quarta-feira, dezembro 21, 2005

A ACTUALIZAÇÃO CATÓLICA DO VÍRUS INTERNACIONALISTA

Em conversa com o embaixador de França, o papa teceu recentemente umas quantas considerações a respeito da insurreição moirisca em território da antiga Gália.
Embora condenando a violência que abalou toda a França em Novembro, não deixa no entanto de ecoar o lugar-comum esquerdista segundo o qual os tumultos perpetrados pela escumalha norte-africana são na verdade uma «expressão da frustração dos jovens que se sentem económica e socialmente excluídos da sociedade.»

Mais afirma que é hoje importante agradecer aos imigrantes e aos seus descendentes pela riqueza social, económica e cultural que ajudaram a criar... como se esse agradecimento não tivesse já sido feito uma verdadeira colhoada de vezes, à razão de cento e vinte e cinco por dia.

Segundo Benedito XVI, o desafio que se apresenta à sociedade actual é o da vivência dos valores da igualdade e da fraternidade. Sim, os da Revolução Francesa, excepto o da Liberdade, evidentemente...


Significa isto que Sua Santidade o Papa Benedito XVI pactua à grande com a imigração e até se prontifica a desculpar a arrogância destruidora tão característica da horda norte-africana e muçulmana em geral.

E ainda havia uns quantos nacionalistas a dizer que Ratzinger era nazi, ou que «era dos nossos»... claro que se tratava aqui de uma vã esperança sem ponta de lógica ou de coerência.

Na verdade, ao apelar, neste contexto, aos valores da igualdade & fraternidade, Lda., o maior servidor do Judeu Morto mais não faz do que alimentar o vírus do internacionalismo militante que o Cristianismo trouxe para a Europa e que, mais tarde ou mais cedo, tinha de dar o resultado que deu: a constituição de uma moral cosmopolitista que considera toda e qualquer forma de discriminação com base na estirpe (Nacionalismo, Racialismo, Racismo) como um acto de maldade ideológica.
Efectivamente, já na Antiguidade havia quem simpatizasse com os bárbaros, por diversas razões; mas não havia a ideia de que amar apenas os seus e não querer contactos com o alienígena era algo de mau, como há hoje.

Assim, o cerne da mentalidade politicamente correcta militantemente «anti-racista», mais não é do que uma derivação da moral cristã a respeito das relações com o «outro»:
- pacifismo - Lucas 6:30, Mateus 5:39, Mateus 5:42;
- amor incondicional e igualitário sem fronteiras de estirpe - Mateus 5:43-47;
- dissolução dos laços de sangue em proveito dos laços doutrinários internacionalistas - Lucas 8:19-21, Lucas 14:26, Mateus 10:35-36, Marcos 3:31-35.

Leia-se o que diz um pastor protestante sobre o assunto:
Para falar da família numa perspectiva do Novo Testamento penso que é importante começar por lembrar o episódio em que a mãe e os irmãos de Jesus o procuram quando ele pregava à multidão. Disseram-lhe: “A tua mãe e os teus irmãos estão aí e querem falar-te.” E Jesus perguntou rectoricamente: “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?” para afirmar: “Quem faz a vontade de meu Pai que está no Céu é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Marcos 3:31/35 e paralelos.
Não deixa de ser significativo que este episódio apareça nos três evangelhos sinópticos, o que mostra a importância que a Igreja do primeiro século lhe atribui. Em Marcos e em Mateus o episódio é seguido imediatamente por parábolas sobre o Reino de Deus. Ou seja, com o anúncio da aproximação do Reino de Deus até os laços familiares, tão importantes no Judaísmo, são secundarizados.
Sem tirarmos já conclusões radicais, como seria deduzir-se que Jesus veio acabar com a família, podemos reconhecer, no entanto, que o episódio obriga a um olhar diferente sobre a família. Aliás, os evangelhos também reconhecem que Jesus veio criar divisão nas famílias, pondo o filho contra o pai, a filha contra a mãe, a nora contra a sogra Mateus 10:35. Para aqueles de nós que foram educados sob a triologia “Deus, Pátria e Família”, triologia hipócrita mas que afirmava, em nome da chamada civilização cristã, a mais alta honra para o núcleo familiar, o Evangelho espanta-nos com a forma como a família é colocada nestes discursos de Cristo. Os pescadores que vieram a tomar-se apóstolos são mesmo indirectamente elogiados por, ao convite de Jesus para o seguirem, terem abandonado tudo, incluindo as famílias. Marcos 1:18 e paralelos.
Mais livres para a luta
Esta “secundarização” da familiar como eu lhe chamei, pode compreender-se se pensarmos no que está implícito no anúncio do Reino de Deus. No fundo trata-se de pôr em questão a ordem do mundo então vigente, trata-se de uma “conspiração contra o estado das coisas
”.(...)


Por conseguinte, Benedito XVI está neste caso a ser perfeitamente coerente. Quanto à atitude de nele acreditar, já se sabe: com papas e bolos se enganam os tolos.

12 Comments:

Blogger Rodrigo N.P. said...

«Com Papas e bolos...» LOL está boa.
É como te digo a Cristandade institucional é um obstáculo, mais um vírus, mas não é só a Igreja Católica.No entanto é preciso distinguir a Igreja dos que se consideram cristãos.

De qualquer forma desde o concílio vaticano II que aquilo só tem piorado, são uns tristes, a preocupação deles é o sexo e pouco mais.Enfim, sempre servirão para fazer campanha contra a liberalização do aborto.

21 de dezembro de 2005 às 16:57:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

A Igreja está mesmo toda minada.

NC

21 de dezembro de 2005 às 17:48:00 WET  
Blogger Caturo said...

