quinta-feira, fevereiro 03, 2005

SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE SEPARAR A POLÍTICA DA RELIGIÃO NO MUNDO ISLÂMICO

3 Comments:

Blogger Luis Gaspar said...

Ó meu amigo... "judeu é judeu"????? Você acabou por se revelar mais que queria. Não faz mal. A mim não me surpreende, mas olhe que ao Imperador surpreendeu.

Quanto ao judaísmo em si, repare que me leu depressa demais. Eu não defendi o judaísmo pós Cristo, eu defendi os judeus enquanto povo eleito (acabou com a Nova Aliança). Depois disso eles continuaram sem admitir que Cristo é o messias. É uma lástima, e a cultura deles tem decaído ao longo destes dois milénios. Se são ou não parte do KKK, isso para mim são pevides: sempre considerei o fanatismo judeu em tudo parecido com o fanatismo nacionalista europeu. Mas os judeus contra os quais o holocausto foi feito são vítimas, foram vítimas, não têm nada a ver com os fanáticos.

"É. É negar-Lhes a Divindade. E é um insulto para as tradições dos Europeus afirmar que nenhum deles sabia o que era o Divino e que só os Judeus conheciam a Divindade. É um insulto de uma arrogância abjecta - e fanaticamente cretina, claro."

Não é um insulto. É a verdade.

"Não é fábula. É argumentação para a qual você não tem resposta. "

Tenho pois. Deus só pode existir um, tal como a Verdade. IMporta-se de me explicar como é que pode existir mais que uma Verdade, especialmente quando são conflituantes? Em termos racionais, como o pode defender?

"Talvez não falem com o seu Deus, que veio dizer «é pá, a partir de agora só eu é que sou Deus,"

Não é a partir de "agora", foi desde sempre. Sempre.

"Não vejo é porque raio de cargas de água é que a tradição de um povo deva ser considerada superior"

A tradição Cristã simplesmente porque é a correcta. Mas não é intenção impôr isso sobre ninguém, e daí a Europa, Católica, ser o espaço mais democrático do planeta. E você poder escrever o seu blog a partir de Portugal. Não foi por terem perdido poder. As sementes da democracia moderna são profundamente Cristâs, e generalizar a Inquisição para todos os Cristão é de um simplismo absolutamente fraudulento: os construtores da democracia Inglesa e, subsequentemente, americana, eram (e são) profundamente Cristãos. Já a revolução francesa, que tanto odeia, foi feita por ateus. E pagãos.

"Isso é uma mentira descarada. Foram os Ocidentais, e EXCLUSIVAMENTE OS OCIDENTAIS, unilateralmente, quem decidiu acabar com a escravatura"

Não falei em acabar, mas ver-se livre dela. Claro que os Judeus não o fizeram sozinhos, foi Deus que os libertou; mas é um facto histórico que foi o primeiro, porventura o único, povo que se libertou da escravatura. Ainda andavam os gregos a discuti-la e já o povo eleito a destruía! Não estou a falar do que aconteceu, de novo, depois da Velha Aliança ter sido suplantada.

"Distorção ridícula. Os imperadores romanos não determinavam quem era ou não era Deus. Os Deuses já existiam antes dos imperadores e continuaram a existir depois. "

Claro, claro. E quando invadiram a Grécia, os romanos também não andaram a ver como é que se podiam criar novos deuses para não chatear a plebe. E Nero? E Calígula? Não tinham os seus próprios, novos, deuses?

3 de fevereiro de 2005 às 16:36:00 WET  
Blogger Caturo said...

Sim, judeu é judeu. Não é verdade? Não é verdade que o Judaísmo tem em si uma carga de intolerância à qual todo o judeu moderado tem de resistir conscientemente? Aguardo a sua resposta...


