sexta-feira, dezembro 08, 2006

CRISTIANISMO PERDE TERRENO EM ESCOLAS INGLESAS PERANTE «RELIGIÕES DO OUTRO»

No Reino Unido, mais precisamente em Buckinghamshire, há um grupo de políticos e professores que estão indignados com a nova directiva escolar governamental que manda reduzir o tempo de ensino reservado ao Cristianismo e aumentar o número de horas dedicado ao Islão e ao Hinduísmo. Assim, é recomendado aos docentes que gastem «apenas» quarenta por cento do tempo com o Cristianismo e dêm vinte por cento ao Islão, vinte por cento ao Hinduísmo, dez por cento a outras religiões (incluindo o Judaísmo), servindo os restantes dez por cento para explicar conceitos gerais da Religião.

A hoste cristã militante não está a gostar do multiculturalismo que ameaça um feudo o qual se habituou a considerar como seu, depois de o tomar pela força e pela intimidação. O irónico da História é que este multiculturalismo é a árvore que brota da semente do universalismo militante e fraternalismo cosmopolita que o próprio Cristianismo infiltrou no solo europeu. E tem ainda mais graça que o próprio Cristo tenha dito «Conhecereis as árvores pelos seus frutos».

Ora os frutos estão à vista - a compaixão e o complexo de culpa ocidental (dois elementos que estão na base da moral cristã) juntam-se à tara da suposta obrigatoriedade da fraternidade para com o alienígena e eis que a Europa se enche de gentes alógenas, alimentadas, em boa parte, quer por ressentimentos raciais antigos, quer pela intolerância islâmica para com outras culturas, quer ainda pela própria propaganda culpabilizadora dos Ocidentais e desculpabilizadora das minorias não brancas, propaganda esta que é engendrada pelos ocidentais mais envenenados pelo vírus do internacionalismo militante, e isto é que é o mais abissalmente doentio.

Neste caso em Inglaterra, a nova ênfase dada na escola ao Islão e ao Hinduísmo prende-se talvez, quer com a vaga migratória islâmica que invade o Ocidente, quer com o ascendente político e cultural que os países muçulmanos e a Índia têm e terão cada vez mais a nível mundial. É entretanto sintomático que se dedique já menos tempo ao Judaísmo do que ao Hinduísmo, pois que, «tradicionalmente», costumava-se ter como princípio, no seio das elites culturais ocidentais, que as três grandes religiões do mundo eram as chamadas «religiões do Livro» (da Bíblia), ou seja, o Cristianismo, o Islão e o Judaísmo, que está na raiz das outras duas, especialmente da de Cristo. Ora o Hinduísmo nada tem a ver com tal contexto espiritual e étnico, e, todavia, parece que irá receber mais atenções nas escolas britânicas do que o credo de Moisés. Sinal de que o lóbi judaico não será tão poderoso como alguns querem fazer crer... ou, eventualmente, de que o lóbi indiano, se tal coisa já existe, se torna cada vez mais influente (e, nos EUA, a comunidade hindu é já a mais próspera do País, tendo destronado a judaica em matéria de riqueza).

De um lado, o politicamente correcto multiculturalista, do outro a velha guarda beata, que, infelizmente, tem ainda o apoio de muitos ingénuos convencidos de que o Cristianismo é um dos baluartes do Ocidente, quando na verdade é precisamente a raiz do veneno que o corrói.

E a verdade, tão simples, é que a verdadeira religião de Inglaterra é tão somente o culto das suas Divindades ancestrais - Wuoden, Thunor, Saxnot, Freya, Frigga entre muitas outras Potências Divinas adoradas por Anglos, Saxões e Dinamarqueses.
Porque o que se aplica à Europa aplica-se evidentemente a cada uma das suas Nações.

21 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E a verdade, tão simples, é que a verdadeira religião de Inglaterra é tão somente o culto das suas Divindades ancestrais - Wuoden, Thunor, Saxnot, Freya, Frigga entre muitas outras Potências Divinas adoradas por Anglos, Saxões e Dinamarqueses.

Ha-ha-ha. Anglos, Saxões e Dinamarqueses sao imigrantes para a Inglaterra e não são nativos.
Os deuses nórdicos tem talvez dois ou três mil "aficionados"nos paises nordicos - a maior parte na Islandia.

8 de dezembro de 2006 às 15:24:00 WET  
Blogger Caturo said...

