ESCALADA DA VIOLÊNCIA CIVIL EM FRANÇA

A polícia francesa continua a alertar quem a queira ouvir para o facto de que já nem se consegue proteger devidamente a si própria, quanto mais o cidadão comum...

Proteger contra quem?

Contra carteiristas eslovacos?

Contra camionistas portugueses?

Contra turistas gregos?

Ou contra dentistas búlgaros?

Não - é mesmo contra «jovens» norte-africanos, por mais surpreendente que possa parecer.


Registou-se um aumento de 6,7% de criminalidade violenta nos doze meses até Agosto passado.
Ferem-se catorze agentes políciais por dia.

O secretário geral do Sindicato Geral da Polícia Nicolas Comte informa que em certas áreas a simples presença dum uniforme pessoal já nem sequer é vista como uma provocação mas como uma autêntica declaração de guerra.

A Esquerda apresenta como solução para tal nível de violência um retorno das forças policiais ao estatuto de quase assistentes sociais, mas o ministro Sarkozy entende que a função primordial e principal das forças da autoridade é a manutenção da ordem.

É especialmente interessante o testemunho duma agente policial, Karine Guigon:
«Há dez anos, quando eu trabalhava no sistema educacional, recomendava-se aos professores que educassem os jovens porque os pais já não o podiam fazer.
Dez anos depois, estou a trabalhar na polícia e é-me dito que tenho de ajudar os jovens porque o sistema educacional e os pais não estão a ser bem sucedidos.»


O supramencionado secretário geral do sindicato policial, Comte, chega já ao ponto de declarar que as forças da autoridade devem poder exercer o «direito de retirar», ou seja, recusarem responder a chamadas de emergência se lhes parecer que não podem garantir a sua própria sobrevivência.
«Francamente, não vale a pena levar na cabeça por um bónus de duzentos euros no final do ano», disse Comte, em jeito de desabafo.