terça-feira, outubro 26, 2004

SOBRE O SANTUÁRIO DE ENDOVÉLICO

Recomendo a leitura do texto sobre o santuário de Endovélico, que é o primeiro da secção de cultura aqui do blogue e que resultou de uma pesquisa arqueológica realizada em 2002, tratando-se pois do estudo mais recente sobre o local de culto de uma das principais Divindades hispânicas, precisamente Aquela da Qual mais inscrições foram encontradas até agora pelos arqueólogos, cerca de oitenta e cinco. Endovélico, venerado na zona do Alandroal, Alentejo, isto é, área plenamente céltica, seria uma Divindade ligada ao mundo infernal (infernal não significa diabólico mas sim subterrâneo), dos mortos e, ao mesmo tempo, da medicina. O Seu nome foi interpretado
- a partir do Céltico, como significando O Muito Bom - Nd + Gwell, nd é partícula intensiva céltica e Gwell expressa a ideia de bom, mas no sentido eficiente, tal como o irlandês Dagda, que é Dago + Dia, isto é, o Bom Deus;
- a partir do Céltico e do Basco - Nd + Beltz, beltz é palavra euskadi para «negro» - o Muito Negro seria um título típico de uma Divindade subterrânea;
- a partir de raizes indo-europeias mais arcaicas que o Celta, mas presentes no Celta e no Latim e, assim, a parte «Veli...» viria do Indo-Europeu *Vel-, expressando a ideia de «Vontade», que dá, por exemplo, em Latim o termo «Voluntas» e, em Inglês, «Will». Endovélico seria assim O da Vontade Forte

Procurar conhecer a religião ancestral é o modo mais elevado de valorizar as raizes da Estirpe.

63 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não vale a pena tentar ressuscitar divindades indo-europeias onde elas já não se encontram. Não se sente já a sua presença na Europa. Nem na Grécia, nem na Escandinávia, na Irlanda e, seguramente, nem em Portugal, onde quase ninguém sabe nada de Endovélico. A sua presença não se sente, nem sequer na memória. O Deus cristão fundiu-se com a Europa há muitos séculos. A religião árica apenas sobrevive na Índia, e possivelmente é apenas lá que sente a presença dos seus velhos deuses. Tentar ressuscitá-los, aqui, soa a falso e, pelo que vejo, pouco mais é que um festival folclórico sem alma.

26 de outubro de 2004 às 14:33:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Está enganado, caro anónimo. As Divindades indo-europeias não precisam de ser ressuscitadas porque um Deus não morre; e, ou nunca se foram embora, ou estão de volta - o que é certo, é que o Seu culto cresce por toda a Europa.
Em Portugal, o conhecimento e prática de tal adoração é ainda incipiente, pois que este país vai quase sempre a reboque dos outros e com uns anos de atraso; mas em paragens como a Inglaterra, a Alemanha, a Rússia, a Suécia, e, mais mediterranicamente, a Grécia, acendem-se mais e mais altares em honra dos antigos, e verdadeiros, Deuses do Ocidente.
Repare por exemplo que na Islândia, na Noruega e na Dinamarca, a religião Asatru, de culto aos Deuses nórdicos, já foi oficialmente reconhecida pelo Estado, após anos e anos de luta por parte dos modernos pagãos nórdicos.

Quanto ao Deus cristão, tanto não se fundiu com a Europa que o Seu culto já está até a recuar...

26 de outubro de 2004 às 15:08:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Está enganado, caro anónimo. As Divindades indo-europeias não precisam de ser ressuscitadas porque um Deus não morre; e, ou nunca se foram embora, ou estão de volta - o que é certo, é que o Seu culto cresce por toda a Europa.
Em Portugal, o conhecimento e prática de tal adoração é ainda incipiente, pois que este país vai quase sempre a reboque dos outros e com uns anos de atraso; mas em paragens como a Inglaterra, a Alemanha, a Rússia, a Suécia, e, mais mediterranicamente, a Grécia, acendem-se mais e mais altares em honra dos antigos, e verdadeiros, Deuses do Ocidente.
Repare por exemplo que na Islândia, na Noruega e na Dinamarca, a religião Asatru, de culto aos Deuses nórdicos, já foi oficialmente reconhecida pelo Estado, após anos e anos de luta por parte dos modernos pagãos nórdicos.

Quanto ao Deus cristão, tanto não se fundiu com a Europa que o Seu culto já está até a recuar...

26 de outubro de 2004 às 15:08:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mas quem é que vai acreditar em meras personificações de forças da Natureza em lugar de acreditar na Força Primordial comum?... Só existiriam Deuses ao nível da chuva e do Sol, e não ao nível do Universo?...


Imperador

26 de outubro de 2004 às 15:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Além disso, não pode garantir nada.


Imperador

26 de outubro de 2004 às 15:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Os verdadeiros deuses da Europa? Endovélico e companhia?
Eheheheheh agora percebi tudo! Caturo foi (auto)nomeado o Pastor da IPRE (Igreja Portuguesa do Reino de Endovélico).
A IPRE encontra-se regularmente em quintas na zona de Loures. O seu culto é animado por intervenções do Pastor Caturo, canções do grupo de cantares de Picha e do rancho folklorico da Panasqueira.
Aos membros da IPRE é cobrada uma pequena parcela dos seus rendimentos (de 10 a 90%). O livro seguido pela IPRE é "Perigos que ameaçam a raça branca I, II, III, IV, V, VI, etc" da autoria de J. Andrade Saraiva. Todos os membros deverão possuir um exemplar desta indispensável obra (sabendo da dificuldade de encontrar a Obra nas livrarias portuguesas, o Pastor Caturo disponibiliza-se para tirar fotocopias nos intervalos das suas aulas).

26 de outubro de 2004 às 15:51:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 15:58:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Sentido de humor, sim, mas é preciso que haja humor... e não patacoadas infantilóides. Isto não é o jardim-escola. Não tem graça quem quer, tem graça quem pode.

# posted by Caturo : 5:33 PM

26 de outubro de 2004 às 16:03:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Posso dizer uma piada?!

# posted by Anonymous : 5:51 PM

Pode. Se a piada não for boa, será apagada. O humor de má qualidade, deprime-me.

# posted by Caturo : 6:34 PM

26 de outubro de 2004 às 16:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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Ass: Marcelo Rebelo de Sousa

26 de outubro de 2004 às 16:19:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Mas quem é que vai acreditar em meras personificações de forças da Natureza»

Mas quem é que pode garantir que os Deuses sejam tão somente personificações de forças da Natureza?



«em lugar de acreditar na Força Primordial comum?»

Porquê só essa?


«Só existiriam Deuses ao nível da chuva e do Sol, e não ao nível do Universo?»

Porque não?...


Não se pode demonstrar nada? Não se pode é demonstrar nada contra. E, em matéria de Divindades que sempre existiram, isto é, que não foram reveladas em determinada época e determinado lugar da História (como por exemplo, Jesus, na Judeia, há dois mil anos), é quem Nelas não acredita que tem de demonstrar a Sua não existência, dado que quem tem sobre si o ónus da prova é quem pretende trazer uma alteração. E o ateísmo em relação a uma Divindade é sempre uma negação de experiências milenares que incontáveis gerações tiveram, «desde sempre», por assim dizer.

26 de outubro de 2004 às 16:22:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 16:38:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Mas quem é que pode garantir que os Deuses sejam tão somente personificações de forças da Natureza?"

Eu. :-) Porque um Deus desses não é Deus. Só surge com as coisas das quais é Deus ou se torna Deus, não é espiritual, ou é-o tanto quanto nós, é uma criação natural que manda em forças naturais e não a sua Fonte, e Fonte de tudo o que seja Espírito.


"Porquê só essa?"

Pelas razões atrás referidas.


"Porque não?..."

Porque não. Porque, para haver um Deus, Espírito, este tem de partir, como tudo o mais, de algo, e esse algo que cria o Espírito é, também, um Espírito. Decerto que não é a matéria que o cria!...


"Não se pode demonstrar nada? Não se pode é demonstrar nada contra. E, em matéria de Divindades que sempre existiram, isto é, que não foram reveladas em determinada época e determinado lugar da História (como por exemplo, Jesus, na Judeia, há dois mil anos), é quem Nelas não acredita que tem de demonstrar a Sua não existência, dado que quem tem sobre si o ónus da prova é quem pretende trazer uma alteração. E o ateísmo em relação a uma Divindade é sempre uma negação de experiências milenares que incontáveis gerações tiveram, «desde sempre», por assim dizer."

Não se abespinhe! Não foi nesse sentido que eu disse. (Em todo o caso, o ónus da prova cabe sempre a quem quer demonstrar algo, como naquela coisa do outro dia das dívidas ao fisco :-).) Foi no sentido de não poder garantir que esses adoradores passem duma minoria.


Imperador

26 de outubro de 2004 às 16:40:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Símios e Símios :-)

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=60&id_news=145221

26 de outubro de 2004 às 16:58:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Mas quem é que pode garantir que os Deuses sejam tão somente personificações de forças da Natureza?"
«Porque um Deus desses não é Deus.»

Pelo contrário, caro Imperador. O termo «Deus» surgiu precisamente para designar um Deus desses. Aquilo que o Imperador tem em mente quando pensa em «Deus», é uma Entidade de poder absoluto e fora do Universo, isto é, ao Jeová, que é semita. A palavra «Deus», por seu turno, designa Júpiter, Marte, Juno, Vénus, etc..



«Só surge com as coisas das quais é Deus ou se torna Deus,»

A minha pergunta é: porque é que parte do princípio de que os Deuses são apenas personificações de forças naturais? Porque é que não consegue conceber que as ditas forças naturais sejam o aspecto físico, visível e finito de uma realidade metafísica, invisível e eterna?


«não é espiritual, ou é-o tanto quanto nós,»

E nós não somos espirituais?



«é uma criação natural que manda em forças naturais e não a sua Fonte, e Fonte de tudo o que seja Espírito.»

E um Deus não pode derivar de uma Fonte Eterna?



"Porque não?..."
«Porque, para haver um Deus, Espírito, este tem de partir, como tudo o mais, de algo, e esse algo que cria o Espírito é, também, um Espírito.»

Mas porque é que um Deus não pode ser um Espírito derivado de outro Espírito? Note que não estou a dizer que assim é.



"Não se pode demonstrar nada? Não se pode é demonstrar nada contra. E, em matéria de Divindades que sempre existiram, isto é, que não foram reveladas em determinada época e determinado lugar da História (como por exemplo, Jesus, na Judeia, há dois mil anos), é quem Nelas não acredita que tem de demonstrar a Sua não existência, dado que quem tem sobre si o ónus da prova é quem pretende trazer uma alteração. E o ateísmo em relação a uma Divindade é sempre uma negação de experiências milenares que incontáveis gerações tiveram, «desde sempre», por assim dizer."
«Não foi nesse sentido que eu disse. (Em todo o caso, o ónus da prova cabe sempre a quem quer demonstrar algo,»

Isto é, a quem quer demonstrar algo em relação ao que existia antes. Ora, quem quer demonstrar que os Deuses, que sempre existiram nas culturas humanas, afinal nunca existiram, é que tem de o provar.


«Foi no sentido de não poder garantir que esses adoradores passem duma minoria.»

Sim, são uma pequeníssima minoria. Por enquanto, pelo menos. Mas existem. E todos os grupos começam por ser uma minoria.

26 de outubro de 2004 às 17:12:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Pelo contrário, caro Imperador. O termo «Deus» surgiu precisamente para designar um Deus desses. Aquilo que o Imperador tem em mente quando pensa em «Deus», é uma Entidade de poder absoluto e fora do Universo, isto é, ao Jeová, que é semita. A palavra «Deus», por seu turno, designa Júpiter, Marte, Juno, Vénus, etc.."

Semântica. As Entidades em si e o que elas são de facto é que contam.


"A minha pergunta é: porque é que parte do princípio de que os Deuses são apenas personificações de forças naturais? Porque é que não consegue conceber que as ditas forças naturais sejam o aspecto físico, visível e finito de uma realidade metafísica, invisível e eterna?"

Porque a Ciência já mostrou que essas forças são só forças naturais, e que são movidas apenas por outras forças materiais. Não é Éolo que move o vento, é a rotação da Terra. E é Geia que se move? Não, foi a força que deu origem ao Sistema Solar que a pôs em movimento, com base nas Leis da Física.


"E nós não somos espirituais?"

Somos, sim, era o que eu dizia.


"E um Deus não pode derivar de uma Fonte Eterna?"

Em teoria, sim. Mas que exista...


"Mas porque é que um Deus não pode ser um Espírito derivado de outro Espírito? Note que não estou a dizer que assim é."

Idem.


"Isto é, a quem quer demonstrar algo em relação ao que existia antes. Ora, quem quer demonstrar que os Deuses, que sempre existiram nas culturas humanas, afinal nunca existiram, é que tem de o provar."

Se existissem, tanto mais sendo forças do dia a dia, já se teriam manifestado mais.


"Sim, são uma pequeníssima minoria. Por enquanto, pelo menos. Mas existem. E todos os grupos começam por ser uma minoria."

Mas nem todos chegam a ser uma maioria.


Imperador

26 de outubro de 2004 às 17:21:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 17:22:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 17:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 17:30:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 17:41:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 17:44:00 WEST  
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26 de outubro de 2004 às 17:47:00 WEST  
Blogger Caturo said...

"A minha pergunta é: porque é que parte do princípio de que os Deuses são apenas personificações de forças naturais? Porque é que não consegue conceber que as ditas forças naturais sejam o aspecto físico, visível e finito de uma realidade metafísica, invisível e eterna?"
«Porque a Ciência já mostrou que essas forças são só forças naturais,»

Não, a Ciência não demonstrou nada disso. A Ciência só demonstra como é que as coisas acontecem, não fala de porque é que as coisas acontecem. A Ciência não explica o porquê das coisas ou o significado metafísico que as coisas podem ter.



«e que são movidas apenas por outras forças materiais.»

É válido o mesmo que escrevi acima.



«Não é Éolo que move o vento,»

E quem é que lhe pode garantir que o vento não é o corpo de Éolo? E porque é que o vento se manifesta com a rotação da Terra, porque é que a realidade é feita dessa maneira, e não de outra qualquer (porque é que o vento não é produzido pelo ligar de um auto-rádio, por exemplo...)?


«é a rotação da Terra»

E qual o significado metafísico de tal movimento?


«E é Geia que se move?»

Naturalmente.


«Não, foi a força que deu origem ao Sistema Solar»

E porque é que essa força não pode ser entendida como algo de Divino, que por sua vez originou a Divindade Gaia?


«que a pôs em movimento, com base nas Leis da Física.»

E o que significam as leis da física no mundo metafísico? Qual a sua realidade num mundo superior?



"E nós não somos espirituais?"
«Somos, sim, era o que eu dizia.»

Do mesmo modo, também são espirituais o Céu, a Terra, o Raio, o Fogo, etc..


"E um Deus não pode derivar de uma Fonte Eterna?"
«Em teoria, sim. Mas que exista...»

Porque não?


"Isto é, a quem quer demonstrar algo em relação ao que existia antes. Ora, quem quer demonstrar que os Deuses, que sempre existiram nas culturas humanas, afinal nunca existiram, é que tem de o provar."
«Se existissem, tanto mais sendo forças do dia a dia, já se teriam manifestado mais.»

E manifestam-Se. Sempre o fizeram. Mas hoje, por defeito de educação, nem todos As vêem.


"Sim, são uma pequeníssima minoria. Por enquanto, pelo menos. Mas existem. E todos os grupos começam por ser uma minoria."
«Mas nem todos chegam a ser uma maioria.»

Pois não. O Destino o dirá.

26 de outubro de 2004 às 17:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Não, a Ciência não demonstrou nada disso. A Ciência só demonstra como é que as coisas acontecem, não fala de porque é que as coisas acontecem. A Ciência não explica o porquê das coisas ou o significado metafísico que as coisas podem ter."

Isso agora... Mas, se já explicaram o porquê, a causa é o porquê do acontecimento.


"E quem é que lhe pode garantir que o vento não é o corpo de Éolo? E porque é que o vento se manifesta com a rotação da Terra, porque é que a realidade é feita dessa maneira, e não de outra qualquer (porque é que o vento não é produzido pelo ligar de um auto-rádio, por exemplo...)?"

O vento é so ar, partes de ar, massas de ar que são movidas mais rapidamente.


"E qual o significado metafísico de tal movimento?"

Nenhum.


"E porque é que essa força não pode ser entendida como algo de Divino, que por sua vez originou a Divindade Gaia?"

E há-de ser tudo Divino, tudo o que não é mais do que matéria?


"E o que significam as leis da física no mundo metafísico? Qual a sua realidade num mundo superior?"

Até chegar ao Princípio de tudo, tudo o resto são meros reflexos.


"Do mesmo modo, também são espirituais o Céu, a Terra, o Raio, o Fogo, etc.."

Não. O nosso corpo não o é.


"E manifestam-Se. Sempre o fizeram. Mas hoje, por defeito de educação, nem todos As vêem."

Ou pelos factos? Só se for na forma dos fenómenos físicos. De resto... Não há nenhum Cientista que tenha encontrado um Deus a comunicar com ele ao estudar a terra, o mar ou o ar. Senão, referi-lo-ia.


"Pois não. O Destino o dirá."

A verdadeira causa desses desvios é muito simples: o motivo pelo qual alguns deixaram de seguir a Deus e seguem os outros Deuses não é por alguma mudança no seu conhecimento das coisas ou das provas que têm: é por motivos psicológicos. A principal razão é o facto de alguns terem deixado de seguir Regras Morais e, como não gostam de limitações a coisas como o sexo, pura e simplesmente abandonam a Religião não porque a passem a achar falsa mas porque lhes convém não crer nela!... Da mesma forma o Caturo odeia o Cristianismo porque é uma Religião estrangeira e Semita e foi distorcida para uma misturada que, nela, nunca foi obrigatória.


Imperador

26 de outubro de 2004 às 18:05:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 18:26:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 18:28:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 18:32:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 18:35:00 WEST  
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26 de outubro de 2004 às 18:37:00 WEST  
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26 de outubro de 2004 às 18:40:00 WEST  
Blogger Caturo said...

"Não, a Ciência não demonstrou nada disso. A Ciência só demonstra como é que as coisas acontecem, não fala de porque é que as coisas acontecem. A Ciência não explica o porquê das coisas ou o significado metafísico que as coisas podem ter."
«Isso agora... Mas, se já explicaram o porquê, a causa é o porquê do acontecimento.»

Não. Refiro-me à causa metafísica. Recordo o que, se bem me lembro, foi dito por Sócrates. Os cientistas materialistas fixam-se no aspecto mecânico das coisas.
Se, por exemplo, alguém o atirar ao chão, e se for perguntado porque é que o atiraram ao chão, a resposta que se pretenderá não será certamente «porque me encostaram a mão ao ombro e pressionaram-no bruscamente».
Entende?
Além do mais, o sagrado é como uma outra dimensão das coisas, a sua dimensão superior por excelência. Não o ver pode ser comparado à incapacidade de, por exemplo, distinguir as cores umas das outras ou ver tudo a preto e branco.



"E quem é que lhe pode garantir que o vento não é o corpo de Éolo? E porque é que o vento se manifesta com a rotação da Terra, porque é que a realidade é feita dessa maneira, e não de outra qualquer (porque é que o vento não é produzido pelo ligar de um auto-rádio, por exemplo...)?"
«O vento é so ar, partes de ar, massas de ar que são movidas mais rapidamente.»

E porque é que esse ar, essas partes de ar, essas massas de ar, não hão-de ter uma dimensão divina em si?


"E qual o significado metafísico de tal movimento?"
«Nenhum.»

Tudo no mundo tem um significado metafísico.



"E porque é que essa força não pode ser entendida como algo de Divino, que por sua vez originou a Divindade Gaia?"
«E há-de ser tudo Divino, tudo o que não é mais do que matéria?»

Tudo tem o seu lado Divino, e não há matéria inteiramente desprovida de espírito.



"E o que significam as leis da física no mundo metafísico? Qual a sua realidade num mundo superior?"
«Até chegar ao Princípio de tudo, tudo o resto são meros reflexos.»

Se são reflexos, têm o Divino em si. Mas... considera, por exemplo, que o Imperador é mero reflexo dos seus pais?



"Do mesmo modo, também são espirituais o Céu, a Terra, o Raio, o Fogo, etc.."
«Não. O nosso corpo não o é.»

O nosso corpo não o é, mas é invólucro de algo espiritual. O mesmo se passa com o Céu, a Terra, o Raio, o Fogo, etc..



"E manifestam-Se. Sempre o fizeram. Mas hoje, por defeito de educação, nem todos As vêem."
«Ou pelos factos?»

Quais?


«Só se for na forma dos fenómenos físicos.»

Numa «cor» especial que todos os fenómenos naturais têem.


«Não há nenhum Cientista que tenha encontrado um Deus a comunicar com ele ao estudar a terra, o mar ou o ar»

Engana-se. Há cientistas que se tornam crentes por observarem a maravilha do Cosmos.


«A verdadeira causa desses desvios»

E a verdadeira causa do desvio cristão, há mil e novecentos anos, qual foi?



«é muito simples: o motivo pelo qual alguns deixaram de seguir a Deus e seguem os outros Deuses não é por alguma mudança no seu conhecimento das coisas ou das provas que têm: é por motivos psicológicos. A principal razão é o facto de alguns terem deixado de seguir Regras Morais»

De modo algum. Trata-se de uma generalização que falseia a realidade. Alguns pagãos são tão ou mais rigorosos na sua ética do que os cristãos.

A verdadeira causa é que, como a verdade vem sempre ao de cima, o espírito ocidental não podia continuar toda a vida submetido a um credo oriental que preconiza um modo de ser e de ver estrangeiros ao Ocidente. O Homem Ocidental quer actuar e superar, não quer deixar-se ficar como está e submeter-se a uma Divindade estranha.

«Da mesma forma o Caturo odeia o Cristianismo porque é uma Religião estrangeira e Semita e foi distorcida para uma misturada que, nela, nunca foi obrigatória»

Não é obrigatória, mas é facultada.

26 de outubro de 2004 às 18:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 18:47:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

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26 de outubro de 2004 às 18:52:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caturo, já viu a conclusão? Põe-se em causa a existência de um culto pré-romano no local. Mas, parece-me óbvio, se Endovélico nunca fez parte do panteão romano então só pode ser mesmo uma divindade de natureza indígena. Talvez céltica? E talvez os Celtici que habitariam a região adorassem os seus deuses à pura maneira celta, em bosques e montes, sem lhes construirem templos.Talvez isso explique a até agora ausência de objectos pré-romanos no local.
Ass: PFR

26 de outubro de 2004 às 22:11:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Sim, PFR, concordo com a sua análise. O mesmo se aplicará à suposta cabeça de Endovélico encontrada no local e, até, aos guerreiros galaico-lusitanos, já que os indígenas não tinham muita tendência para representar a forma humana, e, muito menos, os Deuses com forma humana, o que parece ser uma característica céltica e geralmente indo-europeia, uma vez que é bem conhecido o episódio do ataque gaulês ao templo grego de Delfos, quando os invasores célticos fizeram troça dos Gregos quando perceberam que estes pensavam que se podia construir uma habitação e uma estátua em forma humana para os Deuses, os quais, do ponto de vista céltico, seriam demasiados grandes e complexos para poderem ser representados em forma humana e viver em «casinhas».

Heródoto diz dos Persas (que são indo-europeus) que estes não faziam imagens humanas do seu Deus mais elevado, o Deus do Céu.

Os Deuses gregos e romanos mais antigos, Zeus, Atena, Júpiter, foram, em data recuada, adorados sem estátuas.

27 de outubro de 2004 às 02:02:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Não. Refiro-me à causa metafísica. Recordo o que, se bem me lembro, foi dito por Sócrates. Os cientistas materialistas fixam-se no aspecto mecânico das coisas.
Se, por exemplo, alguém o atirar ao chão, e se for perguntado porque é que o atiraram ao chão, a resposta que se pretenderá não será certamente «porque me encostaram a mão ao ombro e pressionaram-no bruscamente».
Entende?
Além do mais, o sagrado é como uma outra dimensão das coisas, a sua dimensão superior por excelência. Não o ver pode ser comparado à incapacidade de, por exemplo, distinguir as cores umas das outras ou ver tudo a preto e branco."

Exactamente por isso é que eu creio no Divino!...


"E porque é que esse ar, essas partes de ar, essas massas de ar, não hão-de ter uma dimensão divina em si?"

E têm! Mesmo os Cristãos como S. Francisco de Assis viam essa dimensão divina em toda a Natureza, mesmo crendo num só Deus.


"Tudo no mundo tem um significado metafísico."

Confere.


"Tudo tem o seu lado Divino, e não há matéria inteiramente desprovida de espírito."

E ainda há os que crêem que tudo é uno, matéria e espírito, como Plotino.


"Se são reflexos, têm o Divino em si."

À maneira Platónica.


"Mas... considera, por exemplo, que o Imperador é mero reflexo dos seus pais?"

Não, não exactamente. Tenho a minha individualidade, ainda que gerada por eles.


"O nosso corpo não o é, mas é invólucro de algo espiritual. O mesmo se passa com o Céu, a Terra, o Raio, o Fogo, etc.."

Pois. Talvez.


"Quais?"

Não se vêem quaisquer manifestações concretas da sua existência, quaisquer sinais ou prodígios.


"Numa «cor» especial que todos os fenómenos naturais têem."

Talvez.


"Engana-se. Há cientistas que se tornam crentes por observarem a maravilha do Cosmos."

Eu sei, até pensei nisso ao escrever, mas não é bem a mesma coisa. Descobrir o Divino subjacente às coisas não é o mesmo que encontrar este ou aquele Deus concretamente, com aqueles nomes e atributos.


"E a verdadeira causa do desvio cristão, há mil e novecentos anos, qual foi?"

Não foi há tanto tempo, começou mais no século IV, mas só com a Inquisição é que se cometeram os piores excessos, aliás em contradição com o que se defendia. Se é ao desvio para o Cristianismo que se refere, foi o inverso: a procura duma Moral que fosse diferente do deboche e decadência do Império Romano. Foi isto, e as doenças, etc., semelhantes às de hoje, e não propriamente a Religião que causou a sua queda.


"De modo algum. Trata-se de uma generalização que falseia a realidade."

Eu também não disse que eram todos. Mas, mesmo dentre os que não mudam por ese motivos há aqueles que mudam por exemplo para o Islão porque acham que se respeita mais a Deus, energúmenos que não percebem que o respeito vem de dentro e não dos rituais e de rezar de cu para o ar, e que o Sacrifício é tão edificante quanto imaginar Deus de tal forma que nem Ele nem a figura humana podem ser retratados.


"Alguns pagãos são tão ou mais rigorosos na sua ética do que os cristãos."

Valha-nos isso, do mal o menos! Aliás, basta olhar para a Grécia e para Roma para o constatar. Aliás, nota-se muito da maneira de pensar de hoje, do pragmatismo e de certas formas de olhar o mundo e a vida, o Poder, etc, nas recriações e na História dessas pérolas da Humanidade, sem ironias.


"A verdadeira causa é que, como a verdade vem sempre ao de cima, o espírito ocidental não podia continuar toda a vida submetido a um credo oriental que preconiza um modo de ser e de ver estrangeiros ao Ocidente. O Homem Ocidental quer actuar e superar, não quer deixar-se ficar como está e submeter-se a uma Divindade estranha."

E não é fisicamente possível que se consiga viver esse modo de ser sem que tal colida com o resto? Não é possível, infelizmente em muitos casos, alguém adoptar por completo ou quase sem que tal colida com o resto, Culturas estranhas, como a "negróide", como gostam de lhe chamar? Além disso, se Deus é Verdade, e verdadeiro, é verdadeiro universalmente e não só para os Judeus, isto quer se creia em mais Deuses ou não. E, por isso, a Divindade deixa de ser estranha quando a entranhamos; e essa Divindade também não é anti actuação e superação, bem pelo contrário. Terá é Valores diferentes, mas igualmente válidos e praticáveis. Além disso eu, pessoalmente, vejo Deus pelos olhos de Immanuel Kant, e entendo que toda aquela generosidade de dar aos outros não é um fim mas sim um meio: nenhuma Divindade que aliás prega o desapego ia reduzir os seus Valores ao encher os bolsos e de comida. Não: tudo isso não são senão meios para exercer actos espirituais e de criação humanos. Kant inspirou-se aliás na Carta aos Gálatas (que lha deram por serem Pietistas e mais por causa da Justificação pela Fé, mas ele leu o resto que era mais importante), onde se diz que a carne não é Liberdade; ora nasceu daqui a sua Filosofia, da qual se conclui, basicamente, que nós devemos usar as coisas e não deixar que elas nos usem. O que importa é ter meios físicos para exercer a Liberdade prática.


"Não é obrigatória, mas é facultada."

Não. Ninguém pode obrigar a misturar, ponto final! O que di é que as Pessoas, puras ou não, têm a mesma Dignidade, e têm, o que não invalida que tenham uma organização Étnica, desde que respeitem todos os outros e os ajudem por todas as Etnias (ou sínteses delas) ou indivíduos terem a mesma Dignidade.


Imperador

28 de outubro de 2004 às 11:37:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Como se não bastasse a tragédia nacional que é ter um Estado dominado por frouzos e por internacionalistas, ainda se verificam casos como os que abaixo se noticia. Imagine-se a quantidade de escumalha criminosa da mais abjecta, vinda das muláticas favelas, não entrou já em Portugal.
Uma desgraça nunca vem só.

A cada dia que passa, a destruição da Europa está mais próxima. Um dia talvez precisemos de umas novas Astúrias, de onde poderemos, no futuro, recuperar a terra que estamos a perder... talvez os Russos nos deixem entrar na Sibéria...
«Nacionalistas para a Sibéria!», seria um lema jocoso da escumalha internacional, mas que poderia ser seguido... desde que essa zona gelada pudesse ser as novas Astúrias, donde a Estirpe Europeia poderia um dia regressar ao solo que é seu por direito.

Quer esse tempo de extremos venha quer não, é preciso erigir umas Astúrias no interior de cada europeu consciente - um núcleo inacessível à transigência e à corrupção, um castro, um arx, um baluarte, uma acrópole espiritual, étnica e cultural, inexpugnável, que seja foco irradiador de energias que fortifiquem os que como nós pensam mas que ao contrário de nós, não actuam, que permitam reconquistar a parte da nossa gente que está alienada e que combatam a invasão externa e o veneno interno que corrói a Estirpe.

Serve-nos de modelo a suástica, ou a tríscele: a partir de um centro fixo e pleno de energia, os braços avançam num só movimento.



PROCURADOS MIL BI FALSOS PORTUGUESES
Uma rede de brasileiros que falsificava, distribuía e vendia bilhetes de identidade (BI) portugueses foi anteontem desmantelada em Barcelona, Espanha. Foram detidas 60 pessoas e apreendidos 40 BI e uma carta de condução nacionais e mais de 26 mil euros em numerário.
Morell/Epa
A Polícia espanhola deteve 60 pessoas e apreendeu documentos.
Ainda assim, as autoridades acreditam que mais de mil BI falsos estão a circular entre imigrantes brasileiros e tentam agora recuperá-los.
Segundo adiantou ao CM a Polícia Nacional, a investigação iniciou-se em Julho quando “disparou o número de brasileiros ilegais que, ao tentarem legalizar-se, foram apanhados com BI portugueses falsos”.
Esses BI eram vendidos por uma rede de brasileiros. Cada um custava entre 400 e 800 euros – metade na encomenda e o resto na estrega – e a sua proveniência era variada. “Muitos milhares de ilegais foram burlados porque acreditavam que os documentos eram verdadeiros”, diz a polícia espanhola.
A rede dividia-se em três grupos. Um falsificava e introduzia os documentos, outro ‘fornecia’ trabalhadores ilegais e o terceiro era de empresários que, com conhecimento, contratavam brasileiros com documentos portugueses falsificados.
A polícia estima que o negócio ‘rendeu’ 600 mil euros aos detidos. ‘À solta’ continuam “cerca de mil BI portugueses falsos que procuramos localizar”, avançam as autoridades espanholas.

ROUBADOS EM PORTUGAL E INGLATERRA
De acordo com a Polícia Nacional espanhola, os bilhetes de identidade portugueses tinham variadas origens. Alguns tinham por base um “suporte autêntico”, outros eram roubados – maioritariamente em Portugal e Inglaterra – e uns eram pura e simplesmente cópias digitalizadas de originais.
Os principais elementos da rede agora desmantelada eram um brasileiro de 37 anos que residia em Inglaterra e, de lá, enviava para Barcelona os BI portugueses que roubava e falsificava, e um outro de 30 anos que fazia o mesmo a partir de Portugal.
Outros três cabecilhas operavam em Barcelona e encarregavam-se de falsificar e manipular os BI recebidos do estrangeiro e de os distribuir junto dos ilegais.
Refira-se que, com os BI portugueses, os imigrantes ilegais brasileiros em Espanha poderiam tentar a legalização, obter contratos de trabalho e permanecer naquele país. Dos 60 detidos, apenas três são empresários espanhóis. Os restantes são cidadãos brasileiros.

Notícia retirada de http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=136520&idselect=10&idCanal=10&p=94

29 de outubro de 2004 às 00:50:00 WEST  
Blogger Caturo said...

A mensagem imediatamente acima foi aí colocada por engano.

"Além do mais, o sagrado é como uma outra dimensão das coisas, a sua dimensão superior por excelência. Não o ver pode ser comparado à incapacidade de, por exemplo, distinguir as cores umas das outras ou ver tudo a preto e branco."
«Exactamente por isso é que eu creio no Divino!...»

Certo. Temos simplesmente duas noções diferentes do Divino.



"E porque é que esse ar, essas partes de ar, essas massas de ar, não hão-de ter uma dimensão divina em si?"
«E têm! Mesmo os Cristãos como S. Francisco de Assis viam essa dimensão divina em toda a Natureza, mesmo crendo num só Deus.»

O comentário anterior é igualmente válido aqui: temos tão somente noções diferentes do Divino.



"Mas... considera, por exemplo, que o Imperador é mero reflexo dos seus pais?"
«Não, não exactamente. Tenho a minha individualidade, ainda que gerada por eles.»

Então, vê. O Divino pode com muito mais razão ser também diferenciado.



"Quais?"
«Não se vêem quaisquer manifestações concretas da sua existência, quaisquer sinais ou prodígios.»

Vê-se sim: na ordem e na beleza das coisas, nas diferentes impressões que as diferentes coisas causam a quem as contempla/experimenta.



"Engana-se. Há cientistas que se tornam crentes por observarem a maravilha do Cosmos."
«Eu sei, até pensei nisso ao escrever, mas não é bem a mesma coisa. Descobrir o Divino subjacente às coisas não é o mesmo que encontrar este ou aquele Deus concretamente, com aqueles nomes e atributos.»

Depende das noções que se tiverem do Divino. Se o cientista foi habituado, desde a infância, a só ver a religião de um modo cristão, será só o Deus cristão que ele encontra, ou não.



"E a verdadeira causa do desvio cristão, há mil e novecentos anos, qual foi?"
«Não foi há tanto tempo, começou mais no século IV, mas só com a Inquisição é que se cometeram os piores excessos,»

Olhe que o Cristianismo já era intolerante desde as origens, mas só a partir do século IV é que pôde pôr em prática essa intolerância...
De qualquer modo, ao falar de «desvio cristão», referia-me ao ser-se cristão em si. Se afirma que ser pagão é «um desvio» em relação à cristandade, ser cristão também o foi em relação à paganidade, não foi?



«a procura duma Moral que fosse diferente do deboche e decadência do Império Romano.»

Essa moral existia, tanto nas fileiras conservadoras dos Romanos, como nas dos mitraístas, muitos deles romanos conservadores...



"Alguns pagãos são tão ou mais rigorosos na sua ética do que os cristãos."
«Valha-nos isso, do mal o menos! Aliás, basta olhar para a Grécia e para Roma para o constatar»

Sim, basta isso para observar a ética verticalizante da Pietas, da Virtus, da Fides, ou a de Esparta, bem mais rigorosas do que a cristã....


«Aliás, nota-se muito da maneira de pensar de hoje,»

Hoje, quando o Cristianismo é ainda dominante...



"A verdadeira causa é que, como a verdade vem sempre ao de cima, o espírito ocidental não podia continuar toda a vida submetido a um credo oriental que preconiza um modo de ser e de ver estrangeiros ao Ocidente. O Homem Ocidental quer actuar e superar, não quer deixar-se ficar como está e submeter-se a uma Divindade estranha."
«E não é fisicamente possível que se consiga viver esse modo de ser sem que tal colida com o resto?»

Não creio que seja. E, de facto, não o foi.



«Além disso, se Deus é Verdade, e verdadeiro, é verdadeiro universalmente e não só para os Judeus,»

Pode ser verdadeiro universalmente, mas poder ser visto de diversos modos. E, nesse caso, não há motivo algum para o conceber à maneira dos Judeus, ou para pensar que Ele só se revelou aos Judeus até que um certo JC nasceu. É até ofensivo, para um ocidental, afirmar que o «único»(porquê só um?) Deus verdadeiro escolheu os Judeus e só os Judeus para se manifestar, como se estes devessem servir de guia ou pelo menos de ponte para o resto do mundo - isto é, não se admite que Jeová seja verdadeiro e Júpiter não. Era o que faltava.


«E, por isso, a Divindade deixa de ser estranha quando a entranhamos»
Mas é sempre estranha, não só porque o Divino em si nunca pode ser inteiramente compreendido pelo homem, mas sobretudo, neste caso, porque esse Deus é especialmente incompreensível, dado que se diz omnipotente e perfeitamente bom (isto é, sendo assim porque tolera o mal, e porque o criou?).
Além do mais, o Deus judaico-cristão, condenador do orgulho, que manda dar a outra face, que, à maneira semita, exige a submissão subserviente do adorador, que separa a matéria e o espírito como se a primeira fosse má (o que desencoraja a actividade humana neste mundo), não é propício ao desenvolvimento do conhecimento, da ciência e do combate contra a opressão do que parece inevitável (já Paulo dizia «que o escravo se deixe ficar na sua condição»).


«O que di é que as Pessoas, puras ou não, têm a mesma Dignidade, e têm, o que não invalida que tenham uma organização Étnica,»

Sim, mas afirma que se deve amar todos os homens por igual, como se todos fossem irmãos, o que significa a dissolução dos laços étnicos, que exigem o estabelecimento de prioridades entre os afectos.

29 de outubro de 2004 às 01:32:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Certo. Temos simplesmente duas noções diferentes do Divino."
"O comentário anterior é igualmente válido aqui: temos tão somente noções diferentes do Divino."

Mas Divino é Divino.


"Então, vê. O Divino pode com muito mais razão ser também diferenciado."

Talvez. Em Pai, Filho e Espírito Santo.


"Vê-se sim: na ordem e na beleza das coisas, nas diferentes impressões que as diferentes coisas causam a quem as contempla/experimenta."

Mas não da forma que a Mitologia expressa. Por mim, como muitos de nós, e eu próprio, somos descendentes de D. Afonso I Henriques, e este era descendente dos antigos Reis da Macedónia, da Pérsia e do Egipto, etc., e aqueles (e mesmo estes) eram descendentes dos Deuses, eu até ficava bastante favorecido. Mas, não creio.


"Depende das noções que se tiverem do Divino. Se o cientista foi habituado, desde a infância, a só ver a religião de um modo cristão, será só o Deus cristão que ele encontra, ou não."