Minada?

Caro camarada, a Igreja não está minada. A Igreja é que mina.

21 de dezembro de 2005 às 18:03:00 WET  
Blogger Sefodeu said...

é óbvio que o vosso paganismo nao é, nem nunca será compativel com a ortodoxia cristã. Mas nao sejam cobardes e deixem de bater no ceguinho. Vocês tem um inimigo pagao bem mais perigoso - Maçonaria (principalmente a Irregular). O Cristianismo abriu as portas à universalidade da religiao, é verdade - é Católico. Porém, nao confundamos as coisas, existe uma noçao bem clara de estado e pátria como legítimo superior.
Essa treta do - todos diferentes/todos iguais - surgiu no ocidente, pois o cristianismo é a única religiao que dá aso a isso. Contudo, há uma grande diferença entre permitir - dar aso - e INVENTAR. Quem inventou a Igualdade, a Democracia, o Humanismo (demasiado humano) etc... etc... FOI A MAÇONARIA e nao a Igreja. Aconselho a leitura do Rito Escoçes Antigo e Aceite (na versao de Albert Pike, por exemplo).... confirmarás que todos esses ideiais sao a sua carta de apresentaçao. Assim é instruido o Aprendiz até atingir os Altos Graus (a partir do 4).
1 abraço

22 de dezembro de 2005 às 18:07:00 WET  
Blogger Caturo said...

Isento, o que digo está longe de ser cobarde. Nem queiras fazer da Igreja uma pobre vítima coitadinha que não é capaz de se defender.

A Maçonaria é outro veneno, pois é. E é um veneno porque a sua acção ideológica enfraqueceu os ânimos ocidentais, que se afiguram agora fracos perante a maior ameaça de todas, o Islão.

Quanto aos ideais de igualdade sem fronteiras, não há dúvidas de que os seus primeiros servidores militantes foram, na Europa, os cristãos. Lê as passagens do Novo Testamento para as quais aqui pus os elos (links). Está lá tudo.

E tanto é isto verdade que até o papa fala nos valores da igualdade e da fraternidade. Dirás que Benedito XVI é maçónico? E a Opus Dei calava-se?...

A respeito da tolerância pela diferença religiosa, não é graças ao Cristianismo que ela existe, muito pelo contrário. Era regra no tempo do Paganismo Clássico, mas o Cristianismo veio destruí-la, com a intolerância que o marcou desde as origens.
Se hoje o Ocidente vive num clima de liberdade religiosa, deve-o precisamente ao decréscimo do Cristianismo e retorno da mentalidade clássica greco-romana.


Saudações

22 de dezembro de 2005 às 21:00:00 WET  
Blogger Sefodeu said...

1 - Não foi intenção ofender-te e a palavra 'covarde' foi, talvez, mal escolhida; pelo que peço desculpa.

2 - é verdade q a Igreja tem quem a defenda, mas não deixa de ser uma banalidade do nosso tempo o facto de a maioria dos Europeus criticarem a Igreja (tornou-se fácil e, no fundo, é mais uma manifestação da vergonha que a Europa actual tem de si mesma - não sei se com ou sem razão)

3 - O Santo Padre fala de Liberdade, fraternidade etc... simplesmente para se fazer comunicar e para dizer aos franceses que estes ideais, que tanto movem o seu coração, não são simplesmente para se deitar fora (têm algo de bom, não podem é ser tomados como valores absolutos). O Papa é obviamente um universalista, pois a sua religião é Católica(significa literalmente - Universal). No entanto, ao contrário daqueles que elevam os valores maçónicos (solidariedade, igualdade e outras tretas) ao absoluto, Benedicto acredita na Universalidade Diferenciada e no carácter particular de cada nação (está no catecismo que ele próprio fez)

4 - Existem dois tipos de Tolerância aos quais correspondem dois tipos de religião: Universal e Nacional.
As religiões universais, posteriores às Nacionais (que, por sua vez, sao posteriores à religiosidade tribal e nómada), caracterizam-se por tolerar (e até incentivar) o direito de aqueles que, nao fazendo parte do grupo(naçao, raça, etc), possam e devam igualmente praticar a sua religiao.
Enquanto isso, as religioes nacionais sao tolerantes com as religioes dos outros (pudera, acham a sua superior).
Assim, as religioes universais tendem a 'pecar' por intolerância impondo as mesmas coisas para todos (levando demasiado a letra a instruçao 'compele entrare' - força-os a entrar - de Jesus Cristo).
As religioes nacionais fazem justamente o contrário - nao deixam ninguém entrar (para além de tender para se estender à força, submetendo os que, supostamente são de outra origem e, portanto, de casta inferior)
Com tudo isto não pretendo tomar posiçao nem defender a religiosidade universal contra a nacional. Só quero dizer que valorizam tipos de tolerância BEM diferentes.
Portanto reformulo o que disse, mas reafirmo-o - os valores da tolerancia só existem no ocidente por causa do cristianismo pois, dentro das dominantes religioes universais, acaba por ser mais partilha do tipo de tolerancia mais caracteristico das religioes nacionais.
Concluindo, volto a dizer que a Maçonaria é incomparavelmente pior, pois fazendo-se passar por uma coisa é outra - finge uma pseudo-tolerancia quando, no fundo querem substituir a mensagem das R.universais pela sua própria mensagem - o fanatismo da tolerância, da igualdade e de toda essa porcaria.
1 abraço,
Isento

23 de dezembro de 2005 às 04:39:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não creio que os sucessivos ataques à Igreja tenham a ver com a vergonha de si mesmo que encolhe a Europa. Acho que se trata aí de dois aspectos paralelos sem ligação entre si. Não é comum falar-se mal da Europa quando se ataca a Igreja e vice-versa.

