sexta-feira, maio 27, 2005

A MEDIDA - DIVAGAÇÕES

Dizia Platão que, se o prazer era bom, mas a sabedoria era ainda melhor, o supremo valor não estava contudo nem num nem noutro, mas sim na medida: a medida, isto é, a justa proporção de prazer e sabedoria, com predominância (mas não exclusividade, evidentemente) da segunda sobre o primeiro.

Dizia a personagem Mestre Zacharius, de Júlio Verne, que o corpo serve de medida à alma.
«A alma é o princípio da vida, logo é movimento. (...) Mas, sem o corpo, esse movimento seria desigual, irregular, impossível! Por isso, o corpo serve de regulador da alma, e, como o pêndulo, está submetido a oscilações certas.»

Talvez seja para isso que a vida serve. Para dar ao ser um sentido de medida, antes de alguma outra jornada, noutra forma da existência.
Pois o que é que distingue as crianças dos adultos, não é a falta de conhecimento do que é melhor para si mesmas, isto é, da justa medida daquilo que devem fazer em cada momento?