HÁ PROTECCIONISMOS E PROTECCIONISMOS...
Do blogue Batalha Final, retiro este trecho:
Historicamente as evidências apontam claramente para a necessidade de proteger as indústrias nascentes nos sectores de ICT, e a isto junta-se o facto dos actuais países líderes continuarem a utilizar políticas proteccionistas em alguns sectores. São raros os países que não recorreram a estas medidas no seu processo de convergência económica. Não deixa de ser curioso que no século XIX a Inglaterra se tenha insurgido contra as políticas proteccionistas dos EUA e dos outros países convergentes, como não deixa de ser interessante verificar que assim que o processo de convergência económica é conseguido as economias anteriormente protegidas passem a exigir a inaplicabilidade de medidas de protecção às indústrias. Foi assim que sucedeu com os nossos amigos americanos.
(...)
A conclusão que aparentemente se retira daqui é que o modelo neo-liberal serve os interesses de países que já atingiram altos patamares de desenvolvimento e que estão então em condições de utilizar o cenário que o neo-liberalismo fornece para manter posições hegemónicas, com destaque para uma minoria liderada pelos EUA e com o restante mundo anglo-saxónico como suporte, que tendo atingido um estádio de liderança mundial se servem conscientemente de instituições internacionais para impor aos restantes países modelos de desenvolvimento que abrem as economias mais débeis às multinacionais dos países líderes. A abertura das economias mais débeis e a implementação das “boas” receitas liberais são a contrapartida dos fundos de ajuda ao desenvolvimento, num ciclo vicioso que tem tornado cada vez mais dependentes as economias mais fracas. É também de salientar que tem sido precisamente nas áreas de ICT que a pressão de liberalização mais se tem feito sentir…Quando, olhando para o passado, constatamos que os países que actualmente dominam a economia, utilizaram medidas de protecção aos seus sectores estratégicos durante o período em que eles próprios podiam ser considerados países em vias de desenvolvimento, temos razões para indagar por que recusam agora essas fórmulas para os outros. A resposta é óbvia, este é o modelo que lhes garante, muito em particular aos EUA e Inglaterra, a posição dominante.
Acerta em cheio, o camarada Rebatet, como se provou anteontem e ontem - os Americanos já se preparam para implementar medidas proteccionistas contra a invasão mercantil de que serão alvo por parte dos Chineses... pois é, isso do neo-liberalismo a tempo inteiro, é só para os outros, os tecnocratas que por cá defendem a total abertura do mercado, porque «a concorrência é saudável e se as indústrias nacionais não forem competitivas, pois que morram!».
Efectivamente, há na Europa - como, por exemplo, o socialista Vitorino - quem diga que «é ainda muito cedo para adoptar medidas proteccionistas na Europa»...
É muito cedo, sim. Cedíssimo. Com toneladas de lojas chinesas de norte a sul do país, a proliferarem como insectos, é mesmo muito cedo para tentar defender a indústria nacional contra a concorrência desleal chinesa (lembrar, por exemplo, que os comerciantes chineses que vêm para a Europa têm apoio do Estado chinês). Só quando já não houver indústria têxtil portuguesa, e quando o presidente socialista cá do burgo se choramingar todo a dizer «Pois, pois, nós tínhamos uma boa indústria têxtil, e vocês Chineses não quiseram saber da gente para nada, foi entrar por aqui adentro à bruta...»,
nessa altura é que vai ser o momento apropriado para adoptar medidas proteccionistas - medidas que protejam as lojas dos chineses «portugueses» (com b.i. tuga) e dos seus descendentes.
Historicamente as evidências apontam claramente para a necessidade de proteger as indústrias nascentes nos sectores de ICT, e a isto junta-se o facto dos actuais países líderes continuarem a utilizar políticas proteccionistas em alguns sectores. São raros os países que não recorreram a estas medidas no seu processo de convergência económica. Não deixa de ser curioso que no século XIX a Inglaterra se tenha insurgido contra as políticas proteccionistas dos EUA e dos outros países convergentes, como não deixa de ser interessante verificar que assim que o processo de convergência económica é conseguido as economias anteriormente protegidas passem a exigir a inaplicabilidade de medidas de protecção às indústrias. Foi assim que sucedeu com os nossos amigos americanos.