Anglos, Saxões e Dinamarqueses sao imigrantes para a Inglaterra e não são nativos.

Relativamente ao território, sim. Mas a Inglaterra é essencialmente uma nação germânica, dado que o próprio Inglês é um idioma germânico, parente do Alemão, do Holandês e sobretudo do Frísio (que alguns dizem ser quase igual ao Inglês), e parente também, embora em diferente grau, das línguas escandinavas.
Os Ingleses são pois, fundamentalmente, Anglo-Saxões. E a posterior influência dinamarquesa, sobretudo no leste do País (o em tempos chamado «Dane Law») só veio intensificar o carácter germânico dos Ingleses. Efectivamente, de acordo com um estudo genético, os Ingleses estão geneticamente mais próximos dos Holandeses, dos Alemães e dos Dinamarqueses do que dos seus vizinhos Galeses, que são Celtas. O mais interessante é que essa diferença genética entre Galeses e Ingleses coincide com a fronteira política entre Gales e Inglaterra.


Os deuses nórdicos tem talvez dois ou três mil "aficionados"nos paises nordicos - a maior parte na Islandia

Mil e tal só na Islândia, que é o país nórdico menos populoso... e devem ter também alguns milhares em Inglaterra, onde há vários grupos de culto aos Deuses Germânicos, tal como por exemplo o brilhante Odinic Rite, cujo lema é «Fé, Povo e Família», por coincidência a ser quase igual na formulação à tríade de valores do Estado Novo.

http://www.odinic-rite.org/

8 de dezembro de 2006 às 16:00:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

O multiculturalismo é também a árvore que brota do liberalismo( na sua versão clássica ou social), na modernidade tanto ou mais que do cristianismo.

8 de dezembro de 2006 às 16:11:00 WET  
Blogger Caturo said...

Nada na doutrina das liberdades obriga a que se queira ter uma sociedade multiculturalista.
A ideia de que há uma obrigatoriedade moral de amar o outro a todo o custo, dando inclusivamente a outra face quando agredido, é inteiramente cristã.

Já para não falar do vício mental que é o complexo de culpa...

8 de dezembro de 2006 às 16:39:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

Nada no cristianismo obriga a que se queira ter uma sociedade multicultural.

A ideia de que o homem é um ser universal liberto de lealdades comunitárias é inteiramente liberal.

Já para não falar do vício mental que é o individualismo libertário.

8 de dezembro de 2006 às 16:51:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

o licenciado em teologia, não se pronuncia? :)) já era tempo de teres um blog. gostei muito de o ouvir,na conferência.

8 de dezembro de 2006 às 17:07:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://lusitania.phpbb24.com

forum terceira via

portugal para os portugueses

diga sim à vida

8 de dezembro de 2006 às 17:57:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Relativamente ao território, sim. Mas a Inglaterra é essencialmente uma nação germânica, dado que o próprio Inglês é um idioma germânico, parente do Alemão, do Holandês e sobretudo do Frísio (que alguns dizem ser quase igual ao Inglês), e parente também, embora em diferente grau, das línguas escandinavas.
Foi a uns 1500 que os povos dos anglos e saxões vieram da are hoje chamada Schleswig e Holstein e um pouco mais paro o sul. 500 anos mais tarde os chegaram os vikings dinamarqueses de Jutland . Quer dizer que os Anglos e Saxoes e dinamarquesas emigraram para uma área bem populada. Eram imigrantes

Mil e tal só na Islândia, que é o país nórdico menos populoso... e devem ter também alguns milhares em Inglaterra, onde há vários grupos de culto aos Deuses Germânicos, tal como por exemplo o brilhante Odinic Rite, cujo lema é «Fé, Povo e Família», por coincidência a ser quase igual na formulação à tríade de valores do Estado Novo.

Interessante, mas se metes um olho em http://www.asatrosamfundet.se/omsamfundssidor/protokoll/060418.html
e notas "Medlemsantal ca 125" podes ver que na Suécia so sao 125. Dinamarca tem cerca de 500 e Noruega deve ser o mesmo. Máximo 3000 en toda a Escandinávia se a Islândia tem tanto. Em outros países sem fortes tradiciões nórdicas (Alemanha e Inglaterra) e mais uma curiosidade comica que uma religião. Mesmo na Escandinavia sao vistos com um riso nos lábios porque não existe ligação popular ao passado. Esses deuses morreram há mil anos

8 de dezembro de 2006 às 18:49:00 WET  
Blogger Caturo said...