«Quanto ao judaísmo em si, repare que me leu depressa demais. Eu não defendi o judaísmo pós Cristo, eu defendi os judeus enquanto povo eleito»

É indiferente. O que acontece é que você defende a ideia de que um povo que se auto-proclama «eleito por Deus» é «o povo eleito» e pronto, mas insurge-se contra os alemães que se considerem «a raça superior». É um descaramento abominável, mas você, como seria de esperar, nem dá por isso.



«sempre considerei o fanatismo judeu em tudo parecido com o fanatismo nacionalista europeu»

Considera, nesse caso, que dizer-se «povo eleito» está ao mesmo nível que afirmar-se «raça superior». Sim ou não?



«Mas os judeus contra os quais o holocausto foi feito são vítimas, foram vítimas, não têm nada a ver com os fanáticos.»

As vítimas dos judeus, não o são menos.



É. É negar-Lhes a Divindade. E é um insulto para as tradições dos Europeus afirmar que nenhum deles sabia o que era o Divino e que só os Judeus conheciam a Divindade. É um insulto de uma arrogância abjecta - e fanaticamente cretina, claro.

«Não é um insulto. É a verdade.»

Um insulto reafirmado.



"Não é fábula. É argumentação para a qual você não tem resposta. "

«Tenho pois. Deus só pode existir um, tal como a Verdade.»

A verdade pode ser vista de vários pontos de vista; além do mais, há várias verdades, consoante os diferentes aspectos da vida. A verdade a respeito da economia nada tem a ver com a verdade de saber que a capital de Portugal é Lisboa.
Além do mais, falta aí a justificação da equivalência entre «Deus» e «Verdade». Se Deus só pode ser um porque a verdade «é só uma», então também só poderia haver um ser humano, porque «a verdade é só uma». Será isso?...



«IMporta-se de me explicar como é que pode existir mais que uma Verdade, especialmente quando são conflituantes?»

Quando são conflituantes, ou é porque estão a ser mal abordadas, ou então é porque a verdade de um implica a negação da crença de outro. Há-de você explicar porque raio é que os Judeus é que foram os únicos, de entre os povos antigos, a terem acesso ao contacto com a Divindade.
Em termos racionais, como o pode defender?


"Talvez não falem com o seu Deus, que veio dizer «é pá, a partir de agora só eu é que sou Deus,"

«Não é a partir de "agora", foi desde sempre. Sempre.»

Sempre foi falsa, tal asserção.



"Não vejo é porque raio de cargas de água é que a tradição de um povo deva ser considerada superior"

«A tradição Cristã simplesmente porque é a correcta.»

Diz você, que é cristão. Um hindu, dirá o mesmo da tradição hindu, um romano dirá o mesmo a respeito da tradição romana. Aliás, o hindu e o romano não dizem o mesmo porque, diferentemente do cristão, acreditam que pode haver vários caminhos para chegar ao Divino. Não são totalitários e intolerantes.


«Mas não é intenção impôr isso sobre ninguém,»

Não é porque já não podem. Mas foi, enquanto puderam.


«e daí a Europa, Católica, ser o espaço mais democrático do planeta.»

Não. O espaço mais democrático do planeta, é a Europa livre, herdeira do legado greco-romano, que se começou a reafirmar a partir do Renascimento. Porque a Europa católica, até teve a Inquisição para punir divergências doutrinais.


«E você poder escrever o seu blog a partir de Portugal.»

Claro - a inquisição católica já não existe.


«Não foi por terem perdido poder.»

Foi por terem perdido poder sim. Sem apelo nem agravo. Por muito menos do que eu tenho escrito, vários homens foram lançados à fogueira.


«As sementes da democracia moderna são profundamente Cristâs,»

Isso é redondamente falso. A democracia é algo de helénico, nada tem a ver com o Cristianismo. Pelo contrário, o Cristianismo veio destruir o espírito de liberdade do mundo antigo.


«e generalizar a Inquisição para todos os Cristão é de um simplismo absolutamente fraudulento:»

Muito pior do que simplismo fraudulento, é vir dizer que a democracia e a liberdade ocidentais se devem ao Catolicismo. Pior, com efeito, porque isso nem é simplismo fraudulento, isso é usurpação desenvergonhada e obscena, falsificação despudorada da História e do Pensamento.