O papa falou dos valores da igualdade e da fraternidade (não consta que tenha falado da liberdade...) porque neles acredita e porque o Cristianismo os defende. Não disse, entretanto, que não possam ser tomados como valores absolutos.

Quanto às diferenças entre os povos, era o que faltava que o papa não as reconhecesse, que caía logo, de caras, o arranjinho que permite andar a dizer que o Catolicismo é «a religião nacional» (de Portugal, Espanha, Itália, França, etc.). Agora, é preciso ver em que medida é que o papa reconhece as referidas identidades. O PCP também reconhece as identidades locais - daí que faça campanha pela regionalização. É preciso que se especifique em que consiste essa diferenciação.

Ora, sendo a Igreja aquilo que é, torna-se óbvio que defende um modelo no qual todos os povos mantenham as suas diferenças políticas e linguísticas, e parou por aí, que quanto a raças e etnias, «já somos todos iguais». Enfim, a crença num Deus único para toda a humanidade, o não reconhecimento dos Deuses nacionais, tinha de descambar nisso mesmo.

Quanto à diferença entre religião nacional e religião tribal, é meramente relativa, de grau; em contraste, a diferença entre religião nacional/tribal e a religião universal, é absoluta.

Ora as religiões universais que mais marcaram a História do Ocidente, Cristianismo e Islão, não se limitaram a «tolerar» que gente de fora «do grupo» se lhes convertesse - foram «um pouco mais longe»: também toleraram que os seus servidores fossem impô-las por toda a parte do mundo, pela intimidação e pela força, pelo menos até onde os deixaram. Isto só tem um nome: imperialismo espiritual e totalitário.



Em contraste, as religiões nacionais, como bem disseste, toleram as religiões dos outros povos. O termo correcto nem será «tolerar», pura e simplesmente porque nem sequer se põe a hipótese, nesse contexto, de tolerar ou deixar de tolerar as religiões dos outros - a ideia de destruir altares alheios e de converter alienígenas à força, não tem sequer cabimento na mentalidade dirigida pelas religiões nacionais.

Os seus praticantes podem ou não considerar que a sua religião nacional é superior às das outras nações. É indiferente. Nada há numa religião nacional pagã que force o seu praticante a considerar a sua religião como sendo superior às dos outros.

Em contraste, as religiões universais consideram-se sempre superiores umas às outras, com a agravante que as tentam destruir...



Assim, as religioes universais tendem a 'pecar' por intolerância impondo as mesmas coisas para todos (levando demasiado a letra a instruçao 'compele entrare' - força-os a entrar - de Jesus Cristo).

Nunca tinha ouvido dizer que Jesus Cristo tivesse ordenado isso. Podes-me indicar a passagem?



As religiões nacionais até podem deixar entrar gente de fora. Os Romanos, os Gregos, entre outros, nunca impediram que os seus Deuses fossem honrados por estrangeiros. Era-lhes indiferente. Além do mais, não se estendiam à força, não impunham a sua religião em parte alguma do mundo por si dominado.

Por tudo isto, creio que as religiões nacionais são naturalmente tolerantes, dado que nem sequer lhes ocorre ser outra coisa; em contraste, as religiões universalistas mais conhecidas no Ocidente são naturalmente intolerantes, porque se consideram detentoras da verdade absoluta e porque, sendo igualitárias e fraternais, acham-se na obrigação de levar a sua «verdade» a todos os homens do mundo, sem fronteiras de qualquer espécie.

Assim, creio que a tolerância existe hoje no Ocidente, nunca devido ao Cristianismo, mas sim apesar do Cristianismo, dado que o substracto genuinamente europeu, grego, romano, entre outros, acabou por vir ao de cima e fazer vingar a Liberdade, que já Aristóteles considerava como típica dos Ocidentais.



No que toca à Maçonaria, tudo indica que é perigosa, talvez por ser mais subtil do que a Igreja, do mesmo modo que o Capitalismo é mais perigoso do que o Comunismo por ser mais eficiente e sedutor do que este.

Mas, no fundo, do mesmo modo que Capitalismo e Comunismo são duas faces da mesma moeda (colectivismo materialista economicista), também o Cristianismo e a Maçonaria acabam por ser, no essencial, a mesma coisa: universalismo espiritual e consequente oposição às mais genuínas identidades nacionais.

Saudações Natalícias

26 de dezembro de 2005 às 16:27:00 WET  
Blogger Sefodeu said...

1 - Disseste:

- O papa falou dos valores da igualdade e da fraternidade (não consta que tenha falado da liberdade...) porque neles acredita e porque o Cristianismo os defende. Não disse, entretanto, que não possam ser tomados como valores absolutos.

Resposta: é capaz de nao o ter dito nessa ocasiao, mas já o disse várias vezes, por exemplo na famosa conferencia de Roma 2004, "multiculturalism, which is so constantly and passionately encouraged and supported, sometimes amounts to an abandonment and disavowal of what is our own"
(é a mesma conferencia em que os 'gays' ficaram ofendidissimos - http://www.lifesite.net/ldn/2004/may/04051410.html).

2 - Quanto à relaçao entre ataque à Igreja e ataque à Europa. Começo pela pergunta - o que é a Europa?

2.a) A primeira vez em que o termo foi usado foi por Heródoto (sec.V, AC), referindo-se às diferenças entre os estados helénicos e os asiáticos (com quem andavam habitualmente à 'porrada', ex.Os Persas de Ésquilo). Resolvida a questao, o termo desapareceu.