Nada no cristianismo obriga a que se queira ter uma sociedade multicultural.

Mas a sua moral a isso conduz. É aí que está a raiz do multiculturalismo pelos motivos que ele é hoje promovido – a fraternidade universalista.
Ainda hoje não tenho bem a certeza sobre a autoria da seguinte frase, se é de Justino o Mártir, doutor da Igreja, ou se é de Francisco Louçã quando este era católico…:
nós que antes matávamos e nos odiávamos e não compartilharíamos nosso lugar com pessoas de outra tribo devido a seus [diferentes] costumes, agora, depois da vinda de Cristo, vivemos juntos com eles.

Isto é multiculturalismo quimicamente puro a ser justificado com base no Cristianismo.

De resto, é o próprio Cristo quem diz:
43 Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem.

In Novo Testamento, Mateus, 5.

Porque, na escritura antiga, o «próximo» é o do seu sangue – o próximo do judeu é outro judeu.
Porém, Cristo vem dizer que é preciso amar toda a gente, e é por isso que põe um «porém» no lugar do «próximo». Todavia, isto não é entendido pela generalidade das pessoas, que usa a expressão «amar o próximo» como sinónimo de «amar toda a gente». Pelo contrário, o Talmude deixa bem claro que o próximo do judeu é o outro judeu, e o Talmude é que contém a chave da interpretação do Antigo Testamento, motivo pelo qual há quem diga, por exemplo Israel Shahak, que quem não conhecer o Talmude, quanto mais ler o Antigo Testamento menos o entende.



A ideia de que o homem é um ser universal liberto de lealdades comunitárias é inteiramente liberal.

Também essa ideia deriva, a meu ver, do Cristianismo, porque é esta religião que traz a ideia de que o homem é um estrangeiro neste mundo, que a sua verdadeira pátria não é a «terrestre» mas sim a «celestial», pátria celeste esta cujo traço de união não é o sangue e sim a fé em Cristo. Atente-se, mais uma vez, nas palavras do próprio Jesus:
Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando da parte de fora, mandaram chamá-lo. E a multidão estava sentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram. Respondeu-lhes Jesus, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos! E olhando em redor para os que estavam sentados à roda de si, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Pois aquele que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe.
Marcos 3, 31-35.

Isto é a dissolução dos laços de sangue em proveito dos laços doutrinários – é o próprio princípio do universalismo militante.

E mais esta, absolutamente esclarecedora:
Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.
Mateus 10, 34-37.

É por isso que eu compreendo, no fundo, a sinceridade com que tu e outros falam quando não compreendem que não há qualquer contradição entre a Democracia e um regime com leis raciais, porque aí, no vosso modo de ver, actua a ideia de que o indivíduo existe independentemente da sua pertença rácica, étnica, nacional e familiar. E tal contraste é aliás disseminado ainda hoje por peças de ficção na qual a personagem principal se vê indecisa entre respeitar a sua própria família, composta de crápulas, ou «fazer o que deve fazer», ou ainda «entregar-se ao seu amor», etc.. É um dilema que agrada muito a certos ocidentais, que com ele querem, conscientemente ou não, desvalorizar o princípio da lealdade ao sangue.

Essa oposição, derivada da crença na ideia de que existe o «indivíduo em si separado da sua ancestralidade» não teria pura e simplesmente sentido num regime racial. Em assim sendo, o direito a pôr fora do País quem não fosse da raça do País, ou quem trouxesse gente doutras raças, seria tão natural como o direito à vida. E não passa pela cabeça, nem dos anarquistas, dizer seriamente que o direito à vida é uma limitação à liberdade dos assassinos…
É isto que constitui, quanto a mim, o fundamento da defesa da identidade. E é precisamente isto que mais medo mete aos multiculturalistas e multirracialistas. E é por isso que deve ser esta a bandeira do Nacionalismo – Identidade em Liberdade.

8 de dezembro de 2006 às 19:53:00 WET  
Blogger Caturo said...