Mas é preciso encontrar o Deus em concreto para poder crer nele, ou, se crer só depende da forma como se vê a Religião, os Deuses existiriam consoante o nosso desejo, o que não tem lógica. A não ser que se creia num Divino subjacente a tudo. Mas isso é o que eu creio, e é a tal que eu chamo Deus.


"Olhe que o Cristianismo já era intolerante desde as origens, mas só a partir do século IV é que pôde pôr em prática essa intolerância..."

Intolerante no sentido de perseguir e impôr pela força em ves de ser pela persuasão, não, não era. No resto, todos somos intolerantes com o que é nosso, especialmente quando os outros são incompatíveis connosco. Porque haveria de ser diferente?


"De qualquer modo, ao falar de «desvio cristão», referia-me ao ser-se cristão em si. Se afirma que ser pagão é «um desvio» em relação à cristandade, ser cristão também o foi em relação à paganidade, não foi?"

Em linguagem técnica, foi. Mas ainda sobrou muito dos antigos rituais no Cristianismo, o que até dá cor, apesar de se terem perdido vários elementos que não eram incompatíveis. O Padre Mário da Lixa é que o diz mas só para repudiar essas práticas, como se a forma como se adora a Deus independentemente da origem dos rituais fosse necessariamente incompatível com as Escrituras só porque tem outra génese. Ele quer é matar as coisas que dão cor à vida. Vê-se logo que é de Esquerda, senão, nem se queixava do dinheiro que Fátima dá - e que, ainda que nem sempre vá para Boas Obras, afinal de contas, "não há almoços grátis"!...


"Essa moral existia, tanto nas fileiras conservadoras dos Romanos, como nas dos mitraístas, muitos deles romanos conservadores..."

Sim, todos eles foram contemporâneos bastante populares e opositores a essa decadência Romana. No final, triunfaram os Cristãos.


"Sim, basta isso para observar a ética verticalizante da Pietas, da Virtus, da Fides, ou a de Esparta, bem mais rigorosas do que a cristã..."

Mais rigorosas?! Em que aspecto? A nossa também o é: o Espírito da Lei Divina é o mesmo do Socratismo e doutros: é vencer a carne com a Liberdade.


"Hoje, quando o Cristianismo é ainda dominante..."

Mas há muito da nossa maneira de ser que se assemelha so Romanos, tanto nos temas dalguns textos, nas ironias, até no tipo de edifícios (também tinham prédios de apartamentos) e até na roupa (relativamente simples e de manga curta).


"Não creio que seja. E, de facto, não o foi."

Possível é. Sendo Cristão, eu e muitos, não consideramos que tal seja entrave, por exemplo, ao apreciar da Cultura Clássica (não será uma forma de valorizar o Homem?), ou ao Nacionalismo, etc.


"Pode ser verdadeiro universalmente, mas poder ser visto de diversos modos. E, nesse caso, não há motivo algum para o conceber à maneira dos Judeus, ou para pensar que Ele só se revelou aos Judeus até que um certo JC nasceu. É até ofensivo, para um ocidental, afirmar que o «único»(porquê só um?) Deus verdadeiro escolheu os Judeus e só os Judeus para se manifestar, como se estes devessem servir de guia ou pelo menos de ponte para o resto do mundo - isto é, não se admite que Jeová seja verdadeiro e Júpiter não. Era o que faltava."

Deus deve ser visto é como se revela. Não faz sentido Deus por exemplo defender a indissolubilidade do Casamento e, ao memso tempo, ser pelo divórcio, ou seja, simultaneamente Católico e Protestante. Escolheu os Judeus porque algum Povo havia de ser. Se fosse o seu já não se chateava.


Imperador

29 de outubro de 2004 às 13:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Mas é sempre estranha, não só porque o Divino em si nunca pode ser inteiramente compreendido pelo homem, mas sobretudo, neste caso, porque esse Deus é especialmente incompreensível, dado que se diz omnipotente e perfeitamente bom (isto é, sendo assim porque tolera o mal, e porque o criou?).
Além do mais, o Deus judaico-cristão, condenador do orgulho, que manda dar a outra face, que, à maneira semita, exige a submissão subserviente do adorador, que separa a matéria e o espírito como se a primeira fosse má (o que desencoraja a actividade humana neste mundo), não é propício ao desenvolvimento do conhecimento, da ciência e do combate contra a opressão do que parece inevitável (já Paulo dizia «que o escravo se deixe ficar na sua condição»)."

Então, todas as Divindades são estranhas. Compreender, compreendemos. Temos ideias das coisas. Deus é bom - em termos "pessoais". O que não é bom é o que os Homens por vezes fazem. E Deus "tolera" o mal para que seja o Homem, com a sua Metafísica dos Costumes, a vencê-lo. No fundo, vejo a vida como um jogo em que somos postos à prova. O orgulho também não é uma das melhores qualidades, especialmente quando os outros valem tanto ou mais que nós, e quando desprezamos injustamente. A matéria é má porque não é Livre, e o que não é Livre não é Moral. Ou será que não é o nosso Espírito e Vontade que devem comandar as coisas? É para elevar o Espírito sobre as coisas. Considerar a matéria má é só como fonte de actividade. De resto, tudo, incluindo a Moral, projectam-se num plano material. Não é desencorajante. É encorajante de agir e dominar a matéria porque é esse o Dever do Espírito: fazer tudo o que ele determine sem que seja a matéria não-livre a influenciá-lo. Basicamente, o desenvolvimento é a concessão de mais meios para se ser Livre, o que está conforme à Moral. Por que outra razão é que se deve dar aos pobres? E Paulo também dizia na Carta aos Gálatas que eramos chamados à Liberdade.


"Sim, mas afirma que se deve amar todos os homens por igual, como se todos fossem irmãos, o que significa a dissolução dos laços étnicos, que exigem o estabelecimento de prioridades entre os afectos."

Mas esse amor não obriga a fazer algo que não tem nada a ver com esse amor e esse tipo de dedicação. Ou será que misturarmo-nos com eles lhes vai trazer algo de bom, ou antes pelo contrário? É uma interpretação errada, tal como o era a de que se devia purificar os pecadores pelo fogo em lugar de não atirar a primeira pedra. Não casamos com irmãos, pois não? Também, essa proibição só existe no Antigo Testamento, juntamente com todas as outras que foram revogadas por J.C.. Não é impossível manter afectos e Justiça iguais para com todos e, ao mesmo tempo, ter descendência entre a nossa Estirpe. Misturar Etnias não é nenhuma prioridade face ao essencial, e que é a generosidade. Não o suicídio, para mais sem que sirva para alguma coisa. Como é que a Nobreza fez desde sempre? E sempre foi Cristã!... As Pessoas só se misturam porque põem o sexo à frente de tudo. O sexo serve para manter o Ser Humano. De resto é imoral. O Ser Humano são várias Raças e Etnias. Logo, misturar Raças e Etnias é imoral ou, pelo menos, contra-natura.


Imperador

29 de outubro de 2004 às 14:55:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Certo. Temos simplesmente duas noções diferentes do Divino."
«Mas Divino é Divino.»

Claro. Pode é ter diferentes formas.



"Então, vê. O Divino pode com muito mais razão ser também diferenciado."
«Talvez. Em Pai, Filho e Espírito Santo.»

Ou em Janus, Júpiter, Juno, Vénus, Marte, Minerva...



"Vê-se sim: na ordem e na beleza das coisas, nas diferentes impressões que as
diferentes coisas causam a quem as contempla/experimenta."
«Mas não da forma que a Mitologia expressa.»

Porque não? Em que é que a Ilíada vale menos do que o Antigo Testamento?



"Depende das noções que se tiverem do Divino. Se o cientista foi habituado, desde a infância, a só ver a religião de um modo cristão, será só o Deus cristão que ele encontra, ou não."
«Mas é preciso encontrar o Deus em concreto para poder crer nele,»

A cultura de cada um muito influencia esse encontro.
Perante o espectáculo do relâmpago, por exemplo, um cristão ou um judeu dirá estar diante de uma manifestação do poder de Jeová, enquanto um românico verá aí uma demonstração da presença de Júpiter.
Perante a maravilha da ordem universal, um cristão ou um judeu serão capazes de jurar que tal harmonia é uma prova de que Jeová existe, enquanto um românico terá aí um sinal de Júpiter, ou de Apolo, Deus da Harmonia.


«ou, se crer só depende da forma como se vê a Religião, os Deuses existiriam consoante o nosso desejo,»

Não. O que acontece é que cada povo vê o Divino de um modo diferente.

«A não ser que se creia num Divino subjacente a tudo.»

Também.

«Mas isso é o que eu creio, e é a tal que eu chamo Deus.»

Eu chamo Deuses.



"Olhe que o Cristianismo já era intolerante desde as origens, mas só a partir do século IV é que pôde pôr em prática essa intolerância..."
«Intolerante no sentido de perseguir e impôr pela força em ves de ser pela persuasão, não,»

Era, mas ainda não tinha força para isso. Creio que data do século I d.c. um certo texto de Tertuliano no qual este equipara a adoração dos Deuses pagãos ao crime de assassinato. Os cristãos herdaram dos Judeus o desprezo ou mesmo hostilidade para com os Deuses dos outros povos.


«No resto, todos somos intolerantes com o que é nosso, especialmente quando os outros são incompatíveis connosco.»

Não necessariamente. A generalidade dos povos pagãos, não demonizava os Deuses estrangeiros.


«O Padre Mário da Lixa é que o diz mas só para repudiar essas práticas,»

Que práticas é que ele repudia, em concreto?



"Essa moral existia, tanto nas fileiras conservadoras dos Romanos, como nas dos mitraístas, muitos deles romanos conservadores..."
«Sim, todos eles foram contemporâneos bastante populares e opositores a essa decadência Romana. No final, triunfaram os Cristãos.»

Pelo sangue, pela intriga, pelas massas e pelas... cedências...:)
Mas nenhuma vitória é para sempre. E, assim, com a Renascença, começou o declínio da Cristandade.



"Sim, basta isso para observar a ética verticalizante da Pietas, da Virtus, da Fides, ou a de Esparta, bem mais rigorosas do que a cristã..."
«Mais rigorosas?! Em que aspecto?»

Mais austeras e exigentes no que respeita à coragem e à accção.


«A nossa também o é: o Espírito da Lei Divina é o mesmo do Socratismo e doutros: é vencer a carne com a Liberdade.»

Não acho que Sócrates quisesse vencer a carne tanto quanto harmonizar corpo e mente.



"Hoje, quando o Cristianismo é ainda dominante..."
«Mas há muito da nossa maneira de ser que se assemelha so Romanos, tanto nos temas dalguns textos, nas ironias, até no tipo de edifícios (também tinham prédios de apartamentos)»

Isso nunca foi varrido, ao fim ao cabo.


«e até na roupa (relativamente simples e de manga curta).»

Penso que essa roupa, de calças e parte de cima, foi herdada dos Germanos. Os Romanos, usavam togas.



"Pode ser verdadeiro universalmente, mas poder ser visto de diversos modos. E, nesse caso, não há motivo algum para o conceber à maneira dos Judeus, ou para pensar que Ele só se revelou aos Judeus até que um certo JC nasceu. É até ofensivo, para um ocidental, afirmar que o «único»(porquê só um?) Deus verdadeiro escolheu os Judeus e só os Judeus para se manifestar, como se estes devessem servir de guia ou pelo menos de ponte para o resto do mundo - isto é, não se admite que Jeová seja verdadeiro e Júpiter não. Era o que faltava."
~«Deus deve ser visto é como se revela.»

Mas revelou-se de modos distintos a diferentes povos.


«Não faz sentido Deus por exemplo defender a indissolubilidade do Casamento e, ao memso tempo, ser pelo divórcio,»

Cada povo com a sua cultura. Isso que diz é até uma demonstração de que há vários Deuses.



«Escolheu os Judeus porque algum Povo havia de ser.»

Mas porque é que tinha de ser? Porque é que há-de só haver uma religião no mundo inteiro? E, se há um só Deus, porque é que não se revelou a todos os povos ao mesmo tempo?


«Se fosse o seu já não se chateava.»

Naturalmente que, com o mal dos outros, posso eu bem. Mas também não achava nada estranho que outros povos procedessem como eu procedo agora.



«Então, todas as Divindades são estranhas.»

Umas, mais do que outras. Umas são até essencialmente familiares, outras são sempre Outra coisa.



«Deus é bom - em termos "pessoais". O que não é bom é o que os Homens por vezes fazem.»

Se fazem o mal, é porque Deus o criou assim: criou o mal e criou o homem como ser insuficientemente imperfeito para escolher o mal tantas e tantas vezes.
Mais: esse Deus, sendo omnisciente, sempre soube de tudo o que ia acontecer. Assim, antes da Criação, já sabia que ia haver maldade e sabia precisamente que pessoas é que iam cometer más acções e por elas sofrer a condenação eterna. Assim, Jeová criou algumas pessoas só para as castigar eternamente, pois que, no acto de as criar, já sabia que elas iam cometer más acções em número e intensidade suficiente para irem parar ao inferno.


«O orgulho também não é uma das melhores qualidades,»

Eu creio que sim, que é das melhores. Orgulho é auto-estima, glorificação do seu próprio princípio. O contrário, a humildade, que é fazer-se mais pequeno do que se é, parece-me doentio. Claro que o orgulho em excesso, a arrogância, é de condenar (e era o erro mais castigado pelos antigos Deuses gregos, quando o orgulho desmedido se chamava «hubris»). Mas tudo o que é excessivo, é errado.



«A matéria é má porque não é Livre, e o que não é Livre não é Moral»

E porque é que tem de ser imoral? O mal só está no espírito, porque é aí que reside o princípio do mal, que são as más intenções. Os objectos não são culpados do modo como são usados...
A categoria da moralidade não se aplica, quanto a mim, à dicotomia espírito e matéria.
Além do mais, se diz que o que não é livre, é mau porque não é moral, então os animais são maus? E os recém-nascidos? E os deficientes profundos?



«De resto, tudo, incluindo a Moral, projectam-se num plano material. Não é desencorajante. É encorajante de agir e dominar a matéria porque é esse o Dever do Espírito:»

No entanto, valorizar os bens materiais e os prazeres da carne é considerado errado ou, pelo menos, profano, destituído de sacralidade. Ora, o Homem Ocidental, voltado para a acção, para este mundo, para não se submeter às fatalidades, para a liberdade de espírito (tolerância de ideias e formas de ser), não podia suportar essa religião por muito mais tempo.



"Sim, mas afirma que se deve amar todos os homens por igual, como se todos fossem irmãos, o que significa a dissolução dos laços étnicos, que exigem o estabelecimento de prioridades entre os afectos."
«Mas esse amor não obriga a fazer algo que não tem nada a ver com esse amor e esse tipo de dedicação.»

Obriga a tratar o estrangeiro com não menos deferência que um familiar. Ora, isso é o domínio do pensamento internacionalista sobre o pensamento tradicional, nacional.



«O sexo serve para manter o Ser Humano. De resto é imoral.»

Porque é que o sexo é imoral?

30 de outubro de 2004 às 19:54:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Claro. Pode é ter diferentes formas."

Diferentes Crenças.


"Ou em Janus, Júpiter, Juno, Vénus, Marte, Minerva..."

Para quem crê...


"Porque não? Em que é que a Ilíada vale menos do que o Antigo Testamento?"

Não sei... Talvez não tenha tido Inspiração Divina. Ou talvez tenha tido, como o Caturo crê.


"A cultura de cada um muito influencia esse encontro.
Perante o espectáculo do relâmpago, por exemplo, um cristão ou um judeu dirá estar diante de uma manifestação do poder de Jeová, enquanto um românico verá aí uma demonstração da presença de Júpiter.
Perante a maravilha da ordem universal, um cristão ou um judeu serão capazes de jurar que tal harmonia é uma prova de que Jeová existe, enquanto um românico terá aí um sinal de Júpiter, ou de Apolo, Deus da Harmonia."

São sinais do Divino. O Divino é uno (ainda que tripartido). E é a esse Divino que reconhecemos que existe a que eu chamo Deus. Já S. Paulo tentou explicar aos Atenienses: "o Deus desconhecido", "nele nos movemos e existimos".


"Não. O que acontece é que cada povo vê o Divino de um modo diferente."

Só se as Divindades não se mostram como elas são na realidade e deixam cada um pensar de sua maneira, ver Deus à sua maneira e, em última análise, usar Deus nas suas manobras economicistas, politiqueiras, terroristas, etc.


"Era, mas ainda não tinha força para isso. Creio que data do século I d.c. um certo texto de Tertuliano no qual este equipara a adoração dos Deuses pagãos ao crime de assassinato. Os cristãos herdaram dos Judeus o desprezo ou mesmo hostilidade para com os Deuses dos outros povos."
"Não necessariamente. A generalidade dos povos pagãos, não demonizava os Deuses estrangeiros."

Azar! Eu quando defendo um Valor também considero os que se lhe opõem como maus, e rejeito-os! Não sou obrigado a ser a favor de tudo! É como o Rocco Bottiglione de que fala acima: o facto de defender algo não significa que agora eu vá desrespeitar Direitos básicos de quem quer que seja! Senão, os Socialistas no Poder não respeitariam os Sociais-Democratas, o Saddam Hussein não aceitaria ter um Ministro Cristão no Governo, etc.


"Que práticas é que ele repudia, em concreto?"

Aquelas que até o Concílio Vaticano II legitimou: que se introduzissem na Liturgia práticas e línguas autóctones e particulares de cada Nação e Etnia. As que ele critica mais são por exemplo aquela que refere mais acima, de lançar pedras e invocar um Santo de cada vez (é a fusão de práticas de duas Religiões e Culturas) e ele condena porque são pagãs e nada têm que ver com a Religião original (mas também não são incompatíveis).


"Pelo sangue, pela intriga, pelas massas e pelas... cedências...:)
Mas nenhuma vitória é para sempre. E, assim, com a Renascença, começou o declínio da Cristandade."

Até Constantino, o sangue derramado foi (quase) todo Cristão. E mesmo depois, até às Cruzadas e à Inquisição, praticamente não houve perseguições comparáveis a essas. Não foi intriga: houve aceitação de muitos. Só porque viviam em catacumbas não quer dizer que fossem intriguistas!... E a Renascença não provocou nenhum declínio, bem pelo contrário: no século XVII estavam no auge, o Iluminismo é que veio deitar abaixo as Religiões em geral. O Renascimento trouxe foi uma nova forma de olhar para o Mundo e para Deus, e novos (e velhos) conhecimentos a aplicar também neste campo (muitos dos quais não foram logo aceites, é certo, mas não havia grande motivo para tal). O que é facto é que não deixaram de ser Cristãos, passaram foi a ter outra Cosmogonia e Mundividência.


"Mais austeras e exigentes no que respeita à coragem e à acção."

Não necessariamente. A coragem e a acção partem da nossa Vontade e não da Doutrina. A Doutrina mais simples pode ser defendida com o maior fervor e sacrifício. Só um doido é que pode dizer que a Religião Cristã não é exigente (agora é que foi desvirtuada para não perderem Fiéis).


"Não acho que Sócrates quisesse vencer a carne tanto quanto harmonizar corpo e mente."

Não é o que está no "Fédon". Ele queria libertar a Alma do corpo!... O corpo é que importunava a Alma na sua busca de conhecimento e perfeição.


"Isso nunca foi varrido, ao fim ao cabo."

Ou voltou, como os detalhes das construções e do vestuário.


"Penso que essa roupa, de calças e parte de cima, foi herdada dos Germanos. Os Romanos, usavam togas."

Os Políticos é que usavam togas, nomeadamente os Senadores. Os outros usavam, como os soldados, camisa de manga curta sob a armadura.


"Mas revelou-se de modos distintos a diferentes povos."

Sem lógica nem critério?!


"Cada povo com a sua cultura. Isso que diz é até uma demonstração de que há vários Deuses."

A Cultura do Povo, em matéria religiosa, não se pode sobrepôr à vontade de Deus. E não prova que haja vários, visto que este diferendo do divórcio não tem a ver com a Revelação do mesmo ou doutro Deus mas sim com uma reinterpretação contraditória da Revelação do mesmo.


"Mas porque é que tinha de ser? Porque é que há-de só haver uma religião no mundo inteiro? E, se há um só Deus, porque é que não se revelou a todos os povos ao mesmo tempo?"

Se só houver um Deus, Fonte de tudo, é Universal. Revelou-se aos primeiros Homens, e eles é que se esqueceram d'Ele - é o significado implícito do Génesis (aproxima-se das Religiões Naturais defendidas pelos Deístas e por Immanuel Kant, implicitamente, com a descoberta de Deus naturalmente, pela Razão).


"Se fazem o mal, é porque Deus o criou assim: criou o mal e criou o homem como ser insuficientemente imperfeito para escolher o mal tantas e tantas vezes.
Mais: esse Deus, sendo omnisciente, sempre soube de tudo o que ia acontecer. Assim, antes da Criação, já sabia que ia haver maldade e sabia precisamente que pessoas é que iam cometer más acções e por elas sofrer a condenação eterna. Assim, Jeová criou algumas pessoas só para as castigar eternamente, pois que, no acto de as criar, já sabia que elas iam cometer más acções em número e intensidade suficiente para irem parar ao inferno."

O Homem é que erra. E é-lhe dada a hipótese de se regenerar. No fundo, é isto. Além disso, essa é a Teoria da Predestinação, em que muitos não crêem. O Homem é Livre e, portanto, escolhe o seu Destino independentemente de Deus e Ele não o pode prever.


"Eu creio que sim, que é das melhores. Orgulho é auto-estima, glorificação do seu próprio princípio. O contrário, a humildade, que é fazer-se mais pequeno do que se é, parece-me doentio. Claro que o orgulho em excesso, a arrogância, é de condenar (e era o erro mais castigado pelos antigos Deuses gregos, quando o orgulho desmedido se chamava «hubris»). Mas tudo o que é excessivo, é errado."

Também me parece. Já agora, a palavra "hubris" deu origem a alguma palavra Portuguesa ou noutra língua?


"E porque é que tem de ser imoral? O mal só está no espírito, porque é aí que reside o princípio do mal, que são as más intenções. Os objectos não são culpados do modo como são usados...
A categoria da moralidade não se aplica, quanto a mim, à dicotomia espírito e matéria.
Além do mais, se diz que o que não é livre, é mau porque não é moral, então os animais são maus? E os recém-nascidos? E os deficientes profundos?"

As más intenções nascem dos desejos que não partem do Espírito. Tudo o que parte do Espírito é bom. Mesmo que o Espírito queira algo desagradável. Esse algo só é desagradável porque o corpo não gosta e, por isso, não serve de critério. Porque é Metafísico. O resto não é Moral porque não é livre, é contingencial. Os objectos não são culpados da forma como são usados, mas as Leis Físicas em si não têm Moral porque não têm poder de escolha. Só o Espírito é que pode praticar Moral. O resto é desprovido de tal possibilidade ou só age por interesses. Os recém nascidos e os deficientes profundos são Seres Morais, capazes de Moral, simplesmente, não têm ainda ou não terão contacto suficiente com o Mundo, com as coisas, conhecimento, para poderem agir nele.


"No entanto, valorizar os bens materiais e os prazeres da carne é considerado errado ou, pelo menos, profano, destituído de sacralidade. Ora, o Homem Ocidental, voltado para a acção, para este mundo, para não se submeter às fatalidades, para a liberdade de espírito (tolerância de ideias e formas de ser), não podia suportar essa religião por muito mais tempo."

E é destituído de Sacralidade. Quando são valorizados por causa de e não por si mesmos, ou seja, quando, em vez de serem valorizados com base nos nossos Valores livremente criados pelo Espírito, são valorizados pelo corpo, porque este precisa de qualquer coisa, não para fazer algo livremente mas por contingências e necessidades materiais, por dependências. E estar voltado para a acção não implica fazer tudo o que o corpo quer, apenas o necessário para, com ele, fazermos o que quisermos e não o que precisamos ou é mais confortável. A Liberdade de Espírito é o oposto disto, e não implica tolerância: pode implicar que se escolha uma e se a defenda até ao fim. Se não a suportavam não era por motivos Espirituais, era porque era incómodo para o corpinho, coitadinhos!... Ou por acaso vê alguma Espiritualidade na merda dos dias de hoje? Eu cá, não.


"Obriga a tratar o estrangeiro com não menos deferência que um familiar. Ora, isso é o domínio do pensamento internacionalista sobre o pensamento tradicional, nacional."


Obriga a tratar todos com o mesmo Valor, porque todos têm o mesmo Valor. Não implica meter na mesma casa. Senão, estaríamos a auto-aniquilarmo-nos em seu favor, até desnecessariamente. Se podemos salvar alguém de levar um tiro deitando-o ao chão, não há necessidade nenhuma de nos metermos à frente para levar o tiro por alguém. Dar iguais condições a alguém não implica dar tudo e ficar sem nada, mas sim dar a todos o mesmo.


"Porque é que o sexo é imoral?"

Porque é desprovido de motivação espiritual. É apenas não só uma função corporal como algo que de resto e mal dirigido só serve de entrave a tudo o que são Valores do Espírito: perde-se a Raça, a Etnia, a Nação, a Classe, a Família, a Cultura por causa das paixões por alienígenas; enfraquece-se a Pátria por causa das doenças venéreas; mata-se abortivamente por causa do sexo mal utilizado (o que também só serve para matar 15.000 Nacionais para entrarem quotas de 15.000 imigrantes); abandonam-se as Religiões, as Amizades, quaisquer outras Devoções por amor, é um entrave a tudo o resto que se lhes atravesse no caminho (o Actor Ashton Kutcher até diz que o simples rejeitar duma mulher mais velha, mesmo que já esteja para lá dos 40 e não possa ter filhos, bem como qualquer outra coisa que sirva de entrave ao amor, é comparável ao "racismo"!...); perde-se tempo e força de trabalho (lá vêm os imigrantes outra vez, e até se usa o sexo para ter baixa natalidade!...); nascem indivíduos fracos e degenerados, doentes e deficientes por causa do amor cego, que nem se preocupa em saber se os filhos nascem saudáveis ou não (pior, a Igreja e mesmo alguns Estados não permitem a anulação ou dissolução de Casamentos estéreis - tudo para destruír as Nações - porque dizem que o amor, o acessório, é que é importante, ou seja, se alguém quer, no seu pleno Direito Natural e Absoluto, ter filhos, tem que se arriscar a uma união em que tem que só dar valor ao amor, e mesmo aí não está nada garantido se vem ou não a ter descendência); fazem-se coisas estúpidas por amor, trai-se por amor, perdemos fazendas e cabedais, objectos estimativos e afins por amor, seja por desperdício seja por Leis de Heranças e Divórcios estúpidas que privam o sangue de receber o que é seu em favor dum(a) gajo/a qualquer só porque havia uma compatibilidade hormonal (que fazem falta aos Nacionais, especialmente quando vão para um cônjuge estrangeiro); por vezes perdemos a nossa dignidade e até a vida, e tudo por algo que deveria servir tudo isto, que serve para nos mantermos e não para nos destruírmos. O sexo, na forma que hoje tem (e mesmo já dantes teve), é um flagelo, um cancro que devia ser, ser extirpado, para nosso bem, e de tudo o que nós defendemos, por aquilo pelo qual nós até morremos e vale a pena. Tal como se fez com outras coisas nos primórdios do III Reich, é urgente limitar e reduzir ao mínimo tudo aquilo que, em excesso, pode contribuír para a decadência... de tudo o resto! Como limitar o nascimento de deficientes - ninguém deseja que os outros nasçam deficientes, por muito que os amem, aliás, se os amam mesmo... - não da forma que os Nazis defendiam, claro, não matando (era a forma que havia na altura, a Ciência estava atrasada), apenas impedindo a sua concepção através de triagem seja de uniões, seja de rastreio genético. Ou limitar os excessos e delírios Capitalistas, "perfeitamente indiferentes à singularidade e à tradição dos povos" (João Pereira Coutinho dixit). "É tudo isto. Mas é muito mais do que isto."


Imperador

2 de novembro de 2004 às 15:53:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Claro. Pode é ter diferentes formas."
«Diferentes Crenças.»

Sim, diferentes formas, diferentes crenças.



"Ou em Janus, Júpiter, Juno, Vénus, Marte, Minerva..."
«Para quem crê...»

Naturalmente. O mesmo se passa com JC.



"Porque não? Em que é que a Ilíada vale menos do que o Antigo Testamento?"
«Não sei... Talvez não tenha tido Inspiração Divina. Ou talvez tenha tido, como o Caturo crê.»

Considerar que só os autores do Antigo Testamento conheciam o Deus verdadeiro e que quem se educava pela Ilíada andava enganado, é arrogância religiosa.



"A cultura de cada um muito influencia esse encontro.
Perante o espectáculo do relâmpago, por exemplo, um cristão ou um judeu dirá estar diante de uma manifestação do poder de Jeová, enquanto um românico verá aí uma demonstração da presença de Júpiter.
Perante a maravilha da ordem universal, um cristão ou um judeu serão capazes de jurar que tal harmonia é uma prova de que Jeová existe, enquanto um românico terá aí um sinal de Júpiter, ou de Apolo, Deus da Harmonia."
«São sinais do Divino. O Divino é uno (ainda que tripartido). E é a esse Divino que reconhecemos que existe a que eu chamo Deus.»

É outra perspectiva.



«Já S. Paulo tentou explicar aos Atenienses: "o Deus desconhecido", "nele nos movemos e existimos".»

Só que Paulo tentou explicar um dado religioso grego de um modo diferente do dos próprios Gregos... o tal altar do Deus desconhecido não era, como queria Paulo, um altar ao Deus judaico que era supostamente superior aos outros, mas tão somente a todos os Deuses desconhecidos que pudessem existir e que fosse conveniente aplacar. É pois uma demonstração de tolerância religiosa, não de pró-Cristianismo.



"Não. O que acontece é que cada povo vê o Divino de um modo diferente."
«Só se as Divindades não se mostram como elas são na realidade e deixam cada um pensar de sua maneira,»

Elas mostram-Se como são, mas cada um vê o que pode.



«ver Deus à sua maneira e, em última análise, usar Deus nas suas manobras economicistas, politiqueiras, terroristas, etc.»

Não creio que a diversidade de opiniões ou de visões corresponda a uma imensidão de falsidades. Um objecto pode ser visto de várias perspectivas, e todas elas são reais.
Além do mais, isso que diz aplica-se por completo ao que fizeram e fazem tantos cristãos, judeus e muçulmanos.



"Era, mas ainda não tinha força para isso. Creio que data do século I d.c. um certo texto de Tertuliano no qual este equipara a adoração dos Deuses pagãos ao crime de assassinato. Os cristãos herdaram dos Judeus o desprezo ou mesmo hostilidade para com os Deuses dos outros povos."
"Não necessariamente. A generalidade dos povos pagãos, não demonizava os Deuses estrangeiros."
«Azar! Eu quando defendo um Valor também considero os que se lhe opõem como maus, e rejeito-os!»

Valores, é uma coisa, Deuses e Nações é outra. O facto de se amar Portugal não significa que tenha de se odiar a Espanha, a Rússia ou o Japão. Do mesmo modo, honrar Júpiter não implica odiar Mitra. Sós os Judeus vieram trazer a novidade do exclusivismo religioso e da consequente intolerância doutrinária.



«É como o Rocco Bottiglione de que fala acima: o facto de defender algo não significa que agora eu vá desrespeitar Direitos básicos de quem quer que seja!»

Mas foi isso que os cristãos fizeram assim que chegaram ao poder - porque o seu modo de ver implicava que quem deles discordasse religiosamente, era mau.



"Pelo sangue, pela intriga, pelas massas e pelas... cedências...:)
Mas nenhuma vitória é para sempre. E, assim, com a Renascença, começou o declínio da Cristandade."
«Até Constantino, o sangue derramado foi (quase) todo Cristão. E mesmo depois, até às Cruzadas e à Inquisição, praticamente não houve perseguições comparáveis a essas.»

Pelo contrário. Não havia uma política de perseguição aos cristãos, pois que os periódicos ataques a estes, decorriam sempre da vontade pessoal de cada imperador.
Os cristãos, por seu turno, é que, à medida que se fortaleciam, foram tornando o seu controle repressor mais sistemático e rigoroso.
Quanto à Inquisição, foi pior que tudo...



«Não foi intriga»

Houve intrigas ao nível das cortes e ao nível do povo mais humilde... Celso bem o diz, no seu «Contra os cristãos»: os pregadores cristãos falam aos escravos, às crianças, às mulheres, às pessoas de nível cultural mais baixo, mas calam-se quando se aproxima um homem de conhecimentos...



«E a Renascença não provocou nenhum declínio,»

Foi um princípio do fim, embora lento. Há uma continuidade de espírito e de cultura desde a Renascença até ao Iluminismo.



«O Renascimento trouxe foi uma nova forma de olhar para o Mundo e para Deus, e novos (e velhos) conhecimentos a aplicar também neste campo (muitos dos quais não foram logo aceites, é certo, mas não havia grande motivo para tal). O que é facto é que não deixaram de ser Cristãos,»

Porque não podiam deixar de o ser.

Outra cosmogonia? Outra mundividência? Então não há só uma mundividência e uma cosmogonia correctas e verdadeiras? Como é isso?



"Mais austeras e exigentes no que respeita à coragem e à acção."
«Não necessariamente. A coragem e a acção partem da nossa Vontade»

E a Vontade é educada pelos valores.


«A Doutrina mais simples pode ser defendida com o maior fervor e sacrifício. Só um doido é que pode dizer que a Religião Cristã não é exigente»

Não o é mais do que a ética pagã romana.



"Não acho que Sócrates quisesse vencer a carne tanto quanto harmonizar corpo e mente."
«Não é o que está no "Fédon". Ele queria libertar a Alma do corpo!»

Ele não o queria... simplesmente, não podendo evitá-lo, sabia que o seu maior tesouro, a alma, estaria salvaguardada.



"Mas revelou-se de modos distintos a diferentes povos."
«Sem lógica nem critério?!»

Uma lógica e critério que não podemos conhecer, porque não somos Deuses.



"Cada povo com a sua cultura. Isso que diz é até uma demonstração de que há vários Deuses."
«A Cultura do Povo, em matéria religiosa, não se pode sobrepôr à vontade de Deus»

Nenhum Deus verdadeiro pode ir contra a cultura do Povo, a qual é em si de origem divina. Seria uma contradição.



«E não prova que haja vários, visto que este diferendo do divórcio não tem a ver com a Revelação»

Mas, noutros casos, as diferenças de procedimento ético são marcantes.



"Mas porque é que tinha de ser? Porque é que há-de só haver uma religião no mundo inteiro? E, se há um só Deus, porque é que não se revelou a todos os povos ao mesmo tempo?"
«Se só houver um Deus, Fonte de tudo, é Universal. Revelou-se aos primeiros Homens, e eles é que se esqueceram d'Ele»

Onde está isso escrito nas tradições gregas, romanas, célticas, etc.?
E porque é que só os Judeus se lembrariam d'Ele?



"Se fazem o mal, é porque Deus o criou assim: criou o mal e criou o homem como ser suficientemente imperfeito para escolher o mal tantas e tantas vezes.
Mais: esse Deus, sendo omnisciente, sempre soube de tudo o que ia acontecer. Assim, antes da Criação, já sabia que ia haver maldade e sabia precisamente que pessoas é que iam cometer más acções e por elas sofrer a condenação eterna. Assim, Jeová criou algumas pessoas só para as castigar eternamente, pois que, no acto de as criar, já sabia que elas iam cometer más acções em número e intensidade suficiente para irem parar ao inferno."
«O Homem é que erra»

Mas não foi Deus que criou o homem como ele é?
E que criou TUDO, portanto, também o mal?
E não sabia já que tudo isso ia acontecer?
Se Deus não pode prever a escolha do homem, então não é omnisciente e a Bíblia está por isso errada.



"Eu creio que sim, que é das melhores. Orgulho é auto-estima, glorificação do seu próprio princípio. O contrário, a humildade, que é fazer-se mais pequeno do que se é, parece-me doentio. Claro que o orgulho em excesso, a arrogância, é de condenar (e era o erro mais castigado pelos antigos Deuses gregos, quando o orgulho desmedido se chamava «hubris»). Mas tudo o que é excessivo, é errado."
«Também me parece. Já agora, a palavra "hubris" deu origem a alguma palavra Portuguesa ou noutra língua?»

Que eu saiba, não.



"E porque é que tem de ser imoral? O mal só está no espírito, porque é aí que reside o princípio do mal, que são as más intenções. Os objectos não são culpados do modo como são usados...
A categoria da moralidade não se aplica, quanto a mim, à dicotomia espírito e matéria.
Além do mais, se diz que o que não é livre, é mau porque não é moral, então os animais são maus? E os recém-nascidos? E os deficientes profundos?"
«As más intenções nascem dos desejos que não partem do Espírito.»

Partem de onde? Como é possível que um desejo parta de algo inanimado?



«O resto não é Moral porque não é livre, é contingencial. Os objectos não são culpados da forma como são usados, mas as Leis Físicas em si não têm Moral porque não têm poder de escolha.»

Então, as leis físicas não são más, não é?



«Só o Espírito é que pode praticar Moral. O resto é desprovido de tal possibilidade ou só age por interesses. Os recém nascidos e os deficientes profundos são Seres Morais, capazes de Moral, simplesmente, não têm ainda ou não terão contacto suficiente com o Mundo, com as coisas, conhecimento, para poderem agir nele.»

Enfim, não são livres. Não era isso que dizia?



"No entanto, valorizar os bens materiais e os prazeres da carne é considerado errado ou, pelo menos, profano, destituído de sacralidade. Ora, o Homem Ocidental, voltado para a acção, para este mundo, para não se submeter às fatalidades, para a liberdade de espírito (tolerância de ideias e formas de ser), não podia suportar essa religião por muito mais tempo."
«E é destituído de Sacralidade»

Só é destituído de Sacralidade na medida em que não tem uma religião formalmente ligada a esse modo de ser - mas só não a tem porque, quando esta mentalidade começou a regressar à superfície europeia, com o Renascimento, quando esta mentalidade emergiu, dizia, o poder cristão estava bem implantado e não permitiria um retorno do culto aos antigos Deuses.
Assim, isolados do seu próprio sagrado, isto é, do sagrado autenticamente Ocidental, só restou aos Ocidentais o caminho para baixo - para o materialismo.
É assim que a Cristandade é uma das culpadas, se bem que indirecta, do avanço do materialismo sobre o mundo: tirou o Divino da acção, do combate, do sentido da subida pela força e capacidade e orgulho e, assim, bloqueou o único modo sagrado que dizia respeito aos Ocidentais.



«Ou por acaso vê alguma Espiritualidade na merda dos dias de hoje? Eu cá, não.»

Pode haver. Há portas abertas para essa ressacralização. É só preciso que se compreenda a dimensão sacral, mesmo divina, que cada coisa pode ter.



"Obriga a tratar o estrangeiro com não menos deferência que um familiar. Ora, isso é o domínio do pensamento internacionalista sobre o pensamento tradicional, nacional."
«Obriga a tratar todos com o mesmo Valor, porque todos têm o mesmo Valor»

Não, não têm. Um estrangeiro nunca tem tanto valor com um familiar.



"Porque é que o sexo é imoral?"
«Porque é desprovido de motivação espiritual.»

Pelo contrário. O que despoleta o sexo, é, em si mesmo, sagrado. Se assim não fosse, não existiram Deusas ligadas ao sexo, tais como Afrodite, Vénus, Atargatis, etc....
E é aí que reside a possibilidade de ressacralização de cada coisa: perceber o divino inerente e particular a cada parte da realidade.