2.b) Apareceu o Império Romano, pouco tem a ver com o nosso conceito de Europa. Antes de ser dividido envolvia, no seu máximo explendor Trajano partes de África e Ásia; nao contava com a Irlanda, a este, contava com uma pequena parte da Alemanha e esquecia totalmente aquela zona que, mais tarde se considerou território originário da lingua Indo-Europeia - desde a Alemanha à faixa que vai dar à Russia, passando pela Polónia, etc... (claro está que quando se falou do indo-europeu já se tinha um conceito totalmente diferente da Europa)

2.c) no declineo do Império Romano, a parte ocidental foi perdida por Roma (conquistado por uns e re-conquistado por outros, o território ex.Romano ficou dominado por tribos 'puras', da tal parte que nao fazia parte do mapa de Trajano, e 'misturadas', as tais advenientes da pax romana)

2.3) O Império Muçulmano, foi clarificando melhor tudo isto, dividindo o ex-Império Romano em três, o ocidental (esta misturada que nunca teve unidade, nem nome, pois nunca foi a Europa de Heródoto, nem o Império de Roma, na medida em que englobava outras consideráveis naçoes), o oriental e África. Finalmente 2 continentes, a Ásia, a África e 1 continente misturado (a maior parte já cristianizado e o resto convertido à medida em que conquistavam - ou se instalavam. De facto, deve ser o único caso na história em que os conquistadores adoptam a religiao dos conquistados)

2.4) Depois dos Muçulmanos invadirem parte do Sul. Começou uma reconquista por parte desses tais povos cristaos, oriundos de um pseudo continente sem nome (pois nesta misturada a única coisa que os unia era a religiao). Ora, foi justamente nisso que Carlos Magno pensou, no século IX, fazer uma outra PAX ROMANA, mas agora com 2 caracteristicas bem claras: 1 - constituida pelos paises que restaram (i.é. nao asiaticos nem africanos) 2 - Crista (pois, era a unica coisa que tinham em comum)

2.4 - Conclusao: Quando o termo Europa foi usado com a consistencia que a tradiçao lhe atribui (ou seja, nao se limitando à Grécia, nao se expandindo para a Ásia - por isto é que a Turquia nao é Europa, no conceito Romano seria -, e englobando o noroeste, desde a Alemanha, à Polónia e parte da Russia). Esta é a razao pela qual o termo europa sem cristianismo simplesmente nao tem sentido, e um ataque à europa é inevitavelmente um ataque ao cristianismo. Sempre foi isto que nos uniu - a religiao crista. Quando nos esquecemos disso desatamos à porrada (se reparares bem, as porradas da idade média nao sao globalizantes, sao como a guerra dos 100 anos - Portugal e Ingleterra contra a Espanha e França. Pelo contrário, depois da reforma, a grande brecha do cristianismo, é que começaram os neo-impérios que culminaram nas guerras mundiais do seculo XX) Estas guerras sao consequencia do neo paganismo que se reforçou da crise da razao no século XIX. Desde aí que a Europa quer deixar de ser Europa.
Enfim, paciencia, eu também nao sou lá muito agarrado a termos; só fico é um bocado espantado quando alguns falam do branco europeu, em vez do nacional, pois povos antigos sempre existiram (mas, por favor, de Europa nao têm nada e pouco falta para acabarem com ela)

3 - Outro tema: a vergonha que a Europa sente de si mesma. Esta vergonha vem do fracasso do pensamento ocidental, com base na filosofia pós-socrática. Este morreu por excesso de zelo, demasiada racionalidade e cepticismo. O pensamento ocidental, que havia deixado de fora o sentimento e a intuiçao (senao a cartesiana), ficou em muitos mais lençoes após a reacçao pós hegeliana de Nietzsche e Kierkegaard, tentou recuperar-se com a fenomenologia e levou a última machadada com o Ser e Tempo de M. Heidegger. Iniciou-se o pós-modernismo (termo que pouco significa) e que caracteriza uma misturada intelectual de gente que, habituada a pensar racionalmente sente vergonha de si e vai procurar as suas origens onde nao as pode encontrar - a oriente. Curiosamente, o pós-modernismo é também um conflito entre esta busca de espírito n-racional e o apego ao dinheiro.

4 - Quanto à Tolerancia. há de facto, algumas diferencias e. globalmente, tens razao. Contudo, há que dizer:

4.1 - Nem todas as religioes nacionais sao tolerantes em relaçao aos outros cultos, os primeiros cristaos eram mandados para os leoes. (mas é verdade, as R.Universais devem ter destruido mais templos, etc... e nao me orgulho disso)

4.2 - Nem todas as religioes nacionais nao se consideram superiores às outras. Muitas nao só se consideram superiores quanto às de fora como têm deferenciaçoes internas - como é o caso das castas. Contudo, em geral, tens razao, é mais habitual os membros das religioes nacionais (e pagas em geral) se considerarem superiores aos outros, acharem que sao hiperbóreos, descendentes de deuses, etc... O que faz todo o sentido, se o destino do homem nao for ser simplesmente humano mas ser o super-homem. Pessoalmente nao gosto do humanismo mas também nao creio na pura espiritualidade, isto é, em homens-deuses. é uma questao de perspectiva - há quem me acuse de 'demasiado humano'. é capaz, mas humanista nao sou.

5 - Quanto à tolerancia do Ocidente, eu só disse que foi permitida pelo cristianismo, pois, dentro das R.Universais, sempre é a mais tolerante. Nunca disse que o cristianismo a tenha inventado, só me parece que se fossemos islamicos teria sido quase impossivel. (porém, acho que neste ponto estamos mais ao menos de acordo).

