GUERRAS MORALISTAS NAS ESTRELAS
Mantenho tudo o que disse sobre a saga «Guerra das Estrelas» (ou talvez a correcta tradução fosse «Guerras das Estrelas»).
Recomendo a leitura desta página, onde se expõe uma visão alternativa da moralidade do épico, defendendo a posição do Império, guardião da ordem, contra os rebeldes, anarcas que conduzem a galáxia a um estado de conflitos permanentes e domínios locais baseados no medo (ver-se-á o que disso dirá George Lucas na terceira trilogia que talvez venha a fazer...).
O autor tem uma certa razão, mas esquece que um império nunca é aceitável, por mais ordeiro que seja, e que um poder totalitário é sempre mau, mesmo que se diga «libertador» (e alguma vez houve um totalitário que se assumisse como opressor?...).
De resto, garanto que vi o filme antes de ler o referido texto e tanto eu como o autor do dito, chegámos à mesma conclusão sobre os Jedis: são arrogantes e dogmáticos, assumem-se como donos do «Bem» sem nunca justificarem a sua posição. Chega-se mesmo ao ponto de se dizer, a meio do filme, que o «Lado Negro» é mau porque se baseia na paixão, é egoísta, enquanto o «Lado Bom», é bom porque é altruísta...
O jovem Anakin Skywalker, torna-se no vilão Darth Vader porque opta por tentar garantir a salvaguarda da sua mulher e filho(s) em lugar de andar preocupado com um altruísmo abstracto em nome não sei de quê.
Mas haveria alguém decente e normal que não escolhesse o que Anakin escolheu?...
Mas pode-se porventura comparar a natural e justa intenção de defender os seus com a vontade de criar uma insípida e aberrante solidariedade universal?
E depois admiram-se por os jovens não terem valores... pudera... entre exemplos de uma moralidade da treta e a defesa animal e instintiva de si próprios, não hesitam por muito tempo... e, uma vez que esta auto-defesa animal e natural é vista como imoral ou desprezível, ei-los mergulhados num mundo em que, segundo as suas próprias consciências (mal educadas), a sua escolha é destituída de ética.
Ora, quem tem de si próprio a ideia de um indivíduo sem ética, um «desenrascado», adepto do princípio de «quem-vier-atrás-que-feche-a-porta», acaba, tarde ou cedo, por se tornar passiva ou mesmo activamente corrupto.
Quanto ao enredo do terceiro filme desta saga, recordo que uma república que passa a império, é precisamente a história de Roma que também passou de república a império... e o império lutava contra rebeldes de todas as raças unidos em torno de um ideal comum: a destruição da ordem imperial pagã em nome do culto a um judeu rebelde morto na cruz...
Por curiosidade, registe-se que a personagem de «Mestre Windu» é interpretada por um actor afro-americano devido às pressões feitas por um grupo de defesa dos direitos dos negros, que achavam que um filme sem heróis negros, seria discriminatório... portanto, aos que não gostam de ver no ecrã gente escura e prógnata de nariz largo e achatado, digo simplesmente: vejam Windu como se fosse um branco...
Recomendo a leitura desta página, onde se expõe uma visão alternativa da moralidade do épico, defendendo a posição do Império, guardião da ordem, contra os rebeldes, anarcas que conduzem a galáxia a um estado de conflitos permanentes e domínios locais baseados no medo (ver-se-á o que disso dirá George Lucas na terceira trilogia que talvez venha a fazer...).
O autor tem uma certa razão, mas esquece que um império nunca é aceitável, por mais ordeiro que seja, e que um poder totalitário é sempre mau, mesmo que se diga «libertador» (e alguma vez houve um totalitário que se assumisse como opressor?...).
De resto, garanto que vi o filme antes de ler o referido texto e tanto eu como o autor do dito, chegámos à mesma conclusão sobre os Jedis: são arrogantes e dogmáticos, assumem-se como donos do «Bem» sem nunca justificarem a sua posição. Chega-se mesmo ao ponto de se dizer, a meio do filme, que o «Lado Negro» é mau porque se baseia na paixão, é egoísta, enquanto o «Lado Bom», é bom porque é altruísta...
O jovem Anakin Skywalker, torna-se no vilão Darth Vader porque opta por tentar garantir a salvaguarda da sua mulher e filho(s) em lugar de andar preocupado com um altruísmo abstracto em nome não sei de quê.
Mas haveria alguém decente e normal que não escolhesse o que Anakin escolheu?...
Mas pode-se porventura comparar a natural e justa intenção de defender os seus com a vontade de criar uma insípida e aberrante solidariedade universal?
E depois admiram-se por os jovens não terem valores... pudera... entre exemplos de uma moralidade da treta e a defesa animal e instintiva de si próprios, não hesitam por muito tempo... e, uma vez que esta auto-defesa animal e natural é vista como imoral ou desprezível, ei-los mergulhados num mundo em que, segundo as suas próprias consciências (mal educadas), a sua escolha é destituída de ética.
Ora, quem tem de si próprio a ideia de um indivíduo sem ética, um «desenrascado», adepto do princípio de «quem-vier-atrás-que-feche-a-porta», acaba, tarde ou cedo, por se tornar passiva ou mesmo activamente corrupto.
Quanto ao enredo do terceiro filme desta saga, recordo que uma república que passa a império, é precisamente a história de Roma que também passou de república a império... e o império lutava contra rebeldes de todas as raças unidos em torno de um ideal comum: a destruição da ordem imperial pagã em nome do culto a um judeu rebelde morto na cruz...
Por curiosidade, registe-se que a personagem de «Mestre Windu» é interpretada por um actor afro-americano devido às pressões feitas por um grupo de defesa dos direitos dos negros, que achavam que um filme sem heróis negros, seria discriminatório... portanto, aos que não gostam de ver no ecrã gente escura e prógnata de nariz largo e achatado, digo simplesmente: vejam Windu como se fosse um branco...
4 Comments:
Uma coisa é sacrificar tudo pela Moral - muitos ascetas mesmo pagãos fizeram-no; outra coisa é ser forçado a tal, fazê-lo sem convicção, ainda para mais quando a tal suposta moral é muito duvidosa, pelo menos quanto ao ser Bom, Belo e Justo formar uma República Universal - essa sim verdadeiro Império totalitario. Nota: a ideia de Império não é necessariamente totalitária, e nem sempre os Impérios o foram, mais não era do que uma variante da Monarquia que abrangia mais Nações ou tinha maior hegemonia ou dominava mais território do que um simples Reino.
«Mantenho tudo o que disse sobre a saga «Guerra das Estrelas» (ou talvez a correcta tradução fosse «Guerras das Estrelas»).»
Que deu o nome ao programa nucleo-espacial de Reagan e Bush...
Que deu o nome ao programa nucleo-espacial de Reagan e Bush...
Que foi um lindo programa, e que encheu de alegria muitos momentos da minha tenra idade...
Invulgarmente interessante o ponto de vista que apresentas.Confesso que nunca me dei ao trabalho de meditar sobre a saga, até porque só vi alguns episódios, mas agora que tocaste no assunto despertaste-me a curiosidade.
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