(...)
A conclusão que aparentemente se retira daqui é que o modelo neo-liberal serve os interesses de países que já atingiram altos patamares de desenvolvimento e que estão então em condições de utilizar o cenário que o neo-liberalismo fornece para manter posições hegemónicas, com destaque para uma minoria liderada pelos EUA e com o restante mundo anglo-saxónico como suporte, que tendo atingido um estádio de liderança mundial se servem conscientemente de instituições internacionais para impor aos restantes países modelos de desenvolvimento que abrem as economias mais débeis às multinacionais dos países líderes. A abertura das economias mais débeis e a implementação das “boas” receitas liberais são a contrapartida dos fundos de ajuda ao desenvolvimento, num ciclo vicioso que tem tornado cada vez mais dependentes as economias mais fracas. É também de salientar que tem sido precisamente nas áreas de ICT que a pressão de liberalização mais se tem feito sentir…Quando, olhando para o passado, constatamos que os países que actualmente dominam a economia, utilizaram medidas de protecção aos seus sectores estratégicos durante o período em que eles próprios podiam ser considerados países em vias de desenvolvimento, temos razões para indagar por que recusam agora essas fórmulas para os outros. A resposta é óbvia, este é o modelo que lhes garante, muito em particular aos EUA e Inglaterra, a posição dominante.
Acerta em cheio, o camarada Rebatet, como se provou anteontem e ontem - os Americanos já se preparam para implementar medidas proteccionistas contra a invasão mercantil de que serão alvo por parte dos Chineses... pois é, isso do neo-liberalismo a tempo inteiro, é só para os outros, os tecnocratas que por cá defendem a total abertura do mercado, porque «a concorrência é saudável e se as indústrias nacionais não forem competitivas, pois que morram!».
Efectivamente, há na Europa - como, por exemplo, o socialista Vitorino - quem diga que «é ainda muito cedo para adoptar medidas proteccionistas na Europa»...
É muito cedo, sim. Cedíssimo. Com toneladas de lojas chinesas de norte a sul do país, a proliferarem como insectos, é mesmo muito cedo para tentar defender a indústria nacional contra a concorrência desleal chinesa (lembrar, por exemplo, que os comerciantes chineses que vêm para a Europa têm apoio do Estado chinês). Só quando já não houver indústria têxtil portuguesa, e quando o presidente socialista cá do burgo se choramingar todo a dizer «Pois, pois, nós tínhamos uma boa indústria têxtil, e vocês Chineses não quiseram saber da gente para nada, foi entrar por aqui adentro à bruta...»,
nessa altura é que vai ser o momento apropriado para adoptar medidas proteccionistas - medidas que protejam as lojas dos chineses «portugueses» (com b.i. tuga) e dos seus descendentes.
2 Comments:
A china concorre com base nos baixos preços junto dos consumidores que consegue manter resultado dos baixos custos de produção e da ausência de encargos relacionados com protecção social e ambiental margem de manobra cambial contribuindo para colocar produtos ainda mais baratos nos mercados externos.
As empresas com produção baseada na União Europeia não conseguem competir nestes pressupostos.
Daqui só se pode esperar mais desemprego e sobrecarga para os sistemas de segurança social europeus, porque não se conseguir reconverter centenas de milhar de empregados texteis em empregados de sectores "mais promissores".
A isto temos a adicionar a invasão do terceiro mundo com mais gente para sobrecarregar os sistemas de segurança social e aumentar despesas relacionados com segurança nacional e justiça( uma pequena contribuição para os défices europeus).
Ricardo
Os Chineses só conseguem ser "competitivos", leia-se, fazem concorrência desleal, porque ainda estão numa fase em que se sujeitam a trabalhar nas condições em que trabalham: os Professores de Economia costumam dizer que se não trabalhassem por baixos salários e sem privilégios ainda viviam com mais dificuldades, e é verdade, mas tal não faz com que a situação deixe de ser injusta, tanto para uns como para outros.
Imperador
Enviar um comentário
<< Home