6 - Quanto ao que disse Aristóteles (acerca da tolerancia), lembro-te do que, no século 4, um grego considerava o ocidente. Ele refere-se aos helénicos e aos povos mediterrânicos, em contraste com os asiáticos (de quem sempre se dizia mal, claro. Eu, na sua posiçao, tb diria)

7 - De resto concordo contigo. Entretanto, louvo o facto de, para se falar contigo, ser necessário pensar e argumentar. Nao é habitual nos dias de hoje.

Um abraço e um Feliz Ano Novo,

Isento
(relê o que nao perceberes bem, infelizmente o texto nao está nada bem escrito, o que dificulta a leitura - foi à pressa, tenho de continuar a trabalhar, 1 abraço...)

3 de janeiro de 2006 às 20:13:00 WET  
Blogger Caturo said...

Resposta: é capaz de nao o ter dito nessa ocasiao, mas já o disse várias vezes, por exemplo na famosa conferencia de Roma 2004, "multiculturalism, which is so constantly and passionately encouraged and supported, sometimes amounts to an abandonment and disavowal of what is our own"

Pois... agora depende do que é que o papa considera como «our own»... duvido que esteja preocupado com etnicidades. O que lhe interessa é manter o poder da Cristandade na Europa, convencendo os Europeus de que o Cristianismo é «a» religião «da Europa».



Agora, sobre a consciência da existência da Europa, transcrevo para aqui um interessante texto de um correlegionário espanhol:
«El concepto de Europa como unidad geográfica diferenciada no es un
invento moderno. Ya desde la Antigüedad pagana existía la consciencia
en el hombre europeo clásico de pertenecer a un continente diferente
al asiático y al africano. Así, en la "Cosmografía" del pseudo Ético
leemos:

"Europa tiene su comienzo en la zona septentrional a partir del río
Tánais, por donde las elevaciones del monte Rifeo, situadas frente al
océano Sármata, vierten al río Tanais; éste dejando atrás las Aras y confines de Alejandro Magno de Macedonia situados en territorio de los robascos alimenta las lagunas Meótides cuyo inmenso caudal entra anchuroso en el Ponto Euxino junto a la ciudad de Teodosia. Desde aquí a Constantinopla las aguas se meten en largos desfiladeros hasta que las recibe el mar que llamamos Nuestro. En Europa los confines
del océano de Occidente están en Hispania junto a la isla de Gades,
donde se contemplan las columnas de Hércules y se precipitan las olas del mar Tirreno en las fauces del Océano"

Y, tras describir otras zonas de Europa llega a Hispania:
Hispania tiene una configuración totalmente triangular y forma una
península debido a que la rodean el Océano y el mar Tirreno. El
primero de sus ángulos, que mira al oriente y se ve estrechado a la
derecha por la provincia de Aquitania y a la izquierda por el mar Baleárico, penetra en las fronteras de la Narbonense. El segundo ángulo está orientado al noroeste, donde está situada Brigancio, ciudad de Galecia, que yergue un altísimo faro, observatorio orientado hacia Britania y obra digna de recordar como pocas. El tercer ángulo es aquél desde el que las islas de Gades, tendidas en dirección a África, miran al monte Atlas con el estrecho de por medio.
La Hispania Citerior comienza al oriente a partir de los desfiladeros del Pirineo, y por la parte norte llega hasta los cántabros y astures, y atravesando por los vacceos y oretanos, que tiene al poniente, termina luego en Cartago Nova, en la costa del Mar Nuestro.
La Hispania Ulterior tiene al oriente a los vacceos, celtíberos y
oretanos, al norte el Océano, al poniente el Océano, al sur el
estrecho gaditano del Océano, desde donde se mete el mar que se llama
Tirreno."»



2.4) Depois dos Muçulmanos invadirem parte do Sul. Começou uma reconquista por parte desses tais povos cristaos, oriundos de um pseudo continente sem nome (pois nesta misturada a única coisa que os unia era a religiao). Ora, foi justamente nisso que Carlos Magno pensou, no século IX, fazer uma outra PAX ROMANA, mas agora com 2 caracteristicas bem claras: 1 - constituida pelos paises que restaram (i.é. nao asiaticos nem africanos) 2 - Crista (pois, era a unica coisa que tinham em comum)

Nesse caso, a Europa de Carlos Magno não podia incluir a maior parte do mundo germânico (Inglaterra e Escandinávia), pois que estas terras ainda não eram cristãs, e também não podia incluir o Báltico e o leste eslavo.

Logo, a noção de Europa de Carlos Magno é completamente inútil e até perigosa.

A única noção de Europa que interessa valorizar é puramente étnico-geográfica: vai desde os Urais até aos Açores, da Grécia até à Islândia. Aliás, o centro geográfico da Europa é Vilnius, capital da Lituânia, e pode vir a sê-lo também em termos étnico-raciais, se um dia estas terras do ocidente que habitamos forem invadidas por uma maré negra...




Sempre foi isto que nos uniu - a religiao crista. Quando nos esquecemos disso desatamos à porrada

Mas foi precisamente o Cristianismo que levou a que andássemos à porrada, quer na altura das conversões, quer pelas guerras motivadas no seio da Cristandade por divergências entre protestantes e católicos.




Iniciou-se o pós-modernismo (termo que pouco significa) e que caracteriza uma misturada intelectual de gente que, habituada a pensar racionalmente sente vergonha de si

Mas caro Isento, esse padrão de pensamento-sentimento, a tal «vergonha de si», surge com o Cristianismo e a sua apologia da humildade, do dar a outra face e da auto-punição perante «o outro».




4.1 - Nem todas as religioes nacionais sao tolerantes em relaçao aos outros cultos, os primeiros cristaos eram mandados para os leoes.

