sexta-feira, dezembro 03, 2004

PERIGO E SEGURANÇA

Eu às vezes penso certas coisas que me parecem tão evidentes que fico surpreso por ninguém ao meu redor as dizer nem tampouco delas haver referências na comunicação social. Acontece-me, nessas ocasiões, hesitar entre considerar-me especialmente clarividente ou suspeitar que deve haver algo de muito explício que demonstra o contrário do que penso e que todos vêem menos eu...

Desde há anos que se ouve na comunicação social que Cavaco Silva vai-se candidatar à presidência da república. E eu acha isso um bocado estranho... então quem tanto dele gosta quer vê-lo como presidente e não põe sequer a hipótese de o algarvio em questão vir a ser primeiro-ministro, responsável pela governação real do País, nomeadamente no que toca à economia, a sua área de especialização?

Só agora é que há por aí quem fale no assunto...

Independentemente disso, não é bom que Cavaco Silva volte a ser primeiro-ministro. Trata-se de um tecnocrata apoiante da imigração e da nova Constituição Europeia, receoso do referendo, como todos os neo-liberais e que, ao afirmar essa teoria muito em voga, e escandalosa, obscena mesmo, de que os políticos deviam ser mais bem pagos para que «os competentes sejam atraídos para a política», ao afirmar tal teoria, dizia, mais não faz do que rebaixar a política ao nível da economia, considerando, implicitamente, que o melhor político é um mercenário.

Contra tal perspectiva, é fundamental afirmar-se que uma Nação não é uma empresa, é mais do que isso; e que os «competentes» que não querem a política porque ganham menos na política do que na sua profissão, melhor é que não se metam em política de maneira nenhuma, até lhes agradeço pessoalmente que fiquem na empresa e nem pensem em aproximar-se sequer da Assembleia da República.

Gente assim serve para trabalhar e fazer muito dinheirinho, no seu devido lugar, não serve para liderar um país. Que trabalhe pois, ordeiramente, e pague os seus impostos devidamente. Que vote, se quiser, mas, se não lhe apetecer sequer votar, também não se chora por causa disso. A Política é para os verdadeiros políticos, não é para os mercadores puros nem para outros mestres do capital.

Entretanto, ter a distinta lata de dizer nas trombas do Povo Português que os políticos ganham pouco, sendo verdade que até na vizinha Espanha os políticos ganham menos do que os seus homólogos portugueses e o salário mínimo é bem mais elevado do que o de Portugal, ter o descaramento aviltante de dizer uma coisa dessas, é confiar realmente na «tradicional» brandura do Português, que não se revolta...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Trata-se de um tecnocrata apoiante da imigração e da nova Constituição Europeia, receoso do referendo, como todos os neo-liberais..."
Diz isso por ele ser um tecnocrata ou ele já o disse explicitamente? Em qualquer dos casos antes o Cavaco do que o anão do Vitorino, que é muito mais amigo dos iminvasores e até diz que a xenofobia não é justificada pelo terrorismo - mas o que é certo é que se não vier ninguém também não vêem os maus, não é como se estivessemos a matá-los ou a impedi-los de viverem a sua existência Nacional como nós a queremos para nós. E, como é inteligente, as Pessoas levam-no à certa...


Imperador

3 de dezembro de 2004 às 18:41:00 WET  
Blogger Caturo said...

Sim, ele já o disse manifestamente.

4 de dezembro de 2004 às 23:29:00 WET  

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