«É apenas não só uma função corporal como algo que de resto e mal dirigido só serve de entrave a tudo o que são Valores do Espírito: perde-se a Raça, a Etnia, a Nação, a Classe, a Família, a Cultura por causa das paixões por alienígenas»

Mas as paixões por alienígenas são sempre de tipo excepcional. Um ser humano, no seu estado normal, sem ser colonizado ou doutrinado para pensar de outro modo, prefere unir-se ao seu semelhante, racialmente falando, do que a gente estranha.



«perde-se tempo e força de trabalho (lá vêm os imigrantes outra vez, e até se usa o sexo para ter baixa natalidade!...»

Repare que um dos motivos pelos quais os imigrantes são perigosos é pela sua tendência para o sexo desenfreado. Assim, o sexo é uma força, não uma limitação.



fazem-se coisas estúpidas por amor, trai-se por amor, perdemos fazendas e cabedais, objectos estimativos e afins por amor,»

Vale bem mais o amor do que as amizades, os objectos estimativos, as fazendas e os cabedais...



«por vezes perdemos a nossa dignidade e até a vida, e tudo por algo que deveria servir tudo isto, que serve para nos mantermos e não para nos destruírmos»

O amor serve para mais do que a simples manutenção. E o facto de as pessoas serem capazes de sacrificar a vida pelo amor é, em si próprio, uma evidência de que há de facto no sexo/amor algo que leva a um plano superior.


«- não da forma que os Nazis defendiam, claro, não matando (era a forma que havia na altura, a Ciência estava atrasada), apenas impedindo a sua concepção através de triagem seja de uniões, seja de rastreio genético.»

Penso que seria inaceitável a esterilização forçada de pessoas com deficiências genéticas, se é a isso que se refere.


«Ou limitar os excessos e delírios Capitalistas, "perfeitamente indiferentes à singularidade e à tradição dos povos" (João Pereira Coutinho dixit).»

Nem parece dele...

3 de novembro de 2004 às 17:29:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Considerar que só os autores do Antigo Testamento conheciam o Deus verdadeiro e que quem se educava pela Ilíada andava enganado, é arrogância religiosa."

Ou não. Quem sabe a Verdade, qualquer que ela seja, sabe-a independentemente da sua arrogância ou não.


"Só que Paulo tentou explicar um dado religioso grego de um modo diferente do dos próprios Gregos... o tal altar do Deus desconhecido não era, como queria Paulo, um altar ao Deus judaico que era supostamente superior aos outros, mas tão somente a todos os Deuses desconhecidos que pudessem existir e que fosse conveniente aplacar. É pois uma demonstração de tolerância religiosa, não de pró-Cristianismo."

Pois é. Mas Deus era um desses Deuses desconhecidos, e como a Fé de Paulo era num único, era esse o Deus desconhecido, pois não era nenhum dos outros.


"Elas mostram-Se como são, mas cada um vê o que pode."

Também não podemos ser assim tão limitados, pois não?


"Não creio que a diversidade de opiniões ou de visões corresponda a uma imensidão de falsidades. Um objecto pode ser visto de várias perspectivas, e todas elas são reais.
Além do mais, isso que diz aplica-se por completo ao que fizeram e fazem tantos cristãos, judeus e muçulmanos."


Infelizmente. No entanto, duas coisas contraditórias não podem ser ambas verdadeiras. É uma questão de lógica básica.


"Valores, é uma coisa, Deuses e Nações é outra. O facto de se amar Portugal não significa que tenha de se odiar a Espanha, a Rússia ou o Japão. Do mesmo modo, honrar Júpiter não implica odiar Mitra. Sós os Judeus vieram trazer a novidade do exclusivismo religioso e da consequente intolerância doutrinária."

Não é ódio, é apenas Crença. Ninguém odeia aquilo em que não crê. Criam num só. E depois? Porque não? Não é possível que assim seja?


"Mas foi isso que os cristãos fizeram assim que chegaram ao poder - porque o seu modo de ver implicava que quem deles discordasse religiosamente, era mau."

Infelizmente, acontece em todo o lado. Mas não com todos.


"Pelo contrário. Não havia uma política de perseguição aos cristãos, pois que os periódicos ataques a estes, decorriam sempre da vontade pessoal de cada imperador.
Os cristãos, por seu turno, é que, à medida que se fortaleciam, foram tornando o seu controle repressor mais sistemático e rigoroso.
Quanto à Inquisição, foi pior que tudo..."

Não há registos dessas perseguições feitas por Cristãos. O Cristianismo estava tão enraizado e quase sempre por convicção (ou não é possível com qualquer ideologia que tal aconteça?) que pura e simplesmente ficou. Tirando a absorção dos últimos pagãos, e mesmo assim ninguém os deitou aos leões...


"Houve intrigas ao nível das cortes e ao nível do povo mais humilde... Celso bem o diz, no seu «Contra os cristãos»: os pregadores cristãos falam aos escravos, às crianças, às mulheres, às pessoas de nível cultural mais baixo, mas calam-se quando se aproxima um homem de conhecimentos..."

Também os mais sábios aderiram ao Cristianismo. E houve sábios Cristãos em toda a época. Além disso, a Sabedoria não levava à Fé. Os sábios só vinham baralhar aquilo que, afinal, até pode ser verdadeiro, a Fé. Só os maus pregadores é que não sabiam discutir com eles, de resto sempre houve, desde Paulo até hoje, Filósofos Cristãos bastante bons.


"Foi um princípio do fim, embora lento. Há uma continuidade de espírito e de cultura desde a Renascença até ao Iluminismo."

Não foi um fim, foi uma reformulação, uma readaptação aos conhecimentos. Como, aliás, em tudo na vida, até no Nacionalismo.


"Porque não podiam deixar de o ser."

Nem tinham que deixar.


"Outra cosmogonia? Outra mundividência? Então não há só uma mundividência e uma cosmogonia correctas e verdadeiras? Como é isso?"

E há. A sua forma de ver e conhecimento que se tem das coisas é que mudou, não só em termos de mais conhecimentos acrescentados, como de outra forma de os articular com a Religião.


"E a Vontade é educada pelos valores."

Não. A Vontade é que escolhe os seus Valores e age segundo eles. Só se defender esses Valores é que a Vontade age. Como, aliás, disse John Forbes Kerry, a (não sei qual era a palavra, mas era no sentido de esforço e dedicação) é algo que não pode ser ensinado porque só pode partir de nós.


"Não o é mais do que a ética pagã romana."

Pois não. É igual. Como eu disse, tudo depende da Vontade.


"Ele não o queria... simplesmente, não podendo evitá-lo, sabia que o seu maior tesouro, a alma, estaria salvaguardada."

Não! Mas você conhece mal o Fédon! Então logo ao início ele não fala em libertar a Alma do "importuno" do corpo?!


"Uma lógica e critério que não podemos conhecer, porque não somos Deuses."


Se calhar, folclórico, uma forma para cada Povo!...


"Nenhum Deus verdadeiro pode ir contra a cultura do Povo, a qual é em si de origem divina. Seria uma contradição."

Essa agora! Mas se a Divindade tem Poder, como é que nem sequer tem poder para isso?!... E a Cultura não é necessariamente, ou no seu todo, de origem Divina. Muita dela nasce de necessidades materiais e adaptações regionais.


"Mas, noutros casos, as diferenças de procedimento ético são marcantes."

Não, a Ética é a mesma, é a que está referida nas Escrituras. Eles é que...


"Onde está isso escrito nas tradições gregas, romanas, célticas, etc.?"

Nessas não está. Mas, em todas elas, decerto que desde que os Homens surgiram que conheceram os Deuses que os criaram e com os quais compartilham o Mundo. Na Judaica está, e até o próprio José Maria de Eça de Queirós escreveu a sua versão. Além disso, a Religião Natural Iluminista também o diz: ao criar-se o Homem, Ser Divino, revelou-se-lhe a si mesmo essa sua Divindade e, mesmo, Deus se lhe apresentou ao criá-lo.


"E porque é que só os Judeus se lembrariam d'Ele?"

Porque Deus falou de novo com Noé e Abraão!...


"Mas não foi Deus que criou o homem como ele é?
E que criou TUDO, portanto, também o mal?
E não sabia já que tudo isso ia acontecer?"

Já sabia que o Homem iria errar, se assim deixasse.


"Se Deus não pode prever a escolha do homem, então não é omnisciente e a Bíblia está por isso errada."

Só pode prever tudo o que é material e contingencial, bem como, apenas, as possibilidades de cada Alma em cada uma das situações.


"Partem de onde? Como é possível que um desejo parta de algo inanimado?"


Hormonas, meu caro! Química pura e simples!


"Então, as leis físicas não são más, não é?"

Sozinhas, não tem nada a ver com a Moral. O facto de não agirmos sobre elas podendo / devendo é que é.


"Enfim, não são livres. Não era isso que dizia?"

São. Mas uma coisa é a Liberdade e outra os meios através dos quais ela se manifesta. Sou livre de mexer um braço, mas se o não tiver essa Liberdade não se manifesta.


"Só é destituído de Sacralidade na medida em que não tem uma religião formalmente ligada a esse modo de ser - mas só não a tem porque, quando esta mentalidade começou a regressar à superfície europeia, com o Renascimento, quando esta mentalidade emergiu, dizia, o poder cristão estava bem implantado e não permitiria um retorno do culto aos antigos Deuses.
Assim, isolados do seu próprio sagrado, isto é, do sagrado autenticamente Ocidental, só restou aos Ocidentais o caminho para baixo - para o materialismo.
É assim que a Cristandade é uma das culpadas, se bem que indirecta, do avanço do materialismo sobre o mundo: tirou o Divino da acção, do combate, do sentido da subida pela força e capacidade e orgulho e, assim, bloqueou o único modo sagrado que dizia respeito aos Ocidentais."

Mas os Ocidentais não estão pré-determinados a seguir o que quer que seja.


"Pode haver. Há portas abertas para essa ressacralização. É só preciso que se compreenda a dimensão sacral, mesmo divina, que cada coisa pode ter."

À maneira de S. Francisco de Assis.


"Não, não têm. Um estrangeiro nunca tem tanto valor com um familiar."


Só enquanto Ser Humano, Pessoa, Ser Racional e Moral.


"Pelo contrário. O que despoleta o sexo, é, em si mesmo, sagrado. Se assim não fosse, não existiram Deusas ligadas ao sexo, tais como Afrodite, Vénus, Atargatis, etc....
E é aí que reside a possibilidade de ressacralização de cada coisa: perceber o divino inerente e particular a cada parte da realidade."


Isso é a sacralização de algo que não o é. Colocar Deuses em actos nada Divinos.


"Mas as paixões por alienígenas são sempre de tipo excepcional. Um ser humano, no seu estado normal, sem ser colonizado ou doutrinado para pensar de outro modo, prefere unir-se ao seu semelhante, racialmente falando, do que a gente estranha."

Óbvio.


"Repare que um dos motivos pelos quais os imigrantes são perigosos é pela sua tendência para o sexo desenfreado. Assim, o sexo é uma força, não uma limitação."

Para nós, é.


"Vale bem mais o amor do que as amizades, os objectos estimativos, as fazendas e os cabedais..."

Só se for para si!...


"O amor serve para mais do que a simples manutenção. E o facto de as pessoas serem capazes de sacrificar a vida pelo amor é, em si próprio, uma evidência de que há de facto no sexo/amor algo que leva a um plano superior."

Instinto.


"Penso que seria inaceitável a esterilização forçada de pessoas com deficiências genéticas, se é a isso que se refere."

E eu também acho!


Imperador

3 de novembro de 2004 às 19:09:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Considerar que só os autores do Antigo Testamento conheciam o Deus verdadeiro e que quem se educava pela Ilíada andava enganado, é arrogância religiosa."
«Ou não. Quem sabe a Verdade, qualquer que ela seja, sabe-a independentemente da sua arrogância ou não.»

Quem sabe, isto é, quem pensa que sabe. Um humano, a este respeito, nunca pode ter a certeza de que aquilo que pensa é a verdade. E afirmá-la, à sua verdade, de modo tal que se considere detentor único da verdade, é arrogância, independentemente de aquilo que pensa ser ou não verdade.
Assim, se há verdade nisso, é discutível, eu creio que não; mas a sua afirmação é indubitavelmente arrogante. E a arrogância é sempre caminho para o conflito. Depois, surgem queixas de intolerância, etc..



"Só que Paulo tentou explicar um dado religioso grego de um modo diferente do dos próprios Gregos... o tal altar do Deus desconhecido não era, como queria Paulo, um altar ao Deus judaico que era supostamente superior aos outros, mas tão somente a todos os Deuses desconhecidos que pudessem existir e que fosse conveniente aplacar. É pois uma demonstração de tolerância religiosa, não de pró-Cristianismo."

«Pois é. Mas Deus era um desses Deuses desconhecidos,»

Deus era um desses desconhecidos e um dos conhecidos. Todos são igualmente Deuses. Jeová, em existindo, é apenas mais um.



"Elas mostram-Se como são, mas cada um vê o que pode."
«Também não podemos ser assim tão limitados, pois não?»

Não é questão de não podermos. É que o somos mesmo.



"Não creio que a diversidade de opiniões ou de visões corresponda a uma imensidão de falsidades. Um objecto pode ser visto de várias perspectivas, e todas elas são reais.
Além do mais, isso que diz aplica-se por completo ao que fizeram e fazem tantos cristãos, judeus e muçulmanos."
«Infelizmente. No entanto, duas coisas contraditórias não podem ser ambas verdadeiras.»

Elas podem parecer contraditórias sem o serem.
Mas, seja como for, as crenças religiosas não são todas contraditórias umas com as outras.



"Valores, é uma coisa, Deuses e Nações é outra. O facto de se amar Portugal não significa que tenha de se odiar a Espanha, a Rússia ou o Japão. Do mesmo modo, honrar Júpiter não implica odiar Mitra. Sós os Judeus vieram trazer a novidade do exclusivismo religioso e da consequente intolerância doutrinária."
«Não é ódio, é apenas Crença»

Nalguns casos, é realmente ódio - quando se afirma que os Deuses dos outros povos são demónios, como fizeram os judeus e, depois, os cristãos (Tertuliano, por exemplo), a isso chama-se ódio.



"Mas foi isso que os cristãos fizeram assim que chegaram ao poder - porque o seu modo de ver implicava que quem deles discordasse religiosamente, era mau."
«Infelizmente, acontece em todo o lado. Mas não com todos.»

Mas a própria doutrina trazia essa intolerância.



"Pelo contrário. Não havia uma política de perseguição aos cristãos, pois que os periódicos ataques a estes, decorriam sempre da vontade pessoal de cada imperador.
Os cristãos, por seu turno, é que, à medida que se fortaleciam, foram tornando o seu controle repressor mais sistemático e rigoroso.
Quanto à Inquisição, foi pior que tudo..."
«Não há registos dessas perseguições feitas por Cristãos.»

Há sim, e de que maneira. Olhe, hoje até é data de um édito do imperador cristão Teodósio, em 451, condenando todos os pagãos à morte.
Pode ler mais em
http://www.wcer.org/members/europe/Greece/persec.htm
E é só uma pequena parte. Não inclui por exemplo os milhares de mortos assassinados por guerras de conversão empreendidas por Carlos Magno contra os Saxões.


«O Cristianismo estava tão enraizado e quase sempre por convicção»

A maior parte das vezes, pelo medo ou pelo seguidismo em relação ao rei, o qual se convertia por motivos políticos.



«Tirando a absorção dos últimos pagãos, e mesmo assim ninguém os deitou aos leões...»

Pois não. Limitaram-se a chaciná-los à espada. E, mais tarde, a Inquisição criou originais formas de tortura, para além de queimar vivos os hereges, as bruxas e os judeus.



"Houve intrigas ao nível das cortes e ao nível do povo mais humilde... Celso bem o diz, no seu «Contra os cristãos»: os pregadores cristãos falam aos escravos, às crianças, às mulheres, às pessoas de nível cultural mais baixo, mas calam-se quando se aproxima um homem de conhecimentos..."
«Também os mais sábios aderiram ao Cristianismo»

Só tardiamente, e por influência familiar, da parte das mães, como foi o caso de Agostinho e de Constantino.



"Foi um princípio do fim, embora lento. Há uma continuidade de espírito e de cultura desde a Renascença até ao Iluminismo."
«Não foi um fim, foi uma reformulação,»

Um rompimento crucial, cuja dimensão se foi avolumando ao longo dos séculos.



"Porque não podiam deixar de o ser."
«Nem tinham que deixar.»

Era assim que as autoridades cristãs pensavam:«Nem tinham que deixar de ser cristãos». Daí o terem imposto um sistema religioso totalitário e repressivo.
Ao ponto de Camões, por exemplo, ter sido levado a fazer uma adenda aos seus Lusíadas, pondo os Deuses a dizer de si próprios que não eram reais, servindo tão somente para fazer literatura...



"Outra cosmogonia? Outra mundividência? Então não há só uma mundividência e uma cosmogonia correctas e verdadeiras? Como é isso?"
«E há. A sua forma de ver e conhecimento que se tem das coisas é que mudou,»

Então, afinal, compreende que haja pelo menos dois modos de encarar a verdade.



"E a Vontade é educada pelos valores."
«A Vontade é que escolhe os seus Valores e age segundo eles»

No contexto cultural dos povos, é a Vontade que é educada. Só depois disso é que a Vontade pode defender certos e determinados valores.



"Ele não o queria... simplesmente, não podendo evitá-lo, sabia que o seu maior tesouro, a alma, estaria salvaguardada."
«Não! Mas você conhece mal o Fédon! Então logo ao início ele não fala em libertar a Alma do "importuno" do corpo?!»

No contexto da sua condenação à morte. Todo o texto foi escrito a partir daí.



"Uma lógica e critério que não podemos conhecer, porque não somos Deuses."
«Se calhar, folclórico, uma forma para cada Povo!...»

Correcto.



"Nenhum Deus verdadeiro pode ir contra a cultura do Povo, a qual é em si de origem divina. Seria uma contradição."
«Essa agora! Mas se a Divindade tem Poder, como é que nem sequer tem poder para isso?!...»

Não é questão de não ter poder, é questão de não o querer. A Divindade, sendo perfeitamente boa, não pode ir contra a cultura do seu próprio povo, cultura essa que é fundada na própria Divindade.



«E a Cultura não é necessariamente, ou no seu todo, de origem Divina.»

Na sua essência, é. Todas as actividades humanas têm a sua Divindade, no mundo clássico romano.



"Mas, noutros casos, as diferenças de procedimento ético são marcantes."
«Não, a Ética é a mesma, é a que está referida nas Escrituras.»

As escrituras ditam a ética dos Judeus, não as éticas dos outros povos.



"Onde está isso escrito nas tradições gregas, romanas, célticas, etc.?"
«Nessas não está»

Então, não há razão para levar isso em conta.



"E porque é que só os Judeus se lembrariam d'Ele?"
«Porque Deus falou de novo com Noé e Abraão!...»

Os Gregos e Romanos também tinham contactos com os seus Deuses, inclusivamente por meio do oráculo de Olímpia e do de Delfos, e tais fontes não revelaram nada disso.



"Mas não foi Deus que criou o homem como ele é?
E que criou TUDO, portanto, também o mal?
E não sabia já que tudo isso ia acontecer?"
«Já sabia que o Homem iria errar, se assim deixasse.»

Então se sabia, e criou o homem assim, e também o mal (se não criou o mal, então não criou toda a existência), então isso significa que criou alguns homens só para os condenar eternamente.



"Se Deus não pode prever a escolha do homem, então não é omnisciente e a Bíblia está por isso errada."
«Só pode prever tudo o que é material e contingencial,»

Então, não é omnisciente e, assim, a Bíblia mente.



"Partem de onde? Como é possível que um desejo parta de algo inanimado?"
«Hormonas, meu caro! Química pura e simples!»

Um desejo, é algo de imaterial. Logo, não provém exclusivamente da matéria. O desejo tem também a sua dimensão divina. O facto de existirem Divindades do desejo, demonstra-o.


"Então, as leis físicas não são más, não é?"
«Sozinhas, não tem nada a ver com a Moral. O facto de não agirmos sobre elas podendo / devendo é que é.»

Ora bem.



"Enfim, não são livres. Não era isso que dizia?"
«São. Mas uma coisa é a Liberdade e outra os meios através dos quais ela se manifesta. Sou livre de mexer um braço, mas se o não tiver essa Liberdade não se manifesta.»

O mesmo se aplica aos animais, que não têm o discernimento que têm os humanos. A infracção moral só pode ser punida quando há da parte do seu autor uma possibilidade de não a cometer.
A questão da Liberdade não se aplica pois aos animais do mesmo modo que se aplica aos homens. Os animais nunca são maus - podem, isso sim, ser leais, amigos até, como de facto o são em vários casos.



"Só é destituído de Sacralidade na medida em que não tem uma religião formalmente ligada a esse modo de ser - mas só não a tem porque, quando esta mentalidade começou a regressar à superfície europeia, com o Renascimento, quando esta mentalidade emergiu, dizia, o poder cristão estava bem implantado e não permitiria um retorno do culto aos antigos Deuses.
Assim, isolados do seu próprio sagrado, isto é, do sagrado autenticamente Ocidental, só restou aos Ocidentais o caminho para baixo - para o materialismo.
É assim que a Cristandade é uma das culpadas, se bem que indirecta, do avanço do materialismo sobre o mundo: tirou o Divino da acção, do combate, do sentido da subida pela força e capacidade e orgulho e, assim, bloqueou o único modo sagrado que dizia respeito aos Ocidentais."

«Mas os Ocidentais não estão pré-determinados a seguir o que quer que seja.»

Os Ocidentais têm a sua própria natureza, que se relaciona, não com o judaico-cristianismo, mas com as religiões que estiveram sempre intrinsecamente ligadas a essa natureza.



"Pode haver. Há portas abertas para essa ressacralização. É só preciso que se compreenda a dimensão sacral, mesmo divina, que cada coisa pode ter."
«À maneira de S. Francisco de Assis.»

Ou, mais correctamente, do panteão romano, com uma Divindade para cada momento e forma de ser.



"Não, não têm. Um estrangeiro nunca tem tanto valor com um familiar."

«Só enquanto Ser Humano, Pessoa, Ser Racional e Moral.»

O critério deve ser o da pertença ao que é nosso, não o de categorias universalistas.



"Pelo contrário. O que despoleta o sexo, é, em si mesmo, sagrado. Se assim não fosse, não existiram Deusas ligadas ao sexo, tais como Afrodite, Vénus, Atargatis, etc....
E é aí que reside a possibilidade de ressacralização de cada coisa: perceber o divino inerente e particular a cada parte da realidade."
«Isso é a sacralização de algo que não o é. Colocar Deuses em actos nada Divinos.»

Pelo contrário. Estes actos têm a sua dimensão divina e, assim, há Deuses a tais actos ligados.



"Mas as paixões por alienígenas são sempre de tipo excepcional. Um ser humano, no seu estado normal, sem ser colonizado ou doutrinado para pensar de outro modo, prefere unir-se ao seu semelhante, racialmente falando, do que a gente estranha."
«Óbvio.»

Então, bem vê - o sexo, em si, nada ameaça a estirpe. Pelo contrário.



"Vale bem mais o amor do que as amizades, os objectos estimativos, as fazendas e os cabedais..."
«Só se for para si!...»

Para mim sim, para si não.



"O amor serve para mais do que a simples manutenção. E o facto de as pessoas serem capazes de sacrificar a vida pelo amor é, em si próprio, uma evidência de que há de facto no sexo/amor algo que leva a um plano superior."
«Instinto.»

Não é instinto. O instinto não leva ao suicídio nem sequer ao sacrifício da própria vida.
Portanto, é algo além do instinto.

4 de novembro de 2004 às 17:07:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Quem sabe, isto é, quem pensa que sabe. Um humano, a este respeito, nunca pode ter a certeza de que aquilo que pensa é a verdade. E afirmá-la, à sua verdade, de modo tal que se considere detentor único da verdade, é arrogância, independentemente de aquilo que pensa ser ou não verdade.
Assim, se há verdade nisso, é discutível, eu creio que não; mas a sua afirmação é indubitavelmente arrogante. E a arrogância é sempre caminho para o conflito. Depois, surgem queixas de intolerância, etc.."

Sabe porque assim lhe foi Revelado. É só por isso que sabemos que Deus é verdadeiro. "Malandro, sabe a Verdade!..." Então, também não se pode gabar em grande conhecedor dos Deuses! E porque é que não pode ser a única, especialmente se tal foi Revelado? É a verdade, independentemente de aquilo que pensa ser ou não arrogância. E essa de gerar sempre conflito (confronto e discórdia é uma coisa, conflito é outra) é uma tanga para obrigar as Pessoas a ceder na sua Fé, como medo de algo que até pode nunca acontecer, especialmente se não se defender a imposição pela força, como, aliás, era no princípio do Cristianismo: ou aceitam por vontade, ou vou "pregar para outra Freguesia". Para não haver discórdia, é óbvio que é preciso destruír um dos lados. Como, aliás, acontece entre os Nacionalistas e os outros abjectos. O que é que é importante, defender o que se acredita ou tolerar o que não se acredita? E tolerar, para si, é igual aos internacionalistas: é achar bem, ser a favor, ceder em favor de, e não, simplesmente, não chatear. Ao obrigar a crer em todas as Religiões não está a fazer mais do que o mesmo que qualquer impositor de qualquer Religião, só que em vez de uma, impõe todas, sem critério, partindo do princípio errado de que tudo é verdadeiro, nem que sejam ou possam ser invenções.


"Deus era um desses desconhecidos e um dos conhecidos. Todos são igualmente Deuses. Jeová, em existindo, é apenas mais um."

É a sua Fé.


"Não é questão de não podermos. É que o somos mesmo."

Ninguém conhece, de facto, o Divino a 100%. Mas temos uma ideia. Sabe-se o suficiente. Mas achar que se é demasiado limitado também é falta de orgulho!... E de verdade.


"Elas podem parecer contraditórias sem o serem.
Mas, seja como for, as crenças religiosas não são todas contraditórias umas com as outras."

Mas algumas são mesmo.


"Nalguns casos, é realmente ódio - quando se afirma que os Deuses dos outros povos são demónios, como fizeram os judeus e, depois, os cristãos (Tertuliano, por exemplo), a isso chama-se ódio."


Nem por isso. O que fazíamos era negar a existência doutros Deuses e afirmar a existência de Demónios. Estes, existem em todas as Religiões, até na Persa. Os Judeus é que, de facto, consideravam os Deuses dos seus vizinhos como Demónios ou falsos (e porque não?).


"Mas a própria doutrina trazia essa intolerância."

Se chama intolerância a uma das coisas em que se pode crer... Então também é intolerante para com os que só crêem em um só Deus. "Intolerância" existe com e entre tudo o que possa ser contraditório com outra coisa, e não é por isso que deixa de ter ou poder ter valor e razão de ser. Repetindo o que foi dito atrás, tolerar, para si, é igual aos internacionalistas: é achar bem, ser a favor, ceder em favor de, e não, simplesmente, não chatear. Ao obrigar a crer em todas as Religiões não está a fazer mais do que o mesmo que qualquer impositor de qualquer Religião, só que em vez de uma, impõe todas, sem critério, partindo do princípio errado de que tudo é verdadeiro, nem que sejam ou possam ser invenções.


"Há sim, e de que maneira. Olhe, hoje até é data de um édito do imperador cristão Teodósio, em 451, condenando todos os pagãos à morte."
"E é só uma pequena parte. Não inclui por exemplo os milhares de mortos assassinados por guerras de conversão empreendidas por Carlos Magno contra os Saxões."

Mas essa não era a forma de pensar de todos os Cristãos, bem pelo contrário: é oposta aos Princípios mais básicos da Fé. Mas esses desvios também Constantino cometeu, pois, sendo Cristão, cometeu crimes e só se fez Baptizar no fim da vida para ter o perdão de todos eles, e a Igreja Ortodoxa Canonizou-o e considera salvo quem tenha feito apenas uma boa acção na vida!... Ou os Protestantes, para quem basta a Fé!... Ainda que só se tivessem cometido crimes, os Princípios básicos continuariam a ser-lhes opostos e contraditórios, e não é justo que os justos paguem pelos pecadores, e que o Bem seja atacado por desvios para o Mal.


"A maior parte das vezes, pelo medo ou pelo seguidismo em relação ao rei, o qual se convertia por motivos políticos."

Por vezes, sim. Outras vezes, não. Seria um disparate negar a verdadeira Fé em muitas Pessoas, e que os seus descendentes não fossem Crentes por sua vontade.


"Pois não. Limitaram-se a chaciná-los à espada. E, mais tarde, a Inquisição criou originais formas de tortura, para além de queimar vivos os hereges, as bruxas e os judeus."

Nada disso! Limitaram-se foi a remetê-los para os guettos dos pagus. Mal, mas foi o que fizeram.


"Só tardiamente, e por influência familiar, da parte das mães, como foi o caso de Agostinho e de Constantino."

Mas aceitaram. E, depois deles, muitos outros, que criam fielmente e sem nenhuma influência em especial. Não se resumem a Agostinho e a Constantino. Há S. Jerónimo, S. Tomás de Aquino, etc, etc. Educados na Fé. Também os pagãos!...


"Um rompimento crucial, cuja dimensão se foi avolumando ao longo dos séculos."

Nem todos romperam. Uma coisa não implicava a outra! "Olhem que animais novos tão bonitos em África! Olha que construcções Clássicas tão bonitas! Logo, o Cristianismo é falso!" O problema do geocentrismo nem sequer é das Escrituras, é mais uma herança Greco-Romana, e como essa outras. O rompimento foi mais com concepções Aristotélicas.


"Era assim que as autoridades cristãs pensavam:«Nem tinham que deixar de ser cristãos». Daí o terem imposto um sistema religioso totalitário e repressivo. Ao ponto de Camões, por exemplo, ter sido levado a fazer uma adenda aos seus Lusíadas, pondo os Deuses a dizer de si próprios que não eram reais, servindo tão somente para fazer literatura..."

Com ou sem repressão, não tinham que deixar. A repressão era só para os que achavam que queriam deixar e não porque se achasse que tinham razão.


"Então, afinal, compreende que haja pelo menos dois modos de encarar a verdade."

Não. Como o Caturo disse uma vez, a Verdade é a mesma, o seu conhecimento é que pode ser, a dada altura, inexacto. Mas a Verdade está para além do simples conhecimento.


"No contexto cultural dos povos, é a Vontade que é educada. Só depois disso é que a Vontade pode defender certos e determinados valores."

Mentira! Eu escolho os meus Valores. Tal como os educados na Fé que a renegam e os não educados na Fé que a abraçam. E outros Valores.


"No contexto da sua condenação à morte. Todo o texto foi escrito a partir daí."

Isso não invalida os argumentos racionais. Em toda a sua Filosofia, a Alma devia saír do corpo para procurar o conhecimento, que estava fora dele e dentro dela. Não estava à procura dum consolo para o facto de ir morrer, estava à procura de argumentos racionais que, aliás, apresentou nas outras Obras.


"Não é questão de não ter poder, é questão de não o querer. A Divindade, sendo perfeitamente boa, não pode ir contra a cultura do seu próprio povo, cultura essa que é fundada na própria Divindade."

Quanta Cultura não é independente e até anti-Divina?... Só a Sua Vontade é que é "Cultura Divina". O resto, é humano, magnífico ou não. Mas a força criadora, claro, como o Mundo, são obra Divina.


"Na sua essência, é. Todas as actividades humanas têm a sua Divindade, no mundo clássico romano."

Então, nascia do nada um Deus da Informática!...


"As escrituras ditam a ética dos Judeus, não as éticas dos outros povos."

A Moral (de Deus e em geral) é Universal e, portanto, é para qualquer um que a queira seguir, pois a Moral é Livre.


"Então, não há razão para levar isso em conta."

Mas nessas, desde sempre que os Homens conhecem os Deuses e com eles contactam!... Sabem a sua origem a partir deles!


"Os Gregos e Romanos também tinham contactos com os seus Deuses, inclusivamente por meio do oráculo de Olímpia e do de Delfos, e tais fontes não revelaram nada disso."

Porque só lhes respondiam o que lhes perguntavam, e só lhes perguntavam se ia haver bom tempo e se iam ganhar a Guerra!... O resto, já fazia parte da Mitologia e, portanto, acharam que não valia a pena perguntar.


"Então se sabia, e criou o homem assim, e também o mal (se não criou o mal, então não criou toda a existência), então isso significa que criou alguns homens só para os condenar eternamente."

Não fatalmente. Poderia nunca acontecer. Mas se, de facto, sucedesse que houvesse um que fosse que se tornasse mau, como sucedeu em larga escala, obviamente que o iria condenar. Não sabia que ia acontecer mas que podia acontecer: era uma Roleta Russa!


"Então, não é omnisciente e, assim, a Bíblia mente."

É, no plano material. Só não é omnisciente nem omnipotente quanto à restante Espititualidade, senão, já todos andavam nos eixos. Mas essa é uma das grandes clivagens entre Católicos e Protestantes.


"Um desejo, é algo de imaterial. Logo, não provém exclusivamente da matéria. O desejo tem também a sua dimensão divina. O facto de existirem Divindades do desejo, demonstra-o."

Tretas, tretas, tretas! De Biologia não percebe nada! Os actos físicos em si mesmos mais não são do que actos físicos. Ponto final. O que os move é que nem sempre o é, como nós cremos, pode ser físico ou não. E tornar Divino, ou seja, Espiritual, coisas materiais, é em si mesmo contraditório com a Natureza de ambas as coisas. E essa Natureza não muda por se imaginarem Deuses nesses planos pouco Divinos. Além disso, mesmo na Antiguidade afirmava-se que os Deuses também não eram Morais nem perfeitos e que muito do que faziam, uns aos outros e aos Homens, derivava de capricho. Logo, tinham uma componente material, como os elementos naturais que eles dominavam atestam.


"O mesmo se aplica aos animais, que não têm o discernimento que têm os humanos. A infracção moral só pode ser punida quando há da parte do seu autor uma possibilidade de não a cometer.
A questão da Liberdade não se aplica pois aos animais do mesmo modo que se aplica aos homens. Os animais nunca são maus - podem, isso sim, ser leais, amigos até, como de facto o são em vários casos."

Basicamente, e com pouca divergência, foi o que eu disse.


"Os Ocidentais têm a sua própria natureza, que se relaciona, não com o judaico-cristianismo, mas com as religiões que estiveram sempre intrinsecamente ligadas a essa natureza."

Então, para si, os Homens não são Livres, estão inexoravelmente moldados no seu carácter e vontade por condicionantes Étnicas. É a sua opinião.


"O critério deve ser o da pertença ao que é nosso, não o de categorias universalistas."

Mas as Categorias, segundo Aristóteles e Lineu, estão todas interligadas, umas com mais afinidades e outras com menos afinidades. Em termos físicos ou espirituais, mas de igualdade / proximidade de ser e de essência.


"Pelo contrário. Estes actos têm a sua dimensão divina e, assim, há Deuses a tais actos ligados."

Não é essa crença que lhes retira a natureza materialista. Esses actos têm a natureza que têm, independentemente das concepções de perfilhamentos deles por parte de Divindades.


"Então, bem vê - o sexo, em si, nada ameaça a estirpe. Pelo contrário."

Óbvio na tendência! Está mais do que visto e discutido que é só uma tendência, senão, não haveria tanta misturada: é a inclinação para os seus iguais que é subvertida, porque muitas vezes falha. Aliás, não haveria problema com a iminvasão se fosse assim tão simples. Não ameaça quando é orientado, naturalmente ou artificialmente, para esse fim. Quando não é - e quantas vezes tal não acontece - chapéu!...


"Para mim sim, para si não."


Para mim não, para si sim. Depois não se queixe quando se recusarem a dar-lhe a nulidade ou divórcio dum Casamento por motivos quer Étnicos quer de continuidade porque preferem valorizar as outras merdas.


"Não é instinto. O instinto não leva ao suicídio nem sequer ao sacrifício da própria vida.
Portanto, é algo além do instinto."

É instinto porque esse sacrifício da vida é sempre em prol da sua própria continuidade, ainda que tal pareça contraditório: tal como as formigas e abelhas se sacrificam pela sua continuidade genética, os outros seres vivos também o fazem. Porque aquilo que eles salvam lhes permite continuar (ou ter prazer). Nós é que também defendemos a continuidade por motivos estéticos, espirituais, e outros, mesmo que não sejam simplesmente os da nossa estirpe. Podemos defender outras Etnias, ou até Seres Extraterrestres, e simples objectos, etc, etc, ou Seres capazes de Moral apenas por o serem e para que o possam continuar a ser. Ou apenas a prática de actos. Ou... Os que se matam por amor matam-se para conforto, para fugir ao sofrimento da perda. Os que se sacrificam para salvar os que amam sexualmente é, apenas, para salvaguardar as suas melhores hipóteses de procriação, aqueles que unidos a si proporcionam o nascimento de melhores indivíduos. Para proteger um dos seus, o mais perfeito, para si, dos seus, ou seja, a salvaguardar o melhor da sua espécie, pois é por o considerar como tal que se apaixona por ele. Para proteger a fonte da sua descendência e, quando existe, aquele que educa e mantém a sua descendência. Tudo isto pertence ao plano da conservação e reprodução. Só isolando a Pessoa desses instintos se poderia fazer algo sem eles mais à vontade, ou saber o que é que se faz sem eles.


Imperador

4 de novembro de 2004 às 18:35:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Quem sabe, isto é, quem pensa que sabe. Um humano, a este respeito, nunca pode ter a certeza de que aquilo que pensa é a verdade. E afirmá-la, à sua verdade, de modo tal que se considere detentor único da verdade, é arrogância, independentemente de aquilo que pensa ser ou não verdade.
Assim, se há verdade nisso, é discutível, eu creio que não; mas a sua afirmação é indubitavelmente arrogante. E a arrogância é sempre caminho para o conflito. Depois, surgem queixas de intolerância, etc.."
«Sabe porque assim lhe foi Revelado.»

A Revelação ocorreu há dois mil anos, a um grupo restrito de pessoas. Todos os outros crentes, só têm a fé, não a Revelação.
Além do mais, eles é que dizem que receberam a revelação e que nada mais é verdade - atitude tipicamente semita, que, de facto, só origina intolerância e que nenhuma espécie de superioridade ostenta, antes pelo contrário, já que se baseia na obediência cega.



«É só por isso que sabemos que Deus é verdadeiro. "Malandro, sabe a Verdade!..." Então, também não se pode gabar em grande conhecedor dos Deuses!»

Naturalmente que não. Quando é que o fiz?
Eu não sou grande conhecedor dos Deuses, como nenhum ser humano é. Do mesmo modo, também não aceito a superioridade ou sequer a autoridade espiritual de quem se auto-proclame mui conhecedor do Divino.



«E porque é que não pode ser a única, especialmente se tal foi Revelado?»

Porque isso implica que as outras são falsas, o que constitui arrogância religiosa por completo infundada, já que não tem prova alguma do que afirma.



«É a verdade, independentemente de aquilo que pensa ser ou não arrogância»

É a verdade de quem se julga detentor exclusivo da verdade, o que é, só por si, definidor de arrogância. E, de resto, não tem prova alguma do que afirma.



«E essa de gerar sempre conflito (confronto e discórdia é uma coisa, conflito é outra)»

Confronto entre pessoas, é conflito.



