terça-feira, maio 09, 2006

ISLÂMICOS A AMEAÇAR ESTÁTUAS EGÍPCIAS??? NÃO... DEVE SER MANOBRA DOS AMERICANOS... OU ENTÃO É SÓ UM PROTESTO CONTRA O COLONIALISMO OCIDENTAL...

... pois se os muçulmanos sempre foram tão civilizados... nunca quiseram destruir os templos e símbolos das outras religiões, que ideia...


Uma fatwa (decreto religioso islâmico) condenando a exibição de estátuas está a indignar e preocupar os liberais e intelectuais no Egipto, que receiam que esta venha a encorajar os fanáticos religiosos a atacar a herança faraónica do país.

A fatwa foi emitida pelo Mufti, o mais importante sábio islâmico no Egipto, de acordo com a BBC.
O Islão sempre foi muito reticente em relação às representações da figura humana, sendo que qualquer coisa que possa, mesmo remotamente, sugerir idolatria é logo vista com muito desagrado.
A escultura no Egipto vem da época dos faraós, havendo milhares de estátuas em museus e templos, já sem mencionar as esculturas modernas que se encontram nas praças principais das grandes cidades.
Daí que a recente fatwa tenha originado uma profunda indignação, com muitos dos seus críticos a mostrarem-se surpreendidos pelo facto de a questão ter chegado a ser sequer levantada.
No entanto, segundo a BBC, os egípcios estão actualmente cada vez mais à procura de normas religiosas para orientar todos os aspectos da vida, e as fatwas proliferam nos jornais, na Internet e nos canais via satélite.
Exemplo disso é o site «Islão Online», um fenómeno de sucesso destinado a apresentar uma visão abrangente do Islão ao mundo, o qual contém uma popular secção exclusivamente dedicada às fatwas.
Designada «Pergunte a um sábio», a secção inclui fatwas que vão desde a cirurgia a laser para corrigir a visão, ao Dia das Mentiras a 1 de Abril, passando por aspectos tão diversos como problemas conjugais.
Existe uma procura imensa por parte do público sobre fatwas, e, no caso das estátuas, foi precisamente um elemento do público que colocou a questão, explicou à BBC Sayed Mohamed Amin, um editor do Islão Online.
Citado pela BBC, Mohamed al-Sayed Said, do Centro al-Ahram para os Estudos Estratégicos e Políticos, considerou que tal reflecte a crescente religiosidade na sociedade egípcia, a qual eclipsa os modelos de progresso que orientaram esta sociedade nos séculos XIX e XX.
Nesta atmosfera de crescente religiosidade, a Irmandade Muçulmana, apesar de ilegal, controla actualmente um quinto dos assentos no Parlamento, muito à frente dos outros partidos da oposição.
Os analistas atribuem a ascensão daquele partido islâmico a outros factores que não a religiosidade, nomeadamente à repressão política, ao fraco desempenho económico de sucessivos governos e a um mal estar generalizado em relação à aliança com os Estados Unidos.
Consideram que as severas restrições políticas aplicadas nos últimos 50 anos deixaram as mesquitas e as organizações religiosas como os únicos terrenos onde a oposição ao regime podia desenvolver-se.