Quer dizer que os Anglos e Saxoes e dinamarquesas emigraram para uma área bem populada. Eram imigrantes

E, infelizmente para os Celtas, os «imigrantes» conseguiram estabelecer-se e edificaram aquilo que viria a ser a nação inglesa - a qual viria depois a submeter, até hoje, os Celtas todos da Britânia. Por isso é que Londres controla aquilo a que se chama «Reino Unido»; por isso é que na Cornualha, na Ilha de Man, em Gales, na Escócia e até na Irlanda tem-se o Inglês como uma das línguas oficiais, enquanto as línguas nacionais desses países célticos, embora sejam faladas, e promovidas institucionalmente, continuam a ser minoritárias em termos sociais.

Isto de migrações pode de facto ser uma grande chatice... para os invadidos que não se acautelem a tempo ou que não tenham força para resistir.



Interessante, mas se metes um olho em http://www.asatrosamfundet.se/omsamfundssidor/protokoll/060418.html
e notas "Medlemsantal ca 125" podes ver que na Suécia so sao 125. Dinamarca tem cerca de 500 e Noruega deve ser o mesmo. Máximo 3000 en toda a Escandinávia se a Islândia tem tanto.


Pessoalmente, duvido que haja só quinhentos asatruares na Dinamarca - e duvido ainda mais que haja mais na Dinamarca do que na Suécia.



Em outros países sem fortes tradiciões nórdicas (Alemanha e Inglaterra) e mais uma curiosidade comica que uma religião

Nem por isso. Em Inglaterra caminham já para o reconhecimento estatal (e é se ainda o não obtiveram).
Além disso, convém não esquecer o pessoal dos EUA.



Mesmo na Escandinavia sao vistos com um riso nos lábios

Por quem?
Certo é que já obtiveram reconhecimento estatal na Islândia (1973), na Noruega (1993) e na Dinamarca (2003).


Esses deuses morreram há mil anos

Os Deuses nunca morrem... e, para já, o Seu número de adoradores vai crescendo. E não cresce mais depressa porque os seus praticantes não gostam de propaganda, genericamente falando.

8 de dezembro de 2006 às 20:47:00 WET  
Blogger Rodrigo N.P. said...

O problema maior do cristianismo poderá não ser propriamente o seu universalismo religioso.O problema maior serão os valores que daí emanam ou a sua interpretação, no caso específico cristão.

«Também essa ideia deriva, a meu ver, do Cristianismo,»

Sim, também, mas não só, e o liberalismo, sendo mundano, postula um conjunto de princípios que levam igualmente ao tal corte do indivíduo com a comunidade.

«Todavia, isto não é entendido pela generalidade das pessoas, que usa a expressão «amar o próximo» como sinónimo de «amar toda a gente». Pelo contrário, o Talmude deixa bem claro que o próximo do judeu é o outro judeu,»

Portanto, amar o próximo não é amar toda a gente indiferenciadamente.

Mas aqui vem novamente a questão de fundo,independentemente do que é realmente pretendido no Antigo Testamento, a verdade é que tu afirmas que o problema do cristianismo surge com a ideia de amar a todos, dando-lhe aí um cariz de igualdade entre toda a humanidade para além dos laços de sangue, mas o liberalismo redunda no mesmo por caminhos enviesasos, ao afirmar que não há que amar ninguém à priori, pois que fora da esfera individual todos os homens nascem iguais na sua condição de merecimento.

«É por isso que eu compreendo, no fundo, a sinceridade com que tu e outros falam quando não compreendem que não há qualquer contradição entre a Democracia e um regime com leis raciais, porque aí, no vosso modo de ver, actua a ideia de que o indivíduo existe independentemente da sua pertença rácica, étnica, nacional e familiar»

Eu também compreendo a sinceridade com que tu falas quando não compreendes que eu nunca manifestei incompreensão face à possibilidade de haver democracias com leis raciais, mas antes que a minha desconfiança face à ideia democrática não tem nada a ver com isso. E quanto à questão racial também já disse que sou de opinião que o problema de fundo são os valores que enformam a actual democracia, não necessariamente o conceito em si, esse tem outros problemas para além dessa questão.

«É isto que constitui, quanto a mim, o fundamento da defesa da identidade. E é precisamente isto que mais medo mete aos multiculturalistas e multirracialistas. E é por isso que deve ser esta a bandeira do Nacionalismo – Identidade em Liberdade.»

E agora é suposto eu começar a falar contra a liberdade porque tu insistes na ideia de que eu «não dou importância à liberdade», para compor o quadro?