«é uma tanga para obrigar as Pessoas a ceder na sua Fé,»

Não é tanga nenhuma. A fé não tem de ser imperialista para ser fé. É uma questão de respeito pelo próximo. Quem não compreende que o facto de se julgar detentor da verdade não significa forçosamente que a verdade de outros não possa ser válida para esses outros, está no campo da intolerância.



«como medo de algo que até pode nunca acontecer,»

Enfim, se se colocam minas explosivas num determinado terreno, sabe-se que pode haver quem por ele passe. Chama-se a isso semear ventos. E, quem os semeia, depois colhe tempestades.



«especialmente se não se defender a imposição pela força, como, aliás, era no princípio do Cristianismo:»

Só o era porque o Cristianismo não tinha força para impor fosse o que fosse pela força. Porque, assim que a teve, usou-a, ao longo de mais de um milénio.



«Para não haver discórdia, é óbvio que é preciso destruír um dos lados.»

Ora aí está a intolerância formalmente expressa com todas as letras. É de quem não percebe que, em havendo discórdia, pode ficar cada um no seu lugar sem procurar impor o seu pensamento ao lado contrário.



«Como, aliás, acontece entre os Nacionalistas e os outros abjectos.»

Sim, porque os outros abjectos querem destruir as Nações, procurando impor assim o seu ponto de vista aos outros, precisamente porque
- não só não têm dúvidas nenhumas de que o mundo sem fronteiras nem diferenças é que é bom,
- como, além disso, sentem que têm o dever de impor esse estado de coisas aos outros.

Assim, o messianismo cristão é o fundador do totalitarismo espiritual em larga escala, do qual é produto a esquerda propriamente dita.



«O que é que é importante, defender o que se acredita ou tolerar o que não se acredita?»

Um não implica a supressão do outro.



«E tolerar, para si, é igual aos internacionalistas: é achar bem,»

Não - é aceitar que outros achem bem.


«ser a favor,»

De modo algum. É, em vez disso, ser contra mas permitir que outros sejam a favor.


«ceder em favor de,»

Não. É simplesmente não querer obrigar outros a ceder a favor de.


«e não, simplesmente, não chatear.»

Mas é precisamente isso: não chatear.



«Ao obrigar a crer em todas as Religiões»

De modo algum. Ninguém obriga a crer em todas as religiões, era o que faltava. Só se reconhece é que, para outros povos, ficam melhor outros Deuses.


«partindo do princípio errado de que tudo é verdadeiro,»

Depende do que entende por «tudo». Se se refere a religiões, sim, creio que todas são verdadeiras, mas o que conta mais não é crer que todas são verdadeiras, é, pelo menos, não odiar ou desprezar outras religiões pelo simples facto de serem diferentes da nossa.



«nem que sejam ou possam ser invenções»

Uma religião étnica de um povo tem muito menos possibilidade de ser invenção do que uma religião revelada por um homem num determinado momento da História.


"Deus era um desses desconhecidos e um dos conhecidos. Todos são igualmente Deuses. Jeová, em existindo, é apenas mais um."
«É a sua Fé.»

Sim, diferente da sua Fé, que diz outra coisa.



"Não é questão de não podermos. É que o somos mesmo."
«Ninguém conhece, de facto, o Divino a 100%. Mas temos uma ideia. Sabe-se o suficiente.»

Também acho que sim.



«Mas achar que se é demasiado limitado também é falta de orgulho!...»

Não é «demasiado»... «demasiado», evoca a ideia de excesso. E aqui não há excesso - há naturalidade. O homem, pelo menos enquanto vivo, não pode de facto conhecer o Divino em todo o seu esplendor.



"Elas podem parecer contraditórias sem o serem.
Mas, seja como for, as crenças religiosas não são todas contraditórias umas com as outras."
«Mas algumas são mesmo.»

Tais como?



"Nalguns casos, é realmente ódio - quando se afirma que os Deuses dos outros povos são demónios, como fizeram os judeus e, depois, os cristãos (Tertuliano, por exemplo), a isso chama-se ódio."
«O que fazíamos era negar a existência doutros Deuses e afirmar a existência de Demónios»

Nem sempre. Tertuliano, por exemplo, afirmou realmente que os Deuses dos outros povos, eram demónios. São Martinho de Braga, fez o mesmo na sua «De correctione rusticorum», texto a respeito da permanência do Paganismo no seio das gentes do actual norte de Portugal, no século VI.


«Estes, existem em todas as Religiões, até na Persa.»

É aliás da persa que vem uma boa parte da demonologia judaico-cristã.


«Os Judeus é que, de facto, consideravam os Deuses dos seus vizinhos como Demónios ou falsos (e porque não?).»

É o seu modo de ser - e está aí a raiz da intolerância, do ódio, como eu disse, às outras religiões.



"Mas a própria doutrina trazia essa intolerância."
«Se chama intolerância a uma das coisas em que se pode crer...»

Não. Chamo intolerância ao acto de demonizar e odiar outrem devido às diferença de crenças.



«"Intolerância" existe com e entre tudo o que possa ser contraditório com outra coisa,»

De modo algum. Pode haver discordância sem haver intolerância.


"Há sim, e de que maneira. Olhe, hoje até é data de um édito do imperador cristão Teodósio, em 451, condenando todos os pagãos à morte."
"E é só uma pequena parte. Não inclui por exemplo os milhares de mortos assassinados por guerras de conversão empreendidas por Carlos Magno contra os Saxões."
«Mas essa não era a forma de pensar de todos os Cristãos,»

Mas decorria da sua doutrina.
De qualquer modo, se não era a forma de pensar de todos os cristãos, certamente que não o era da esmagadora maioria dos pagãos.


"A maior parte das vezes, pelo medo ou pelo seguidismo em relação ao rei, o qual se convertia por motivos políticos."
«Por vezes, sim. Outras vezes, não. Seria um disparate negar a verdadeira Fé em muitas Pessoas,»

Penso que seriam uma minoria. Se ainda hoje há tanta gente tão pouco informada sobre a religião cristã, quanto mais na altura...



"Pois não. Limitaram-se a chaciná-los à espada. E, mais tarde, a Inquisição criou originais formas de tortura, para além de queimar vivos os hereges, as bruxas e os judeus."
Nada disso! Limitaram-se foi a remetê-los para os guettos dos pagus.»

Não só. Mataram mesmo, até no pagus.



"Só tardiamente, e por influência familiar, da parte das mães, como foi o caso de Agostinho e de Constantino."
«Mas aceitaram.»

Os intelectuais foram os últimos a serem convertidos...


«E, depois deles, muitos outros, que criam fielmente e sem nenhuma influência em especial. Não se resumem a Agostinho e a Constantino. Há S. Jerónimo, S. Tomás de Aquino, etc, etc. Educados na Fé.»

Esse último caso que refere, é já diferente, pois que vivia em épocas na qual não havia alternativa religiosa.



"Um rompimento crucial, cuja dimensão se foi avolumando ao longo dos séculos."
«Nem todos romperam. Uma coisa não implicava a outra! "Olhem que animais novos tão bonitos em África! Olha que construcções Clássicas tão bonitas! Logo, o Cristianismo é falso!"»

O Renascimento não é uma questão meramente estética. É, antes de mais, a valorização directa de um pensamento que não está na Bíblia. Isso significou o princípio do fim do Cristianismo.



«O problema do geocentrismo nem sequer é das Escrituras, é mais uma herança Greco-Romana, e como essa outras.»

Só que os Greco-Romanos não perseguiam ninguém por dizer que a Terra era isto ou aquilo. E muito menos condenavam à fogueira por tal tipo de motivo. Eram assim bem diferentes dos cristãos.



"Era assim que as autoridades cristãs pensavam:«Nem tinham que deixar de ser cristãos». Daí o terem imposto um sistema religioso totalitário e repressivo. Ao ponto de Camões, por exemplo, ter sido levado a fazer uma adenda aos seus Lusíadas, pondo os Deuses a dizer de si próprios que não eram reais, servindo tão somente para fazer literatura..."
«Com ou sem repressão, não tinham que deixar. A repressão era só para os que achavam que queriam deixar»

Claro que a repressão era para os que não concordavam... para quem mais seria?...



"Então, afinal, compreende que haja pelo menos dois modos de encarar a verdade."
«Não. Como o Caturo disse uma vez, a Verdade é a mesma, o seu conhecimento é que pode ser, a dada altura, inexacto.»

Então, o da Bíblia era inexacto? Valia menos do que o dos Greco-Romanos?


"No contexto cultural dos povos, é a Vontade que é educada. Só depois disso é que a Vontade pode defender certos e determinados valores."
«Mentira! Eu escolho os meus Valores.»

Escolhe os seus valores... de entre aqueles que conhece. E só os conhece por meio da educação.


"No contexto da sua condenação à morte. Todo o texto foi escrito a partir daí."
«Isso não invalida os argumentos racionais. Em toda a sua Filosofia, a Alma devia saír do corpo para procurar o conhecimento,»

Só porque o corpo era insuficientemente perfeito, e não porque fosse mau. É essa a diferença entre o Paganismo idealista platónico e o pensamento cristão.



"Não é questão de não ter poder, é questão de não o querer. A Divindade, sendo perfeitamente boa, não pode ir contra a cultura do seu próprio povo, cultura essa que é fundada na própria Divindade."
«Quanta Cultura não é independente e até anti-Divina?...»

Qual? Eu falo de culturas no sentido de património étnico, isto é, folclórico (de folk + lore = o saber do povo).



"Na sua essência, é. Todas as actividades humanas têm a sua Divindade, no mundo clássico romano."
«Então, nascia do nada um Deus da Informática!...»

Ou talvez já exista um, ou vários... não necessariamente da informática apenas, mas da comunicação e do conhecimento: Mercúrio/Hermes tem tudo a ver com isso - é Deus dos Caminhos, das Viagens, das transacções, do comércio, do conhecimento...



"As escrituras ditam a ética dos Judeus, não as éticas dos outros povos."
«A Moral (de Deus e em geral) é Universal»

Mas diferentemente definida por diferentes povos.



"Então, não há razão para levar isso em conta."
«Mas nessas, desde sempre que os Homens conhecem os Deuses e com eles contactam!...»

Ah bom, reconhece que os povos pagãos conheciam os Deuses.


"Os Gregos e Romanos também tinham contactos com os seus Deuses, inclusivamente por meio do oráculo de Olímpia e do de Delfos, e tais fontes não revelaram nada disso."
«Porque só lhes respondiam o que lhes perguntavam, e só lhes perguntavam se ia haver bom tempo e se iam ganhar a Guerra!»

E não só. Consta, por exemplo, que o oráculo de Delfos afirmou que Sócrates era o mais sábio dos homens.


«O resto, já fazia parte da Mitologia e, portanto, acharam que não valia a pena perguntar.»

Seja como for, isso significa que tinham a sua própria sabedoria, de raiz divina, e essa sabedoria não dizia o que o Imperador diz.


"Então se sabia, e criou o homem assim, e também o mal (se não criou o mal, então não criou toda a existência), então isso significa que criou alguns homens só para os condenar eternamente."
«Não fatalmente. Poderia nunca acontecer.»

Mas se Ele tudo prevê, sabe exactamente o que vai acontecer, pelo que não podia deixar de saber o destino final de cada alma, antes de a criar.
Criou portanto algumas almas só para as condenar eternamente.



"Então, não é omnisciente e, assim, a Bíblia mente."
«É, no plano material. Só não é omnisciente nem omnipotente quanto à restante Espititualidade,»

Então, não é omnisciente no que respeita ao mais importante. Sendo assim, a Bíblia mente.



"Um desejo, é algo de imaterial. Logo, não provém exclusivamente da matéria. O desejo tem também a sua dimensão divina. O facto de existirem Divindades do desejo, demonstra-o."
«De Biologia não percebe nada! Os actos físicos em si mesmos mais não são do que actos físicos.»

Você não entende o que digo porque mistura Cristianismo com ciência materialista, e nenhuma dessas correntes admite a sacralidade presente na matéria. Os actos físicos são sempre animados por algo, que tem a sua raiz divina, por mais longínqua que seja.


«O que os move é que nem sempre o é, como nós cremos, pode ser físico ou não. E tornar Divino, ou seja, Espiritual, coisas materiais, é em si mesmo contraditório com a Natureza«

Não é, porque não há nada de material que seja inteiramente destituído de espírito.


«E essa Natureza não muda por se imaginarem Deuses»

Não se imaginam - vêm-se.


«mesmo na Antiguidade afirmava-se que os Deuses também não eram Morais nem perfeitos»

Havia divergências quanto a isso. Platão e os seus seguidores, afirmava a perfeição dos Deuses.


«e que muito do que faziam, uns aos outros e aos Homens, derivava de capricho. Logo, tinham uma componente material, como os elementos naturais que eles dominavam atestam.»

Ora aí está - os elementos naturais estavam imbuídos de Divino.


"Os Ocidentais têm a sua própria natureza, que se relaciona, não com o judaico-cristianismo, mas com as religiões que estiveram sempre intrinsecamente ligadas a essa natureza."
«Então, para si, os Homens não são Livres, estão inexoravelmente moldados no seu carácter e vontade por condicionantes Étnicas. É a sua opinião.»

São moldados por condicionantes étnicas, evidentemente, porque a sua natureza não pode ser separada da sua etnicidade. Quem disto discorda, são os internacionalistas, que encaram a continuidade e salvaguarda de uma estirpe como sendo uma limitação e uma prisão. E porquê? Porque, universalistas humanistas, separam o Homem da sua identidade racial e étnica.

Entretanto, tenho de dizer que os ocidentais dos tempos pagãos prestavam por vezes culto a Divindades estrangeiras. Isso não implicava que renunciassem às suas Deidades nacionais. Só com o aparecimento do Cristianismo é que se estabeleceu a incompatibilidade de cultos.


"O critério deve ser o da pertença ao que é nosso, não o de categorias universalistas."
«Mas as Categorias, segundo Aristóteles e Lineu, estão todas interligadas, umas com mais afinidades e outras com menos afinidades.»

Crê que todos os critérios são iguais ou semelhantes?


"Pelo contrário. Estes actos têm a sua dimensão divina e, assim, há Deuses a tais actos ligados."
«Não é essa crença que lhes retira a natureza materialista»

É sim, porque, com uma crença assim, o materialismo desaparece por completo. Deixa de fazer sentido. E deixa de fazer sentido porque se percebe que não se pode separar a matéria da Divindade.


"Então, bem vê - o sexo, em si, nada ameaça a estirpe. Pelo contrário."
«Óbvio na tendência! Está mais do que visto e discutido que é só uma tendência, senão, não haveria tanta misturada: é a inclinação para os seus iguais que é subvertida, porque muitas vezes falha. Aliás, não haveria problema com a iminvasão se fosse assim tão simples. Não ameaça quando é orientado, naturalmente ou artificialmente, para esse fim. Quando não é - e quantas vezes tal não acontece - chapéu!...»

Sim... mas eu creio que nem seria precisa uma orientação especial... bastava, creio, que nunca tivesse havido uma propaganda miscigenadora e igualitarista. Mas não tenho a certeza se seria ou não necessária uma orientação especial.


"Não é instinto. O instinto não leva ao suicídio nem sequer ao sacrifício da própria vida.
Portanto, é algo além do instinto."
«É instinto porque esse sacrifício da vida é sempre em prol da sua própria continuidade,»

Não porque o amor não implica necessariamente uma continuidade da prole.


«é por o considerar como tal que se apaixona por ele. Para proteger a fonte da sua descendência e, quando existe, aquele que educa e mantém a sua descendência. Tudo isto pertence ao plano da conservação e reprodução. Só isolando a Pessoa desses instintos»

Já agora, para quê isolar as pessoas desses instintos, se eles são naturais, de raiz divina e essenciais à Estirpe?

5 de novembro de 2004 às 02:31:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"A Revelação ocorreu há dois mil anos, a um grupo restrito de pessoas. Todos os outros crentes, só têm a fé, não a Revelação.
Além do mais, eles é que dizem que receberam a revelação e que nada mais é verdade - atitude tipicamente semita, que, de facto, só origina intolerância e que nenhuma espécie de superioridade ostenta, antes pelo contrário, já que se baseia na obediência cega."

Não altera nada do que é verdadeiro. Ninguém tem culpa de só ter sido possível chegar directamente a alguns. Nem todos os seguidores seja do que for conhecem o seu pioneiro.


"Naturalmente que não. Quando é que o fiz?
Eu não sou grande conhecedor dos Deuses, como nenhum ser humano é. Do mesmo modo, também não aceito a superioridade ou sequer a autoridade espiritual de quem se auto-proclame mui conhecedor do Divino."

Cada um conhece o que conhece. Cada um conhece o que pode.


"Porque isso implica que as outras são falsas, o que constitui arrogância religiosa por completo infundada, já que não tem prova alguma do que afirma."

É o que você acha. Eu acho que o Testemunho dos Sinais é verdadeiro.


"É a verdade de quem se julga detentor exclusivo da verdade, o que é, só por si, definidor de arrogância."

Mas pode ser verdade. Verdade é verdade.


"E, de resto, não tem prova alguma do que afirma."

O mesmo se podia dizer das outras Divindades.


"Confronto entre pessoas, é conflito."

Tudo na vida pode gerar conflito. Isso não apaga nem os factos nem o direito de defender o que quer que seja. A começar pelo Nacionalismo.


"Não é tanga nenhuma. A fé não tem de ser imperialista para ser fé. É uma questão de respeito pelo próximo."

Não é imperialista, mas pode ser. Desde que não seja à força. Também se pode espalhar o Nacionalismo pelo Mundo a (quase) todos sem que isso cause mossa. Ou até mesmo a Paz Perpétua de I. Kant.


"Quem não compreende que o facto de se julgar detentor da verdade não significa forçosamente que a verdade de outros não possa ser válida para esses outros, está no campo da intolerância."

Mas pode significar. Especialmente se contraditório. Ou Deus é o único Deus ou não é. Entre duas posições antagónicas não há consenso: ou há Etnias puras ou há misturada, ou vão os defensores de cada coisa cada um para seu lado.


"Enfim, se se colocam minas explosivas num determinado terreno, sabe-se que pode haver quem por ele passe. Chama-se a isso semear ventos. E, quem os semeia, depois colhe tempestades."

Mas defender uma posição não gera necessariamente esse tipo de conflitos. Se nos limitarmos a defendê-la sem atacar ninguém, nada disso acontece. Tem a ver com a consciência e prática individuais ou de grupos.


"Só o era porque o Cristianismo não tinha força para impor fosse o que fosse pela força. Porque, assim que a teve, usou-a, ao longo de mais de um milénio."

Mas nunca J.C. forçou ou instigou a esse tipo de violência: "Quem vive pela espada, morre pela espada.", "Aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra." Não era (só) por não poderem que antes não perseguiam, mas porque não tinham mesmo que o fazer, de raíz. Não quer dizer que nós queiramos fazer aquilo que nós não podemos fazer.


"Ora aí está a intolerância formalmente expressa com todas as letras. É de quem não percebe que, em havendo discórdia, pode ficar cada um no seu lugar sem procurar impor o seu pensamento ao lado contrário."

E pode. Eu não estava a defender essa intolerância. O que eu estava era a responder à sua queixa atrás sobre nós causarmos discórdia e sermos um problema por causa disso, respondendo que a única maneira de nos impedir de causar discórdia (a simples discórdia de posições) seria destruír-nos. O resto é um facto: a divergência existe enquanto houver divergentes. Não é um Juízo de Valor.


"Sim, porque os outros abjectos querem destruir as Nações, procurando impor assim o seu ponto de vista aos outros, precisamente porque
- não só não têm dúvidas nenhumas de que o mundo sem fronteiras nem diferenças é que é bom,
- como, além disso, sentem que têm o dever de impor esse estado de coisas aos outros.

Assim, o messianismo cristão é o fundador do totalitarismo espiritual em larga escala, do qual é produto a esquerda propriamente dita."

Mas como eu disse atrás, o Messianismo é de Evangelização e não de conquista. É como o Nacionalismo: sensibilizamos e catequizamos para a nossa Causa, e quem a não seguir que não nos importune.


"Um não implica a supressão do outro."

Nem obriga à não supressão.


"Não - é aceitar que outros achem bem."
"De modo algum. É, em vez disso, ser contra mas permitir que outros sejam a favor."
"Não. É simplesmente não querer obrigar outros a ceder a favor de."
"Mas é precisamente isso: não chatear."

Mas isso já nos fazemos. E fazíamos, no início. Aliás, o que é facto é que a Fé e a Moral impostas não tem valor porque nem sequer o são: se de facto passam a acreditar é porque quiseram e acreditam mesmo, senão, só o estão a dizer para agradar ou não arranjar problemas; o mesmo quanto à Moral: se a praticamos à força não é Moral, são trabalhos forçados. Uma Pessoa não é boa se não o quer ser, se o é à força. Uma Pessoa que não queira, como é que ela pode ser verdadeiramente, em pleno, aquilo que se pretendia que fosse? (Immanuel Kant) É como obrigar-nos a receber estrangeiros por Dever Moral como diz o Jorge Fernando Branco de Sampaio - só o é se nós o perfilhamos, senão...


"De modo algum. Ninguém obriga a crer em todas as religiões, era o que faltava. Só se reconhece é que, para outros povos, ficam melhor outros Deuses."

Tal como disse, o que quer que seja Verdade, a aceitação é o que importa. Lá dizia J.C. a Nicodemos, que ele é que tinha que "nascer de novo", e não nós que o devíamos arrancar a ferros. Não aceitamos é como se fosse verdade, porque não o cremos.


"Depende do que entende por «tudo». Se se refere a religiões, sim, creio que todas são verdadeiras, mas o que conta mais não é crer que todas são verdadeiras, é, pelo menos, não odiar ou desprezar outras religiões pelo simples facto de serem diferentes da nossa."

Mas não sou obrigado a gostar delas, mesmo que as tolere, pois não? Assim, também os ateus eram intolerantes.


"Uma religião étnica de um povo tem muito menos possibilidade de ser invenção do que uma religião revelada por um homem num determinado momento da História."

Não necessariamente. Ser mais rápido não é ser mais falso, e quantas mentiras não há que duram muito tempo: as Doutrinas Comunistóides, que são mais falsas do que qualquer Religião possa ser, e que, no entanto, eles impõem, proibindo toda e qualquer influência Religiosa na vida, ou no que eles querem, que é quase tudo, em nome da laicidade (a sua Religião, ou anti-Religião, mas o Princípio é o mesmo).


"O homem, pelo menos enquanto vivo, não pode de facto conhecer o Divino em todo o seu esplendor."

Já diziam os Filósofos, mesmo Cristãos!...


"Tais como?"

Tais como: o Monoteísmo e o Politeísmo; o Budismo e tudo o resto; e mesmo a concepção Mazdeísta me parece oposta à Hinduísta, e esta à Cristã, etc.


"Nem sempre. Tertuliano, por exemplo, afirmou realmente que os Deuses dos outros povos, eram demónios. São Martinho de Braga, fez o mesmo na sua «De correctione rusticorum», texto a respeito da permanência do Paganismo no seio das gentes do actual norte de Portugal, no século VI."

Era uma tentativa de por um lado explicar quem eram os Demónios e, por outro, exortar a que as outras Religiões fossem abandonadas. No fundo, limitaram-se a procurar uma explicação para os outros Deuses e a puxar a brasa à sua sardinha. Até podiam ter dito, simplsmente, que eram falsos, como muitos outros acham, e que os Demónios são outra coisa. Mas nem sei se esta posição vingou ou não, e se é, sequer, a única.


"É aliás da persa que vem uma boa parte da demonologia judaico-cristã."

Só se for quanto à luta Bem - Mal. Quanto aos Demónios propriamente ditos, era mais nas Religiões Semitas Orientais (Baal Zebub, Leviathan, etc).


"É o seu modo de ser - e está aí a raiz da intolerância, do ódio, como eu disse, às outras religiões."

É, deixá-lo ser. Como disse, pode tolerar-se achando-se mal e tolerar-se achando-se bem.


"Não. Chamo intolerância ao acto de demonizar e odiar outrem devido às diferença de crenças."

E porque não? Se quisermos e crermos... Desde que não se faça mal a ninguém... Aliás, nem é contra o Cristianismo: J.C. ajudou um Centurião Romano, pelo menos.


"De modo algum. Pode haver discordância sem haver intolerância."

Como, se essa discordância deriva do facto de não se aceitar como verdade o que o outro diz? Porque, se aceita, era como se também cresse no mesmo que o outro.


"Mas decorria da sua doutrina.
De qualquer modo, se não era a forma de pensar de todos os cristãos, certamente que não o era da esmagadora maioria dos pagãos."

Decorria, mal. Nunca foi o pretendido. Conversão sim, perseguição não. No fundo, trata-se de duas visões do Mundo, tão legítima uma como a outra, a não ser quanto a qual delas ser verdadeira.


"Penso que seriam uma minoria. Se ainda hoje há tanta gente tão pouco informada sobre a religião cristã, quanto mais na altura..."

Não o pode afirmar. Porque é que não haveriam de ser muitos? O que se sabe é que praticavam. Além disso, as Pessoas em geral sabem o essencial. Não sabem a Doutrina e os Dogmas a fundo, não são Doutores da Igreja, mas sabem a Moral e os acontecimentos dos Evangelhos, sabem através das Homilias. Toda a gente conhece minimamente a sua Religião! Sempre houve Catequesa, ainda mais em certos séculos como o XVI (em que quem não a soubesse era decerto Judeu), ou o XIX, etc. Nem iam abraçar uma Fé sem a conhecer. Ou só os adeptos das suas Religiões é que as conhecem e os malandros dos Cristãos é que não conhecem? O que há hoje é quem não saiba por ser não praticante ou por os pais se estarem nas tintas.


"Não só. Mataram mesmo, até no pagus."

Contudo, estavam longe da Moral de J.C. e, por poucos que fossem os verdadeiros Cristãos, nem eles nem a Verdade da sua Moral e do que eles deveriam fazer desaparece, bem como a sua possibilidade.


"Os intelectuais foram os últimos a serem convertidos..."

Nem todos. Há notícia de muitos sábios e aristocratas Romanos que se converteram mesmo nos primeiros séculos. Além disso, os intelectuais têm sempre a mania da dúvida metódica e não estavam preocupados em aceitar, não seria porque não o pudessem fazer. Eles não aceitavam todos os Deuses? Porque não mais Este, ou só Este? Monoteísmo, porque não? Filosoficamente, tal hipótese nunca foi disparatada, nem nos séculos seguintes até hoje, nem então.


"Esse último caso que refere, é já diferente, pois que vivia em épocas na qual não havia alternativa religiosa."

O que não invalida os argumentos. E mesmo quando passou a haver alternativa, e enquanto houve, as posições foram sempre defendidas também no plano racional, e muitas vezes de forma inteligente (não fosse aliás S. Tomás um génio do seu tempo e mesmo do nosso).


"O Renascimento não é uma questão meramente estética. É, antes de mais, a valorização directa de um pensamento que não está na Bíblia. Isso significou o princípio do fim do Cristianismo."

Há muita coisa que não está na Bíblia e que faz parte da vida. Foi, aliás, por isso, que desde sempre que os Chefes Religiosos se reuniam em Concílios para saber o que fazer dos seus Valores em cada situação nova que surgia. Mera adaptação, como qualquer Doutrina (como no Direito), não adaptação destruição mas adaptação aplicação prática. E o que não é proibido é permitido. Só o preceituado é que era obrigatório, bem como a manutenção dos Princípios abstractos em todos os casos concretos com os quais estivessem relacionados.


"Só que os Greco-Romanos não perseguiam ninguém por dizer que a Terra era isto ou aquilo. E muito menos condenavam à fogueira por tal tipo de motivo. Eram assim bem diferentes dos cristãos."

Nem tinham motivos para o fazer. Eram mais Papistas do que os Clássicos! E nada tinha a ver com a Religião!...


"Então, o da Bíblia era inexacto? Valia menos do que o dos Greco-Romanos?"

Era, porquanto os primeiros livros eram um Hino poético (escrito, aliás, em verso) sobre Deus e a Criação. É como, aliás, as Mitologias são em geral consideradas. Se os Cristãos não as levam à letra, muito menos os pagãos!... Ou é igual ou comem todos! Existem conhecimentos Históricos!


"Escolhe os seus valores... de entre aqueles que conhece. E só os conhece por meio da educação."

E da criação livre e racional de Valores. Ou como é que surgiram e surgem todos os outros? Não vieram do nada. Antes, não havia nenhum. Depois, para cada um deles aparecer, alguém os criou sem ser ensinado, e alguns surgiram em simultâneo ou mais ou menos em várias partes do Mundo sem quaisquer contactos entre si. E outros derivaram dos existentes, e novos são criados.


"Só porque o corpo era insuficientemente perfeito, e não porque fosse mau. É essa a diferença entre o Paganismo idealista platónico e o pensamento cristão."

E é por isso que é mau. Porque imperfeito e, por isso, entrave e oposto ao que queremos fazer. Ou nunca lhe aconteceu querer uma coisa e não a conseguir por o corpo não aguentar? "O Espírito quer, mas a carne é fraca."


"Qual? Eu falo de culturas no sentido de património étnico, isto é, folclórico (de folk + lore = o saber do povo)."

E essa não é sempre, ou necessariamente, voltada para o Divino.


"Ou talvez já exista um, ou vários... não necessariamente da informática apenas, mas da comunicação e do conhecimento: Mercúrio/Hermes tem tudo a ver com isso - é Deus dos Caminhos, das Viagens, das transacções, do comércio, do conhecimento..."

Ah, nesse caso, funciona como a adaptação da Moral Cristã aos novos fenómenos: novos alimentos para a velha gula, novas vias de comunicação para os velhos Deuses da comunicação.


"Mas diferentemente definida por diferentes povos."

Não é à vontade do freguês! A Vontade Divina é Soberana, e a Sua Soberania é una e indivisível.


"Ah bom, reconhece que os povos pagãos conheciam os Deuses."

Eu só disse que era o que se passava nessas Mitologias e não que acreditava nelas.


"Seja como for, isso significa que tinham a sua própria sabedoria, de raiz divina, e essa sabedoria não dizia o que o Imperador diz."

Mas essa sabedoria já eles a consideravam como vinda dos Deuses, não fosse ela a sua (dos Deuses) História. Era a sua Revelação.


"Mas se Ele tudo prevê, sabe exactamente o que vai acontecer, pelo que não podia deixar de saber o destino final de cada alma, antes de a criar.
Criou portanto algumas almas só para as condenar eternamente."

Não. Tal é impossível, porque nos criou Livres e, portanto, esse plano, não o podia prever.


"Então, não é omnisciente no que respeita ao mais importante. Sendo assim, a Bíblia mente."

É inexacta quanto a esse ponto, mas também nunca afirmou nenhum fatalismo quanto aos Homens. Só o Islão e alguns Protestantes é que o crêem, resolvendo por essa via esta dúvida.


"Você não entende o que digo porque mistura Cristianismo com ciência materialista, e nenhuma dessas correntes admite a sacralidade presente na matéria. Os actos físicos são sempre animados por algo, que tem a sua raiz divina, por mais longínqua que seja."

A matéria é sempre movida por matéria. É o que a Ciência prova. O que existe é um Primeiro Motor, mas isso já o S. Tomás de Aquino, Cristão, o provou. O que você crê é que há mais do que um Primeiro Motor, a par ou para além deste. A matéria não é sagrada porque não é livre. O que é sagrado é o Divino que está por detrás da matéria.


"Não é, porque não há nada de material que seja inteiramente destituído de espírito."

Mas não é Espírito, em si mesmo. De resto, Deus está em todo o lado, como se costuma dizer.


"Não se imaginam - vêem-se."

Mas a natureza material em si não muda. Além disso, está farto de saber que o que move as paixões é a necessidade delas, os impulsos, e não nenhuma Divindade. Aliás, uma Divindade controlaria a matéria, não se deixaria submeter por ela. E, também, contrariaria o que a matéria exigisse em nome da sua Vontade: como nós, venceria as paixões em nome dos seus Ideais, como o Nacionalismo.


"Havia divergências quanto a isso. Platão e os seus seguidores, afirmava a perfeição dos Deuses."

Mas a Mitologia já não, de todo.


"Ora aí está - os elementos naturais estavam imbuídos de Divino."

Como nós quanto à Alma e ao corpo. Todavia, também somos, por isso mesmo, caprichosos.


"São moldados por condicionantes étnicas, evidentemente, porque a sua natureza não pode ser separada da sua etnicidade. Quem disto discorda, são os internacionalistas, que encaram a continuidade e salvaguarda de uma estirpe como sendo uma limitação e uma prisão. E porquê? Porque, universalistas humanistas, separam o Homem da sua identidade racial e étnica."

Faz parte da Identidade, absolutamente, e, como outros, é um Valor a defender e não uma prisão porque o defendemos livremente, independentemente de o termos escolhido ou não (e também defendemos outras Etnias - não sendo Ariano, contudo, também os defendo). Simplesmente, o que eu digo é que a nossa Liberdade não é afectada pelo mapa Étnica que possuimos, o que não tem nada a ver com ter a Liberdade de o proteger. Para mim, internacionalismo é defender todas as Nações e não destruí-las a todas ou beneficiar umas sobre outras, aliás, para destruír umas sem destruír a Espécie, só mesmo favorecendo uma ou mais.


"Entretanto, tenho de dizer que os ocidentais dos tempos pagãos prestavam por vezes culto a Divindades estrangeiras. Isso não implicava que renunciassem às suas Deidades nacionais. Só com o aparecimento do Cristianismo é que se estabeleceu a incompatibilidade de cultos."

Porque era Monoteísta.


"Crê que todos os critérios são iguais ou semelhantes?"

Não, mas há gradações. A proximidade genética.


"É sim, porque, com uma crença assim, o materialismo desaparece por completo. Deixa de fazer sentido. E deixa de fazer sentido porque se percebe que não se pode separar a matéria da Divindade."

Nesse caso, os Deuses são materiais, no todo ou em parte. É que a Liberdade e a sua Natureza não são alteradas pela falta de Moral dos Deuses. O que é facto é que existem actos determinados e não livres, e os outros, racionalmente e pelo conhecimento que temos da nossa própria interacção com o Mundo. Isto é certo. O resto é que é incerto. São tão livres essas forças quanto o é o nosso corpo, ou seja, só é se nós assim o quisermos. Existe a força da matéria e a escolha do Divino e do Espírito. Ou tudo o que é do nosso corpo é da nossa Vontade? Não pode haver Deuses = Seres Livres a comandar o que não é livre porque se verifica que foi outra coisa material a comandá-los, encadeada com as outras. O que é certo é que nós distinguimos, em nós, o Livre do não livre, e, portanto, existe uma separação. As coisas só são movidas livremente quando alguém assim o decide. Ainda que se creia em Entidades que manipulem o Mundo, isso não prova que só elas é que o movam e que, tal como no nosso caso, não haja determinadas Leis da Física.


"Sim... mas eu creio que nem seria precisa uma orientação especial... bastava, creio, que nunca tivesse havido uma propaganda miscigenadora e igualitarista. Mas não tenho a certeza se seria ou não necessária uma orientação especial."

Eu tenho: basta olhar para a fusão entre Arianos e Mediterrânicos (o Adolfo bem tentou disfarçar...), e entre Semitas e Mediterrânicos, e entre Arianos e Semitas (Filisteus, Cristãos Novos); a fusão entre um grupo humano de há 10.000 anos que chegou ao Norte da América e se uniu aos nativos; a Raça Mista da Indonésia e das Filipinas; Cabo Verde; Hawaii; e tantos casos de miscigenação como os de Alexandre Magno, ou mesmo antes dele, casamentos entre Aristocratas Persas e Egípcios, Péricles e uma bárbara, os mistos de Arianos e Dassas que foram relegados para o meio dos Dassas no Sistema de Castas Indiano e que acabaram por se diluir, talvez, etc, etc, etc. O que é facto é que antes de eu (e a política miscigenadora) ter nascido, já haviam morrido há muito os primeiros descendentes de miscigenações.


"Não porque o amor não implica necessariamente uma continuidade da prole."

É também a continuidade duma das fontes dessa prole e, como disse, dum ser para nós mais perfeito, e mais digno de sobreviver a bem da Espécie, como acontece com as abelhas e as formigas e as suas Rainhas.


"Já agora, para quê isolar as pessoas desses instintos, se eles são naturais, de raiz divina e essenciais à Estirpe?"

Porque estão sempre a ser desvirtuados. Porque funcionam mal! Porque não correspondem ao que devia ser ou ao que defendemos que seja. A única maneira de o evitar é conseguindo que as Pessoas, racionalmente (pois racionalmente ou não têm motivos para se miscigenarem ou se têm pelo menos não arrastam consigo os que "se estão a cagar"), protejam a sua Identidade Étnica. Se seguem só o amor, cegamente, lá vai tudo à frente, como qualquer idiota sabe! Basta ver as histórias e músicas de amor, que quase não há outra coisa, já as deito pelos olhos, f...-se!...


Imperador

5 de novembro de 2004 às 17:06:00 WET  
Blogger Caturo said...

"É a verdade de quem se julga detentor exclusivo da verdade, o que é, só por si, definidor de arrogância."
«Mas pode ser verdade. Verdade é verdade.»

Poder, pode. Exactamente do mesmo modo que as posições contrárias.



"Não é tanga nenhuma. A fé não tem de ser imperialista para ser fé. É uma questão de respeito pelo próximo."
«Não é imperialista, mas pode ser. Desde que não seja à força. Também se pode espalhar o Nacionalismo pelo Mundo a (quase) todos sem que isso cause mossa.»

Disseminar uma ideia, é uma coisa; impô-la por meio da calúnia ou do desprezo relativamente a outros, é outra.



"Quem não compreende que o facto de se julgar detentor da verdade não significa forçosamente que a verdade de outros não possa ser válida para esses outros, está no campo da intolerância."
«Ou Deus é o único Deus ou não é. Entre duas posições antagónicas não há consenso: ou há Etnias puras ou há misturada,»

De modo algum. Há etnias, mas poucas (ou nenhuma) serão puras. O facto de não haver etnias puras não significa, de maneira nenhuma, que sejamos todos uma misturada por igual. Não perceber isto é fazer o jogo da Esquerda internacionalista.



"Enfim, se se colocam minas explosivas num determinado terreno, sabe-se que pode haver quem por ele passe. Chama-se a isso semear ventos. E, quem os semeia, depois colhe tempestades."
«Mas defender uma posição não gera necessariamente esse tipo de conflitos.»

Pois não. Mas atacar outras posições de um modo difamatório, gera de facto esse tipo de conflitos.



"Só o era porque o Cristianismo não tinha força para impor fosse o que fosse pela força. Porque, assim que a teve, usou-a, ao longo de mais de um milénio."
«Mas nunca J.C. forçou ou instigou a esse tipo de violência:»

É discutível, de acordo com as interpretações de cada um.
Lembro, por exemplo, que JC diz «Ninguém chega ao Pai senão por mim», bem como «Eu não vim trazer a paz, eu vim trazer a guerra e que quero eu senão que ela se espalhe? Vim lançar filho contra paí, genro contra sogro, etc..».



"Ora aí está a intolerância formalmente expressa com todas as letras. É de quem não percebe que, em havendo discórdia, pode ficar cada um no seu lugar sem procurar impor o seu pensamento ao lado contrário."
«E pode. Eu não estava a defender essa intolerância. O que eu estava era a responder à sua queixa atrás sobre nós causarmos discórdia e sermos um problema por causa disso, respondendo que a única maneira de nos impedir de causar discórdia (a simples discórdia de posições)»

Não há problema algum com a simples discórdia. Só com a calúnia.



