«QUE NOS ACONTECERÁ SE ESTA GENTE CONTINUAR A MULTIPLICAR-SE?», DISSE ELA
Clara Ferreira Alves está nas bocas do mundo pelo facto de, ao ser-lhe proposto dirigir o Diário de Notícias, ter recusado tal cargo por não acreditar que se pudesse fazer do referido jornal uma publicação séria e isenta.
Para já, nada tenho a dizer sobre isso, até porque não estou informado sobre o assunto.
Interessa-me, por agora, registar o que me parece ser uma evolução do seu pensamento político.
Clara Ferreira Alves era, há uns anos, a típica intelectual de esquerda liberal, a roçar por vezes o estereótipo do politicamente correcto. Lembro-me, por exemplo, do modo como quis ridicularizar Arnulf Priem, figura maior do actual Nacional-Socialismo alemão, quando o foi entrevistar para o Expresso, há talvez mais de uma década. Arnulf Priem, fundador da organização Povo de Wotan (nas fotos do jornal, creio ter-lhe visto ao peito um pendente em forma de Mjollnir, o martelo de Thor, Deus Guerreiro do Trovão, símbolo principal da religião nórdica), homem de quarenta e tal anos com aspecto de motard, acolheu-a, ele e alguns camaradas, no seu covil «nazi», repleto de estandartes nacionalistas e de parafernália mais ou menos tradicional, espólio no qual se contavam uma espada, um quadro com a imagem do líder S.S. Reinhard Heydrich(do qual se dizia descendente) e um corvo empalhado(talvez porque o corvo seja um dos animais de Wotan, Deus da Sabedoria), e a senhora, nos comentários que fez na sua entrevista, esforçou-se por dar do sujeito uma figura de bronco nazi, apesar de, no fim, ter ficado assustada com a astúcia dos nazis que nessa entrevista mais falaram.
Anos depois, recordo-me de ter lido uma crónica sua na qual o apelidava de «monstro».
Noutra crónica, esmerou-se em considerações sobre o quão coitadinhos eram os negros em Portugal, tratados como «gente invisível», dizia CFA, talvez porque ela própria não os visse, pudera, nos meios sofisticados em que porventura se move não tem de gramar gangues de negros a importuná-la, a insultá-la, a assaltá-la, a agredi-la gratuitamente ou mesmo a violá-la. Não admira pois que não os vislumbrasse senão nas obras, bem comportadinhos e ordeiros, humildes e laboriosos, pelo menos à distância...
Mas, longe de ser imbecil, a senhora foi mudando a sua postura. Observa-se nas suas crónicas uma diminuição clara do maniqueísmo, uma capacidade de ver males e bens de ambos os lados de qualquer conflito (a política é sempre, ou quase, um conflito).
E, neste último sábado, surpreendeu-me pela positiva. Contando as impressões que lhe ficaram da sua visita ao Cairo, disse, a dada altura, referindo-se à miserável gente árabe que com tanta compaixão contemplava:
Que diabo aconteceu aos Egípcios? Que diabo nos acontecerá a nós se esta gente continuar a multiplicar-se deste modo irracional e tão pouco ocidental? Nós europeus, envelhecendo e morrendo, e eles tendo filhos aos 18 anos, muitos filhos pela vida fora, sexo como entretenimento e esquecimento do mundo.
A frase que engrossei estava precisamente como subtítulo da sua crónica «I smell euro, Madame», na sua rúbrica «Pluma Caprichosa», da Revista «Única» do semanário Expresso.
Talvez seja um bom sinal – talvez haja, nas fileiras do politicamente correcto, alguém que seja capaz de abrir realmente os olhos e, quem sabe, vir a actuar devidamente.
Para já, nada tenho a dizer sobre isso, até porque não estou informado sobre o assunto.
Interessa-me, por agora, registar o que me parece ser uma evolução do seu pensamento político.
Clara Ferreira Alves era, há uns anos, a típica intelectual de esquerda liberal, a roçar por vezes o estereótipo do politicamente correcto. Lembro-me, por exemplo, do modo como quis ridicularizar Arnulf Priem, figura maior do actual Nacional-Socialismo alemão, quando o foi entrevistar para o Expresso, há talvez mais de uma década. Arnulf Priem, fundador da organização Povo de Wotan (nas fotos do jornal, creio ter-lhe visto ao peito um pendente em forma de Mjollnir, o martelo de Thor, Deus Guerreiro do Trovão, símbolo principal da religião nórdica), homem de quarenta e tal anos com aspecto de motard, acolheu-a, ele e alguns camaradas, no seu covil «nazi», repleto de estandartes nacionalistas e de parafernália mais ou menos tradicional, espólio no qual se contavam uma espada, um quadro com a imagem do líder S.S. Reinhard Heydrich(do qual se dizia descendente) e um corvo empalhado(talvez porque o corvo seja um dos animais de Wotan, Deus da Sabedoria), e a senhora, nos comentários que fez na sua entrevista, esforçou-se por dar do sujeito uma figura de bronco nazi, apesar de, no fim, ter ficado assustada com a astúcia dos nazis que nessa entrevista mais falaram.