«os construtores da democracia Inglesa e, subsequentemente, americana, eram (e são) profundamente Cristãos.»

Não. Eram cristãos porque, nesse tempo, só o Cristianismo era permitido. O seu modelo político, no entanto, veio da Grécia, não de Jerusalém, veio da cultura greco-romana, não da Bíblia.


«Já a revolução francesa, que tanto odeia, foi feita por ateus. E pagãos.»

Lá diziam os pagãos nórdicos, não há (ninguém) nada que seja totalmente mau...


"Isso é uma mentira descarada. Foram os Ocidentais, e EXCLUSIVAMENTE OS OCIDENTAIS, unilateralmente, quem decidiu acabar com a escravatura"

«Não falei em acabar, mas ver-se livre dela.»

«Claro que os Judeus não o fizeram sozinhos, foi Deus que os libertou; mas é um facto histórico que foi o primeiro, porventura o único, povo que se libertou da escravatura.»

Argumento idiota. E eu a pensar que você se referia a precedentes filosóficos... afinal, estava só a falar de uma vitória judaica, que foi a fuga do Egipto. Tal afirmação da sua parte demonstra uma confusão por demais primária entre o ideal de liberdade e o ideal de protecção do povo. Os Judeus deixaram de ser escravos, mas isso não lhes deu qualquer superioridade moral, pois que não deixaram por isso de utilizar escravos. E quem acabou com a instituição da escravatura, foram os Ocidentais, herdeiros da Grécia e de Roma, unilateralmente. Por isso, a sua referência às superioridades civilizacionais, fê-lo esticar-se enterrar-se por completo. Porque, se se fala em superioridades civilizacionais, então a vantagem do Ocidente greco-romano sobre o Judaísmo, é esmagadora.



"Distorção ridícula. Os imperadores romanos não determinavam quem era ou não era Deus. Os Deuses já existiam antes dos imperadores e continuaram a existir depois. "

«Claro, claro. E quando invadiram a Grécia, os romanos também não andaram a ver como é que se podiam criar novos deuses para não chatear a plebe.»

É uma interpretação ateia. Por essa ordem de ideias, também se pode dizer que o clero judaico inventou o monoteísmo para dominar o seu povo e dar-lhe um sentido de unidade e, também, de superioridade sobre os outros povos, superioridade essa que se revestia da crença no direito de cometer genocídios (Primeiro Livro de Samuel, 15.3, ordem de Jeová para aniquilar por completo o povo de Amalec).


«E Nero?»

Não alterou meio milímetro da religião romana. E, entretanto, acabou assassinado.


«E Calígula? Não tinham os seus próprios, novos, deuses?»

Não. Não alteraram em nada a religião oficial romana.

3 de fevereiro de 2005 às 17:36:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Isso é redondamente falso. A democracia é algo de helénico, nada tem a ver com o Cristianismo. Pelo contrário, o Cristianismo veio destruir o espírito de liberdade do mundo antigo."

Como, se na sua génese não era para ser imposta à força, nem para se perseguir os que não acreditavam?... Não foi o Cristianismo, mas o seu mau uso. Além de que até pela separação entre César e Deus o Cristianismo nunca foi contra os Sistemas Democráticos, nem contra. O que havia era Cristãos que defendiam ou uns ou outros, como qualquer Pessoa, como sendo os melhores ou os preferíveis. Mas o seu ódio pelo Cristianismo leva-o a atacá-lo no seu todo. Mas eu faço um aviso a quem quer que seja que queira destruir a Moral Cristã: se porventura os que não matam ninguém por serem Cristãos por qualquer razão perderem por completo e irreversivelmente a sua Fé, o que é que os impede de se tornarem assassinos? Poderiam matá-lo a si por qualquer coisa, até por ser do contra noutras matérias que não a religiosa...


Imperador

3 de fevereiro de 2005 às 17:58:00 WET  

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