"Um não implica a supressão do outro."
«Nem obriga à não supressão.»

Quem quiser suprimir, não se pode queixar se acabar por ser suprimido. São as regras do jogo. Ou, como disse o próprio JC, «Quem vive pela espada, morre pela espada».




«as Doutrinas Comunistóides, que são mais falsas do que qualquer Religião possa ser, e que, no entanto, eles impõem, proibindo toda e qualquer influência Religiosa na vida,»

Evidentemente. Sabem que a Religião é poderosa e que só por meio do combate total é que a podem fazer perder terreno.



"Tais como?"
«Tais como: o Monoteísmo e o Politeísmo»

Aparentemente, sim... mas repare que o Divino tanto pode ser concebido unitáriamente como pode ser concebido como infinitamente múltiplo... o Divino, é toda uma dimensão superior.



"Nem sempre. Tertuliano, por exemplo, afirmou realmente que os Deuses dos outros povos, eram demónios. São Martinho de Braga, fez o mesmo na sua «De correctione rusticorum», texto a respeito da permanência do Paganismo no seio das gentes do actual norte de Portugal, no século VI."
«Era uma tentativa de por um lado explicar quem eram os Demónios e, por outro, exortar a que as outras Religiões fossem abandonadas.»

Ou seja, um modo intolerante de proceder.



"É aliás da persa que vem uma boa parte da demonologia judaico-cristã."
«Só se for quanto à luta Bem - Mal. Quanto aos Demónios propriamente ditos, era mais nas Religiões Semitas Orientais (Baal Zebub, Leviathan, etc).»

Sim, mas também há demónios de origem persa, tais como Asmodeu.



"É o seu modo de ser - e está aí a raiz da intolerância, do ódio, como eu disse, às outras religiões."
«É, deixá-lo ser. Como disse, pode tolerar-se achando-se mal e tolerar-se achando-se bem.»

Repare, por exemplo, que, em relação ao Nacionalismo, pode concordar-se ou discordar-se; entre os que discordam, há os que simplesmente não gostam e há os que acham que o Nacionalismo é doutrina assassina e que por isso deve ser proibido - esta segunda posição, é intolerante.



"De modo algum. Pode haver discordância sem haver intolerância."
«Como, se essa discordância deriva do facto de não se aceitar como verdade o que o outro diz? Porque, se aceita, era como se também cresse no mesmo que o outro.»

De modo algum. Não se trata de aceitar a verdade do outro, mas sim aceitar que o outro tem direito a pensar de modo diferente.




"Penso que seriam uma minoria. Se ainda hoje há tanta gente tão pouco informada sobre a religião cristã, quanto mais na altura..."
«Não o pode afirmar. Porque é que não haveriam de ser muitos?»

Porque, em muitos casos, as pessoas convertiam-se só porque o rei o fazia - cuius rex, eius religio - a religião do rei era automaticamente a do povo.



«O que se sabe é que praticavam. Além disso, as Pessoas em geral sabem o essencial. Não sabem a Doutrina e os Dogmas a fundo, não são Doutores da Igreja, mas sabem a Moral e os acontecimentos dos Evangelhos, sabem através das Homilias. Toda a gente conhece minimamente a sua Religião!»

Será que as pessoas dessa época sabiam que JC morreu para salvar a humanidade e que a sua ética era pacifista e universalista? Duvido.



«Ou só os adeptos das suas Religiões é que as conhecem e os malandros dos Cristãos é que não conhecem?»

Os adeptos das religiões pagãs, eram educados no seio dessas religiões, desde sempre; acresce que essas religiões não tinham nenhuma doutrina em especial. Não implicavam a aceitação de um modo único de ver o Divino ou de conceber os Deuses, e muito menos a crença numa personagem histórica concreta.



"Os intelectuais foram os últimos a serem convertidos..."
«Nem todos. Há notícia de muitos sábios e aristocratas Romanos que se converteram mesmo nos primeiros séculos.»

Por mim, não as conheço.



«Eles não aceitavam todos os Deuses? Porque não mais Este,»

Exactamente. Foi por aí que o Cristianismo se pôde difundir: porque os Romanos, ingénuos, não perceberam o que era o Cristianismo e, por isso, permitiram que este se difundisse, como sendo só mais uma religião oriental.



"O Renascimento não é uma questão meramente estética. É, antes de mais, a valorização directa de um pensamento que não está na Bíblia. Isso significou o princípio do fim do Cristianismo."
«Há muita coisa que não está na Bíblia e que faz parte da vida. Foi, aliás, por isso, que desde sempre que os Chefes Religiosos se reuniam em Concílios para saber o que fazer dos seus Valores em cada situação nova que surgia.»

Sim, mas saber o que fazer à luz, em exclusivo, da Bíblia.



"Só que os Greco-Romanos não perseguiam ninguém por dizer que a Terra era isto ou aquilo. E muito menos condenavam à fogueira por tal tipo de motivo. Eram assim bem diferentes dos cristãos."
Nem tinham motivos para o fazer. Eram mais Papistas do que os Clássicos! E nada tinha a ver com a Religião!...»

Não percebi.


"Então, o da Bíblia era inexacto? Valia menos do que o dos Greco-Romanos?"
«Era, porquanto os primeiros livros eram um Hino poético (escrito, aliás, em verso) sobre Deus e a Criação»

Mas, supostamente, são a palavra de Deus, não é? Podem conter alguma falsidade ou conhecimento mal transmitido?



«É como, aliás, as Mitologias são em geral consideradas. Se os Cristãos não as levam à letra, muito menos os pagãos!... Ou é igual ou comem todos!»

Não é bem assim. Os pagãos, não têm verdades historicamente reveladas nem escrituras sagradas. Logo, não estão obrigados a aceitar a autoridade de nenhum texto. O mesmo não se passa com os judeus e com os cristãos, que têem de aceitar a Bíblia como verdade indiscutível.



"Escolhe os seus valores... de entre aqueles que conhece. E só os conhece por meio da educação."
«E da criação livre e racional de Valores. Ou como é que surgiram e surgem todos os outros? Não vieram do nada. Antes, não havia nenhum.»

Ou têm origem divina, ou não. Se têm origem divina, pode dizer-se que «sempre existiram», porque derivam da Ordem Sacra da existência. Senão, foram criados pelos homens - mas não foram criados em dado momento, como quem decide «agora, vou criar um valor». Por seu lado, as coisas, ao nível da vontade, decidem-se assim: num dado momento, toma-se uma decisão.
Assim, não creio que os valores sejam criados pela vontade.



"Só porque o corpo era insuficientemente perfeito, e não porque fosse mau. É essa a diferença entre o Paganismo idealista platónico e o pensamento cristão."
«E é por isso que é mau. Porque imperfeito e,»

Ora aí é que está. Ser imperfeito, não significa ser mau. Significa, tão somente, não ser suficientemente perfeito. Isto é, não ter uma qualidade suficientemente boa para ser perfeito. Não se considera, neste caso, que o corpo seja mau em si, isto é, que tenha em si um princípio maligno.



"Qual? Eu falo de culturas no sentido de património étnico, isto é, folclórico (de folk + lore = o saber do povo)."
«E essa não é sempre, ou necessariamente, voltada para o Divino.»

Não o será agora, após séculos de dessacralização, mas tem raiz no Divino e considera o Divino a base de tudo.


"Ou talvez já exista um, ou vários... não necessariamente da informática apenas, mas da comunicação e do conhecimento: Mercúrio/Hermes tem tudo a ver com isso - é Deus dos Caminhos, das Viagens, das transacções, do comércio, do conhecimento..."
«novos alimentos para a velha gula, novas vias de comunicação para os velhos Deuses da comunicação.»

Sim.


"Mas diferentemente definida por diferentes povos."
«Não é à vontade do freguês!»

As culturas étnicas não são propriamente «a vontade do freguês». São modos ontológicos.


«A Vontade Divina é Soberana, e a Sua Soberania é una e indivisível.»

Una e indivisível... sobre o Seu próprio povo, bem entendido.
Cada Deus com o seu povo.



"Mas se Ele tudo prevê, sabe exactamente o que vai acontecer, pelo que não podia deixar de saber o destino final de cada alma, antes de a criar.
Criou portanto algumas almas só para as condenar eternamente."
«Não. Tal é impossível, porque nos criou Livres e, portanto, esse plano, não o podia prever.»

Sendo assim, não é omnisciente e a Bíblia mente.


"Você não entende o que digo porque mistura Cristianismo com ciência materialista, e nenhuma dessas correntes admite a sacralidade presente na matéria. Os actos físicos são sempre animados por algo, que tem a sua raiz divina, por mais longínqua que seja."
«A matéria é sempre movida por matéria. É o que a Ciência prova.»

A ciência só mostra como é que as coisas se encadeiam, não prova que não haja nada a dirigir as leis da matéria.


«O que existe é um Primeiro Motor, mas isso já o S. Tomás de Aquino, Cristão, o provou»

Já Aristóteles o dizia...


«O que você crê é que há mais do que um Primeiro Motor, a par ou para além deste.»

Correcto.


«A matéria não é sagrada porque não é livre.»

A matéria não é sagrada, mas tem o sagrado em si.


«O que é sagrado é o Divino que está por detrás da matéria.»

Por detrás, acima - e na matéria também.



"Não é, porque não há nada de material que seja inteiramente destituído de espírito."
«Mas não é Espírito, em si mesmo.»

Pois não, mas tem espírito.


«De resto, Deus está em todo o lado, como se costuma dizer.»

É nisso que crêem os pagãos.



"Não se imaginam - vêem-se."
«Mas a natureza material em si não muda.»

Mas é movida pelo espírito.


«Além disso, está farto de saber que o que move as paixões é a necessidade delas, os impulsos, e não nenhuma Divindade.»

Errado. Os impulsos são de origem divina, porque a paixão, em si, tem uma componente sagrada. O antigo politeísmo bem o demonstra.



«Aliás, uma Divindade controlaria a matéria, não se deixaria submeter por ela.»

A paixão não é submissão à matéria. Pelo contrário: é a submissão da matéria ao espírito, de um modo que por vezes leva à destruição.


«E, também, contrariaria o que a matéria exigisse em nome da sua Vontade: como nós, venceria as paixões em nome dos seus Ideais, como o Nacionalismo.»

O que quer com isso dizer?


"Havia divergências quanto a isso. Platão e os seus seguidores, afirmava a perfeição dos Deuses."
«Mas a Mitologia já não, de todo.»

Mas a Mitologia, não é Religião.


"Ora aí está - os elementos naturais estavam imbuídos de Divino."
«Como nós quanto à Alma e ao corpo. Todavia, também somos, por isso mesmo, caprichosos.»

Sim - os caprichos vêm do espírito.


"São moldados por condicionantes étnicas, evidentemente, porque a sua natureza não pode ser separada da sua etnicidade. Quem disto discorda, são os internacionalistas, que encaram a continuidade e salvaguarda de uma estirpe como sendo uma limitação e uma prisão. E porquê? Porque, universalistas humanistas, separam o Homem da sua identidade racial e étnica."
«Faz parte da Identidade, absolutamente, e, como outros, é um Valor a defender e não uma prisão porque o defendemos livremente, independentemente de o termos escolhido ou não (e também defendemos outras Etnias - não sendo Ariano, contudo, também os defendo). Simplesmente, o que eu digo é que a nossa Liberdade não é afectada pelo mapa Étnica que possuimos, o que não tem nada a ver com ter a Liberdade de o proteger. Para mim, internacionalismo é defender todas as Nações e não destruí-las a todas ou beneficiar umas sobre outras, aliás, para destruír umas sem destruír a Espécie, só mesmo favorecendo uma ou mais.»



"Entretanto, tenho de dizer que os ocidentais dos tempos pagãos prestavam por vezes culto a Divindades estrangeiras. Isso não implicava que renunciassem às suas Deidades nacionais. Só com o aparecimento do Cristianismo é que se estabeleceu a incompatibilidade de cultos."
«Porque era Monoteísta.»

Não. Foi porque afirmava que os outros Deuses eram demónios. Monoteísmo, já antes existia.



"Crê que todos os critérios são iguais ou semelhantes?"
«Não, mas há gradações. A proximidade genética.»

E a proximidade étnica - e quem diz étnica, diz civilazional, cultural. A domesticação de animais disso faz parte.



"É sim, porque, com uma crença assim, o materialismo desaparece por completo. Deixa de fazer sentido. E deixa de fazer sentido porque se percebe que não se pode separar a matéria da Divindade."
«Nesse caso, os Deuses são materiais,»

Não. Os Deuses estão na matéria, mas são imateriais em Si.


«É que a Liberdade e a sua Natureza não são alteradas pela falta de Moral dos Deuses.»

Os Deuses não têm falta de moral.


«O que é facto é que existem actos determinados e não livres, e os outros,»

E Quem os determinou?


«Existe a força da matéria e a escolha do Divino e do Espírito. Ou tudo o que é do nosso corpo é da nossa Vontade? Não pode haver Deuses = Seres Livres a comandar o que não é livre porque se verifica que foi outra coisa material a comandá-los,»

Mas qual o significado dessas coisas materiais? Porque é que o mundo é como é? Não se pergunta «como é», mas sim «porque é». As estrelas, por exemplo, estão no espaço infindo e emitem luz a milhões de quilómetros, luz essa que continua a existir mesmo depois de as estrelas desaparecerem. Mas o que significa isso? O que é a luz? A luz tem um modo de ser diferente do da água. Ora, a existência de uma Divindade da Luz é a expressão divina da luz. É a sua dimensão sagrada.
Além do mais, o que determina que o encadeamento das coisas seja como é? Refiro-me a cada encadeamento em concreto. Afirmo que são Deuses quem determina cada um desses encadeamentos, cada Um na Sua especialidade.


encadeada com as outras. O que é certo é que nós distinguimos, em nós, o Livre do não livre, e, portanto, existe uma separação. As coisas só são movidas livremente quando alguém assim o decide. Ainda que se creia em Entidades que manipulem o Mundo, isso não prova que só elas é que o movam e que, tal como no nosso caso, não haja determinadas Leis da Física.»

O que se passa é que as Leis da Física podem ser determinações da vontade dessas Divindades.



"Sim... mas eu creio que nem seria precisa uma orientação especial... bastava, creio, que nunca tivesse havido uma propaganda miscigenadora e igualitarista. Mas não tenho a certeza se seria ou não necessária uma orientação especial."

«Eu tenho: basta olhar para a fusão entre Arianos e Mediterrânicos (o Adolfo bem tentou disfarçar...),»

Os Arianos prevaleceram. Não foi uma fusão a ponto tal que os eliminasse. Por isso é que quase toda a Europa é hoje Ariana ou Indo-europeia.


«e entre Arianos e Semitas (Filisteus»

Os Filisteus desapareceram, em parte por meio de guerras.


«Cristãos Novos»

O caso dos cristãos-novos, é radicalmente diferente: eles foram obrigados a misturar-se com os cristãos, não o fizeram por «desejo incontrolável».


«a fusão entre um grupo humano de há 10.000 anos que chegou ao Norte da América e se uniu aos nativos;»

Pouco se sabe sobre isso, motivo pelo qual esse caso não serve de grande exemplo.


«Cabo Verde;»

Em Cabo Verde, a mistura foi incitada pela Igreja, com vontade de que os Judeus desaparecessem por absorção - sim, os brancos que aí se misturaram com os negros, eram, a princípio, de origem judaica.



«e tantos casos de miscigenação como os de Alexandre Magno,»

Alexandre Magno incitou à miscigenação como modo de criar um império coeso - também aí, não se trata de um caso de «desejo sexual».


«ou mesmo antes dele, casamentos entre Aristocratas Persas e Egípcios,»

Tais uniões não derivam do «incontrolável desejo sexual», mas sim de conveniências políticas.



«Péricles e uma bárbara,»

Péricles, é um homem. Não é o povo grego inteiro.


«os mistos de Arianos e Dassas que foram relegados para o meio dos Dassas no Sistema de Castas Indiano»

Ora bem - alguns, misturaram-se, mas o grosso do povo, permaneceu suficientemente ariano para que, ainda hoje, a Índia seja um país controlado por Árias.


"Já agora, para quê isolar as pessoas desses instintos, se eles são naturais, de raiz divina e essenciais à Estirpe?"
«Porque estão sempre a ser desvirtuados.»

A castração é portanto a sua solução para evitar problemas. Não creio que tal via seja digna.


«Porque funcionam mal!»

Não funcionam mal. Pelo contrário, funcionam bem, desde que não sejam adulterados.



«Basta ver as histórias e músicas de amor, que quase não há outra coisa, já as deito pelos olhos, f...-se!...»

Ehehhehe... também eu, quando tinha 21 anos, assim pensava. E, de certo modo, ainda penso que a banalização do «I love you» é uma sensaboria... mas recusar essa monotonia não significa recusar o amor, a paixão e o sexo.

7 de novembro de 2004 às 03:34:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Poder, pode. Exactamente do mesmo modo que as posições contrárias."

É o que acredita.


"Disseminar uma ideia, é uma coisa; impô-la por meio da calúnia ou do desprezo relativamente a outros, é outra."

Nem sempre se utilizou esse método. Excessos houve, é certo, mas mesmo os inimigos devem ser amados, quanto mais os que não crêem. Agora, quanto a desprezar os outros no sentido de não dar crédito ao que eles acreditam, isso é o que nós acreditamos.


"De modo algum. Há etnias, mas poucas (ou nenhuma) serão puras. O facto de não haver etnias puras não significa, de maneira nenhuma, que sejamos todos uma misturada por igual. Não perceber isto é fazer o jogo da Esquerda internacionalista."

Eu percebo. Mas não invalida o inicialmente dito: mistura há, não é é homogénea!...


"Pois não. Mas atacar outras posições de um modo difamatório, gera de facto esse tipo de conflitos."

Excessos. O correcto é dizer que não se crê no mesmo que os outros e não achar que eles são maus, pois até podem ser bons seguidores pelo menos dalguns Princípios comuns, ainda que a sua Fé não seja a mesma.


"É discutível, de acordo com as interpretações de cada um.
Lembro, por exemplo, que JC diz «Ninguém chega ao Pai senão por mim», bem como «Eu não vim trazer a paz, eu vim trazer a guerra e que quero eu senão que ela se espalhe? Vim lançar filho contra paí, genro contra sogro, etc..»."

Gerar discórdia em razão de lutar pelo que se acredita não significa que ela seja violenta, tanto mais se se for pela não violência. Abençoados os apaziguadores. A guerra é, assim, metafórica. Tem a ver com o mesmo que acontece com tudo em todo o lado: os que têm Valores divergentes e dentro destes os que cumprem com o que defendem e os que não cumprem estão, necessariamente, em posições antagónicas. Além disso, também o Nacionalismo acabou por virar Irmão contra Irmão porque há sempre uns malucos que odeiam a defesa da sua própria Estirpe!...


"Não há problema algum com a simples discórdia. Só com a calúnia."

Extremos, abusos. Que não faziam parte do Legado.


"Quem quiser suprimir, não se pode queixar se acabar por ser suprimido. São as regras do jogo. Ou, como disse o próprio JC, «Quem vive pela espada, morre pela espada»."

Por isso é que, hoje, todos defendemos o respeito pelos outros. Para também sermos abrangidos. Por isso é que não suprimimos os iminvasores e outros que tais.


"Evidentemente. Sabem que a Religião é poderosa e que só por meio do combate total é que a podem fazer perder terreno."

Mas não conseguem porque a Religião é mais forte do que tudo o resto, pois é Transcendente. Veja-se a Rússia e Satélites no Comunismo: a Religião ainda se tornou mais forte porque era, para além de boa em si mesma, a única coisa boa que eles tinham em alternativa ao Comunismo.


"Aparentemente, sim... mas repare que o Divino tanto pode ser concebido unitáriamente como pode ser concebido como infinitamente múltiplo... o Divino, é toda uma dimensão superior."

Como a Santíssima Trindade.


"Ou seja, um modo intolerante de proceder."

Talvez seja discutível quanto aos Demónios, mas quanto ao resto apenas defendeu aquilo em que acreditava: a Religião Monoteísta Universal.


"Repare, por exemplo, que, em relação ao Nacionalismo, pode concordar-se ou discordar-se; entre os que discordam, há os que simplesmente não gostam e há os que acham que o Nacionalismo é doutrina assassina e que por isso deve ser proibido - esta segunda posição, é intolerante."

Mas também não se defendeu a proibição das outras Religiões, mas que elas fossem abandonadas por cada um por sua Livre Vontade e Fé Pessoal, que abraçasse a nova Religião. Depois é que houve quem achasse, mal, que a proibição era a forma correcta de conseguir as coisas. Quanto aos anti-Nacionais, esses é que nos consideram intolerantes por acharem que tolerar a existência de estrangeiros é tolerá-los nos nossos próprios Países!...


"De modo algum. Não se trata de aceitar a verdade do outro, mas sim aceitar que o outro tem direito a pensar de modo diferente."

E, até aí, aceitamos!...


"Porque, em muitos casos, as pessoas convertiam-se só porque o rei o fazia - cuius rex, eius religio - a religião do rei era automaticamente a do povo."

Mas também ninguém crê à força. Ou finge que crê (como os Cristãos Novos) ou, se acaba por crer, tudo bem!


"Será que as pessoas dessa época sabiam que JC morreu para salvar a humanidade e que a sua ética era pacifista e universalista? Duvido."

Pela Pregação, sabiam a Mensagem, Havia era quem, por a desconhecer, achasse até que eram incestuosos e canibais por falarem em "amar os Irmãos" e "comer o corpo e beber o sangue".


"Os adeptos das religiões pagãs, eram educados no seio dessas religiões, desde sempre; acresce que essas religiões não tinham nenhuma doutrina em especial. Não implicavam a aceitação de um modo único de ver o Divino ou de conceber os Deuses, e muito menos a crença numa personagem histórica concreta."

A não ser, é claro, na Crença da personagem Divina em si. E, a par desta, porque não uma Histórica? Também os Hindus tinham Avatares!... Quanto à Doutrina e à Moral, basta ver as Virtudes Divinas como as de Diana e de Vesta.


"Por mim, não as conheço."

Mas houve, algumas até por Paulo (quando mudou de nome, inclusivamente).


"Exactamente. Foi por aí que o Cristianismo se pôde difundir: porque os Romanos, ingénuos, não perceberam o que era o Cristianismo e, por isso, permitiram que este se difundisse, como sendo só mais uma religião oriental."

Mas, se deixaram que se passasse a crer só num, isso foi decisão de quem quis. Para crer nela, era o que implicava.


"Sim, mas saber o que fazer à luz, em exclusivo, da Bíblia."

É a única Fonte de ligação com o nosso Deus...


"Não percebi."

Quer dizer que esse tipo específico de condenações era não por motivos Bíblicos mas por motivos Aristotélicos, e não consta que no tempo de Aristóteles se perseguisse quem não concordasse com ele!...


"Mas, supostamente, são a palavra de Deus, não é? Podem conter alguma falsidade ou conhecimento mal transmitido?"

Não são todos Livros de conhecimento na simples acepção do termo. São Livros diferentes, com conteúdos e significados diferentes, reunidos por se basearem num Tema comum. Até existem duas versões Históricas, a dos Livros dos Reis e as dos Livros das Crónicas.


"Não é bem assim. Os pagãos, não têm verdades historicamente reveladas nem escrituras sagradas. Logo, não estão obrigados a aceitar a autoridade de nenhum texto. O mesmo não se passa com os judeus e com os cristãos, que têem de aceitar a Bíblia como verdade indiscutível."

Ou seja, aceitar a Palavra Divina. Ou não é Religião. Mas mesmo os pagãos têm Textos Sagrados e seguem comportamentos que os aproximem dos Deuses. Também os Cristãos Medievais pegaram por aí.


"Ou têm origem divina, ou não. Se têm origem divina, pode dizer-se que «sempre existiram», porque derivam da Ordem Sacra da existência. Senão, foram criados pelos homens - mas não foram criados em dado momento, como quem decide «agora, vou criar um valor». Por seu lado, as coisas, ao nível da vontade, decidem-se assim: num dado momento, toma-se uma decisão.
Assim, não creio que os valores sejam criados pela vontade."

É mais simples: escolhe-se (nós escolhemos, não escolhemos?) livremente um caminho a seguir, prossegue-se, constrói-se. A Liberdade que lhe serve de base é que consiste na Vontade criadora de Valores. Como é que, então, por nossa única e exclusiva Vontade, nos tornámos Defensores Étnicos? Sem que no-lo ensinassem? Olhámos para a realidade e decidimos defendê-la!...


"Ora aí é que está. Ser imperfeito, não significa ser mau. Significa, tão somente, não ser suficientemente perfeito. Isto é, não ter uma qualidade suficientemente boa para ser perfeito. Não se considera, neste caso, que o corpo seja mau em si, isto é, que tenha em si um princípio maligno."

Ai significa, significa. A Perfeição é o Bem. Já os Gregos o diziam. O resto é menos Perfeito e menos Bom.


"Não o será agora, após séculos de dessacralização, mas tem raiz no Divino e considera o Divino a base de tudo."

Sim, é bem provável. Ou então, é uma busca do Humano e do Divino.


"Una e indivisível... sobre o Seu próprio povo, bem entendido. Cada Deus com o seu povo."

Deuses Nacionalistas!...


"Sendo assim, não é omnisciente e a Bíblia mente."

Ou então, nós não somos Livres de seguir a Deus e a Bíblia mente. O problema não é simples e ainda hoje divide os Cristãos!


"A ciência só mostra como é que as coisas se encadeiam, não prova que não haja nada a dirigir as leis da matéria."

Mostram que todo o encadeado é material. Que atrás dum dado primeiro acto dum dado contexto está não uma Divindade mas outro acto material. Senão, notificariam uma Força Invisível a mover a matéria, e essa só a creio no Início de tudo.


"A matéria não é sagrada, mas tem o sagrado em si."

Como nós, portanto.


"Por detrás, acima - e na matéria também."

Ah, já vi que você é Plotinista: tudo é uno.


"Errado. Os impulsos são de origem divina, porque a paixão, em si, tem uma componente sagrada. O antigo politeísmo bem o demonstra."

O que não é Livre não é Sagrado. Os Deuses são caprichosos e, por isso, não Livres. É como a Moral à força: é um paradoxo, como a Cabala involuntária!... :-)


"A paixão não é submissão à matéria. Pelo contrário: é a submissão da matéria ao espírito, de um modo que por vezes leva à destruição."

Mas é à submissão à matéria que se chama paixão. À dedicação ao Espírito chama-se Liberdade. Ainda que destrua o corpo, pelo menos foi Livremente. Veja-se o "Fédon", a citação da tentativa de suicídio de Ulisses (???), mostrando como a Alma se sobrepõe ao corpo. Que o destrua, acontece. Mas também, foi por algo de elevado. Não somos escravos do corpo, mas seus Senhores. Apesar de carecermos dele para exercermos, neste Mundo, Liberdade.


"O que quer com isso dizer?"

Quero dizer que, em nome do Nacionalismo, devemos, temos que sacrificar outras coisas. As paixões seriam tais como uma misturada Nacional para fazer uma Europa única.


"Mas a Mitologia, não é Religião."

Se não é, é a sua base.


"Sim - os caprichos vêm do espírito."

Os caprichos são fisiológicos e instintivos e são agravados até com lesões cerebrais.A não ser, é claro, que esteja a chamar caprichos à Vontade Livre do Espírito. Já Ludwig Wittgenstein chamou a atenção para os erros da linguagem na elaboração de raciocínios.


"Não. Foi porque afirmava que os outros Deuses eram demónios. Monoteísmo, já antes existia."

Mas mesmo não o afirmando, é Monoteísta e rejeita os outros. Chamar-lhes Demónios ou não, já é uma questão acessória. (Mas que, contudo, sempre marca a diferença entre crer ou não na sua existência.)


"E a proximidade étnica - e quem diz étnica, diz civilizacional, cultural. A domesticação de animais disso faz parte."

Então, para si, há coisas mais próximas do que os Laços Étnicos e, por vezes, mais importante do que certos Laços Étnicos. Mas, no Princípio, é semelhante aos internacionalistas: ambos dão valor a certas coisas mais do que àquilo que os identifica e assemelha com outros.


"Não. Os Deuses estão na matéria, mas são imateriais em Si."

Ah, mas isso era o que eu dizia.


"Os Deuses não têm falta de Moral."

Mas a Moral é ditada pela Natureza dos actos, e se os Deuses não se comportarem como dominadores mas como dominados (são eles que dominam as suas paixões ou elas que os dominam?), não existe Moral. Como connosco.


"E Quem os determinou?"

O Divino, claro, ao criar a Liberdade e a pôr em confronto com o que não depende de nós, mas que até pode vir a depender, não pelo que é em si, mas apenas por nossa causa.


"Mas qual o significado dessas coisas materiais? Porque é que o mundo é como é? Não se pergunta «como é», mas sim «porque é». As estrelas, por exemplo, estão no espaço infindo e emitem luz a milhões de quilómetros, luz essa que continua a existir mesmo depois de as estrelas desaparecerem. Mas o que significa isso? O que é a luz? A luz tem um modo de ser diferente do da água. Ora, a existência de uma Divindade da Luz é a expressão divina da luz. É a sua dimensão sagrada.
Além do mais, o que determina que o encadeamento das coisas seja como é? Refiro-me a cada encadeamento em concreto. Afirmo que são Deuses quem determina cada um desses encadeamentos, cada Um na Sua especialidade."

É uma visão. Eu creio que foi pré-determinado e que as Leis da Física fazem o resto.


"O que se passa é que as Leis da Física podem ser determinações da vontade dessas Divindades."

De certa forma, até eu creio. Simplesmente, não são determinações da nosa Vontade Livre, e essa deve prevalecer, em Nome do que temos de Divino, pois se é o Divino que deve dominar o material.


Imperador

8 de novembro de 2004 às 16:01:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Os Arianos prevaleceram. Não foi uma fusão a ponto tal que os eliminasse. Por isso é que quase toda a Europa é hoje Ariana ou Indo-europeia."

Do Elba para lá todos ou muitos têm algum sangue oriental, e no Sul da Europa sangue Árabe. Os Mediterrânicos só são puros na Irlanda e Países similares. Do Reno para cá são todos Mediterânicos. Há Mediterrânicos puros, e Arianos puros só na Índia!...


"Os Filisteus desapareceram, em parte por meio de guerras."

Mas ainda hoje existe a Faixa de Gaza. Porque será?...


"O caso dos cristãos-novos, é radicalmente diferente: eles foram obrigados a misturar-se com os cristãos, não o fizeram por «desejo incontrolável»."

Não, podiam ter abandonado a sua Religião sem terem que sacrificar os Casamentos dentro da sua Etnia, aliás, os não Judeus que casavam com Judeus era pelo seu dinheiro, e os Judeus que casavam com não Judeus era para se disfarçarem, nem que fosse ao longo de gerações. O que é facto é que, sendo que quem tinha sangue Judeu era logo impedido de certos privilégios, os não Judeus até se sentiam na obrigação de não se fundirem com eles.


"Pouco se sabe sobre isso, motivo pelo qual esse caso não serve de grande exemplo."

Ainda existe sangue Europeu em certas Tribos do Québec e arredores, comprovadamente antigo.


"Em Cabo Verde, a mistura foi incitada pela Igreja, com vontade de que os Judeus desaparecessem por absorção - sim, os brancos que aí se misturaram com os negros, eram, a princípio, de origem judaica."

Os Judeus foram mais levados para S. Tomé e Príncipe, e esses a maioria morreu antes de lá chegar ou sem descendência. E não há dúvida de que os Cabo-Verdianos brancos ou parte brancos são de origem Portuguesa, alguns até ainda têm olhos azuis e verdes (raros, mas da mesma origem do resto).


"Alexandre Magno incitou à miscigenação como modo de criar um império coeso - também aí, não se trata de um caso de «desejo sexual»."
"Tais uniões não derivam do «incontrolável desejo sexual», mas sim de conveniências políticas."

Não será, mas houve uma propaganda miscigenadora.


"Péricles, é um homem. Não é o povo grego inteiro."

Mas os outros também são humanos, e bem mais susceptíveis do que um Homem como Péricles!


"Ora bem - alguns, misturaram-se, mas o grosso do povo, permaneceu suficientemente ariano para que, ainda hoje, a Índia seja um país controlado por Árias."

Exacto, mas só porque, desde sempre, houve um controlo apertado.


"A castração é portanto a sua solução para evitar problemas. Não creio que tal via seja digna."

Claro que não! Ora essa, com castração não há descendência!... Dâ! O que é preciso é criar condições para que não haja esses cruzamentos, ou seja, para que continuemos a viver como sempre vivemos e sem termos sofrido com isso, como eu costumo dizer.


"Não funcionam mal. Pelo contrário, funcionam bem, desde que não sejam adulterados."

Funcionam mal quando são adulterados, ou quando deixados sem controlo.


"Ehehhehe... também eu, quando tinha 21 anos, assim pensava. E, de certo modo, ainda penso que a banalização do «I love you» é uma sensaboria... mas recusar essa monotonia não significa recusar o amor, a paixão e o sexo."

Não. Por aí, não.


Imperador

8 de novembro de 2004 às 18:39:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Poder, pode. Exactamente do mesmo modo que as posições contrárias."
«É o que acredita.»

Idem.


"Disseminar uma ideia, é uma coisa; impô-la por meio da calúnia ou do desprezo relativamente a outros, é outra."

«quanto a desprezar os outros no sentido de não dar crédito ao que eles acreditam, isso é o que nós acreditamos.»

Mas porque é que não conseguem limitar-se a desprezar ideias sem terem de desprezar pessoas?


"Pois não. Mas atacar outras posições de um modo difamatório, gera de facto esse tipo de conflitos."
«Excessos. O correcto é dizer que não se crê no mesmo que os outros e não achar que eles são maus, pois até podem ser bons seguidores pelo menos dalguns Princípios comuns, ainda que a sua Fé não seja a mesma.»

Concordo.


"É discutível, de acordo com as interpretações de cada um.
Lembro, por exemplo, que JC diz «Ninguém chega ao Pai senão por mim», bem como «Eu não vim trazer a paz, eu vim trazer a guerra e que quero eu senão que ela se espalhe? Vim lançar filho contra paí, genro contra sogro, etc..»."
«Gerar discórdia em razão de lutar pelo que se acredita não significa que ela seja violenta,»

Sim, mas o essencial está em destruir as famílias em nome de uma doutrina de amor universal - intolerância e mundialismo antes do tempo...



«Além disso, também o Nacionalismo acabou por virar Irmão contra Irmão porque há sempre uns malucos que odeiam a defesa da sua própria Estirpe!...»

Então, não é o Nacionalismo que vira irmão contra irmão, mas sim o internacionalismo...



"Evidentemente. Sabem que a Religião é poderosa e que só por meio do combate total é que a podem fazer perder terreno."
«Mas não conseguem porque a Religião é mais forte do que tudo o resto, pois é Transcendente. Veja-se a Rússia e Satélites no Comunismo: a Religião ainda se tornou mais forte porque era, para além de boa em si mesma, a única coisa boa que eles tinham em alternativa ao Comunismo.»

Mas nem todas as religiões poderosas são boas. Veja-se, por exemplo, o perigo que representa o Islão.



"Aparentemente, sim... mas repare que o Divino tanto pode ser concebido unitáriamente como pode ser concebido como infinitamente múltiplo... o Divino, é toda uma dimensão superior."
«Como a Santíssima Trindade.»

Ora aí está. Ou como os Doze Olimpianos.



"Repare, por exemplo, que, em relação ao Nacionalismo, pode concordar-se ou discordar-se; entre os que discordam, há os que simplesmente não gostam e há os que acham que o Nacionalismo é doutrina assassina e que por isso deve ser proibido - esta segunda posição, é intolerante."
«Mas também não se defendeu a proibição das outras Religiões,»

«Defendeu» sim - promoveu-se, de facto, a proibição e perseguição, pela espada, das outras religiões.



«Quanto aos anti-Nacionais, esses é que nos consideram intolerantes por acharem que tolerar a existência de estrangeiros é tolerá-los nos nossos próprios Países!...»

É só porque, no fundo, nunca perdem o seu intuito crucial, que os move: o fim de todas as fronteiras, isto é, o fim das Nações.


"Porque, em muitos casos, as pessoas convertiam-se só porque o rei o fazia - cuius rex, eius religio - a religião do rei era automaticamente a do povo."
«Mas também ninguém crê à força.»

Naquele tempo, para a maioria do povo, e, possivelmente, mesmo para os reis, mais um Deus não significa crer num conjunto de valores espécifico, mas sim em prestar culto a mais um Poder Celeste... só isso... e, para isso, não é preciso esforço de consciência.


"Será que as pessoas dessa época sabiam que JC morreu para salvar a humanidade e que a sua ética era pacifista e universalista? Duvido."
«Havia era quem, por a desconhecer, achasse até que eram incestuosos e canibais por falarem em "amar os Irmãos" e "comer o corpo e beber o sangue".»

Mas olhe que foi a beber o sangue que muitos missionários cristãos conquistaram as vontades de alguns bárbaros germânicos... um bom cristão adapta-se a tudo...:)


"Os adeptos das religiões pagãs, eram educados no seio dessas religiões, desde sempre; acresce que essas religiões não tinham nenhuma doutrina em especial. Não implicavam a aceitação de um modo único de ver o Divino ou de conceber os Deuses, e muito menos a crença numa personagem histórica concreta."
«A não ser, é claro, na Crença da personagem Divina em si.»

Sim, mas isso era um dado adquirido para todos os povos, quando ainda não havia a educação laica e ateia.


«E, a par desta, porque não uma Histórica? Também os Hindus tinham Avatares!...»

Bem, alguns Hindus acreditam que Gandi era um avatar de Vishnu, outros não... e são todos igualmente Hindus...


«Quanto à Doutrina e à Moral, basta ver as Virtudes Divinas como as de Diana e de Vesta.»

Sim, mas quem não estiver para aí virado, pode seguir as Virtudes Divinas de Vénus...



"Exactamente. Foi por aí que o Cristianismo se pôde difundir: porque os Romanos, ingénuos, não perceberam o que era o Cristianismo e, por isso, permitiram que este se difundisse, como sendo só mais uma religião oriental."
«Mas, se deixaram que se passasse a crer só num, isso foi decisão de quem quis.»

Os romanos pagãos permitiram que houvesse quem acreditasse nisso, o que não sabiam era que esses que acreditavam nisso iriam um dia proibir outros de acreditar noutras coisas... a ingenuidade dos Romanos, não a tiveram os Japoneses e os Chineses, que combateram o Cristianismo logo à entrada deste nos seus países... Isto é que os amarelos são uns velhacos desconfiados... sorte a deles.


"Sim, mas saber o que fazer à luz, em exclusivo, da Bíblia."
«É a única Fonte de ligação com o nosso Deus...»

É, portanto, dogma indiscutível - só a Bíblia revela a verdade.


"Não percebi."
«Quer dizer que esse tipo específico de condenações era não por motivos Bíblicos mas por motivos Aristotélicos,»

Não. Era pela negação de um pensamento de Aristóteles que a Igreja tinha adoptado, porque na Bíblia estava escrito que «o sol moveu-se de nascente para poente» ou algo assim, mas não foi a atitude mental de Aristóteles que levou à condenação fosse de quem fosse. Na Grécia antiga, ninguém era condenado por dizer que o Sol andava ou não andava. Só no tempo do domínio cristão se procedeu desse modo.



"Mas, supostamente, são a palavra de Deus, não é? Podem conter alguma falsidade ou conhecimento mal transmitido?"
«Não são todos Livros de conhecimento na simples acepção do termo.»