Anos depois, recordo-me de ter lido uma crónica sua na qual o apelidava de «monstro».
Noutra crónica, esmerou-se em considerações sobre o quão coitadinhos eram os negros em Portugal, tratados como «gente invisível», dizia CFA, talvez porque ela própria não os visse, pudera, nos meios sofisticados em que porventura se move não tem de gramar gangues de negros a importuná-la, a insultá-la, a assaltá-la, a agredi-la gratuitamente ou mesmo a violá-la. Não admira pois que não os vislumbrasse senão nas obras, bem comportadinhos e ordeiros, humildes e laboriosos, pelo menos à distância...
Mas, longe de ser imbecil, a senhora foi mudando a sua postura. Observa-se nas suas crónicas uma diminuição clara do maniqueísmo, uma capacidade de ver males e bens de ambos os lados de qualquer conflito (a política é sempre, ou quase, um conflito).
E, neste último sábado, surpreendeu-me pela positiva. Contando as impressões que lhe ficaram da sua visita ao Cairo, disse, a dada altura, referindo-se à miserável gente árabe que com tanta compaixão contemplava:
Que diabo aconteceu aos Egípcios? Que diabo nos acontecerá a nós se esta gente continuar a multiplicar-se deste modo irracional e tão pouco ocidental? Nós europeus, envelhecendo e morrendo, e eles tendo filhos aos 18 anos, muitos filhos pela vida fora, sexo como entretenimento e esquecimento do mundo.
A frase que engrossei estava precisamente como subtítulo da sua crónica «I smell euro, Madame», na sua rúbrica «Pluma Caprichosa», da Revista «Única» do semanário Expresso.
Talvez seja um bom sinal – talvez haja, nas fileiras do politicamente correcto, alguém que seja capaz de abrir realmente os olhos e, quem sabe, vir a actuar devidamente.
7 Comments:
Caturo, esta sua análise é coincidente com a minha,eu tinha aliás pensado escrever sobre isto mesmo no fórum, mas você disse,no essencial, aquilo que me ocorreu.Após ler a dita crónica apeteceu-me responder claramente à pergunta colocada por esta senhora__ o que nos acontecerá?acontecerá o declínio irreversível!__
É curioso que ela tenha a falta de coragem para responder à questão que ela própria coloca, a reflexão que fez merecia uma conclusão clara, mas essa coragem seria demasiada; o politicamente correcto não o admite.
Mas enfim,ao menos levantou a questão;sabe que existe um sentimento que cresce entre os europeus,um sentimento que por enquanto ainda não consegue expressão nos media e nas vozes certas,mas ele está lá,latente, à espera de alguém que o desperte,muito do que tenho visto ultimamente no quotidiano e daquilo que amigos me dizem(daqueles que foram educados no politicamente correcto) ,leva-me a crer que já faltou muito mais para o fim deste sono em que caiu a Europa.
É tempo de construir e crescer, porque a verdade não pode ser abafada eternamente e nós conseguiremos quebrar as correntes que aprisionam o pensamento das populações,assim tenhamos força e capacidade de luta!
J.E.
É por ' estas e por outras ' que eu gosto de consultar o GLADIUS blog.
O Reinhard Heydrich não era aquele que era meio Judeu? Ou já estarei a confundir os nomes, que o Alemão nunca foi o meu forte?...
Imperador
"leva-me a crer que já faltou muito mais para o fim deste sono em que caiu a Europa."
Enquanto houver comida na mesa ninguém vai "acordar".
NC
Sim, Imperador, Reinhard Heydrich era suspeito de ter sangue judaico (e até tinha cara disso, digo eu, a julgar pelas fotos que dele vi).
NC, a questão não é só a comida na mesa. É também a cabeça direita quando se anda na rua. É a mais simples e elementar segurança à qual todo o cidadão tem direito.
Só prova que, de facto, no início era aos Judeus que convinha mais o Ressurgimento Alemão, pois também iriam ter vantagens por tabela. O único azar foi terem ido buscar o louco do Adolfo, e os planos sairam-lhes furados. A intenção era boa. Eu cá, sou mais Fã do Erwin Rommel.
Imperador
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