TERMINÁLIA
Este dia é consagrado, no calendário religioso latino, a Terminus, Deus das Fronteiras. Trata-Se de uma Divindade, representada por uma pedra, que zela pelo respeito devido aos marcos que delimitam os territórios. Nesta data, os proprietários enfeitavam com grinaldas as pedras que marcavam as fronteiras das suas terras e ofereciam bolos, frutos e vinho à Divindade... Celebrava-se a Terminália junto de uma rocha fronteiriça, no templo de I.O.M. - Iuppiter Optimus Maximus ou Júpiter o Melhor e o Maior - localizado no monte Capitolino, em Roma...
O poeta Ovídio consagrou-Lhe estas palavras:
«Santo Terminus, Tu defines povos e cidades e nações dentro das suas fronteiras. Toda a terra estaria em disputa se não fosses Tu. Não procuras serviços nem o favor de ninguém; nenhuma quantia de ouro pode corromper o Teu julgamento. Em boa fé, Tu preservas as reivindicações legítimas às terras rurais.»
(Ovídio, Fastos II.658-62).
Saudemos pois o Deus das Fronteiras, agora e sempre, garantia que é da justiça e da identidade...
E, este ano, calha a data numa quinta-feira, dia da semana consagrado a Júpiter, e um dos aspectos deste Deus é Júpiter Terminalus, isto é, Júpiter Guardião das Fronteiras.
Terminus é, em termos etno-históricos, um dos testemunhos do carácter arcaico e indo-europeu da Religião Romnana, dado que parece ter equivalentes noutras tradições indo-europeias: Heimdall entre os Nórdicos, Aryaman entre os Arianos da Índia.
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