Mas algum deles diz mentiras?



"Não é bem assim. Os pagãos, não têm verdades historicamente reveladas nem escrituras sagradas. Logo, não estão obrigados a aceitar a autoridade de nenhum texto. O mesmo não se passa com os judeus e com os cristãos, que têem de aceitar a Bíblia como verdade indiscutível."
«Ou seja, aceitar a Palavra Divina.»

A Palavra Divina tal como ela foi definida há milhares de anos. E que inclui crenças históricas e mandamentos indiscutíveis.


«Ou não é Religião»

As religiões antigas, não tinham nada disso como obrigatório.


«Mas mesmo os pagãos têm Textos Sagrados e seguem comportamentos que os aproximem dos Deuses.»

Sim, mas nada no facto de serem pagãos os obriga a isso. Veja lá que houve um imperador romano que até mandou queimar os livros sibilinos (livros de profecias etruscos integrados na religião romana).


"Ou têm origem divina, ou não. Se têm origem divina, pode dizer-se que «sempre existiram», porque derivam da Ordem Sacra da existência. Senão, foram criados pelos homens - mas não foram criados em dado momento, como quem decide «agora, vou criar um valor». Por seu lado, as coisas, ao nível da vontade, decidem-se assim: num dado momento, toma-se uma decisão.
Assim, não creio que os valores sejam criados pela vontade."
«É mais simples: escolhe-se (nós escolhemos, não escolhemos?) livremente um caminho a seguir, prossegue-se, constrói-se.»

Mas só escolhemos com base no que conhecemos por via da educação.


«A Liberdade que lhe serve de base é que consiste na Vontade criadora de Valores»

Ela não cria - permite escolher, que é diferente.


«Como é que, então, por nossa única e exclusiva Vontade, nos tornámos Defensores Étnicos?»

Porque fomos educados a honrar os pais e a defender os nossos - isto é coisa milenar, de todos os povos e todos os tempos. Os conceitos de Nação, de Etnia, de Raça, surgiram depois nas nossas mentes.


"Ora aí é que está. Ser imperfeito, não significa ser mau. Significa, tão somente, não ser suficientemente perfeito. Isto é, não ter uma qualidade suficientemente boa para ser perfeito. Não se considera, neste caso, que o corpo seja mau em si, isto é, que tenha em si um princípio maligno."
«Ai significa, significa.»

Não significa não. A Perfeição é realmente o Bem, o Belo.



"Una e indivisível... sobre o Seu próprio povo, bem entendido. Cada Deus com o seu povo."
«Deuses Nacionalistas!...»

Adoradores nacionalistas para Deuses Nacionais.



"A ciência só mostra como é que as coisas se encadeiam, não prova que não haja nada a dirigir as leis da matéria."
«Mostram que todo o encadeado é material.»

Não. Mostram só o encadeado material.


«Que atrás dum dado primeiro acto dum dado contexto está não uma Divindade mas outro acto material.»

Não, não mostram isso, porque nunca em momento algum determinam que lei é que faz com que dado acto ocorra de um modo e não de outro.


«Senão, notificariam uma Força Invisível a mover a matéria,»

E há, de facto, forças que movem a matéria a todo o momento. Os próprios cientistas distinguem entre força electromagnética, força de gravidade, etc....



"A matéria não é sagrada, mas tem o sagrado em si."
«Como nós, portanto.»

Correcto. Mas nem tudo tem igual valor sacral.


"Por detrás, acima - e na matéria também."
«Ah, já vi que você é Plotinista: tudo é uno.»

Plotino foi um dos últimos intelectuais do Paganismo, sim, mas eu nem disse que tudo é uno - só disse que o Divino, ou os Divinos, estão por trás, dentro e acima das matérias/vivências/actos que lhes correspondem.



"Errado. Os impulsos são de origem divina, porque a paixão, em si, tem uma componente sagrada. O antigo politeísmo bem o demonstra."
«O que não é Livre não é Sagrado»

Depende da noção que tenha de livre. Além do mais, não vejo porque é que o conceito de «livre» tem de estar associado ao de «sagrado».


«Os Deuses são caprichosos»

Depende da noção que Deles se tenha. Eu penso que não, mas enfim, prossigamos:
«por isso, não Livres.»

Claro que são. São livres de dar seguimento aos Seus caprichos.


«É como a Moral à força: é um paradoxo,»

Um capricho não é algo que obrigue ninguém.


"A paixão não é submissão à matéria. Pelo contrário: é a submissão da matéria ao espírito, de um modo que por vezes leva à destruição."
«Mas é à submissão à matéria que se chama paixão»

Não há matéria que se chame paixão.


«À dedicação ao Espírito chama-se Liberdade.»

E a Paixão é uma forma de Espírito. Ou nunca ouviu falar da Paixão de Cristo?..:)


«Veja-se o "Fédon", a citação da tentativa de suicídio de Ulisses (???), mostrando como a Alma se sobrepõe ao corpo. Que o destrua, acontece. Mas também, foi por algo de elevado.»

E o que é o elevado? Quem o define?


"O que quer com isso dizer?"
«Quero dizer que, em nome do Nacionalismo, devemos, temos que sacrificar outras coisas. As paixões seriam tais como uma misturada Nacional para fazer uma Europa única.»

A Paixão pela Nação é uma forma superior de Nacionalismo.


"Mas a Mitologia, não é Religião."
«Se não é, é a sua base.»

Não. A Religião é que é a base da Mitologia.


"Sim - os caprichos vêm do espírito."
«Os caprichos são fisiológicos e instintivos»

Os caprichos são espirituais - não têm corpo e consistem em obsessões.


«e são agravados até com lesões cerebrais.»

A consciência também é espiritual e pode ser anulada com uma lesão cerebral.


«A não ser, é claro, que esteja a chamar caprichos à Vontade Livre do Espírito.»

Também. Explique, por seu turno, em que consistem os caprichos e em que é que se aplicam no caso dos Deuses.


"Não. Foi porque afirmava que os outros Deuses eram demónios. Monoteísmo, já antes existia."
«Mas mesmo não o afirmando,»

Mas o problema era que o afirmava. E pior: queria converter outros a essa blasfémia. O Judaísmo, como não era universalista, foi deixado em paz.



"E a proximidade étnica - e quem diz étnica, diz civilizacional, cultural. A domesticação de animais disso faz parte."
«Então, para si, há coisas mais próximas do que os Laços Étnicos e, por vezes, mais importante do que certos Laços Étnicos.»

Mas a domesticação dos animais e a sua lealdade fazem parte da cultura étnica.


«Mas, no Princípio, é semelhante aos internacionalistas: ambos dão valor a certas coisas mais do que àquilo que os identifica e assemelha com outros.»

De modo algum. Os internacionalistas, pretendem anular particularismos em nome do universal obrigatório, como, por exemplo, o valor da espécie. Assim, é a sua posição que está mais próxima do internacionalismo, ao valorizar mais qualquer humano do que o nosso animal.


"Não. Os Deuses estão na matéria, mas são imateriais em Si."
«Ah, mas isso era o que eu dizia.»

Não, você disse que os Deuses eram materiais. Eu, digo que não o são.


"Os Deuses não têm falta de Moral."
«Mas a Moral é ditada pela Natureza dos actos, e se os Deuses não se comportarem como dominadores mas como dominados»

Não necessariamente. Como bem disse Platão, a mitologia não é forçosamente verdadeira - ou pode sê-lo de um modo meramente simbólico.
Mas, já agora, os Deuses não se comportam como dominados, mesmo na mitologia, a não ser Uns pelos Outros.


«(são eles que dominam as suas paixões ou elas que os dominam?), não existe Moral. Como connosco.»

Pode fazer parte da Moral ceder a um certo tipo de paixão.


"E Quem os determinou?"
«O Divino, claro, ao criar a Liberdade e a pôr em confronto com o que não depende de nós, mas que até pode vir a depender, não pelo que é em si, mas apenas por nossa causa.»

Ao fim ao cabo, tudo é determinado, e a Liberdade consiste tão somente em aceitar ou não o que foi determinado.



"Mas qual o significado dessas coisas materiais? Porque é que o mundo é como é? Não se pergunta «como é», mas sim «porque é». As estrelas, por exemplo, estão no espaço infindo e emitem luz a milhões de quilómetros, luz essa que continua a existir mesmo depois de as estrelas desaparecerem. Mas o que significa isso? O que é a luz? A luz tem um modo de ser diferente do da água. Ora, a existência de uma Divindade da Luz é a expressão divina da luz. É a sua dimensão sagrada.
Além do mais, o que determina que o encadeamento das coisas seja como é? Refiro-me a cada encadeamento em concreto. Afirmo que são Deuses quem determina cada um desses encadeamentos, cada Um na Sua especialidade."
«É uma visão. Eu creio que foi pré-determinado e que as Leis da Física fazem o resto.»

E eu creio que as Leis da Física podem ter sido criadas, e mantidas, por vários Deuses. Repare que os Deuses autenticamente indo-europeus, nem são propriamente criadores - são manipuladores do que já existe e guardiões da Ordem.


"O que se passa é que as Leis da Física podem ser determinações da vontade dessas Divindades."
«De certa forma, até eu creio. Simplesmente, não são determinações da nosa Vontade Livre, e essa deve prevalecer,»

Deve? Em todos os casos? A vontade humana é sempre superior à Natureza?



"Os Arianos prevaleceram. Não foi uma fusão a ponto tal que os eliminasse. Por isso é que quase toda a Europa é hoje Ariana ou Indo-europeia."
«Do Elba para lá todos ou muitos têm algum sangue oriental,»

Isso é muito discutível e não está ainda estabelecido... mas olhe que, de acordo com as investigações genéticas mais recentes, se existe um gene ariano, ele é mais forte na Ucrânia, e na Polónia, do que em qualquer outro lugar...


«e no Sul da Europa sangue Árabe»

E, no norte, sangue mongólico fino-úgrico...


«Os Mediterrânicos só são puros na Irlanda e Países similares.»

Nem por isso. Não se deixe enganar por Arthur Kemp.

Ao fim ao cabo, tudo indica que os povos mediterrânicos, na Europa, desapareceram, excepção feita ao País Basco.


"Os Filisteus desapareceram, em parte por meio de guerras."
«Mas ainda hoje existe a Faixa de Gaza. Porque será?...»

Motivos geoestratégicos, talvez.


"O caso dos cristãos-novos, é radicalmente diferente: eles foram obrigados a misturar-se com os cristãos, não o fizeram por «desejo incontrolável»."
«Não, podiam ter abandonado a sua Religião sem terem que sacrificar os Casamentos dentro da sua Etnia,»

Mas muitos deles foram arrancados às suas próprias famílias, em tenra idade, e educados por famílias cristãs. Além do mais, muitos dos que abandonaram a religião, também queriam certamente abandonar a etnia. Dissidentes, há em toda a parte. De qualquer modo, existem judeus até hoje em todos os países onde viveram cristãos-novos.


"Pouco se sabe sobre isso, motivo pelo qual esse caso não serve de grande exemplo."
«Ainda existe sangue Europeu em certas Tribos do Québec e arredores, comprovadamente antigo.»

Mas não se sabe qual a dimensão da mistura - se os Índios são mestiços de ameríndio com caucasóide ou não.


"Em Cabo Verde, a mistura foi incitada pela Igreja, com vontade de que os Judeus desaparecessem por absorção - sim, os brancos que aí se misturaram com os negros, eram, a princípio, de origem judaica."
«Os Judeus foram mais levados para S. Tomé e Príncipe, e esses a maioria morreu antes de lá chegar ou sem descendência.»

E para Cabo Verde também.


"Alexandre Magno incitou à miscigenação como modo de criar um império coeso - também aí, não se trata de um caso de «desejo sexual»."
"Tais uniões não derivam do «incontrolável desejo sexual», mas sim de conveniências políticas."
«Não será, mas houve uma propaganda miscigenadora.»

Pois é mesmo isso que estou a dizer - a propaganda não é algo que derive do desejo, pelo contrário, deriva do «ideal», por mais perverso que este seja.


"Péricles, é um homem. Não é o povo grego inteiro."
«Mas os outros também são humanos, e bem mais susceptíveis do que um Homem como Péricles!»

Mas, na generalidade, evitavam misturas. Repare que até um dos maiores sábios de Atenas, Aristóteles, que até educou Alexandre Magno, morreu sem conseguir nunca ser cidadão ateniense - simplesmente porque era de origem estrangeira.


"Ora bem - alguns, misturaram-se, mas o grosso do povo, permaneceu suficientemente ariano para que, ainda hoje, a Índia seja um país controlado por Árias."
«Exacto, mas só porque, desde sempre, houve um controlo apertado.»

Talvez.


"A castração é portanto a sua solução para evitar problemas. Não creio que tal via seja digna."
«Claro que não! Ora essa, com castração não há descendência!... Dâ! O que é preciso é criar condições para que não haja esses cruzamentos, ou seja, para que continuemos a viver como sempre vivemos e sem termos sofrido com isso, como eu costumo dizer.»

Mas, para isso, não é preciso combater os instintos. É só preciso combater os ideais que querem virar os instintos do avesso.

9 de novembro de 2004 às 04:02:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Mas porque é que não conseguem limitar-se a desprezar ideias sem terem de desprezar pessoas?"

E é o que devíamos fazer, até de acordo com a nossa Fé. Mas, é claro, humanamente sucede que, como em tudo e toda a gente, nós desprezamos os que não são dos nossos. É assim, quer se seja Nacionalista ou anti, desta ou daquela Religião.


"Concordo."

O que não invalida que, à luz da nossa Fé, eles possam ser considerados maus. Difamar não é mentir, mais não é do que condenar as suas práticas, coisa que qualquer um que não concorde com elas faz.


"Sim, mas o essencial está em destruir as famílias em nome de uma doutrina de amor universal - intolerância e mundialismo antes do tempo..."

Mas não destrói: alarga. Só que, como em tudo por que se lute, gera-se divisão. Excepto quando todos aceitam.


"Então, não é o Nacionalismo que vira irmão contra irmão, mas sim o internacionalismo..."

São ambos: qualquer coisa por que se lute divide sempre que haja quem lute pelo inverso.


"Mas nem todas as religiões poderosas são boas. Veja-se, por exemplo, o perigo que representa o Islão."

O Islão também foi distorcido. Ou talvez não: se é possível tanto interpretarem o Alcorão como permitindo a Guerra Santa e o próprio Maomé fez a Guerra para unificar a Arábia...


"«Defendeu» sim - promoveu-se, de facto, a proibição e perseguição, pela espada, das outras religiões."

Defendeu-se, mal, até de acordo com o que diziam defender.


"É só porque, no fundo, nunca perdem o seu intuito crucial, que os move: o fim de todas as fronteiras, isto é, o fim das Nações."

É por isso que também não são tolerantes.


"Naquele tempo, para a maioria do povo, e, possivelmente, mesmo para os reis, mais um Deus não significa crer num conjunto de valores espécifico, mas sim em prestar culto a mais um Poder Celeste... só isso... e, para isso, não é preciso esforço de consciência."

Mas já se sabe que a Divindade envolve sempre um dado modelo de vida, e Valores, também, de acordo com aquilo que ela é.


"Mas olhe que foi a beber o sangue que muitos missionários cristãos conquistaram as vontades de alguns bárbaros germânicos... um bom cristão adapta-se a tudo...:-)"

Como eu disse, excessos.


"Bem, alguns Hindus acreditam que Ghandi era um avatar de Vishnu, outros não... e são todos igualmente Hindus..."

Mas a realidade de ele o ser ou de ele não o ser não depende de Fés!...


"Sim, mas quem não estiver para aí virado, pode seguir as Virtudes Divinas de Vénus..."

Duvido que as considerassem como tal. Aliás, basta ver que consideravam melhores os Deuses que amassem a Justiça e não os outros, ainda que os tentassem aplacar. Ou os Gregos e os Romanos não defendiam uma Moral? E essa não é senão de origem divina, do Espírito, como chamava Sócrates ao Organizador do Universo.


"Os romanos pagãos permitiram que houvesse quem acreditasse nisso, o que não sabiam era que esses que acreditavam nisso iriam um dia proibir outros de acreditar noutras coisas... a ingenuidade dos Romanos, não a tiveram os Japoneses e os Chineses, que combateram o Cristianismo logo à entrada deste nos seus países... Isto é que os amarelos são uns velhacos desconfiados... sorte a deles."

Eles combateram a Religião em si mesma e não o método, errado, da proibição, que, por excesso, era cometido. Algo de forçado não tem valor, nunca teve, e eles deviam tê-lo percebido até pela sua Doutrina: alguns sabiam-no, e foram canonizados, e nunca nas suas vidas houve esse tipo de excessos. Eram criaturas pacíficas que criticavam mesmo os que não o eram.


"É, portanto, dogma indiscutível - só a Bíblia revela a verdade."

Não temos mais nenhuma Revelação de Deus. A não ser que se creiam em Milagres / Sinais, mas esses carecem de confirmação da Santa Sé.


"Não. Era pela negação de um pensamento de Aristóteles que a Igreja tinha adoptado, porque na Bíblia estava escrito que «o sol moveu-se de nascente para poente» ou algo assim, mas não foi a atitude mental de Aristóteles que levou à condenação fosse de quem fosse. Na Grécia antiga, ninguém era condenado por dizer que o Sol andava ou não andava. Só no tempo do domínio cristão se procedeu desse modo."

Isso era porque acreditavam que o conteúdo era completamente literal, o que nunca é. Existem expressões, linguagem poética, modos de ver particulares, só o Espírito do texto é que é de Inspiração Divina. No fundo, é como as Leis. Existe a Letra e o Espírito, e mesmo J.C. distinguiu-os e não perdeu tempo, ou os Evangelistas não fizeram questão de o relatar, com detalhes sobre a Natureza.


"Mas algum deles diz mentiras?"

Só se se considerar mentira a forma como é descrita, poeticamente, a Criação do Mundo. Outros já são Históricos e até bem confirmados.


"A Palavra Divina tal como ela foi definida há milhares de anos. E que inclui crenças históricas e mandamentos indiscutíveis."

A Vontade Divina é aquilo que é: é, como todos os Ideais, Absoluta, Perene e Imutável.


"As religiões antigas, não tinham nada disso como obrigatório."

Se não aceitam o que a Divindade quer e não a seguem, como é que podem dizer que a seguem?


"Sim, mas nada no facto de serem pagãos os obriga a isso. Veja lá que houve um imperador romano que até mandou queimar os livros sibilinos (livros de profecias etruscos integrados na religião romana)."

Arriscando-se a provocar a ira dos Deuses!... Além de que a Moral, de origem Divina, é sempre obrigatória, mas só para quem a aceita - parece um paradoxo mas não é: todos a devem seguir, mas é algo que seguido à força não o é em essência.


"Mas só escolhemos com base no que conhecemos por via da educação."
"Ela não cria - permite escolher, que é diferente."

E quem é que criou aquilo com que se educa? E não nos limitamos a fotocopiar aquilo que nos dão e a segui-lo sem mais! Não sem um Motivo. E esse, somos nós que o criamos. A Liberdade de escolha das coisas é sempre nossa, e esta interfere na criação do que escolhemos defender. Não criamos as coisas mas criamos a organização e a valorização das coisas.


"Porque fomos educados a honrar os pais e a defender os nossos - isto é coisa milenar, de todos os povos e todos os tempos. Os conceitos de Nação, de Etnia, de Raça, surgiram depois nas nossas mentes."

Não. Há quem nunca tenha recebido educação sequer, ou pouco relevante, e decida perfilhar certos e determinados Princípios, ou que a tenha recebido em quantidade e a repudie não por conhecer uma alternativa mas por a criar por não gostar do que vê. Tantos que não têm referências e que abraçam logo uma que vejam!


"Não significa não. A Perfeição é realmente o Bem, o Belo."

Significa que se é menos, ou seja, só somos Morais e perfeitos quando o somos, e quando não somos uma coisa não somos a outra. Dizer que somos imperfeitos é apenas dizer que houve alturas em que falhámos ou não fomos suficientemente bons.


"Não. Mostram só o encadeado material."

E mostram que, no meio, não há mais nada. A não ser que os Deuses se deixem levar pelos impulsos físicos e químicos. Veja-se o caso de lançar uma bola: ninguém a pára e não são os Deuses a movê-la! Fomos nós, no início.


"Não, não mostram isso, porque nunca em momento algum determinam que lei é que faz com que dado acto ocorra de um modo e não de outro."

Mas há um conjunto de fenómenos materiais encadeados determinados por um dado modo de ser.


"E há, de facto, forças que movem a matéria a todo o momento. Os próprios cientistas distinguem entre força electromagnética, força de gravidade, etc...."

Mas essas são materiais e palpáveis. São impulsos gerados e que quando gerados funcionam por si. E foram gerados por outras forças físicas que moldaram o Mundo.


"Correcto. Mas nem tudo tem igual valor sacral."

Só o Espírito.


"Plotino foi um dos últimos intelectuais do Paganismo, sim, mas eu nem disse que tudo é uno - só disse que o Divino, ou os Divinos, estão por trás, dentro e acima das matérias/vivências/actos que lhes correspondem."

Mas não. Eles movem-se independentemente disso.


"Depende da noção que tenha de livre."

Pois. Há quem chame Liberdade não às suas escolhas mas ao deixar andar. Foi isso que distorceu o Idealismo, Kantiano e não só, do Iluminismo para o deboche do Romantismo, porque confundiram Liberdade (escolha) com "liberdade" (movimentos que não se param). Mais um erro de Linguagem Wittgensteiniano!...


"Além do mais, não vejo porque é que o conceito de «livre» tem de estar associado ao de «sagrado»."

Porque só a Liberdade é Metafísica e Espiritual, e isto é Sagrado.


"Depende da noção que Deles se tenha. Eu penso que não, mas enfim, prossigamos:"

Até na Antiguidade se falava dos caprichos dos Deuses, que não seguiam nada com uma só cara, seguiam o que lhes apetecia, tratavam coisas iguais de forma diferente de acordo com as suas conveniências. Ninguém com Princípios defende isto!


"Claro que são. São livres de dar seguimento aos Seus caprichos."

Repito: há quem chame Liberdade não às suas escolhas mas ao deixar andar. Foi isso que distorceu o Idealismo, Kantiano e não só, do Iluminismo para o deboche do Romantismo, porque confundiram Liberdade (escolha) com "liberdade" (movimentos que não se param). Mais um erro de Linguagem Wittgensteiniano!...


"Um capricho não é algo que obrigue ninguém."

Ninguém é obrigado a seguir um capricho, mas segui-lo é porque ele assim o determina, é ele e não nós quem nos guia as atitudes.


"Não há matéria que se chame paixão."

Nomes. Mas as paixões são materiais e submissão à matéria e não domínio do Espírito sobre a matéria.


"E a Paixão é uma forma de Espírito. Ou nunca ouviu falar da Paixão de Cristo?..:-)"

Com esta é que o Wittgenstein dava voltas no túmulo! Já para não dizer o Sócrates! Paixão amor não tem nada a ver com Paixão sofrimento! São palavras homógrafas!...


"E o que é o elevado? Quem o define?"

Nós. Elevado é tudo o que nós queiramos que seja, incluindo, quer queiramos quer não, nós próprios, o Metafísico.


"A Paixão pela Nação é uma forma superior de Nacionalismo."

O Ideal da Nação é superior à paixão. Esta, aliás, é volátil, enquanto os Princípios, sendo Livres, não estão sujeitos (excepto na concretização prática) a interrupções. Aquela é determinada por tudo. Estes, são determinados apenas por nós próprios e só se pode travar a sua concretização e não a Vontade que a move, que não é afectada.


"Não. A Religião é que é a base da Mitologia."

Tanto faz.


"Os caprichos são espirituais - não têm corpo e consistem em obsessões."

Caprichos é o nome que se dá às coisinhas que se querem porque o corpo pede para lá da sua sobrevivência mas que só servem para o satisfazer. Aliás, pessoas que ficaram com o cérebro afectado são mais caprichosas. Aí estão as suas Divindades!...


"A consciência também é espiritual e pode ser anulada com uma lesão cerebral."

Não. O que é anulada é a percepção das coisas e os meios de que ela se serve para interagir, visto que estes têm condicionantes materiais. A consciência em si não é afectada, é afectado é aquilo de que temos consciência, porque os dados não fazem todo ou nenhum percurso até ela. Temos consciência de mais ou menos coisas, melhor ou pior percepção, mas temos sempre a Consciência. E têmo-la por mais mudanças que tenhamos no resto, naquilo que percepcionamos e de que nos lembramos. Somos sempre nós.


"Também. Explique, por seu turno, em que consistem os caprichos e em que é que se aplicam no caso dos Deuses."

Não é é a mesma coisa! Quanto aos caprichos, repito: caprichos é o nome que se dá às coisinhas que se querem porque o corpo pede para lá da sua sobrevivência mas que só servem para o satisfazer. Aliás, pessoas que ficaram com o cérebro afectado são mais caprichosas. Aí estão as suas Divindades!...


"Mas o problema era que o afirmava. E pior: queria converter outros a essa blasfémia. O Judaísmo, como não era universalista, foi deixado em paz."

Podia e pode ser verdade. Mas também julgo que muitos não o crêem hoje, até é uma questão acessória. O que é certo é que cremos em Demónios mas não nos outros Deuses, e não identificamos Júpiter e outros com Demónios. Pura e simplesmente não cremos neles.


"Mas a domesticação dos animais e a sua lealdade fazem parte da cultura étnica."

Mas não da Etnia em si.


"De modo algum. Os internacionalistas, pretendem anular particularismos em nome do universal obrigatório, como, por exemplo, o valor da espécie. Assim, é a sua posição que está mais próxima do internacionalismo, ao valorizar mais qualquer humano do que o nosso animal."

Mas sendo humanos estamos mais próximos dos outros enquanto seres do que dos animais. Ser é uma coisa, proximidade é outra.


"Não, você disse que os Deuses eram materiais. Eu, digo que não o são."

Não, eu sempre disse que eram imateriais! Senão não eram Deuses. O que eu acho é que aqueles em que crê não o são.


"Não necessariamente. Como bem disse Platão, a mitologia não é forçosamente verdadeira - ou pode sê-lo de um modo meramente simbólico.
Mas, já agora, os Deuses não se comportam como dominados, mesmo na mitologia, a não ser Uns pelos Outros."

Cederem a coisas que para nós são materiais e não controladas, seja-se Deus ou Homem, é a mesma coisa, o Princípio é o mesmo: ambos são Seres Morais / Racionais e ambos se deixam, ou não, levar.


"Pode fazer parte da Moral ceder a um certo tipo de paixão."

Não. Moral é tudo aquilo que não cede a paixões.


"Ao fim ao cabo, tudo é determinado, e a Liberdade consiste tão somente em aceitar ou não o que foi determinado."

A matéria é certa e determinada, mas a acção sobre ela nem sempre o é. E aceitar ou não é que é a Liberdade.


"E eu creio que as Leis da Física podem ter sido criadas, e mantidas, por vários Deuses. Repare que os Deuses autenticamente indo-europeus, nem são propriamente criadores - são manipuladores do que já existe e guardiões da Ordem."

E eu creio que foi um só, mas creio! Mas teve que haver, também pelo menos, o Deus Criador dos Deuses e das coisas. Ptah tinha esse papel no Egipto, ou o Demiurgo.


"Deve? Em todos os casos? A vontade humana é sempre superior à Natureza?"

Sempre que queira e tenha meios para tal. É como ter ou não ter braços, não afecta a Vontade mas a sua manifestação.


Imperador

9 de novembro de 2004 às 19:14:00 WET  
Blogger Caturo said...

"Mas porque é que não conseguem limitar-se a desprezar ideias sem terem de desprezar pessoas?"
«E é o que devíamos fazer,»

Concorda portanto que é errado não o fazer?


«É assim, quer se seja Nacionalista ou anti,»

Eu, não desprezo alguém que não seja nacionalista só por não o ser.


"Concordo."
«O que não invalida que, à luz da nossa Fé, eles possam ser considerados maus. Difamar não é mentir, mais não é do que condenar as suas práticas, coisa que qualquer um que não concorde com elas faz.»

E é o facto de certa conformação mental ter levado a condenar as práticas religiosas das outras nações só por serem de outras nações que trouxe tanta intolerância e fanatismo ao Ocidente.



"Sim, mas o essencial está em destruir as famílias em nome de uma doutrina de amor universal - intolerância e mundialismo antes do tempo..."
«Mas não destrói: alarga»

Na realidade, não alarga - dilui por dilatação indevida. Sendo assim, dissolve. Destrói, portanto.


"Então, não é o Nacionalismo que vira irmão contra irmão, mas sim o internacionalismo..."
«São ambos: qualquer coisa por que se lute divide sempre que haja quem lute pelo inverso»

Depende do direito de cada qual. Não creio que lutar pela própria vida, por exemplo, possa ser considerado um acto de divisão. Quem divide, é quem toma a iniciativa de roubar o que é de outrem.


"Mas nem todas as religiões poderosas são boas. Veja-se, por exemplo, o perigo que representa o Islão."
«O Islão também foi distorcido»

Não li o Corão. Mas as passagens que vi, indicam que nada do que agora se faz em nome da palavra de Maomé vai contra as suas escrituras, pelo contrário: há passagens em que se manda exterminar os pagãos.



"«Defendeu» sim - promoveu-se, de facto, a proibição e perseguição, pela espada, das outras religiões."
«Defendeu-se, mal,»

Sim, e fez-se isso desde o princípio do Cristianismo até ao ponto em que as autoridades deste perderam o poder de o fazer.


"É só porque, no fundo, nunca perdem o seu intuito crucial, que os move: o fim de todas as fronteiras, isto é, o fim das Nações."
«É por isso que também não são tolerantes.»

Precisamente.


"Naquele tempo, para a maioria do povo, e, possivelmente, mesmo para os reis, mais um Deus não significava crer num conjunto de valores específico, mas sim em prestar culto a mais um Poder Celeste... só isso... e, para isso, não é preciso esforço de consciência."
«Mas já se sabe que a Divindade envolve sempre um dado modelo de vida, e Valores,»

Mas os modelos de vida e os valores das outras Divindades, eram sempre compatíveis entre si, basicamente, sendo adorados, na mesma sociedade, Deusas do prazer e Deuses da Guerra.


"Bem, alguns Hindus acreditam que Ghandi era um avatar de Vishnu, outros não... e são todos igualmente Hindus..."
«Mas a realidade de ele o ser ou de ele não o ser não depende de Fés!...»

Claro que não. Mas não é por isso que eles se matam entre si ou que obrigam outros a mudar de opinião ou que os «expulsam» da religião. Fica cada qual com a sua visão de Krishna e ninguém se chateia por isso.
É este tipo de comportamento que um cristão não consegue perceber.


"Sim, mas quem não estiver para aí virado, pode seguir as Virtudes Divinas de Vénus..."
«Duvido que as considerassem como tal»

Alguns, consideravam sim. Vénus era das Deusas mais veneradas em todo o domínio romano.


«Aliás, basta ver que consideravam melhores os Deuses que amassem a Justiça e não os outros,»

Respeitavam todos, mesmo que amassem uns e não gostassem doutros. De qualquer modo, Vénus nunca foi uma Deusa considerada como contrária à Justiça. E foi até bastante promovida na Roma dos valores e da aristocracia - Júlio César considerava-se descendente de Vénus; Venus Genetrix era uma das Divindades mais veneradas pelo fundador do Império, Octávio César Augusto; de resto, o próprio Eneias, figura central da Eneida, a maior obra literária da Romanidade, antepassado do fundador de Roma, era descendente de Vénus.


«ainda que os tentassem aplacar. Ou os Gregos e os Romanos não defendiam uma Moral? E essa não é senão de origem divina, do Espírito,»

Morais, há muitas, tais como Espíritos, tais como Divindades.


"Os romanos pagãos permitiram que houvesse quem acreditasse nisso, o que não sabiam era que esses que acreditavam nisso iriam um dia proibir outros de acreditar noutras coisas... a ingenuidade dos Romanos, não a tiveram os Japoneses e os Chineses, que combateram o Cristianismo logo à entrada deste nos seus países... Isto é que os amarelos são uns velhacos desconfiados... sorte a deles."
«Eles combateram a Religião em si mesma»

Quem combateu a religião em si mesma?


"É, portanto, dogma indiscutível - só a Bíblia revela a verdade."
«Não temos mais nenhuma Revelação de Deus»

Foi o que eu disse - para vós, só há uma fonte de verdade Divina. Sendo assim, a sabedoria pagã nada tem a ver convosco. Por isso, o Renascimento não veio beneficiar o Cristianismo, antes pelo contrário.


"Não. Era pela negação de um pensamento de Aristóteles que a Igreja tinha adoptado, porque na Bíblia estava escrito que «o sol moveu-se de nascente para poente» ou algo assim, mas não foi a atitude mental de Aristóteles que levou à condenação fosse de quem fosse. Na Grécia antiga, ninguém era condenado por dizer que o Sol andava ou não andava. Só no tempo do domínio cristão se procedeu desse modo."
«Isso era porque acreditavam que o conteúdo era completamente literal, o que nunca é. Existem expressões, linguagem poética, modos de ver particulares, só o Espírito do texto é que é de Inspiração Divina.»

E o pior é determinar qual o Espírito a que se refere... quem pode interpretar bem?...


"Mas algum deles diz mentiras?"
«Só se se considerar mentira a forma como é descrita, poeticamente, a Criação do Mundo. Outros já são Históricos e até bem confirmados.»

Sendo assim, o Deus de Israel, que é também o Deus dos cristãos, ordenou genocídios. Correcto?


"As religiões antigas, não tinham nada disso como obrigatório."
«Se não aceitam o que a Divindade quer»

Os pagãos não aceitam é que algum iluminado diga que sabe o que as Divindades querem. É aí que reside a diferença.


«e não a seguem, como é que podem dizer que a seguem?»

O culto pagão consiste na adoração, não na aceitação de uma determinada moral e cosmogonia. Isso, é já ideologia.


"Sim, mas nada no facto de serem pagãos os obriga a isso. Veja lá que houve um imperador romano que até mandou queimar os livros sibilinos (livros de profecias etruscos integrados na religião romana)."
«Arriscando-se a provocar a ira dos Deuses!»

Talvez ele não temesse nada disso, porque esses livros não faziam parte do ritual, que era a religião propriamente dita.


"Mas só escolhemos com base no que conhecemos por via da educação."
"Ela não cria - permite escolher, que é diferente."
«E quem é que criou aquilo com que se educa?»

Aquilo com que se educa, é a inteligência e a experiência. A vontade, vem depois, a partir do momento em que há escolhas.


«E não nos limitamos a fotocopiar aquilo que nos dão e a segui-lo sem mais! Não sem um Motivo. E esse, somos nós que o criamos.»

Não. Herdamo-lo sempre.


«A Liberdade de escolha das coisas é sempre nossa,»

Essa, é. O motivo, também, mas por adopção.


"Porque fomos educados a honrar os pais e a defender os nossos - isto é coisa milenar, de todos os povos e todos os tempos. Os conceitos de Nação, de Etnia, de Raça, surgiram depois nas nossas mentes."
«Não. Há quem nunca tenha recebido educação sequer, ou pouco relevante, e decida perfilhar certos e determinados Princípios,»

Não pode decidir perfilhar certos e determinados princípios sem os conhecer. E só os conhece por meio da educação.


«Tantos que não têm referências e que abraçam logo uma que vejam!»

Que vejam - diz bem - e ver é conhecer. Só podem abraçar o que conhecem. Isto é, o que lhes foi mostrado. Aquilo que aprendem. E isso é educação.


"Não significa não. A Perfeição é realmente o Bem, o Belo."
«Significa que se é menos, ou seja, só somos Morais e perfeitos quando o somos, e quando não somos uma coisa não somos a outra. Dizer que somos imperfeitos é apenas dizer que houve alturas em que falhámos ou não fomos suficientemente bons.»

Correcto. Dizer que somos imperfeitos não é o mesmo que dizer que somos maus.


"Não. Mostram só o encadeado material."
«E mostram que, no meio, não há mais nada»

Não, não mostram, porque nunca puseram sequer a hipótese de que houvesse algo para além do material. Fixam-se nos resultados, nas engrenagens, mas não nos significados, que lhes são de todo indiferentes.


«Veja-se o caso de lançar uma bola: ninguém a pára e não são os Deuses a movê-la!»

Evidentemente que são. Os Deuses criam e mantém essa lei para que tudo continue a ser como é. As leis físicas que fazem com a bola se mova, são guardadas pelos Deuses.
E, aliás, o motivo pelo qual atirámos a bola até pode derivar dos Deuses.


"Não, não mostram isso, porque nunca em momento algum determinam que lei é que faz com que dado acto ocorra de um modo e não de outro."
«Mas há um conjunto de fenómenos materiais encadeados determinados por um dado modo de ser.»

Um dado modo de ser que pode ser determinado por uma Divindade.


"E há, de facto, forças que movem a matéria a todo o momento. Os próprios cientistas distinguem entre força electromagnética, força de gravidade, etc...."
«Mas essas são materiais e palpáveis»

Claro que o são. Mas são diferentes entre si. E o motivo da sua diferença reside na diferença entre os Deuses.


«São impulsos gerados e que quando gerados funcionam por si»

Funcionam por si porque os Deuses assim o querem, a todo o momento.


«E foram gerados por outras forças físicas que moldaram o Mundo.»

Outros Deuses ou os mesmos.


"Correcto. Mas nem tudo tem igual valor sacral."
«Só o Espírito.»

Que está em toda a matéria e acima dela.


"Plotino foi um dos últimos intelectuais do Paganismo, sim, mas eu nem disse que tudo é uno - só disse que o Divino, ou os Divinos, estão por trás, dentro e acima das matérias/vivências/actos que lhes correspondem."
«Mas não. Eles movem-se independentemente disso.»

Os Deuses movem-se independentemente disso porque são supra-materiais. Mas também movem a matéria e as suas leis.


"Depende da noção que tenha de livre."
«Pois. Há quem chame Liberdade não às suas escolhas mas ao deixar andar. Foi isso que distorceu o Idealismo, Kantiano e não só, do Iluminismo para o deboche do Romantismo, porque confundiram Liberdade (escolha) com "liberdade" (movimentos que não se param)»

A Liberdade é a possibilidade de se fazer o que se quer ou de não se fazer determinada coisa. A Liberdade é pois a escolha. E escolher o deixar andar é também um acto de liberdade. Escolher os movimentos que não se param, também o é. Nesse sentido, os Deuses escolhem o que querem, motivo pelo qual são livres.


"Além do mais, não vejo porque é que o conceito de «livre» tem de estar associado ao de «sagrado»."
«Porque só a Liberdade é Metafísica e Espiritual,»

O Destino também o é, e o Destino não é a Liberdade.


«e isto é Sagrado.»

O sagrado também está na matéria - mais numas matérias do que noutras. Por isso é que há locais sagrados.


"Depende da noção que Deles se tenha. Eu penso que não, mas enfim, prossigamos:"
«Até na Antiguidade se falava dos caprichos dos Deuses,»

Sim, mas Platão, por exemplo, negava que os Deuses tivessem procedimentos humanos. Seja como for, prossiga-se.


«que não seguiam nada com uma só cara, seguiam o que lhes apetecia, tratavam coisas iguais de forma diferente de acordo com as suas conveniências. Ninguém com Princípios defende isto!»

Claro que alguém com Princípios defende isso. As situações são diferentes e há muitos tipos de conveniências. Os Princípios não são dogmas ou mandamentos, são linhas de rumo orientadoras, aplicáveis de modos diferentes a situações diferentes.