E há outra coisa, é que a defesa do tal multiculturalismo vem de sectores da direita cristã como de sectores da esquerda onde o cristianismo não penetra, ou que são até radicalmente anti-cristãos, portanto é defensável que o cristianismo não seja a génese única do problema.

9 de dezembro de 2006 às 02:34:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

A Perfida Albion.....

9 de dezembro de 2006 às 12:42:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"E há outra coisa, é que a defesa do tal multiculturalismo vem de sectores da direita cristã como de sectores da esquerda onde o cristianismo não penetra, ou que são até radicalmente anti-cristãos, portanto é defensável que o cristianismo não seja a génese única do problema."

E com esta lixaste o Caturo. O multiculturismo é um produto do humanismo europeu, não do cristianismo. Aliás, o cristianismo do amor universal que o Caturo berra de ódio é simplesmente uma versão do cristianismo que veio da Europa humanista, antes disto era um movimento fundamentalista (Idade Média). Há outras versões do cristianismo, como os movimentos racistas cristãos americanos (KKK, a identity christian, os mormons até os finais dos anos 70 não deixavam os negros serem pastores).

O Caturo continua a cair no erro de ignorância ao achar que existe um cristianismo, um islamismo, um judaismo.

Os grandes confrontos sociais da Europa não são raciais, mas de mentalidades. Entre aqueles que aderem o humanismo e o liberalismo, e os que são fundamentalistas (islamistas e racistas). E seria bom que a Europa fechasse as portas aos imigrantes de paises islâmicos mais radicais. Não precisamos desta gente para nada.

9 de dezembro de 2006 às 15:00:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

As referências bíblicas estão descontextualizadas. O Cristianismo é pela família, senão Cristo não teria respeitado hierarquias, chamando Pai a Deus. Chamar-lhe-ia apenas Senhor, e não Pai. Este é um de muitos exemplos, reforçados ainda pelo facto de quer católicos quer protestantes terem defendido desde sempre os valores da família, e conheciam a Bíblia de fio a pavio. Quanto ao universalismo, já o helenismo e o culto imperial romano de todos os povos ao mesmo Deus supremo lhe tinham aberto as portas. O Cristianismo só veio depois e defende uma unidade espiritual e não necessariamente carnal, pois defende a existência de várias nações, como se prova no episódio da Torre de Babel.

9 de dezembro de 2006 às 20:17:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E sim o Humanismo, uma corrente do Cristianismo particularmente universalista e actualmente triunfante, é responsável por muita coisa má.

9 de dezembro de 2006 às 20:18:00 WET  
Blogger Caturo said...

O problema maior do cristianismo poderá não ser propriamente o seu universalismo religioso.O problema maior serão os valores que daí emanam

Mas é mesmo disso que se fala quando se refere o universalismo - porque o universalismo cristão tem um carácter moralmente obrigatório. E essa obrigatoriedade moral conduz precisamente ao fraternalismo sem e aliás contra as fronteiras.



Sim, também, mas não só, e o liberalismo, sendo mundano, postula um conjunto de princípios que levam igualmente ao tal corte do indivíduo com a comunidade

Podem levar aí ou não, mas sem a obrigatoriedade moral à partida.



«Todavia, isto não é entendido pela generalidade das pessoas, que usa a expressão «amar o próximo» como sinónimo de «amar toda a gente». Pelo contrário, o Talmude deixa bem claro que o próximo do judeu é o outro judeu,»

Portanto, amar o próximo não é amar toda a gente indiferenciadamente.

No sentido judaico, original, não o é.
No sentido em que os cristãos o usam, é.



Mas aqui vem novamente a questão de fundo,independentemente do que é realmente pretendido no Antigo Testamento, a verdade é que tu afirmas que o problema do cristianismo surge com a ideia de amar a todos, dando-lhe aí um cariz de igualdade entre toda a humanidade para além dos laços de sangue, mas o liberalismo redunda no mesmo por caminhos enviesasos,

Mas qual liberalismo e porquê?

É que a doutrina da Liberdade em si, e da Democracia, não tem agarrada a si essa fraternidade moralmente obrigatória.



