quarta-feira, dezembro 14, 2005

FANATISMO RELIGIOSO ORTODOXO VIRA BATERIAS CONTRA O HINDUÍSMO E PISCA O OLHO AO ISLÃO


Krishna conduzindo o carro de combate do guerreiro Arjuna

Falando em nome da Igreja Ortodoxa Russa, um arcebispo declara que Krishna, uma das principais Divindades do Hinduísmo, é uma figura diabólica, personificação do inimigo de Deus.

Disse-o numa carta dirigida ao presidente da câmara de Moscovo, exigindo que seja abortado o projecto de construção de um templo de Krishna na referida cidade. Argumenta que «a construção do templo (uma obscenidade satânica destinada a ser construída mesmo no coração do país cristão ortodoxo que é a Rússia) a Krishna ofende os nossos sentimentos religiosos e insulta a cultura religiosa milenar da Rússia onde a esmagadora maioria das pessoas, cristãs e muçulmanas, consideram Krishna como um demónio malévolo, o poder personificado do inferno oposto a Deus».

Ora aqui se verificam alguns dos principais tiques cristãos:
- fanatismo religioso e diabolização das outras crenças, o que conduz à intolerância;
- apelo ao «nacionalismo» feito com um descaramento de que só usurpadores intolerantes são capazes, reivindicando para si todo um Povo, como se o Cristianismo pudesse ser uma religião nacional, e como se a verdadeira religião nacional dos Russos, o Paganismo Eslavo, não tivesse sido combatida pelo Cristianismo;
- aliança espiritual com o Islão contra tudo o que não seja bíblico.

Não é um borrabotas anónimo qualquer quem assim fala, do canto da sua sacristia - é um arcebispo que representa a própria Igreja Ortodoxa Russa.

Significa isto que passados dois mil anos, nada de essencial mudou nos cristãos.


Já agora, Krishna é, de acordo com a tradição hindu, o Deus que dita o Bhagavad-Gita. O Bhagavad-Gita é um dos principais textos religiosos indianos e pode ser descrito como uma espécie de manual espiritual do guerreiro ariano. Consiste numa série de recomendações religiosas e de exortações ao combate que Krishna faz ao herói ariano Arjuna, convencendo-o a lutar em nome do seu dever de casta(darma), ao lado da sua estirpe, sem se apegar aos frutos dos seus actos, isto é, cumprindo o seu dever mesmo perante a possibilidade de morrer, até porque, como diz o Deus, a alma é eterna - «Nunca houve um tempo em que não existisses e nunca virá um tempo em que não existas».

A magistral obra foi já editada em Portugal.