"Claro que são. São livres de dar seguimento aos Seus caprichos."
«Repito: há quem chame Liberdade não às suas escolhas mas ao deixar andar»

E eu repito - deixar andar é também uma escolha.


"Um capricho não é algo que obrigue ninguém."
«Ninguém é obrigado a seguir um capricho, mas segui-lo é porque ele assim o determina,»

Não. É porque a vontade assim o quer.


«é ele e não nós quem nos guia as atitudes.»

Trata um capricho como se ele fosse um Deus ou um espírito?
De qualquer modo, o mesmo pode ser dito de um ideal: quem segue um ideal, deixa-se guiar por ele, e não por si próprio.


"Não há matéria que se chame paixão."
«Nomes»

Não são nomes, são factos. A paixão não é material.


«Mas as paixões são materiais e submissão à matéria»

Não são submissão à matéria. São precisamente o contrário: são submissão da matéria a desejos intensos, isto é, a algo que nasce no espírito.


"E a Paixão é uma forma de Espírito. Ou nunca ouviu falar da Paixão de Cristo?..:-)"
«Com esta é que o Wittgenstein dava voltas no túmulo! Já para não dizer o Sócrates! Paixão amor não tem nada a ver com Paixão sofrimento!»

Paixão sofrimento é bem menos elevada do que Paixão amor.


"E o que é o elevado? Quem o define?"
«Nós. Elevado é tudo o que nós queiramos que seja,»

Não. Não somos nós que determinamos o que é ou não elevado. As Deidades, bem como a Verdade, existem independentemente de As conhecermos ou não.


"A Paixão pela Nação é uma forma superior de Nacionalismo."
«O Ideal da Nação é superior à paixão»

A paixão pela Nação pode ser tão ou mais elevada do que um ideal, sobretudo se este for meramente teórico.


«Esta, aliás, é volátil, enquanto os Princípios, sendo Livres, não estão sujeitos (excepto na concretização prática) a interrupções»

A Paixão é um desses princípios. É volátil no humano, não porque seja em si volátil, mas porque o humano não é perfeito nem eterno e está sujeito a interrupções.


«Aquela é determinada por tudo. Estes, são determinados apenas por nós próprios»

Que por sua vez podemos ser determinados pelas paixões.
Você aplica uma doutrina materialista para as emoções e paixões e uma doutrina idealista para os seus ideais.
Ora, ou há moralidade, ou comem todos, como se costuma dizer. Não se pode largar as feras só contra os prisioneiros que não gostamos e depois dizer que os restantes prisioneiros é que são os bons da fita porque foram poupados pelas feras (que nós nunca contra eles lançámos). Experimente aplicar a mesma mentalidade científica-materialista aos seus valores e verá que, às tantas, pode começar a pensar que, se as emoções são visíveis pelos neurologistas e derivadas do corpo, os seus valores são escapes que a mente cria para fugir ao medo da aniquilação física - mais uma vez, algo de relativo ao corpo.


"Não. A Religião é que é a base da Mitologia."
«Tanto faz.»

Não é tanto faz não. A Religião consiste em rituais dedicados a determinadas Divindades. Para perceber melhor certas Divindades, existem os mitos. E, entretanto, há poetas que criam os seus mitos. Mas o original e o propósito de tudo isso é o ritual e o culto dos Deuses.


"Os caprichos são espirituais - não têm corpo e consistem em obsessões."
«Caprichos é o nome que se dá às coisinhas que se querem porque o corpo pede»

Não é corpo que pede. O corpo pede ar, água, comida para não morrer à fome, não pede prazeres específicos nem bibelots nem quadros nem cinema às sextas-feiras nem sexo com vinil. Tudo isto é determinado pelo espírito, não pelo corpo.


«Aliás, pessoas que ficaram com o cérebro afectado são mais caprichosas.»

Uma teoria como outra qualquer. Pessoas que sofreram choques psicológicos violentos ou graves frustrações sexuais ficaram mais espirituais. Aí estão os seus Princípios!

«Aí estão as suas Divindades!...»

Quem sabe. Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe lá se esta ou aquela lesão cerebral não despertam algo de diferente, mais rico, no ser humano. Se todo o mal que dada lesão cerebral fizer for aumentar um capricho, que seja por exemplo a satisfação sexual, então agradeça-se a Vénus!...


"A consciência também é espiritual e pode ser anulada com uma lesão cerebral."
«Não. O que é anulada é a percepção das coisas e os meios de que ela se serve para interagir, visto que estes têm condicionantes materiais. A consciência em si não é afectada,»

Evidentemente que é afectada se o cérebro ficar afectado e passar a ter menos percepção do mundo e de si próprio. Se os caprichos não existem fora do cérebro material, a consciência também não.

Aliás, os caprichos fazem parte da consciência. A consciência é personalidade e os caprichos dela fazem parte.



"Também. Explique, por seu turno, em que consistem os caprichos e em que é que se aplicam no caso dos Deuses."
«Não é é a mesma coisa! Quanto aos caprichos, repito: caprichos é o nome que se dá às coisinhas que se querem porque o corpo pede»

Não, o corpo não pede. Quem pede, é o espírito. O corpo só pode ar, água, comida para matar a fome. Não pede sequer um bife com pimenta se ficar satisfeito com um quilo de pão seco. É o espírito que pede determinado pitéu, determinado vício, determinado costume. Não é o corpo.

«Aliás, pessoas que ficaram com o cérebro afectado são mais caprichosas.»

Uma teoria como outra qualquer. Pessoas que sofreram choques psicológicos violentos ou graves frustrações sexuais ficaram mais espirituais. Aí estão os seus Princípios!

«Aí estão as suas Divindades!...»

Quem sabe. Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe lá se esta ou aquela lesão cerebral não despertam algo de diferente, mais rico, no ser humano. Se todo o mal que dada lesão cerebral fizer for aumentar um capricho, que seja por exemplo a satisfação sexual, então agradeça-se a Vénus!...



"Mas o problema era que o afirmava. E pior: queria converter outros a essa blasfémia. O Judaísmo, como não era universalista, foi deixado em paz."
«Podia e pode ser verdade. Mas também julgo que muitos não o crêem hoje, até é uma questão acessória. O que é certo é que cremos em Demónios mas não nos outros Deuses,»

Agora, não. No passado, sim.


«e não identificamos Júpiter e outros com Demónios»

Alguns cristãos, tais como São Martinho de Dume e Tertuliano, e outros, identificaram Júpiter e Outros com demónios sim.



"Mas a domesticação dos animais e a sua lealdade fazem parte da cultura étnica."
«Mas não da Etnia em si.»

Mas sim dos afectos da civilização dessa etnia.


"De modo algum. Os internacionalistas, pretendem anular particularismos em nome do universal obrigatório, como, por exemplo, o valor da espécie. Assim, é a sua posição que está mais próxima do internacionalismo, ao valorizar mais qualquer humano do que o nosso animal."
«Mas sendo humanos estamos mais próximos dos outros enquanto seres»

Fisicamente e mentalmente. Mas não afectivamente. E não culturalmente.


"Não necessariamente. Como bem disse Platão, a mitologia não é forçosamente verdadeira - ou pode sê-lo de um modo meramente simbólico.
Mas, já agora, os Deuses não se comportam como dominados, mesmo na mitologia, a não ser Uns pelos Outros."
«Cederem a coisas que para nós são materiais e não controladas,»

Não cedem a coisas materiais, apaixonam-se, o que é diferente. O sentimento, em si, é espiritual, não é material.


"Pode fazer parte da Moral ceder a um certo tipo de paixão."
«Não. Moral é tudo aquilo que não cede a paixões.»

Não. Moral é tudo aquilo que consiste em comportamento correcto.


"E eu creio que as Leis da Física podem ter sido criadas, e mantidas, por vários Deuses. Repare que os Deuses autenticamente indo-europeus, nem são propriamente criadores - são manipuladores do que já existe e guardiões da Ordem."
«E eu creio que foi um só, mas creio! Mas teve que haver, também pelo menos, o Deus Criador dos Deuses e das coisas. Ptah tinha esse papel no Egipto, ou o Demiurgo.»

Platão também considera a existência de um Deus desse tipo.


"Deve? Em todos os casos? A vontade humana é sempre superior à Natureza?"
«Sempre que queira e tenha meios para tal»

Mesmo quando contraria a Natureza?

9 de novembro de 2004 às 23:47:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

PEÇO-LHE POR FAVOR QUE AINDA NÃO RESPONDA A ESTA MENSAGEM, QUE NÃO TIVE TEMPO DE RESPONDER A TUDO E JÁ DEIXEI UMA PARTE DA ANTERIOR PARA TRÁS E DEPOIS É UMA CONFUSÃO.

"Concorda portanto que é errado não o fazer?"

Sim. Sem prejuízo de as reprovar por seguirem algo que não consideramos ser o melhor. Ainda que as consideremos más Pessoas, devemos "odiar o pecado e não o pecador".


"Eu, não desprezo alguém que não seja nacionalista só por não o ser."

Mas um não Nacionalista que não se imponha não é um verdadeiro defensor. Já se sabe que para eles conseguirem o que querem têm que o impôr, a não ser que fossem para um lado e nós ficassemos noutro. Se é alguém que deixa andar não é um verdadeiro não Nacionalista porque não é anti-Nacionalista. Ou é ou não é. E também não é Nacionalista.


"E é o facto de certa conformação mental ter levado a condenar as práticas religiosas das outras nações só por serem de outras nações que trouxe tanta intolerância e fanatismo ao Ocidente."

Não é por serem doutras Nações, é por serem de Religiões opostas. Nada de mais. Se se nos opõem, mal de nós que não nos defendêssemos. A única "intolerância" pretendida era na rejeição dessas práticas e nada mais.


"Na realidade, não alarga - dilui por dilatação indevida. Sendo assim, dissolve. Destrói, portanto."

Ou valoriza todos sem diluir, como eu vejo o Cristianismo e como é o meu Cristianismo. Se se dilui é porque não se valoriza.


"Depende do direito de cada qual. Não creio que lutar pela própria vida, por exemplo, possa ser considerado um acto de divisão. Quem divide, é quem toma a iniciativa de roubar o que é de outrem."

Divisão de posições é uma coisa. Existe sempre. Divisão nesses termos de destruir os outros à força, é outra. A divisão existe sempre, é o Princípio da Individuação de Friedrich Wilhelm Nietzsche. E é aí que eles pegam para, falaciosamente, alargarem a sua proibição da diferenciação como se houvesse umas diferenciações boas e outras más só por si, como se só até um dado ponto é que pudesse haver divisões.


"Não li o Corão. Mas as passagens que vi, indicam que nada do que agora se faz em nome da palavra de Maomé vai contra as suas escrituras, pelo contrário: há passagens em que se manda exterminar os pagãos."

Estranho. O Sheik Mounir, o Miguel de Sacadura Cabral Portas e o Miguel Andresen de Sousa Tavares dizem que não há lá nada. O que eu acho é que há passagens que permitem, bem ou mal, essa interpretação, de forma implícita, sugerida ou meramente extrapolada.


"Sim, e fez-se isso desde o princípio do Cristianismo até ao ponto em que as autoridades deste perderam o poder de o fazer."

Desde o princípio não. Nos Evangelhos e nos Actos dos Apóstolos e nos Livros Apócrifos não há nada disso, nem nos Livros Históricos posteriores até ao século II ou III. Até aí eram mais Pregadores e Eremitas. E há textos que elogiam a sua generosidade. A Moral nâo tem nada a ver com o que se passou depois. "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra." "Quem vive pela espada morre pela espada."


"Mas os modelos de vida e os valores das outras Divindades, eram sempre compatíveis entre si, basicamente, sendo adorados, na mesma sociedade, Deusas do prazer e Deuses da Guerra."

Mas não Deuses da Guerra e Deuses da Paz, ou Deuses da Castidade e Deuses do prazer. Etc.


"Claro que não. Mas não é por isso que eles se matam entre si ou que obrigam outros a mudar de opinião ou que os «expulsam» da religião. Fica cada qual com a sua visão de Krishna e ninguém se chateia por isso.
É este tipo de comportamento que um cristão não consegue perceber."

Não percebemos porque só uma coisa é verdade, porque cremos nisto e defendemos o que cremos ser verdade. Neste aspecto, Deus só pode ter uma face (tem várias, já sei, é Deus, mas não neste aspecto), como nós. Se tiver outra é outra coisa: se Deus condena a Gula, a Preguiça, a Luxúria, a Inveja, a Ira, a Cobiça e o Orgulho não pode ser a favor dos seus opostos!... Se é o (único) Criador do Mundo não pode aceitar mais nenhuma Divindade. Depende do que é aceite como verdade. Quem não a aceita, é reprovado. Ou queria que achassemos bem que os outros acrediassem em algo que consideramos falso? E sem ter que impôr nada pela força! Não houve sempre conversões que foram pacíficas? Olhe o Sócrates!... Além de que os outros avatares são tomados por certos, e ninguém se atreve a negá-los. Se alguém crê nos Deuses porque não em algo mais? Ou os Deuses já não podem ter Palavra? Como a Verdade é só uma, é óbvio que um agrupamento que só crê em A não pode aceitar quem creia em B. Se crê em B vá para outro lado porque B não faz parte de nós, quer seja contraditório quer não. Senão, deixa de ser o conjunto dos que crêem em A. Senão, era como meter estrangeiros cá. Deixa de ser o País A para ser outra coisa qualquer. E quem crê que algo é verdadeiro é óbvio que quer que os outros também passem a crer. Não se trata de compreensão factual mas de Fé em factos. Compreender é uma coisa, ser é outra.


"Alguns, consideravam sim. Vénus era das Deusas mais veneradas em todo o domínio romano."

Gostar é uma coisa. Considerar Virtude é outra.


"Respeitavam todos, mesmo que amassem uns e não gostassem doutros. De qualquer modo, Vénus nunca foi uma Deusa considerada como contrária à Justiça. E foi até bastante promovida na Roma dos valores e da aristocracia - Júlio César considerava-se descendente de Vénus; Venus Genetrix era uma das Divindades mais veneradas pelo fundador do Império, Octávio César Augusto; de resto, o próprio Eneias, figura central da Eneida, a maior obra literária da Romanidade, antepassado do fundador de Roma, era descendente de Vénus."

É sempre agradável descender dos Deuses. Cada um tem o background que tem. Além de que Vénus, ou seja, a Função Procriadora, é algo de fundamental.


"Morais, há muitas, tais como Espíritos, tais como Divindades."

Há, como considerava Immanuel Kant. A Liberdade Verdadeira é o limite. Mas há a de Deus, que é a que devemos seguir, mas só se o aceitarmos "de coração", ou seja, Livremente.


"Quem combateu a religião em si mesma?"

Os Japoneses e os Chineses combateram a Religião Cristã em si mesma. Ou combateram o que viram e que existia na altura, ou seja, Inquisidores!...


"Foi o que eu disse - para vós, só há uma fonte de verdade Divina. Sendo assim, a sabedoria pagã nada tem a ver convosco. Por isso, o Renascimento não veio beneficiar o Cristianismo, antes pelo contrário."

E não tem nada a ver connosco. São Divindades diferentes, para não dizer incompatíveis segundo o que nós cremos. O Renascimento não se reduz a Religião, e o resto ainda que baseado noutros Deuses pode ser adaptado, como é óbvio!...


"E o pior é determinar qual o Espírito a que se refere... quem pode interpretar bem?..."

A Razão. Que destrinça o que é que é Poético do que real, e não é difícil perceber que a Moral de J.C. é literal e qual é o Espírito da Sua Lei. Basta ir do caso concreto ao abstracto. Nada que qualquer Jurista não faça!... Este tipo de conteúdos é sempre literal. "Não matarás" não tem nada de poético. E ainda temos os Doutores da Igreja, claro.


"Os pagãos não aceitam é que algum iluminado diga que sabe o que as Divindades querem. É aí que reside a diferença."

Não?! Então e os Oráculos?... E os Sacerdotes?... Então como é que a Mensagem chega de Deus aos Homens? Estava sempre a ser rejeitada por o mensageiro ser humano! Bela maneira (estúpida) de lhe fugir!... Além de que se o Filho de Deus vier à Terra, porque é que não há de vir e ser verdade? Ele deu-nos Sinais.


"O culto pagão consiste na adoração, não na aceitação de uma determinada moral e cosmogonia. Isso, é já ideologia."

E como é que se adora se não se procura agradar-lhe com determinados comportamentos?... E porque é que não há de haver uma Ideologia Divina? Sendo que a Moral é Espiritual, também ela é Divina, visto que são da mesma natureza.


"Talvez ele não temesse nada disso, porque esses livros não faziam parte do ritual, que era a religião propriamente dita."

De vez em quando lá surgem coisas a mais ou que podem ser alteradas sem se desvirtuar o essencial. Se virmos as Missas de há 2.000 anos e as de hoje...


"Aquilo com que se educa, é a inteligência e a experiência. A vontade, vem depois, a partir do momento em que há escolhas."

Isso é no processo do nascimento e aprendizagem, segundo o Construtivismo de Jean Piaget. Só quando dispomos de meios para exercer a Liberdade é que podemos escolher, só quando temos por onde escolher. Mas ela está lá sempre, à espera...


"Não. Herdamo-lo sempre."

Mas só o perfilhamos se quisermos. Mas podemos reinventar algo que já foi inventado mas que nunca soubemos que o foi, ou seja, como se fossemos nós próprios os seus primeiros criadores.


"Essa, é. O motivo, também, mas por adopção."

Pois, foi o que eu disse.


"Não pode decidir perfilhar certos e determinados princípios sem os conhecer. E só os conhece por meio da educação."

Ou por os criar. É o Homem quem cria os seus Valores, nisso todos os Filósofos estão de acordo, mesmo os que desvalorizam a Educação.


"Que vejam - diz bem - e ver é conhecer. Só podem abraçar o que conhecem. Isto é, o que lhes foi mostrado. Aquilo que aprendem. E isso é educação."

Mas nem sempre se processa dessa forma.


"Correcto. Dizer que somos imperfeitos não é o mesmo que dizer que somos maus."

Se não fomos suficientemente bons é porque também fomos maus. Teoria dos Contrários!...


"Não, não mostram, porque nunca puseram sequer a hipótese de que houvesse algo para além do material. Fixam-se nos resultados, nas engrenagens, mas não nos significados, que lhes são de todo indiferentes."

Não a todos. E os significados cabem lá. Mas também não invalida que haja processos exclusivamente materiais. E que haja processos que não são da nossa autoria.


"Evidentemente que são. Os Deuses criam e mantém essa lei para que tudo continue a ser como é. As leis físicas que fazem com a bola se mova, são guardadas pelos Deuses.
E, aliás, o motivo pelo qual atirámos a bola até pode derivar dos Deuses."

Isso é quase o que eu creio: que Deus criou previamente essas Leis, mas depois elas funcionam por si. "Deus não é um titereiro" - olha, esta é do Baruch de Espinoza, mas esse era ateu ou defendia um Deus material, a sua afirmação só por si não nega o que dizem os Maçons, que Deus é o "Supremo Arquitecto do Universo".


"Um dado modo de ser que pode ser determinado por uma Divindade."

Isso já eu disse que concordava. A forma como se processa esse determinismo é que eu considero ser outra.


"Claro que o são. Mas são diferentes entre si. E o motivo da sua diferença reside na diferença entre os Deuses."

Ou na diferença de criação e formação, de acordo com as Leis da Física que o determinam.


"Funcionam por si porque os Deuses assim o querem, a todo o momento."

A todo o momento ou não.


"Outros Deuses ou os mesmos."

Ou não, ou só há um Divino mesmo no início.


"Que está em toda a matéria e acima dela."

Mas é diferente desta, e superior, Livre e imaterial, domina-a, e sem ele ela não é mais nada.


"Os Deuses movem-se independentemente disso porque são supra-materiais. Mas também movem a matéria e as suas leis."

Há quem creia nisso e quem creia que só são o Primeiro Motor e que só deram o "primeiro toque". S. Tomás de Aquino também acreditava nisso. Eu não. Mas pode ser que...


"A Liberdade é a possibilidade de se fazer o que se quer ou de não se fazer determinada coisa. A Liberdade é pois a escolha. E escolher o deixar andar é também um acto de liberdade. Escolher os movimentos que não se param, também o é. Nesse sentido, os Deuses escolhem o que querem, motivo pelo qual são livres."
"E eu repito - deixar andar é também uma escolha."

Nem sempre. Muitas vezes não temos meios de dominar a matéria, quando esta está em malfuncionamento. Quando deixamos de andar aquilo que move o que anda deixa de ser nós, ou seja, deixa de ser Livre. Só nós é que somos Livres, não os movimentos, que dependem de nós. Assim que deixamos de dirigir, os movimentos continuam a não ser livres, mas nós não estamos a exercer a nossa Liberdade, pois esta é acção. A omissão é rejeição do agir Livre. Quando a matéria deixa de ser agida por nós deixa de se processar um acto Livre. Passamos a ter só a matéria a andar por aí, sem Espírito nenhum. Mesmo quando renunciamos fazer algo é porque o Espírito se move nesse sentido e faz mover outras forças noutra direcção. A inacção pura não existe. E essa inacção nunca é porque a Alma quer, mas porque o corpo quer. Sem o corpo ter impulsos, por si só e não por terem sido gerados, em dado sentido, o consentimento puro e simples da Alma não gera qualquer espécie de movimento. Ao passo que quando a Alma deixa que seja o corpo a mover-se esse acto já não depende do corpo, mas da Alma, ou seja, já não é o corpo que quer mas a Alma e, por isso, não é a Alma que deixa andar mas é a Alma que domina, e aí os actos integram-se no grupo daqueles em que é a Alma que domina. Ou então teríamos um paradoxo. Logo, quando deixamos andar, é o corpo que domina. Só é Livre o que é comandado por nós. Deixar andar é um comando nosso, logo, não é deixar andar. Aquilo que é deixado andar não é movido por nós, o seu movimento não depende da nossa escolha até que nós o voltemos a dirigir, visto que há momentos em que a Liberdade não intervém. Senão, estaríamos a afirmar que o acto que não é movido por X é movido por X!... Sem intervenção não há acção, não há influência.


"O Destino também o é, e o Destino não é a Liberdade."

Não é necessariamente imaterial. A concepção de Destino pode é ser a Liberdade dos Deuses e então imaterial. Ou então, é uma condicionante material, e, nesse caso, estando Deuses e Homens sujeitos a ele, já não seriam Espirituais, apenas o Destino o seria, pois o Espírito não domina o Espírito, só a matéria no qual ele se manifesta. Era como se Deus andasse a intervir constantemente na História. Se assim fosse, Deus seria omnipotente sobre o nosso Espírito / a nossa Liberdade e teríamos um paradoxo. O Destino é Livre, nós é que ainda que o sejamos podemos ser bloqueados, mas nunca ao nível do Espírito. O potencial de Liberdade está cá, é inerente, até por se ser da mesma Natureza que o Destino, qualquer que ela seja. O Destino mais não é do que uma Entidade que intervém sobre as outras, tal como a Liberdade duma Pessoa na prática se faz à custa de Liberdade de movimentos doutra. É no campo prático e não metafísico que isto se passa.


"O sagrado também está na matéria - mais numas matérias do que noutras. Por isso é que há locais sagrados."

Mais não é porque é onde o Divino se manifesta.


"Sim, mas Platão, por exemplo, negava que os Deuses tivessem procedimentos humanos. Seja como for, prossiga-se."

Então, negava os comportamentos antropomórficos das Mitologias. Sócrates é que via os Deuses como seres perfeitos.


"Claro que alguém com Princípios defende isso. As situações são diferentes e há muitos tipos de conveniências. Os Princípios não são dogmas ou mandamentos, são linhas de rumo orientadoras, aplicáveis de modos diferentes a situações diferentes."

Depende. Uma coisa é adaptar um modelo abstracto ao caso concreto e outro é fugir a essa adaptação, aplicando ou outro Princípio ou outro critério doutra natureza. Que são Dogmas e Mandamentos isso são, visto que é em torno deles e não doutras "linhas de orientação" que nos devemos orientar, sem prejuizo da adaptação ao caso concreto.


"Não. É porque a vontade assim o quer."

Não! Então agora quer convencer-me que eu tenho caprichos porque quero?! "Queria tanto, bem tentei", nunca ouviu dizer?... Quer dizer, aparece-me uma merda qualquer que eu não desejei e que só me incomoda e não depende de mim, e vem um qualquer dizer que é porque eu quero?!


"Trata um capricho como se ele fosse um Deus ou um espírito?
De qualquer modo, o mesmo pode ser dito de um ideal: quem segue um ideal, deixa-se guiar por ele, e não por si próprio."

As atitudes são materiais, até podem ser guiadas por outras coisas materiais, também. O Espírito é que não o é. Lá porque o Espírito move a matéria, não quer dizer que seja o único! Se sigo um Ideal é porque o quis, e porque estou sempre a mantê-lo, a cada momento, e a renová-lo. Seguir um Ideal é tomar uma e mais decisões e acções, e iso faz-se Livremente. Não o deixo mandar, mando nele.


"Não são nomes, são factos. A paixão não é material."

É sim. É o nome que se dá a uma coisa material. Ao que a gera chama-se-lhe outra coisa se se acredita que é Espiritual. Mas, nesse caso, deixava de ser uma paixão. Ou é o Espírito que faz com que se sintam impulsos reprodutivos que apenas dependem da Natureza e da evolução e têm uma função puramente fisiológica?...


"Não são submissão à matéria. São precisamente o contrário: são submissão da matéria a desejos intensos, isto é, a algo que nasce no espírito."

Só se chama paixão ao Dever e à Liberdade, e aí é uma salganhada.


"Paixão sofrimento é bem menos elevada do que Paixão amor."

Depende. Há Amor decisão Livre de valorizar algo contra todas as limitações físicas, e há amor serviço do que é físico (satisfação, reprodução) que ainda que vá contra muito do que é físico mais não é do que para concretizar-se em função duma contingência material e não por Livre Vontade independente de ditames materiais e alheios. Dão-lhes nomes iguais desde sempre, é mais um uso incorrecto da linguagem em termos Wittgensteinianos, que levou a confundir ambas as coisas, uma Dedicação Moral Livre e um impulso carnal e porco.


"Não. Não somos nós que determinamos o que é ou não elevado. As Deidades, bem como a Verdade, existem independentemente de As conhecermos ou não."

O que é Espírito é elevado em si mesmo. O que é Lei Moral é o Espírito que cria e, sendo fruto deste, é elevado porque nós assim queremos, e o que o Espírito determina e abençoa é, por isso mesmo, elevado por ele também o ser. Os actos do Espírito são elevados, como ele, pois Espírito e actos são fruto do mesmo, do Metafísico.


Imperador

10 de novembro de 2004 às 19:16:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"A paixão pela Nação pode ser tão ou mais elevada do que um ideal, sobretudo se este for meramente teórico."

Só em termos duma Ética de resultados. A Vontade prática é a realização / concretização da teórica, da mesma Natureza e através da qual adquire valor. A paixão nunca é mais elevada porque não é controlada e é puramente contingencial: sem o Espírito a mandar, pára e arranca segundo a vontade dos outros, ao passo que connosco no comando, vai até onde nós quisermos. Ou o Espírito não fosse superior à matéria. Mas você é que acredita que as paixões são imateriais: nesse caso, o que é que distinguiria um acto Espiritual duma paixão? Nada. Era a mesma coisa. A questão é quais os actos que são Espirituais e quais é que não o são.


"A Paixão é um desses princípios. É volátil no humano, não porque seja em si volátil, mas porque o humano não é perfeito nem eterno e está sujeito a interrupções."

É volátil como tudo o que é material. Mas, sendo o Espírito perfeito - são os limites da matéria que o tornam imperfeito - uma Paixão Espiritual só seria volátil por nós o decidirmos e não por ter sido afectada pela matéria. O que não é perfeito nem eterno, e está sujeito a interrupções, não é a Alma, é o corpo que se cansa, que se consome, arde (como dizia William Shakespeare), e dorme.


"Que por sua vez podemos ser determinados pelas paixões.
Você aplica uma doutrina materialista para as emoções e paixões e uma doutrina idealista para os seus ideais.
Ora, ou há moralidade, ou comem todos, como se costuma dizer. Não se pode largar as feras só contra os prisioneiros que não gostamos e depois dizer que os restantes prisioneiros é que são os bons da fita porque foram poupados pelas feras (que nós nunca contra eles lançámos). Experimente aplicar a mesma mentalidade científica-materialista aos seus valores e verá que, às tantas, pode começar a pensar que, se as emoções são visíveis pelos neurologistas e derivadas do corpo, os seus valores são escapes que a mente cria para fugir ao medo da aniquilação física - mais uma vez, algo de relativo ao corpo."

Não somos nós que somos determinados pelas paixões, mas sim o nosso corpo. Aplico uma doutrina materialista para o que é material e uma doutrina idealista para os ideais, como é lógico. O problema é que você considera as paixões imateriais e, por essa lógica, teríamos que as incluir na Metafísica. Supondo que o seriam, então, sendo nossas e Espirituais só podiam ser fruto da nossa Alma e, por isso, seriam incluídas nos actos ideais, e, nesse caso, seriam dependentes apenas de nós próprios. Se para si a Alma tem acções não livres, então é porque tem Algo a comandar e não é um Espírito, são dois ou mais, o que é um paradoxo porque a nossa identidade de consciência é uma só. E foi por aplicar a mesma doutrina materialista que concluí que os ideais são imateriais: são construções do cérebro, é certo, mas, apesar de cientificamente ambas serem verificáveis nas suas manifestações físicas, não foi por aí que eu cheguei lá: eu cheguei lá porque, independentemente do que os Cientistas vêem, há algo mais: há o nosso controlo: se fomos nós a controlar é porque não foi a matéria do cérebro, ao passo que se não fomos ou foi o próprio corpo ou então estamos possuídos!... É pela Causa que se percebe a Natureza da coisa (Sócrates, "Fédon", sobre os problemas da Natureza e da sua Causa). Se é a nossa Alma é porque é imaterial. Se foi o corpo sozinho é porque é material. Só nós "cá dentro" é que percebemos isso. Intuição básica.


"Não é tanto faz não. A Religião consiste em rituais dedicados a determinadas Divindades. Para perceber melhor certas Divindades, existem os mitos. E, entretanto, há poetas que criam os seus mitos. Mas o original e o propósito de tudo isso é o ritual e o culto dos Deuses."

Não há Religião sem conhecer a Divindade, ou seja, sem o Mito. Caso contrário, é tudo uma invenção.


"Não é corpo que pede. O corpo pede ar, água, comida para não morrer à fome, não pede prazeres específicos nem bibelots nem quadros nem cinema às sextas-feiras nem sexo com vinil. Tudo isto é determinado pelo espírito, não pelo corpo."

Ai não?! Então o que é? A nossa Vontade não foi de certeza, isso lhe garanto! (Tantas vezes que queremos resistir é porque não depende de nós, pois, se dependesse, não haveria esse problema.) Pede porque os gostos são também para satisfazer o corpo e são pré-determinados, ainda que mudem não foi por nós queremos, foi por nos sentirmos fartar. E isso não é uma manifestação de escolha. São necessidades mais desenvolvidas do corpo que têm a ver com a curiosidade instintiva para a sobrevivência (experiências com macacos) e com o prazer que elas geram, ou seja, o corpo pede esse prazer, pede que as hormonas e tudo o mais se movimentem. (1)


"Uma teoria como outra qualquer. Pessoas que sofreram choques psicológicos violentos ou graves frustrações sexuais ficaram mais espirituais. Aí estão os seus Princípios!"

Sim, mas esses não são verdadeiros seguidores de Princípios. Só é verdadeiro seguidor de Princípios quem os segue com uma motivação puramente sua. Alguém que se dedica à Religião para conforto e distanciamento está a fazê-lo apenas por prazer, pelos motivos errados, não por Amor à Lei Moral e aos Princípios mas apenas porque precisa de algo.


"Quem sabe. Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe lá se esta ou aquela lesão cerebral não despertam algo de diferente, mais rico, no ser humano. Se todo o mal que dada lesão cerebral fizer for aumentar um capricho, que seja por exemplo a satisfação sexual, então agradeça-se a Vénus!..."

Riqueza material. E desnecessária. E provocada por alguém que não Vénus!...


"Evidentemente que é afectada se o cérebro ficar afectado e passar a ter menos percepção do mundo e de si próprio. Se os caprichos não existem fora do cérebro material, a consciência também não."

A Alma existe mesmo para além da morte. Não tem é o suporte que antes tinha. Então crê na Espiritualidade e vem-me com esta?! Nós continuamos com Consciência independentemente do resto. Ainda que nos cortem esta ou aquela parte do cérebro, o que é facto é que ela continua lá. Porque é imaterial. Se se tirar uma parte do cérebro a um e a outra parte a outro, ela continua lá. Mesmo que percamos qualidades e recordações continuamos a ter consciência do que ficou. O que fica afectado é o campo material da sua projecção, tal como acontece com alguém que era livre e foi preso, ficou com o seu espaço reduzido, mas continua a ser. A consciência não fica dividida em dois nem sofre alterações em si mesma por dispor de mais ou menos recursos. Continua a ser o que é. Continuamos a ter a consciência apesar de todas as outras alterações (células do cérebro que afinal até se renovam, amputações, a electricidade do cérebro que é sempre diferente, porque a de há um ano já se foi, etc).


"Aliás, os caprichos fazem parte da consciência. A consciência é personalidade e os caprichos dela fazem parte."

Temos consciência deles, mas não os criamos, não partem de nós. Uma coisa é controlar o que parte de nós e outra é controlar o que não parte. O facto de se poder controlar não quer dizer que tenha nascido de nós. Tão certo como nós controlarmos coisas exteriores a nós.


"Não, o corpo não pede. Quem pede, é o espírito. O corpo só pode ar, água, comida para matar a fome. Não pede sequer um bife com pimenta se ficar satisfeito com um quilo de pão seco. É o espírito que pede determinado pitéu, determinado vício, determinado costume. Não é o corpo."

Ver acima (1). O vício do tabaco é provocado tão somente por se encher o corpo duma substância que ele próprio produz e que deixa de produzir por a receber e passar a ter a mais, passando a carecer dela por via exterior. A droga idem. Bioquímica da mais simples.


"Agora, não. No passado, sim."

Talvez. Mas, como saber se seria unânime? Não era sequer matéria dos Concílios!... Era de somenos importância, como eu disse, era uma questão meramente acessória. É a Fé em Deus e não no Diabo o que nos move!...


"Alguns cristãos, tais como São Martinho de Dume e Tertuliano, e outros, identificaram Júpiter e Outros com demónios sim."

Mas essas Doutrinas não tiveram eco, pelo menos grande. Nem se procurou criar nenhum Dogma que o afirmasse peremptoriamente.


"Mas sim dos afectos da civilização dessa etnia."

Pois, claro.


"Fisicamente e mentalmente. Mas não afectivamente. E não culturalmente."

Pois. Era o que eu dizia. Além disso, os afectos e a cultura podem e devem ser dirigidos para aquilo que é igual ou semelhante a nós fisicamente e mentalmente, nas devidas proporções. Excepto na parte Espiritual, que é igual.


"Não cedem a coisas materiais, apaixonam-se, o que é diferente. O sentimento, em si, é espiritual, não é material."

Mas se é a mesma coisa, você é que acha que não! Se fosse esse o caso, mais não fariam do que decidir livre e conscientemente e, nesse caso, não se apaixonavam, lideravam as paixões.


"Não. Moral é tudo aquilo que consiste em comportamento correcto."

E só é correcto o que nós consideramos correcto. Não existe uma Correcção para lá do Ser que a cria, Divino ou Humano. A correcção não se limita a satisfações, mas sim a Vontades. A nossa Vontade é Soberana. A Liberdade é tudo. Se não queremos algo, como é que o podemos considerar correcto? E se consideramos a matéria correcta não é por querermos mas por sua influência. Sem ela ou nada feito ou seria da nossa Livre escolha.


"Mesmo quando contraria a Natureza?"

É esse Poder de contrariar a Natureza física que nos distingue dela. É dentro dessa possibilidade, a Vontade é essa possibilidade, que nós podemos fazer e ser aquilo que somos. É essa faculdade de não estarmos limitados a obedecer ao corpo e a servi-lo, apenas, toda a vida que nos eleva e dá sentido à própria vida. Sermos capazes de fazer o que queremos. Para sustentar o corpo ela não faz falta. Somos algo que quer agir para além dele. Só devemos sustentar-nos na medida em que tal permita usar a nossa parte física de forma a que a Alma possa agir o mais possível, e não para lhe retirar essa Liberdade. Ou questionará aqueles que querem realmente fazer o que querem? Se queremos ir contra a Natureza, contra tudo, sacrificarmo-nos, então, é o que nós queremos, e por Princípio, porque sim, e não porque agrada, e apenas por isso, pois vale por si própria. Porque é que agimos livremente? Porque sim, porque queremos. Não há porquês, a Liberdade é mesmpo assim: é um querer em si mesmo. É a nossa maior força, é apenas isso: nós queremos, ponto final. É Humano sabê-lo e querê-lo, é inerente e todos o sabem. "O Homem está condenado a ser Livre" (Jean-Paul Sartre).


Imperador


"Isso é muito discutível e não está ainda estabelecido... mas olhe que, de acordo com as investigações genéticas mais recentes, se existe um gene ariano, ele é mais forte na Ucrânia, e na Polónia, do que em qualquer outro lugar..."

É verdade. Mas é quase tão forte uma influência quanto a outra.


"Nem por isso. Não se deixe enganar por Arthur Kemp."
"Ao fim ao cabo, tudo indica que os povos mediterrânicos, na Europa, desapareceram, excepção feita ao País Basco."

Então donde vêm eles? Eu tirei essa informação do site Racial Reality, e aí consta que os povos ditos Celtas foram mais celtizados culturalmente, porque etnicamente não são Arianos, pouco sangue Ariano têm, ou nenhum, nalguns casos. Os Irlandeses são geneticamente iguais aos Bascos. E a origem de todos, e de parte da Ascendência do restante da Europa também é Mediterrânica e não Ariana. Até os Semitas têm origem parte Mediterrânica.


"Motivos geoestratégicos, talvez."

Ou identidade.


"Mas muitos deles foram arrancados às suas próprias famílias, em tenra idade, e educados por famílias cristãs. Além do mais, muitos dos que abandonaram a religião, também queriam certamente abandonar a etnia. Dissidentes, há em toda a parte. De qualquer modo, existem judeus até hoje em todos os países onde viveram cristãos-novos."

Mas mudar de Religião não implica destruir Etnias.


"Mas não se sabe qual a dimensão da mistura - se os Índios são mestiços de ameríndio com caucasóide ou não."

Sabe-se que esses são um pouco e os outros não.


"Pois é mesmo isso que estou a dizer - a propaganda não é algo que derive do desejo, pelo contrário, deriva do «ideal», por mais perverso que este seja."

Mas sem desejos... Se eles não desejassem nem se aproximavam. Nenhum dos que defende a misturada se une a estrangeiros sem sentir nada por eles. Se não sentisse haveria o risco, mas pelo menos percebiam que os estrangeiros não são melhores do que nós. Só acham que sim, em parte, por estarem apaixonados.


"Mas, na generalidade, evitavam misturas. Repare que até um dos maiores sábios de Atenas, Aristóteles, que até educou Alexandre Magno, morreu sem conseguir nunca ser cidadão ateniense - simplesmente porque era de origem estrangeira."

Mas aconteceu, raramente.