Só eram mandados para os leões porque conspiravam contra a Romanidade e queriam destruir os Deuses romanos. Os Judeus, por exemplo, nunca foram perseguidos, dado que não queriam destruir outros cultos.



razao, é mais habitual os membros das religioes nacionais (e pagas em geral) se considerarem superiores aos outros,

Os universalistas também assim pensam... o pior é que, diferentemente dos nacionais, acham que têm o dever de imporem aos outros a sua «superioridade» e a sua «verdade».


Saudações Nacionais

4 de janeiro de 2006 às 20:56:00 WET  
Blogger Sefodeu said...

1 - A única cosmografia que conheço é a de Pedro de Lucuce e, como é do sec XVIII, já fala da Europa à qual me refiro. Independentemente, a descriçao que me deste nao diverge muito da de heródoto, Helénica, separada da ásia e fundamentalmente mediterrânica. Ele só se refere da parte 'grega' à hispânica, passando por cartago nova (murcia), etc... e o norte? Quando os mediterranicos os conheceram nao abriram os braços chamando-os europeus, mas desataram à porrada, chamando-os bárbaros.
Só a concepçao moderna envolve Tula(onde, curiosamente, começa o rio que deu origem à divisao helénica)

2 - "A única noção de Europa que interessa valorizar é puramente étnico-geográfica: vai desde os Urais até aos Açores, da Grécia até à Islândia. Aliás, o centro geográfico da Europa é Vilnius, capital da Lituânia, e pode vir a sê-lo também em termos étnico-raciais, se um dia estas terras do ocidente que habitamos forem invadidas por uma maré negra..."

Precisamente, bastante mais enquadrável em Carlos Magno e praticamente enquadrável na concepçao moderna - ambas cristas.

3 - Guerras Cristas - Tirando as Cruzadas, que nao foram dentro da Europa, foram sempre locais e por interesses políticos e económicos. Só o paganismo conseguiu guerras globalizantes como a I e a II guerra mundial. A guerra faz parte do espírito nacionalista pagao(inspirado numa série de caracteres tribais, no sentido interessante e positivo da coisa), há que admitir isso.

5 - "Mas caro Isento, esse padrão de pensamento-sentimento, a tal «vergonha de si», surge com o Cristianismo e a sua apologia da humildade, do dar a outra face e da auto-punição perante «o outro»."

A humildade é uma virtude humana, louvada pelo cristianismo, mas nao inventada por ele. Quanto à 'vergonha de si', nunca vi nenhum cristao envorgonhado de si mesmo (a nao ser de algo que tenha feito, mas isso qualquer um deve ter). Quanto a 'dar a outra face', isso é uma atitude possível (há outras aconselhadas por Cristo) que nada tem a ver com culpa mas com uma atitude que considera o bem superior ao mal. Quanto a 'auto-puniçao' recorro ao que diz S.Paulo 'já nem eu me julgo'. Quem nao se julga nao tem de se 'auto-punir', a ideia da mortificaçao como auto-puniçao ou como refreamento de desejos impuros é uma ideia popularucha que pouco tem a ver com a realidade ascética em causa.

6 - "Só eram mandados para os leões porque conspiravam contra a Romanidade e queriam destruir os Deuses romanos. Os Judeus, por exemplo, nunca foram perseguidos, dado que não queriam destruir outros cultos."

Acredito que muitos o fizessem (conspirar) mas o problema é outro. O cristianismo é a única religiao que promove o proselitismo. O paganismo, como qualquer ideia, quer-se manter, afirmar, ao ver-se ameaçada, as pessoas que dela gostavam, decidiram actuar. O proselitismo sai caro - essa é a verdadeira razao porque os cristaos foram mandados para os leoes.

5 - "razao, é mais habitual os membros das religioes nacionais (e pagas em geral) se considerarem superiores aos outros,

Os universalistas também assim pensam... o pior é que, diferentemente dos nacionais, acham que têm o dever de imporem aos outros a sua «superioridade» e a sua «verdade»."

Nao é assim. Os Cristaos acham as suas ideias superiores às dos outros. Nao se veem si mesmo como superiores (se assim se virem estao a ir contra a doutrina, e esta está bem clara nos evangelhos e no catecismo)
Os Pagaos nao têmn que achar as suas ideias necessariamente superiores (ex. o relativismo do paganismo maçonico). Mas acham-se a si mesmo superiores, bem como as suas origens.

Um abraço,
Isento

10 de janeiro de 2006 às 19:51:00 WET  
Blogger Caturo said...

1 - A única cosmografia que conheço é a de Pedro de Lucuce e, como é do sec XVIII,

Sim, mas já na Antiguidade havia outra, como se lê acima. E, nessa, toda a Europa geográfica está incluída no conceito de Europa.

Por conseguinte, os conceitos de Carlos Magno, em cima de serem perigosos, são também perfeitamente errados e desnecessários.




Independentemente, a descriçao que me deste nao diverge muito da de heródoto, Helénica,

Difere e bastante, já que inclui a Europa de sudeste (com a referência aos Sármatas) e, já agora, a nossa Hispânia... que pouco ou nada tinha a ver com os Helenos de Heródoto.




Ele só se refere da parte 'grega' à hispânica, passando por cartago nova (murcia), etc... e o norte? Quando os mediterranicos os conheceram nao abriram os braços chamando-os europeus, mas desataram à porrada, chamando-os bárbaros.

Nem sempre. Havia relações comerciais constantes entre a Gália e a Grécia, por exemplo. E o próprio César tinha um amigo druida, Divicíaco.