«É por isso que eu compreendo, no fundo, a sinceridade com que tu e outros falam quando não compreendem que não há qualquer contradição entre a Democracia e um regime com leis raciais, porque aí, no vosso modo de ver, actua a ideia de que o indivíduo existe independentemente da sua pertença rácica, étnica, nacional e familiar»

Eu também compreendo a sinceridade com que tu falas quando não compreendes que eu nunca manifestei incompreensão face à possibilidade de haver democracias com leis raciais,

Mas afirmavas que a Democracia com liberdades individuais seria oposta às leis raciais.


mas antes que a minha desconfiança face à ideia democrática não tem nada a ver com isso

Tem a ver com o quê, já agora?



E há outra coisa, é que a defesa do tal multiculturalismo vem de sectores da direita cristã como de sectores da esquerda onde o cristianismo não penetra, ou que são até radicalmente anti-cristãos,

Aí é que está. Formalmente, são anti-cristãos, mas o que sucede é que a sua ética é fundamentalmente cristã, ou, se se preferir, neo-cristã. O próprio Marx dizia que o seu ideal bebia na moral cristã. E é frequente dizer-se que Jesus foi o primeiro comunista.

Porque aquilo que a Esquerda rejeita no Cristianismo é precisamente a sua parte menos cristã: o peso da Tradição, a historicidade associada ao conservadorismo. Por outro lado, a Esquerda rejeita também, muitas vezes, a própria ideia de Religião, porque a Esquerda é materialista. Mas, nisso, a Esquerda rejeita coerentemente toda e qualquer outra religião.

Por isso não é errado colocar-se a equação
Cristianismo - Deus = Esquerda.

10 de dezembro de 2006 às 00:39:00 WET  
Blogger Caturo said...

O multiculturismo é um produto do humanismo europeu, não do cristianismo. Aliás, o cristianismo do amor universal que o Caturo berra de ódio é simplesmente uma versão do cristianismo que veio da Europa humanista, antes disto era um movimento fundamentalista (Idade Média)

O anónimo não leu com atenção ou fingiu que não leu, mas eu repito-o:
nós que antes matávamos e nos odiávamos e não compartilharíamos nosso lugar com pessoas de outra tribo devido a seus [diferentes] costumes, agora, depois da vinda de Cristo, vivemos juntos com eles.

Isto é multiculturalismo puro e não foi dito nem no tempo da «Europa humanista» nem sequer na Idade Média, mas sim na Antiguidade tardia - e foi dito por um dos doutores da Igreja, Justino o Mártir.

E o resto das citações que aqui apresentei, tiradas do Novo Testamento, falam por si: ataque visceral e frontal ao princípio da lealdade ao sangue para o substituir pelo mandamento do amor universal para além e sobretudo contra as fronteiras.

10 de dezembro de 2006 às 00:45:00 WET  
Blogger Caturo said...

As referências bíblicas estão descontextualizadas.

Esse é um argumento muito na moda que é usado quando não se gosta daquilo que os textos antigos dizem - «Ai, é descontextualizado, não conta...».

Mas não. Não estão descontextualizadas. E desafio seja quem for que pense o contrário a demonstrar qual o real contexto...

Ah, e mais uma para dar que fazer a quem quiser procurar contextos... ora atentem, atentem...:
"E, no terceiro dia, fizeram-se uma bodas em Caná da Galileia; e estava ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: "Fazei tudo quanto ele vos disser" (João 2.1-5).

Pois é...



O Cristianismo é pela família, senão Cristo não teria respeitado hierarquias,

Não respeitou hierarquia alguma - tanto que não se cansou de bater nos fariseus e na religião institucional formalizada.


chamando Pai a Deus

Isto foi somente para se afirmar como filho de Deus e único caminho para Deus.


Este é um de muitos exemplos, reforçados ainda pelo facto de quer católicos quer protestantes terem defendido desde sempre os valores da família,

Evidentemente que quem nessas épocas fazia religiões para as massas, para povos inteiros, tinha de respeitar a família.


Quanto ao universalismo, já o helenismo e o culto imperial romano de todos os povos ao mesmo Deus supremo lhe tinham aberto as portas

Sim, tinham. Mas não como dogma religioso e muito menos como obrigatoriedade moral.

É aí que está a diferença.


O Cristianismo só veio depois e defende uma unidade espiritual e não necessariamente carnal, pois defende a existência de várias nações, como se prova no episódio da Torre de Babel

Esse episódio não prova nada disso. E não o prova porque nesse episódio a existência de várias nações e línguas é vista como uma punição, não como um benefício ou sequer como um simples facto natural.