"Talvez."

Em parte controlo, em parte Devoção. Um onde o outro não existe.


"Mas, para isso, não é preciso combater os instintos. É só preciso combater os ideais que querem virar os instintos do avesso."

Não, é preciso é combater os instintos que se aproximam, mesmo sem ideias de miscigenação intencional, de Estirpes que não a nossa. É que mesmo com Ideais de Identidade as potencialidades de paixões por estrangeiros continuam lá... Eles já têm essa propensão independentemente dos Valores. O que uns querem é usá-los para benefício das suas ideias. Esses, sem gostarem de estrangeiros, não se uniriam a eles. E nós queremos valorizar a outra parte desse instinto pelas nossas. Se eles não tivessem essa vertente nem sequer seria preciso controlá-los por esses Motivos.


Imperador


AGORA SIM, ACABEI

11 de novembro de 2004 às 14:44:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Ainda que as consideremos más Pessoas,»

Considera más pessoas as que têm religião diferente da sua?...


"Eu, não desprezo alguém que não seja nacionalista só por não o ser."
«Mas um não Nacionalista que não se imponha não é um verdadeiro defensor»

Não é preciso desprezar o oponente para se impor. Depende do oponente em
questão.


«não é um anti-nacionalista»

Era a estes que me referia quando disse «não nacionalistas». Os indiferentes
não são nacionalistas, mesmo que não sejam anti-nacionalistas.


"E foi o facto de certa conformação mental ter levado a condenar as
práticas religiosas das outras nações só por serem de outras nações que
trouxe tanta intolerância e fanatismo ao Ocidente."
«Não é por serem doutras Nações, é por serem de Religiões opostas»

Mas quem cria essa oposição é quem as condena em nome de uma religião
universalista e totalitária. Os outros povos não sentiam essa tendência para anatemizar as religiões dos outros povos. Só os Judeus o fizeram, possivelmente porque o clero hebraico queria unir o povo em torno do culto a uma Divindade nacional e, sendo assim, consideraram que o melhor modo de o fazer, seria demonizar o culto de outros Deuses, dos povos vizinhos, que odiavam os Judeus e que por estes eram odiados. Entre os Deuses vizinhos, estavam Baal e Astarte. Os cristãos e, posteriormente, os muçulmanos, herdaram essa intolerância, que é puramente religiosa no caso destes dois últimos.


"Depende do direito de cada qual. Não creio que lutar pela própria vida, por
exemplo, possa ser considerado um acto de divisão. Quem divide, é quem toma a
iniciativa de roubar o que é de outrem."
«Divisão de posições é uma coisa. Existe sempre. Divisão nesses termos de
destruir os outros à força, é outra. A divisão existe sempre, é o
Princípio da Individuação de Friedrich Wilhelm Nietzsche. E é aí que eles
pegam para, falaciosamente, alargarem a sua proibição da diferenciação como
se houvesse umas diferenciações boas e outras más só por si, como se só
até um dado ponto é que pudesse haver divisões.»

Concordo.


"Não li o Corão. Mas as passagens que vi, indicam que nada do que agora se faz
em nome da palavra de Maomé vai contra as suas escrituras, pelo contrário:
há passagens em que se manda exterminar os pagãos."
«Estranho. O Sheik Mounir, o Miguel de Sacadura Cabral Portas e o Miguel
Andresen de Sousa Tavares dizem que não há lá nada.»

Veja em http://www.islamic-state.org/khilafah/sovereignity-allah.html

Veja em

"E aqueles que não julgaram por aquilo que Alá vos revelou, são
infiéis." [TMQ 5:44]


"E aqueles que não julgarem por aquilo que Alá vos revelou, são
opressores." [TMQ 5:45]
"E aqueles que não julgarem por aquilo que Alá vos revelou, são
pecadores." [TMQ 5:47]
"Portanto julguem entre eles por aquilo que Alá vos revelou, e sigam não os
seus desejos, mas estejam atentos às tentações que eles vos porão para
renunciardes mesmo a uma pequena parte daquilo que Alá vos revelou." [TMQ
5:49]
"E aquilo que Alá vos cometer, aceitai. E aquilo que ele proibir, abstei-vos
de fazê-lo. E não abandonem a vossa obrigação perante Alá, pois Alá é
severo na retribuição (pena, castigo)." [TMQ 59:7]
"Acreditais numa parte do Livro e rejeitais o resto? Então, qual é a
recompensa daqueles de entre vós que pensam assim, excepto a desgraça na vida
neste mundo, e serem consignados ao tormento mais horrível no Dia do
Julgamento." ."[TMQ 2:85]
E há passagens nas quais se incita, formalmente, à matança dos pagãos. Os que pretendem fazer crer que o Islão é puramente pacifista, é que dizem que afirmações dessas são para ser entendidas em «sentido figurado». Mas isso é o que eles dizem... não foi o que Moisés FEZ.



"Sim, e fez-se isso desde o princípio do Cristianismo até ao ponto em que as
autoridades deste perderam o poder de o fazer."
«Desde o princípio não»

Desde o princípio, sim. Tertuliano já dizia que os Deuses pagãos eram demónios. Os cristãos, assim que chegaram ao poder, começaram a perseguir os crentes de outras religiões.


"Mas os modelos de vida e os valores das outras Divindades, eram sempre
compatíveis entre si, basicamente, sendo adorados, na mesma sociedade, Deusas
do prazer e Deuses da Guerra."
«Mas não Deuses da Guerra e Deuses da Paz, ou Deuses da Castidade e Deuses do
prazer»

Podiam ser adorados pelas mesmas pessoas, embora em ocasiões diferentes, dependendo das conveniências.



"Claro que não. Mas não é por isso que eles se matam entre si ou que obrigam
outros a mudar de opinião ou que os «expulsam» da religião. Fica cada qual
com a sua visão de Krishna e ninguém se chateia por isso.
É este tipo de comportamento que um cristão não consegue perceber."
«Não percebemos porque só uma coisa é verdade,»

Crer que só uma coisa é verdade não implica que se tente obrigar os outros a mudar de opinião ou que se mate esses outros ou que se expulse esses outros da religião. É, de facto, isto que os cristãos não compreendem. Não admira pois que sejam intolerantes.


«Deus só pode ter uma face (tem várias, já sei, é Deus, mas não neste aspecto), como nós»

Essa face pode ser vista de perspectivas diferentes.


«Se tiver outra é outra coisa: se Deus condena a Gula, a Preguiça, a Luxúria, a
Inveja, a Ira, a Cobiça e o Orgulho não pode ser a favor dos seus opostos!...»

Essa diferença não é da mesma natureza que a de considerar que Ghandi é ou não um dos avatares de Krishna. Não confunda as coisas.


«Se é o (único) Criador do Mundo não pode aceitar mais nenhuma Divindade»

Pode, tal como Platão explica no Timeu: pode ter criado outras Divindades para cuidarem de certos aspectos do Cosmos.
Além do mais, não se trata de Deus aceitar ou não – trata-se de os devotos aceitarem que haja devotos de outras religiões cujo(s) Deus(es) é(são) diferente(s).


«Ou queria que achassemos bem que os outros acrediassem em algo que consideramos
falso?»

Não é questão de achar bem. É questão de não hostilizar outros por considerarem que esses outros acreditam em algo que VOS parece falso.


«Não houve sempre conversões que foram pacíficas? Olhe o Sócrates!...»

O Sócrates converteu-se pacificamente a quê?...


«Além de que os outros avatares são tomados por certos, e ninguém se atreve a negá-los.»

Mas são lendários. E não sei se alguém os nega ou não.


«Se alguém crê nos Deuses porque não em algo mais?»

Se alguém crê nos Deuses, porque é que tem de acreditar em algo mais?


«Ou os Deuses já não podem ter Palavra?»

E quem é o porta-voz?


«Como a Verdade é só uma,»

Mas pode ser vista de vários ângulos,


«é óbvio que um agrupamento que só crê em A não pode aceitar quem creia em B.»

Um agrupamento que só crê em A, não tem de hostilizar quem creia em A e em B.


«Se crê em B vá para outro lado porque B não faz parte de nós, quer seja contraditório quer não.»

Depende da natureza desse B. Isso é essencial ter em mente.


«Senão, era como meter estrangeiros cá.»

Não era, porque a essência dos estrangeiros é diferente. E as discordâncias de doutrina nem sempre implicam uma alteração radical de religião, como é o caso da crença de Ghandi como avatar.


«E quem crê que algo é verdadeiro é óbvio que quer que os outros também passem a crer.»

Depende desses outros. Eu posso crer que toda a Europa devia prestar culto aos seus Deuses antigos, mas isso não acontece por eu pensar que só esses Deuses são verdadeiros. Fora isso, não há qualquer necessidade de querer que outros passem a crer em certa e determinada verdade.


«Não se trata de compreensão factual mas de Fé em factos»

Quais factos?


"Alguns, consideravam sim. Vénus era das Deusas mais veneradas em todo o
domínio romano."
«Gostar é uma coisa. Considerar Virtude é outra.»

Gostar e venerar é bem superior a considerar Virtude.


"Respeitavam todos, mesmo que amassem uns e não gostassem doutros. De qualquer
modo, Vénus nunca foi uma Deusa considerada como contrária à Justiça. E foi
até bastante promovida na Roma dos valores e da aristocracia - Júlio César
considerava-se descendente de Vénus; Venus Genetrix era uma das Divindades
mais veneradas pelo fundador do Império, Octávio César Augusto; de resto, o
próprio Eneias, figura central da Eneida, a maior obra literária da
Romanidade, antepassado do fundador de Roma, era descendente de Vénus."
«É sempre agradável descender dos Deuses»

Isso não é argumento. Havia tantos/as Deuses/as, podiam ter escolhido outro/a qualquer.


«Além de que Vénus, ou seja, a Função Procriadora, é algo de fundamental.»

Sim – de sagrado, de divino.


"Morais, há muitas, tais como Espíritos, tais como Divindades."

«Há, como considerava Immanuel Kant. A Liberdade Verdadeira é o limite»

Limite de quê e como?


«Mas há a de Deus,»

Qual deles?


"Quem combateu a religião em si mesma?"
«Os Japoneses e os Chineses combateram a Religião Cristã em si mesma. Ou
combateram o que viram e que existia na altura, ou seja, Inquisidores!...»

Na altura e antes. Porque o zelo fanático dos inquisidores não era maior do que o dos cristãos que séculos antes destruíam templos pagãos e assassinavam os que permaneciam fiéis aos antigos Deuses.


"Foi o que eu disse - para vós, só há uma fonte de verdade Divina. Sendo
assim, a sabedoria pagã nada tem a ver convosco. Por isso, o Renascimento não
veio beneficiar o Cristianismo, antes pelo contrário."
«E não tem nada a ver connosco. São Divindades diferentes, para não dizer
incompatíveis segundo o que nós cremos. O Renascimento não se reduz a
Religião, e o resto ainda que baseado noutros Deuses pode ser adaptado, como é óbvio!...»

Mas uma parte desse resto é oposto ao espírito judaico-cristão. E foi assim que a hegemonia judaico-cristã começou a cair na Europa.


"E o pior é determinar qual o Espírito a que se refere... quem pode interpretar bem?..."

«A Razão. Que destrinça o que é que é Poético do que real,»

E não se pode ser poético e dizer a verdade?


«não é difícil perceber que a Moral de J.C. é literal»

Então, quando diz que vem lançar o conflito entre os homens, mesmo no seio das famílias, e quando afirma de facto a dissolução dos laços familiares em nome dos laços doutrinais, deve interpretar-se literalmente?


"Os pagãos não aceitam é que algum iluminado diga que sabe o que as
Divindades querem. É aí que reside a diferença."
«Não?! Então e os Oráculos?»

Os Oráculos diziam o que podia acontecer, mas não obrigavam a absolutamente nada. Até porque a Sua consulta era livre.

«E os Sacerdotes?»

Só mandavam em questões de ritual. Não em questões de moral ou de consciência.


«Então como é que a Mensagem chega de Deus aos Homens?»

Qual Mensagem?


«Estava sempre a ser rejeitada por o mensageiro ser humano!»

A verdadeira Mensagem, está à vista de todos: está na celsitude do céu, está na excelência do raio, no esplendor solar, na beleza da terra, na altivez das montanhas, na coragem de um combatente, na doçura das águas e no glamour de uma mulher atraente. É aí que está a Mensagem.


«Bela maneira (estúpida) de lhe fugir!..»

Verdadeiramente estúpido é abdicar de todo o passado religioso só porque determinado alienígena de Cascos de Rolha resolveu dizer que a partir de agora, as coisas tinham de ser como ele dizia. Eis o que, além de estúpido, é escandaloso.


« Além de que se o Filho de Deus vier à Terra, porque é que não há de vir e ser verdade?»

E porque é que há-de ser verdade só porque determinado sujeito o diz, «eu sou filho de Deus!»?
Era o que faltava.


«Ele deu-nos Sinais.»

Aceite-os quem quiser.


"O culto pagão consiste na adoração, não na aceitação de uma determinada moral e cosmogonia. Isso, é já ideologia."
«E como é que se adora se não se procura agradar-lhe com determinados
comportamentos?»

Determinados comportamentos que sempre fizeram parte da cultura do povo, e são vários, adequados a diferentes tipos de pessoas. Não são revelados de uma só vez, como caminho único.


«E porque é que não há de haver uma Ideologia Divina?»

Só se for a minha... não tenho motivos para achar que seja a dos outros... para bom entendedor, meia palavra basta.


«Sendo que a Moral é Espiritual, também ela é Divina, visto que são da mesma
natureza.»

Mas cada Divindade tem a sua própria Ética.



"Talvez ele não temesse nada disso, porque esses livros não faziam parte do ritual, que era a religião propriamente dita."
«De vez em quando lá surgem coisas a mais ou que podem ser alteradas sem se desvirtuar o essencial. Se virmos as Missas de há 2.000 anos e as de hoje...»

Bem vê.


"Aquilo com que se educa, é a inteligência e a experiência. A vontade, vem depois, a partir do momento em que há escolhas."
«Isso é no processo do nascimento e aprendizagem, segundo o Construtivismo de
Jean Piaget. Só quando dispomos de meios para exercer a Liberdade é que podemos escolher, só quando temos por onde escolher. Mas ela está lá sempre, à espera...»

Ora afinal concorda.


"Não. Herdamo-lo sempre."
«Mas só o perfilhamos se quisermos»

Ora isso é outra coisa. O que discutíamos era o que vinha primeiro. E o que vem primeiro, é o Motivo, dado a conhecer pela inteligência, pela educação, pela cultura. Só depois se pode exercer a Vontade a seu respeito.


«Mas podemos reinventar algo que já foi inventado mas que nunca soubemos que o foi, ou seja, como se fossemos nós próprios os seus primeiros criadores.»

Sim, isso podemos – mas sempre a partir do que nos foi ensinado. Podemos reorganizar a matéria que já conhecemos.



"Não pode decidir perfilhar certos e determinados princípios sem os conhecer.
E só os conhece por meio da educação."
«Ou por os criar«

Mas só os cria com base no que conhece.


«É o Homem quem cria os seus Valores,»

Então não são de revelação Divina??...


"Que vejam - diz bem - e ver é conhecer. Só podem abraçar o que conhecem.
Isto é, o que lhes foi mostrado. Aquilo que aprendem. E isso é educação."
«Mas nem sempre se processa dessa forma.»

Não creio que haja outra.


"Correcto. Dizer que somos imperfeitos não é o mesmo que dizer que somos
maus."
«Se não fomos suficientemente bons é porque também fomos maus»

Fomos maus uma vez, mas isso não significa que sejamos de facto maus. Não somos sempre coerentes, porque não somos perfeitos, o que não significa que sejamos ontologicamente incoerentes. Há quem não perceba isto.


"Não, não mostram, porque nunca puseram sequer a hipótese de que houvesse algo para além do material. Fixam-se nos resultados, nas engrenagens, mas não nos significados, que lhes são de todo indiferentes."
«Não a todos. E os significados cabem lá.»

Quais?


«Mas também não invalida que haja processos exclusivamente materiais»

Não vejo porque é que têm de haver.


«E que haja processos que não são da nossa autoria.»

Da nossa autoria, não. Da dos Deuses, talvez.


"Evidentemente que são. Os Deuses criam e mantém essa lei para que tudo continue a ser como é. As leis físicas que fazem com a bola se mova, são guardadas pelos Deuses.
E, aliás, o motivo pelo qual atirámos a bola até pode derivar dos Deuses."
«Isso é quase o que eu creio: que Deus criou previamente essas Leis, mas depois elas funcionam por si.»

A isso chama-se Deísmo. Eu também creio que os Deuses criaram essas leis; suspeito que as mantém sempre, a todo o momento, mas pode dar-se o caso de simplesmente as terem criado.


«"Deus não é um titereiro"»

Não sei se é verdade ou não. Na Ilíada, por exemplo, os Deuses influenciam os pensamentos dos homens.



"Um dado modo de ser que pode ser determinado por uma Divindade."
«Isso já eu disse que concordava. A forma como se processa esse determinismo é
que eu considero ser outra.»

Certo. Concordamos em algo; e concordamos em discordar.



"Claro que o são. Mas são diferentes entre si. E o motivo da sua diferença reside na diferença entre os Deuses."
«Ou na diferença de criação e formação, de acordo com as Leis da Física que o determinam.»

Que por sua vez podem ter sido determinadas pelos Deuses.


"Funcionam por si porque os Deuses assim o querem, a todo o momento."
«A todo o momento ou não.»

Pode ser que por vezes não o queiram.


"Outros Deuses ou os mesmos."
«Ou não, ou só há um Divino mesmo no início.»

Ou há vários, durante todo o tempo.


"Que está em toda a matéria e acima dela."
«Mas é diferente desta, e superior, Livre e imaterial, domina-a, e sem ele ela
não é mais nada.»

Nem há dela parcela que não o tenha.


"Os Deuses movem-se independentemente disso porque são supra-materiais. Mas
também movem a matéria e as suas leis."
«Há quem creia nisso e quem creia que só são o Primeiro Motor»

Duas perspectivas irredutíveis.


"A Liberdade é a possibilidade de se fazer o que se quer ou de não se fazer determinada coisa. A Liberdade é pois a escolha. E escolher o deixar andar é também um acto de liberdade. Escolher os movimentos que não se param, também o é. Nesse sentido, os Deuses escolhem o que querem, motivo pelo qual são livres."
"E eu repito - deixar andar é também uma escolha."
«Nem sempre. Muitas vezes não temos meios de dominar a matéria, quando esta está em malfuncionamento»

Isso, é outra coisa. Falávamos de actos do espírito.


«Quando deixamos de andar aquilo que move o que anda deixa de ser nós,»

Mas somos nós que o permitimos. É porque queremos que ande.


«Só nós é que somos Livres, não os movimentos,»

Somos nós que determinamos os movimentos, logo, eles são expressão da Liberdade. E, se podemos travá-los e não o fazemos porque não o queremos fazer, esses movimentos acontecem por permissão nossa, de acordo com a nossa liberdade. É por isso que quem presencia o mal e, podendo travá-lo, não o faz, pactua com esse mal.


«Passamos a ter só a matéria a andar por aí, sem Espírito nenhum»

Isso não existe.


«quando renunciamos fazer algo é porque o Espírito se move nesse sentido e faz
mover outras forças noutra direcção. A inacção pura não existe.»

Então, dá-me razão: o espírito move-se sempre e, por isso, a inacção física não significa abandono da liberdade. A Liberdade exerce-se sempre que há poder de escolher.


«inacção nunca é porque a Alma quer, mas porque o corpo quer.»

Como é a mente que controla o corpo, a inacção do corpo que não seja ditada por deficiência física, é determinada pela mente, não pelo corpo. E o que determina a mente é, em última análise, a alma.


"O Destino também o é, e o Destino não é a Liberdade."
«Não é necessariamente imaterial.»

O Destino, em si, é imaterial – é uma determinação, não é um objecto.


«Ou então, é uma condicionante material, e, nesse caso, estando Deuses e Homens sujeitos a ele, já não seriam Espirituais, apenas o Destino o seria, pois o Espírito não domina o Espírito,»

De modo algum. O Destino não seria material se controlasse os homens e os Deuses. Da mesma forma, não há motivo para supor que o espírito não pode dominar o espírito, e duvido que um cristão possa sustentar isso, já que Deus controla os homens e ambos são espírito. Entretanto, o Destino, por si só, não é espírito a controlar espírito, mas sim a determinar o que se passa no mundo material. Mas se o mundo material está dominado por uma determinação superior, esta nada tem em si de material, porque uma determinação nunca o é.



"Sim, mas Platão, por exemplo, negava que os Deuses tivessem procedimentos humanos. Seja como for, prossiga-se."
«Então, negava os comportamentos antropomórficos das Mitologias. Sócrates é que via os Deuses como seres perfeitos.»

Sócrates e Platão.


"Claro que alguém com Princípios defende isso. As situações são diferentes e há muitos tipos de conveniências. Os Princípios não são dogmas ou mandamentos, são linhas de rumo orientadoras, aplicáveis de modos diferentes a situações diferentes."
«Depende. Uma coisa é adaptar um modelo abstracto ao caso concreto e outro é fugir a essa adaptação, aplicando ou outro Princípio ou outro critério doutra natureza. Que são Dogmas e Mandamentos isso são, visto que é em torno deles e não doutras "linhas de orientação" que nos devemos orientar,»

Mas não indicam um procedimento em concreto, e sim um valor abstracto e geral. Por isso, não podem ser colocados no mesmo saco que os mandamentos dogmáticos.



"Não. É porque a vontade assim o quer."
«Não! Então agora quer convencer-me que eu tenho caprichos porque quero?!»

Evidentemente.


«"Queria tanto, bem tentei", nunca ouviu dizer?...»

Eu a isso chamo «tentações», e não caprichos. De qualquer modo, isso mostra que o espírito humano não é simplesmente vontade, mas sim outras coisas mais.


"Trata um capricho como se ele fosse um Deus ou um espírito?
De qualquer modo, o mesmo pode ser dito de um ideal: quem segue um ideal,
deixa-se guiar por ele, e não por si próprio."
«As atitudes são materiais,»

Não – a atitude em si é determinada por algo de imaterial.


«Se sigo um Ideal é porque o quis, e porque estou sempre a mantê-lo, a cada momento, e a renová-lo. Seguir um Ideal é tomar uma e mais decisões e acções, e iso faz-se Livremente. Não o deixo mandar, mando nele.»

Pode dizer-se precisamente o mesmo de um sentimento, de um afecto, de uma paixão, de um capricho.


"Não são nomes, são factos. A paixão não é material."
«É sim. É o nome que se dá a uma coisa material.»

De modo algum. É um sentimento relativo a algo que usa a matéria. Nada tem, em si, de material.


«Ou é o Espírito que faz com que se sintam impulsos reprodutivos que apenas dependem da Natureza e da evolução e têm uma função puramente fisiológica?...»

Só que os impulsos «reprodutivos» não têm uma função puramente fisiológica.


"Não são submissão à matéria. São precisamente o contrário: são submissão da matéria a desejos intensos, isto é, a algo que nasce no espírito."
«Só se chama paixão ao Dever e à Liberdade, e aí é uma salganhada.»

Não. Neste caso, chamo paixão a um sentimento intenso relativo a algo ou a alguém. Uma vontade de engolir ou de ser engolido, uma vontade de fusão e de totalidade.



"Paixão sofrimento é bem menos elevada do que Paixão amor."
«Depende. Há Amor decisão Livre de valorizar algo contra todas as limitações físicas, e há amor serviço do que é físico (satisfação, reprodução)»

Duvido que a satisfação física de que fala possa ser chamada de «amor».


«que ainda que vá contra muito do que é físico mais não é do que para concretizar-se em função duma contingência material »

Não se trata de uma contingência material, mas de uma essência de origem divina que está na matéria e que a motiva.


«Dão-lhes nomes iguais desde sempre, é mais um uso incorrecto da linguagem em termos Wittgensteinianos, que levou a confundir ambas as coisas, uma Dedicação Moral Livre e um impulso carnal e porco.»

Esse impulso não é meramente carnal e nada tem de porco. Por algum motivo, é regido por uma Divindade de primeira grandeza.


"Não. Não somos nós que determinamos o que é ou não elevado. As Deidades, bem como a Verdade, existem independentemente de As conhecermos ou não."
«O que é Espírito é elevado em si mesmo. O que é Lei Moral é o Espírito que cria e, sendo fruto deste, é elevado porque nós assim queremos, e o que o Espírito determina e abençoa é, por isso mesmo, elevado por ele também o ser. Os actos do Espírito são elevados, como ele, pois Espírito e actos são fruto do mesmo, do Metafísico.»


"A paixão pela Nação pode ser tão ou mais elevada do que um ideal, sobretudo se este for meramente teórico."
«A paixão nunca é mais elevada porque não é controlada e é puramente contingencial»

Não é por não ser controlada que passa a ser mais elevada; aliás, o facto de não ser facilmente controlável é um indício da sua origem superior, no além-humano. É uma presença divina no humano.


«sem o Espírito a mandar, pára e arranca segundo a vontade dos outros,»

Não tem absolutamente nada a ver com a vontade dos outros.


«ao passo que connosco no comando, vai até onde nós quisermos»

E queremos com base em quê?


«Mas você é que acredita que as paixões são imateriais: nesse caso, o que é que distinguiria um acto Espiritual duma paixão?»

Uma paixão é um acto espiritual.



"A Paixão é um desses princípios. É volátil no humano, não porque seja em si volátil, mas porque o humano não é perfeito nem eterno e está sujeito a interrupções."
«É volátil como tudo o que é material»

A paixão não é material. O seu objecto é que o pode ser. Mas o objecto da paixão tem em si a correspondência espiritual que desperta a paixão.


«O que não é perfeito nem eterno, e está sujeito a interrupções, não é a Alma, é o corpo que se cansa, que se consome, arde (como dizia William Shakespeare), e dorme»

É precisamente por isso que a paixão não é eterna.


"Que por sua vez podemos ser determinados pelas paixões. Você aplica uma doutrina materialista às emoções e paixões e uma doutrina idealista aos seus ideais.
Ora, ou há moralidade, ou comem todos, como se costuma dizer. Não se pode largar as feras só contra os prisioneiros de que não gostamos e depois dizer que os restantes prisioneiros é que são os bons da fita porque foram poupados pelas feras (que nós nunca contra eles lançámos). Experimente aplicar a mesma mentalidade científica-materialista aos seus valores e verá que, às tantas, pode começar a pensar que, se as emoções são visíveis pelos neurologistas e derivadas do corpo, os seus valores são escapes que a mente cria para fugir ao medo da aniquilação física - mais uma vez, algo de relativo ao corpo."
«Não somos nós que somos determinados pelas paixões, mas sim o nosso corpo»

Não é o nosso corpo, é um princípio imaterial que há em nós. O corpo não determina paixões, mas tão somente necessidades fisiológicas.


«Aplico uma doutrina materialista para o que é material»

Mas as paixões, os desejos, os sentimentos e os afectos não são materiais.


«e uma doutrina idealista para os ideais, como é lógico. O problema é que você considera as paixões imateriais e, por essa lógica, teríamos que as incluir na
Metafísica.»

Evidentemente.


«Supondo que o seriam, então, sendo nossas e Espirituais só podiam ser fruto da nossa Alma»

Sim, podem ser um fruto da nossa Alma, que é por nós desconhecida no que respeita à sua totalidade. Mas não têm necessariamente de ser fruto da alma. Podiam e podem ser o indício de outra influência imaterial em nós.


«Se para si a Alma tem acções não livres, então é porque tem Algo a comandar e não é um Espírito, são dois ou mais, o que é um paradoxo porque a nossa identidade de
consciência é uma só»

Mas a nossa identidade de consciência não é apenas a nossa vontade racional e idealista. É aí que você se engana. A nossa consciência é feita de racionalidade mas também de paixões.


«E foi por aplicar a mesma doutrina materialista que concluí que os ideais são imateriais: são construções do cérebro, é certo, mas, apesar de cientificamente ambas serem verificáveis nas suas manifestações físicas, não foi por aí que eu cheguei lá: eu cheguei lá porque, independentemente do que os Cientistas vêem, há algo mais: há o
nosso controlo: se fomos nós a controlar é porque não foi a matéria do
cérebro,»

Correcto. O mesmo se aplica às paixões, que não são determinadas pelo corpo, e sobretudo aos afectos, que ainda dependem menos do corpo do que as paixões.
Senão, também o seu controle pode ser explicado por motivos psicológicos derivados de um medo, muito material, de perder a existência e de, consequentemente, necessitar de a prolongar de algum modo.


"Não é tanto faz não. A Religião consiste em rituais dedicados a determinadas Divindades. Para perceber melhor certas Divindades, existem os mitos. E, entretanto, há poetas que criam os seus mitos. Mas o original e o propósito de tudo isso é o ritual e o culto dos Deuses."
«Não há Religião sem conhecer a Divindade, ou seja, sem o Mito»

Não é verdade. A Religião romana, por exemplo, pôde ser praticada sem que houvesse mitos das Divindades – era puro ritual dirigido a Forças Sacras sem história nem personalidade humana.



"Não é corpo que pede. O corpo pede ar, água, comida para não morrer à fome, não pede prazeres específicos nem bibelots nem quadros nem cinema às sextas-feiras nem sexo com vinil. Tudo isto é determinado pelo espírito, não pelo corpo."
«Ai não?! Então o que é? A nossa Vontade não foi de certeza, isso lhe garanto!»

E depois? Foi a nossa líbido. Ou a nossa luxúria – a presença de Vénus em nós. Uma forma de conversar com Vénus que o outro não topou.


«(Tantas vezes que queremos resistir é porque não depende de nós, »

Pois não. O que não significa que esteja abaixo de nós ou que seja meramente material.


«Pede porque os gostos são também para satisfazer o corpo»

São para o corpo sentir, de modo a que a alma seja satisfeita.


«São necessidades mais desenvolvidas do corpo»

Não são necessidades do corpo. O corpo não tem necessidades mais desenvolvidas. Tem necessidades, tão somente. Quando estão satisfeitas, desaparecem. Quando se satisfaz a fome, o corpo deixa de pedir comida. Se se continua a comer depois de se ter saciado a fome, é por gula, não porque o corpo mande, mas porque o desejo o determina. Não é algo de físico, mas sim de raiz espiritual.



"Uma teoria como outra qualquer. Pessoas que sofreram choques psicológicos violentos ou graves frustrações sexuais ficaram mais espirituais. Aí estão os seus Princípios!"
«Sim, mas esses não são verdadeiros seguidores de Princípios»

Diz você. Do mesmo modo, também podemos afirmar que quem ficou com os caprichos pronunciados por causa de uma lesão cerebral, não são verdadeiros receptáculos das influências divinas que levam aos caprichos.


«Só é verdadeiro seguidor de Princípios quem os segue com uma motivação puramente
sua.»

Bem, uma frustração ou um trauma, são motivações puramente individuais.


«Alguém que se dedica à Religião para conforto e distanciamento está a fazê-lo apenas por prazer, pelos motivos errados»

Mas qualquer materialista pode dizer que é desse tipo a sua dedicação à espiritualidade; e que tal origem é disfarçada na sua mente por uma convicção de que está a ser puramente espiritual, para mais convincentemente escapar à frustração ou ao medo do fim.

"Quem sabe. Deus escreve certo por linhas tortas. Quem sabe lá se esta ou aquela lesão cerebral não despertam algo de diferente, mais rico, no ser humano. Se todo o mal que dada lesão cerebral fizer for aumentar um capricho, que seja por exemplo a satisfação sexual, então agradeça-se a Vénus!..."
«Riqueza material.»

Riqueza espiritual com suporte material. E não se põe a questão de ser ou não necessária – é boa, simplesmente. E provocada por Vénus – ou por outra Deidade.



"Evidentemente que é afectada se o cérebro ficar afectado e passar a ter menos percepção do mundo e de si próprio. Se os caprichos não existem fora do cérebro material, a consciência também não."
«A Alma existe mesmo para além da morte.»

Eu também digo isso, mas não é isso que dizem os seus neurologistas mais materialistas que tudo explicam por meio da matéria. Há quem afirme que, com a morte do cérebro, acaba tudo.


«Então crê na Espiritualidade e vem-me com esta?!»

Naturalmente – estou a mostrar-lhe o resultado de ser coerente no seu pensamento.


«Nós continuamos com Consciência independentemente do resto. Ainda que nos cortem esta ou aquela parte do cérebro, o que é facto é que ela continua lá.»

E as paixões fazem parte da consciência. E, sobretudo, os afectos. Porque são imateriais.



"Aliás, os caprichos fazem parte da consciência. A consciência é personalidade e os caprichos dela fazem parte."
«Temos consciência deles, mas não os criamos, não partem de nós.»

O que não quer dizer que partam da matéria.


"Não, o corpo não pede. Quem pede, é o espírito. O corpo só pede ar, água, comida para matar a fome. Não pede sequer um bife com pimenta se ficar satisfeito com um quilo de pão seco. É o espírito que pede determinado pitéu, determinado vício, determinado costume. Não é o corpo."
«Ver acima (1).»

Idem.


«O vício do tabaco é provocado tão somente por se encher o corpo duma substância»

Mas o bife não tem essa substância, tanto quanto sei. E os desejos de ordem sexual, muito menos. Portanto, não pode reduzir a gula a um mero resultado da dependência física por meio de comparação com casos excepcionais, como o são o tabaco e a droga. O bife não é uma droga leve.



"Agora, não. No passado, sim."
«Talvez. Mas, como saber se seria unânime? Não era sequer matéria dos Concílios!... »

O que é certo é que o primeiro mandamento judaico é «Não terás outros Deuses na minha presença» - admite-se portanto que existem outros Deuses. Tertuliano também afirma que esses Deuses existem.


"Alguns cristãos, tais como São Martinho de Dume e Tertuliano, e outros, identificaram Júpiter e Outros com demónios sim."
«Mas essas Doutrinas não tiveram eco, pelo menos grande.»

Pelo contrário – guiavam as perseguições aos pagãos durante o princípio da Idade Média.


"Mas sim dos afectos da civilização dessa etnia."
«Pois, claro.»


"Fisicamente e mentalmente. Mas não afectivamente. E não culturalmente."
«Pois. Era o que eu dizia. Além disso, os afectos e a cultura podem e devem ser dirigidos para aquilo que é igual ou semelhante a nós fisicamente e
mentalmente,»

Ou para o que nos é especialmente agradável e propício, numa relação de excepção única.


«nas devidas proporções. Excepto na parte Espiritual, que é igual.»

Espiritualmente somos todos iguais, é isso que está a dizer?



"Não cedem a coisas materiais, apaixonam-se, o que é diferente. O sentimento, em si, é espiritual, não é material."
«Mas se é a mesma coisa, você é que acha que não!»

Não é a mesma coisa, você é que acha que sim.


«Se fosse esse o caso, mais não fariam do que decidir livre e conscientemente»

Nada prova que o espiritual seja sempre decidido pelo indivíduo.


"Não. Moral é tudo aquilo que consiste em comportamento correcto."
«E só é correcto o que nós consideramos correcto. Não existe uma Correcção para lá do Ser que a cria, Divino ou Humano. A correcção não se limita a satisfações, mas sim a Vontades. A nossa Vontade é Soberana»

Mas a nossa vontade não é determinada apenas por um aspecto da vida espiritual – é determinada por ideais, mas também por paixões.



"Mesmo quando contraria a Natureza?"
«Se queremos ir contra a Natureza, contra tudo, sacrificarmo-nos, então, é o que
nós queremos, e por Princípio, porque sim, e não porque agrada, e apenas por
isso, pois vale por si própria.»

Então, pode compreender finalmente que as paixões, que por vezes parecem contrariar a Natureza, são também motor desse sacrifício.



"Isso é muito discutível e não está ainda estabelecido... mas olhe que, de acordo com as investigações genéticas mais recentes, se existe um gene ariano, ele é mais forte na Ucrânia, e na Polónia, do que em qualquer outro lugar..."
«É verdade. Mas é quase tão forte uma influência quanto a outra.»

Duvido. Os ucranianos que por cá se vêm são de tipo perfeitamente europeu. Em nada denunciam uma influência mongólica.


"Nem por isso. Não se deixe enganar por Arthur Kemp."
"Ao fim ao cabo, tudo indica que os povos mediterrânicos, na Europa, desapareceram, excepção feita ao País Basco."
«Então donde vêm eles? Eu tirei essa informação do site Racial Reality, e aí consta que os povos ditos Celtas foram mais celtizados culturalmente, porque etnicamente não são Arianos,»

Isso é complicado e discutível – a etnia, é uma realidade de ordem sobretudo cultural, linguística. Ora se o povo tem uma língua x, costumes de raiz x, uma religião ou um passado religioso x, e uma raça x, é porque a sua etnia é x, mesmo que, geneticamente o tipo físico não seja igual ao que se supõe que caracterizaria originalmente o tipo x.


«Os Irlandeses são geneticamente iguais aos Bascos. E a origem de todos, e de parte da Ascendência do restante da Europa também é Mediterrânica e não Ariana»

Mas quem garante que os Arianos não podem ser desse tipo genético? Há até teorias que fazem os Arianos virem do Mediterrâneo.



"Mas muitos deles foram arrancados às suas próprias famílias, em tenra idade, e educados por famílias cristãs. Além do mais, muitos dos que abandonaram a religião, também queriam certamente abandonar a etnia. Dissidentes, há em toda a parte. De qualquer modo, existem judeus até hoje em todos os países onde viveram cristãos-novos."
«Mas mudar de Religião não implica destruir Etnias.»

Não, mas pode a isso conduzir – sobretudo se a coesão da etnia em causa consiste na religião, como é o caso dos Judeus.


"Pois é mesmo isso que estou a dizer - a propaganda não é algo que derive do desejo, pelo contrário, deriva do «ideal», por mais perverso que este seja."
«Mas sem desejos... Se eles não desejassem nem se aproximavam.»

Não é bem assim. Os desejos podem ser moldados. Se assim não fosse, não se gastava hoje mais com propaganda do que com qualquer outra coisa.


«Nenhum dos que defende a misturada se une a estrangeiros sem sentir nada por eles.»

Pode é experimentar e depois, encontrando alguns pontos em contacto, humanos, começar a gostar mesmo.
É entretanto de recordar uma coisa caricata mas talvez muito significativa de certa mentalidade de esquerda: no pós 25 de Abril, havia operários de extrema-esquerda que, tendo adquirido bons salários, diziam «eu não gosto de camarões, mais hei-de comer tantos que hei-de gostar!»
Outro comunista, nos tempos de adolescência, dizia-me que o gosto pode ser educado... de acordo com as conveniências ideológicas, claro está.


"Mas, na generalidade, evitavam misturas. Repare que até um dos maiores sábios de Atenas, Aristóteles, que até educou Alexandre Magno, morreu sem conseguir nunca ser cidadão ateniense - simplesmente porque era de origem estrangeira."
«Mas aconteceu, raramente.»

A título excepcional.


"Mas, para isso, não é preciso combater os instintos. É só preciso combater os ideais que querem virar os instintos do avesso."
«Não, é preciso é combater os instintos que se aproximam, mesmo sem ideias de miscigenação intencional, de Estirpes que não a nossa»

Não conheço tais instintos.


«É que mesmo com Ideais de Identidade as potencialidades de paixões por estrangeiros continuam lá...»

A título meramente excepcional – como sempre. E isso é inevitável, pouco valendo a repressão. Pelo contrário – a repressão só acende ainda mais tais instintos.

15 de novembro de 2004 às 19:38:00 WET  

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