2 - "A única noção de Europa que interessa valorizar é puramente étnico-geográfica: vai desde os Urais até aos Açores, da Grécia até à Islândia. Aliás, o centro geográfico da Europa é Vilnius, capital da Lituânia, e pode vir a sê-lo também em termos étnico-raciais, se um dia estas terras do ocidente que habitamos forem invadidas por uma maré negra..."

Precisamente, bastante mais enquadrável em Carlos Magno

Não, porque a de Carlos Magno, pelo que dizes, excluiria a maior parte da Europa germânica, bem como todo o leste báltico e eslavo. Ou seja, deixa de fora mais de metade da Europa.



e praticamente enquadrável na concepçao moderna - ambas cristas.

A concepção moderna não é cristã, e sim geográfica.




3 - Guerras Cristas - Tirando as Cruzadas, que nao foram dentro da Europa, foram sempre locais e por interesses políticos e económicos.

Essa é uma interpretação à posteriori. O que é facto, é que eram feitas em nome do Cristianismo. E envolveram os principais países da Europa - França, Alemanha, Itália.



Só o paganismo conseguiu guerras globalizantes como a I e a II guerra mundial

O Paganismo propriamente dito nada teve a ver, directamente, com essas guerras. De resto, tanto se pode dizer que foram provocadas pela visão pagã como se pode dizer que foram provocadas pela visão cristã, dado que ocorreu devido a situações criadas por cristãos.



A guerra faz parte do espírito nacionalista pagao

O espírito nacionalista pagão compreende a guerra, evidentemente, até porque a guerra faz parte do ser humano. Entretanto, a guerra também foifeita pelos cristãos, sempre que para isso tiveram poder, com o intuito de imporem aos outros as suas crenças. Aí está a raiz do imperialismo espiritual. Em assim sendo, é escusado fazerem a guerra e depois declararem que são contra ela. Que ao menos não haja hipocrisia.



5 - "Mas caro Isento, esse padrão de pensamento-sentimento, a tal «vergonha de si», surge com o Cristianismo e a sua apologia da humildade, do dar a outra face e da auto-punição perante «o outro»."

A humildade é uma virtude humana,

Acho que é um defeito.



louvada pelo cristianismo, mas nao inventada por ele.

Mas colocada por ele no topo da hierarquia dos valores.



Quanto à 'vergonha de si', nunca vi nenhum cristao envorgonhado de si mesmo

Eu já.
Aliás, faz parte da condição cristã essa vergonha de si mesmo perante Deus, vergonha essa que só conhece «cura» com a submissão a Deus.
Ora, no humanismo laico, Deus é removido deste quadro, daí que essa vergonha de si mesmo perante o outro seja sentida, não já perante O Outro sobrenatural, mas sim perante o outro-estrangeiro.



Quanto a 'dar a outra face', isso é uma atitude possível (há outras aconselhadas por Cristo)

Ripostar é aconselhado por Cristo?




que nada tem a ver com culpa mas com uma atitude que considera o bem superior ao mal

Mas que pressupõe que a agressão é sempre má, mesmo que seja em legítima defesa.




Quanto a 'auto-puniçao' recorro ao que diz S.Paulo 'já nem eu me julgo'. Quem nao se julga nao tem de se 'auto-punir',

Mas os monges e os cavaleiros medievais (alguns destes) faziam-no. Porque seria?



a ideia da mortificaçao como auto-puniçao ou como refreamento de desejos impuros é uma ideia popularucha

Popularucha? Praticada pelos monges e pela elite cavaleiresca, não pelo povo.



6 - "Só eram mandados para os leões porque conspiravam contra a Romanidade e queriam destruir os Deuses romanos. Os Judeus, por exemplo, nunca foram perseguidos, dado que não queriam destruir outros cultos."

Acredito que muitos o fizessem (conspirar) mas o problema é outro. O cristianismo é a única religiao que promove o proselitismo. O paganismo, como qualquer ideia, quer-se manter, afirmar, ao ver-se ameaçada, as pessoas que dela gostavam, decidiram actuar.

Também. Mas porque esse proselitismo era agressivo e exclusivista, querendo destruir as outras religiões. Os proselitistas das outras religiões não foram perseguidos, dado que os Deuses dos seus cultos não existiam a destruição de altares alheios.



O proselitismo sai caro

Não é o proselitismo - é a intolerância. Essa é a verdadeira razao porque os cristaos foram mandados para os leoes. Os mitraístas, os de Ísis, os de Cíbele, não foram alimentar as feras do circo.



5 - "razao, é mais habitual os membros das religioes nacionais (e pagas em geral) se considerarem superiores aos outros,

Os universalistas também assim pensam... o pior é que, diferentemente dos nacionais, acham que têm o dever de imporem aos outros a sua «superioridade» e a sua «verdade»."

Nao é assim. Os Cristaos acham as suas ideias superiores às dos outros. Nao se veem si mesmo como superiores

Mas consideram-se superiores enquanto detentores exclusivos da verdade. A diferença é que permitem que outros se «transformem» em superiores, ou seja, aceitem o Cristianismo.



Os Pagaos nao têmn que achar as suas ideias necessariamente superiores (ex. o relativismo do paganismo maçonico). Mas acham-se a si mesmo superiores,

Só como povo, nunca como religião em si. Ou seja, não era por causa da religião que os Gregos se consideravam superiores aos outros povos, tal como não é por causa do Cristianismo que os Franceses se julgam(avam) superiores ao resto do mundo.

Saudações

11 de janeiro de 2006 às 14:55:00 WET  
Blogger Sefodeu said...

Europa de Carlos Magno:

http://www.portalplanetasedna.com.ar/carlomagno01.jpg

Sabes que mais? tens razao. Estive a pensar e existem dois critérios para definir o nosso continente.

