmente, a saber, o Taoismo (religião nacional), o Budismo, o Catolicismo, o Protestantismo e o Islão.

O governo parece assim acreditar que esta tolerância conduz à harmonia social, já longe dos dias em que punia a religiosidade individual com anos de prisão e temporadas em campos de trabalho.

Todavia, a repressão contra a Religião está ainda longe de ser totalmente abolida. O Estado escolhe os indivíduos que compõem o clero de cada religião autorizada; e persegue as religiões não autorizadas (tais como a Falun Gong e as seitas protestantes que se reúnem em domicílios). Restringe entretanto a educação religiosa e proíbe o proselitismo.
Acresce que nenhum membro do Partido Comunista pode ser religioso. Há, ao mesmo tempo, uma discriminação anti-religiosa em certas universidades e empregos.

Os investigadores chineses que sobre este tema se debruçaram afirmam que esta crescente popularidade da Religião tem como motor a crise social, com corrupção à mistura, e o alargar do abismo entre ricos e pobres. Um destes especialistas descreve assim a motivação dos chineses que actualmente se viram para a religião: «as pessoas sentem-se perturbadas quando pensam nestas coisas (crise social) e se perguntam como é que elas serão resolvidas. As pessoas pensam, eu não quero saber do que os outros fazem ou quais são os seus resultados, eu preciso de algo em que possa confiar