quarta-feira, fevereiro 22, 2006

ETARRAS MAFOMÉTICOS?

É de lamentar que a comunagem tenha tomado conta de grande parte da cena nacionalista em Espanha. Devido ao facto de praticamente toda a Direita ter alinhado com Franco em nome do combate ao Comunismo e à salvaguarda da Igreja Católica (um dos grandes males da Direita é precisamente a vassalagem de grande parte dela relativamente à doutrina do Judeu Morto), a Esquerda não se fez rogada e soube tomar como sua a causa das nacionalidades subjugadas pelo imperialismo castelhano. Actualmente, há já um crescimento daquilo a que se pode chamar «Direita» (discriminação, sentido de raça, valorização da identidade acima de tudo o resto) nas fileiras nacionalistas; no entanto, persiste uma certa mentalidade primariamente anti-fascista que conduz a inversões de princípios e da mais elementar capacidade para reconhecer como mais perigosos os inimigos cuja acção é mais mortal. É por isso que, nas hostes da ETA, organização de ideário marxista, se regista um número demasiado elevado de convertidos ao Islão (na ordem das centenas), que vêem no credo de Mafoma uma forma de se afirmarem contra o poder de Castela.

É o que se chama saltar da frigideira para o fogo.

E claro, os castelhanistas imperiais aproveitam logo a deixa para porem no mesmo saco as reivindicações bascas à terra que é sua por direito de sangue e as esperanças muçulmanas de um dia retomarem a Andaluzia, como se clamar pela liberdade e soberania em sua própria casa fosse o mesmo que atrever-se a tentar retomar o que no passado se conquistou pela força, sem outro direito para o fazer para além da convicção arrogante e imperial que leva a querer impor aos outros as suas crenças e valores.


Indepedentistas e imperialistas, cegos pelo ódio e pela teima, falham em compreender a diferença entre o essencial e o acessório.