1 - Europa como uniao supra-nacional - Só tem sentido com a concepçao de Carlos Magno, o primeiro a pensar que os paises da europa ocidental deviam estar unidos por uma referencia supra-nacional - a Europa Cristã.

2 - Europa como conceito geográfico-étnico. A grande marca, ou a grande referencia que caracteriza esta noçao nada tem a ver com unioes supranacionais ou unioes europeias. Têm somente a ver com um tipo de povos diferentes dos asiáticos e dos africanos sugem de oriente para ocidente a partir de uma linha divisória. De facto, nesta noçao importa muito mais o critério da linha divisória que o critério anterior (o número 1). Esta linha é realmente assinalada por heródoto e, pelos vistos, tb pela referencia que aí tens. Esta linha é, nada mais nada menos que o rio Tanais que desagua na Ucrânia, no Mar de Azov e nasce ao pé de Moscovo, em Tula.

Eis que te apresento a minha conclusao:

1 - Se estivessemos a falar de Uniao Europeia ou numa constituiçao para uma UE, eu diria que essa Europa é tem como fundamento o império de Carlos Magno e o Cristianismo, ou entao nao tem sentido e está condenada a morrer.

2 - Contudo, estamos a falar de outra coisa, ou seja, num conceito etnico-geográfico (muito anterior às concepçoes europeistas modernas, de facto estamos a falar de algo bem mais antigo). Neste caso, há que ter honestidade intelectual e dar razao a quem a tem - O critério para definir Europa (como continente cujos povos apresentam caracteristicas, tradiçoes, etc... diferentes das dos povos asiáticos e africanos) é o facto de nascer da linha divisória dos urais ou do rio tanais para ocidente.

Quanto aos outros assuntos, continuo a pensar que:
1 - O paganismo fomenta o espirito guerreiro...
... e resulta necessariamente em guerras globalizantes (é claro que o cristianismo deu origem a guerras mas as guerras étnicas sao as piores e tendem a nunca acabar. A propósito, essa das guerras mundiais serem guerras cristas pq perpetradas por cristaos é dar a volta às coisas. ambos sabemos que a origem das 2 guerras mundiais está no neo-paganismo. Outra coisa será que dias que tenham sido inevitáveis, isso é outra coisa. (entretanto, tu mesmo terás a experiencia do que eu te digo. qd a uniao europeia acabar e o cristianismo ja quase nao existir, has de ver como desatamos todos à porrada)

2 - Quanto ao vírus internacionalista. Achar que existe um ponto comum a todos os homens nao implica nenhum universalismo, pois nao implica que nao haja varios pontos diferenciadores (e há)

3 - Doutrinalmente, o Cristao nao se acha superior ao Pagao, mas acha a sua verdade é a absoluta. Saber isto tb nao o torna superior a ninguém, mas alguém que tem a obrigaçao de se reger por esse critério e fazer todo o possível para que todos os outros possam aceder ao privilégio da revelaçao. O proselitismo nasce da humildade e nao do sentimento de superioridade (o cristao nao se torna superior por saber a verdade, pois nao é digno da verdade que lhe foi revelada)
Pelo contrário, os pagaos consideram-se de ascendência superior, nao alegam que há povos que sabem mais que outros, ou que há um povo que sabe a verdade; alegam que este povo é superior e digno de coisas e outro povo é inferior e indigno (por natureza étnica) de uma série de privilégios.
Para além disso, partem para esta acçao sem demonstrar objectivamente as suas crenças. Fazer acepçao de pessoas é algo que, se nao for justificado, é bastante grave (poe-te lá na posiçao de quem nao se considera um descendente da Atlântida, ou da Hiperbória, ou da zona de Thule, ou do Éden perdido, ou dos Gigantes, ou dos Superiores, ou... etc... etc...). Pelo menos, quem ache isso que nao o ache por simples convicçao ou sensaçao, mas prove-o de facto (pois senao, os outros têm mesmo direito à sua indignaçao - e nao falo de mim, sou bem branquinho)

Agora um apontamento final sobre a 'vergonha de si' - gostava de esclarecer que esse sentimento nunca aparece nos evangelhos, ou no catecismo ou em biografia de santos. Nao é um sentimento cristao. A culpa, sim, é um sentimento cristao e (na minha opiniao ainda bem). Tenho pena que tenhas conhecido cristaos com 'vergonha de si' (a nao ser ocasional e justificadamente, acho bem que uma pessoa tenha vergonha na cara), rezo por eles (por ti tb mas por outros motivos, bons - claro).
Quanto à Mortificaçao - felizmente nao é uma coisa do antigamente, mas a grande arma dos cristaos, ao lado da oraçao. A mortificaçao faz parte da ascética e da pragmática cristã. Contudo, as ligaçoes entre a mortificaçao e os 'pecados da carne', ainda que eventualmente possa haver, é uma concepçao popularucha (um cristao que use cilício concerteza nao o faz por causa dos 'pecados da carne', nem pensa muito nisso.). Por outro lado, o cristao tb nao se mortifica para se castigar, seria preciso ser demasiado arrogante para se julgar a si mesmo e auto-penitenciar-se. Nao. A única razao da mortificaçaoi crista é de natureza ascética, é enfrentar a vida como ela é (tb com dores) e nao andar a tratar o corpo como se este fosse um príncipe abichanado e com direito a todas as regalias. As mortificaçoes dos cristao sao coisas como, por vezes, nao por açucar no café, de maneira a educar o nosso gosto e comunicar aos nossos sentidos que eles nao mandam em nós, nem nós temos a obrigaçao de estarmos sempre a satisfazer os seus caprichos.

um abraço,

Isento

http://www.oisento.blogspot.com

12 de janeiro de 2006 às 19:50:00 WET  

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