A diversidade de línguas-nações é pois uma maldição que Deus impôs aos homens para castigar o seu orgulho de quererem escalar o céu.

10 de dezembro de 2006 às 01:24:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Não respeitou hierarquia alguma - tanto que não se cansou de bater nos fariseus e na religião institucional formalizada."

Isso é diferente, não respeitar aqueles que se considera falsos seguidores de uma religião não é desrespeitar hierarquias. Cristo defende as hierarquias e exemplos não faltam, nomeadamente (para além do exposto), ao instituir Pedro como seu seguidor (a pedra sobre a qual assentará a minha Igreja) e ao declarar-se Mestre dos Apóstolos, igual a eles perante Deus, mas (como o próprio nome indica) hierarquicamente superior a eles.

"Isto foi somente para se afirmar como filho de Deus e único caminho para Deus."

Opinião tua, eu não a compartilho.

"Evidentemente que quem nessas épocas fazia religiões para as massas, para povos inteiros, tinha de respeitar a família."

E a devoção de Cristo pela mãe? Também era fingida?

"Sim, tinham. Mas não como dogma religioso e muito menos como obrigatoriedade moral."

Ou seja, prepararam o terreno.


"A diversidade de línguas-nações é pois uma maldição que Deus impôs aos homens para castigar o seu orgulho de quererem escalar o céu."

É a vontade de Deus, para os cristãos não-multiculturalistas e não só. As razões não interessam, interessa que a sua vontade foi de que assim fosse senão os homens jamais o respeitariam. Logo, à vista da interpretação do episódio da Torre de Babel, é perfeitamente legítimo um cristão defender o Nacionalismo e o Racialismo.

11 de dezembro de 2006 às 19:15:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Não respeitou hierarquia alguma - tanto que não se cansou de bater nos fariseus e na religião institucional formalizada."

Isso é diferente, não respeitar aqueles que se considera falsos seguidores de uma religião

É o mesmo. É o mesmo que dizer que se é católico e não se respeita a autoridade do papa. Mas Jesus fez pior ao desrespeitar as tradições instituídas, trabalhando ao sábado.



ao instituir Pedro como seu seguidor (a pedra sobre a qual assentará a minha Igreja)

Nem por isso. Aí pode estar simplesmente a atribuir-lhe uma tarefa, não a dar-lhe autoridade sobre os outros.

Aliás, é o próprio Jesus quem afirma «Não chamarás pai a homem algum a não ser a Deus», o que, bem vistas as coisas, desautoriza os «padres» - não admira, uma vez que o hábito de chamar «padre/pater» ao sacerdote é de origem mitraica, ou seja, vem do culto de Mitra, Deus Solar e Guerreiro.



e ao declarar-se Mestre dos Apóstolos, igual a eles perante Deus, mas (como o próprio nome indica) hierarquicamente superior a eles

Claro - mas por não ser deste mundo. Ou seja, por estar à parte e acima.



"Evidentemente que quem nessas épocas fazia religiões para as massas, para povos inteiros, tinha de respeitar a família."

E a devoção de Cristo pela mãe?

Qual devoção, se Jesus se demarca tão claramente da sua própria mãe, chegando até a desprezá-la?...



"Sim, tinham. Mas não como dogma religioso e muito menos como obrigatoriedade moral."

Ou seja, prepararam o terreno.

Sim, prepararam. Mas a tara do exclusivismo ditatorial, essa veio do oriente...



"A diversidade de línguas-nações é pois uma maldição que Deus impôs aos homens para castigar o seu orgulho de quererem escalar o céu."

É a vontade de Deus, para os cristãos não-multiculturalistas e não só. As razões não interessam,

Interessam interessam, é aí que tudo reside - nas intenções.

11 de dezembro de 2006 às 20:00:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Caturo:

Não é minha intenção evangelizar-te. Aquilo que para mim são verdades com toda a lógica, para ti não o são. Pelos vistos nem eu te consigo fazer ver a validade dos meus pontos de vista nem tu me convences da invalidade dos mesmos. Como tal não vou ficar para aqui a malhar em ferro frio, pois já te expliquei os fundamentos do que aqui disse. Se não os aceitas, é a tua opinião. A minha é diferente da tua.

Fica bem.

13 de dezembro de 2006 às 14:17:00 WET  

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