sexta-feira, fevereiro 23, 2007

TERMINÁLIA

O dia 23 de Fevereiro era para os ancestrais Romanos consagrado a Terminus, o Numen dos Limites, isto é, a Força Sagrada e impessoal que presidia às fronteiras.
É representado com uma rocha, motivo pelo qual um dos modos de O honrar consistia na colocação de uma enorme pedra nas fronteiras, tal como fazem hoje os agricultores.
A Terminália é o último dia do ano sagrado, do ciclo anual dos dias religiosos - segundo Ovídio, famoso poeta latino, os ritos da Terminália são o fecho de todos os outros e incluem, cerimonialmente, a renovação e o mútuo reconhecimento da pedra de fronteira, que era o marco que delimitava as propriedades. Uma grinalda era por isso colocada nesta pedra por todos os que dividiam a terra.
Após acenderem o fogo, ofereciam-se e partilhavam-se então as frutas, os bolos e o vinho, e dedicavam-se canções de louvor a Terminus.
Também se realizava uma cerimónia num marco de pedra do templo de Júpiter Optimus Maximus, no Monte Capitolino.
Crê-se que Terminus ocupa no panteão romano uma função de raiz indo-europeia, já que parece ter correspondentes funcionais noutras tradições mítico-religiosas indo-europeias, tais como o nórdico Heimdall e os arianos Vishnu e Bhaga.
Vale a pena citar as palavras que Ovídio dedicou a esta Potestade em «Fastos» II.658-62:
«Santo Terminus, Tu defines povos e cidades e nações dentro das suas fronteiras.
Toda a terra estaria em disputa se não fosses Tu.
Não procuras cargos nem o favor de ninguém; nenhuma quantia de ouro pode corromper o Teu julgamento.
Em boa fé, Tu preservas as reivindicações legítimas às terras rurais
Porque, de facto, as fronteiras são sagradas - e violá-las ou querer destruí-las é normalmente considerado como crime de gravidade nunca inferior à do furto, podendo, consoante o contexto, significar até uma declaração de guerra.
E, se tal acção for cometida contra a sua própria Estirpe, a malignidade do acto atinge um nível abissal de ignomínia: não há obscenidade pior do que a traição. É neste sentido que convém hoje interpretar a lenda da fundação de Roma, em que Rómulo mata o seu irmão Remo pelo facto de este ter violado a fronteira da nova cidade, dizendo «Assim pereça todo aquele que violar as fronteiras de Roma.» Independentemente do vários significados que foram atribuídos a este episódio lendário, hoje em dia o seu valor afigura-se nítido - aquele que age contra a salvaguarda da existência e da identidade da sua própria gente, comete crime sem perdão.
Terminus é pois uma Entidade Divina de crucial relevância no tempo em que hoje se vive, quando, por acção de certa(s) doutrina(s) visceralmente pária(s) e apátrida(s), a elite política dominante no Ocidente parece admitir unanimemente, de modo declarado ou implícito, que a distância ou a divisão entre diferentes povos representa só por si um mal, motivo pelo qual se inclina para a valorização do ideal da abolição de fronteiras.
Urge pois recolocar Terminus no Seu trono, em todos os sentidos da expressão.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tautalos vê este video...

http://www.youtube.com/watch?v=K20he8cs_qU&eurl=

Os teus amigos islamicos no seu melhor.


Forte Abraço

25 de fevereiro de 2007 às 17:33:00 WET  
Blogger Caturo said...

De facto, é por demais esclarecedor, camarada...

Saudações Nacionais

26 de fevereiro de 2007 às 11:36:00 WET  

Enviar um comentário

<< Home