terça-feira, outubro 26, 2004

PORTUGAL NÃO SE VENDE

Não sou salazarista, como é sabido por quem frequenta este blogue, e nada tenho a ver com a ideologia imperialista e multirracial do Minho-até-Timor. Mas não posso deixar de colocar aqui dois artigos que mostram exemplarmente, primeiro, a lealdade e seriedade de António de Oliveira Salazar e, depois, a canalhice traiçoeira dos yankes mundialistas, aos quais os nossos camaradas mais anti-semitas chamam, com alguma propriedade, o zog: zionist occupation government, ou governo de ocupação sionista.

Eis, pois, os textos, retirados do Diário Digital:

EUA ofereceram milhões pela independência das ex-colónias
26-10-2004 10:08
«Para ajudar Salazar a engolir a pílula amarga da descolonização». Mas ditador português rejeitou proposta de milhões de dólares. «Portugal não está à venda», terá respondido
António Oliveira Salazar rejeitou uma proposta dos Estados Unidos para a independência das colónias portuguesas a troco de centenas de milhões de dólares, porque «Portugal não estava à venda», revela um ex-responsável americano. O ex-presidente do Conselho português rejeitou a proposta, em 1963, durante um encontro com um enviado americano, escreve no livro «Engaging Africa: Washington and the Fall of Portugal's Colonial Empire» Witney Schneider, antigo vice-secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos durante a administração Clinton. O livro detalha minuciosamente e com base em documentos oficiais e entrevistas com personalidades americanas e portuguesas as relações dos Estados Unidos com Portugal e com os movimentos independentistas das ex-colónias portuguesas, em particular Angola e Moçambique, desde o início dos anos 60 à independência de Angola, em 1975. No livro refere-se que, em 1962, Paul Sakwa, assistente do vice-director de planeamento dos serviços de espionagem CIA elaborou um plano, o «Commonwealth Plan», que visava convencer as autoridades portuguesas a aceitar o que a CIA considerava ser a inevitabilidade da independência das colónias portuguesas. O plano previa que Portugal concedesse a auto-determinação a Angola e Moçambique, após um período de transição de oito anos. Enquanto isso, seria organizado um referendo nas duas colónias para se determinar que tipo de relacionamento seria mantido entre os dois territórios e Portugal após a independência. Durante esse período, os dirigentes nacionalistas Holden Roberto (angolano) e Eduardo Mondlane (moçambicano) receberiam «o estatuto de consultores assalariados» e seriam preparados para serem os líderes dos novos países. «Para ajudar Salazar a engolir a pílula amarga da descolonização, Sakwa propôs que a NATO oferecesse a Portugal 500 milhões de dólares para modernizar a sua economia», escreve Schneider no livro. Um ano depois a proposta daquele funcionário da CIA foi ampliada pelo diplomata Chester Bowles, que duplicou a ajuda a oferecer a Portugal, propondo que os Estados Unidos concedessem mais 500 milhões de dólares de ajuda a Portugal durante um período de cinco anos, ou seja um total de mil milhões de dólares durante o período de transição. Documentos oficiais mostram que Bowles argumentou que seria «um bom negócio diplomático» se os esforços americanos conseguissem resolver «o feio dilema» de Portugal a um custo de cem milhões de dólares por ano. O plano dos Estados Unidos esbarrou, contudo, com a inflexibilidade de António Salazar. «Portugal não está a venda», foi a resposta do ditador português quando a proposta lhe foi apresentada em Agosto de 1963 pelo vice-secretário de Estado americano George Ball. CIA previu derrota portuguesa, com anos de antecedência O livro acrescenta que para o então ministro dos Negócios Estrangeiros português Franco Nogueira a proposta representava a «idiotice» americana de acreditar que os Estados Unidos poderiam determinar ou garantir acontecimentos a longo prazo. Esse plano seria o primeiro passo para inevitabilidade do caos na África portuguesa, argumentou Nogueira. Um dos aspectos mais curiosos do livro é a exactidão com que a CIA e vários diplomatas americanos fazem, com muitos anos de antecedência e em documentos oficiais, a previsão da derrota militar portuguesa em África e do derrube da ditadura. «Uma derrota militar portuguesa é uma conclusão inevitável se se permitir que a revolta em Angola ganhe velocidade e continuidade», adverte o documento da CIA com a proposta inicial elaborada por Paul Sakwa, pouco depois do começo da guerra em Angola. Sakwa questiona-se mesmo se os Estados Unidos poderiam permitir que Portugal «cometesse suicídio arrastando os seus amigos na mesma via».

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Fundador da Frelimo foi financiado pela CIA
26-10-2004 10:19
Livro detalha relações dos EUA com Portugal e movimentos independentistas das ex-colónias
Eduardo Mondlane, fundador e primeiro presidente do movimento nacionalista moçambicano Frelimo, foi durante anos apoiado financeiramente pelos serviços de espionagem americanos, CIA, revela um livro acabado de publicar nos Estados Unidos. O livro "Engaging Africa: Washington and the Fall of Portugal¿s Colonial Empire" (Envolvimento em Africa: Washington e a Queda do Imperio Colonial de Portugal) é de autoria de Witney Schneidman, antigo vice-secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos na administração Clinton. A obra confirma também anteriores alegações de que o dirigente nacionalista angolano Holden Roberto, presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) também foi financiado directamente pela CIA, durante vários anos. O livro, de 280 páginas detalha minuciosamente e com base em documentos oficiais e dezenas de entrevistas com personalidades americanas e portuguesas, as relações dos Estados Unidos com Portugal e com os movimentos independentistas das ex-colónias portuguesas, particularmente Angola e Moçambique, desde o início dos anos 60 até à independência de Angola (Novembro de 1975). Schneidman refere que o primeiro encontro de Eduardo Mondlane com um membro da administração americana foi estabelecido durante o governo do Presidente John Kennedy, quando o dirigente nacionalista se reuniu, no início de 1963, com o irmão do presidente (Robert Kennedy), então procurador-geral dos Estados Unidos da América. De acordo com a descrição do encontro, obtida através de memorandos e entrevistas com alguns dos participantes, o encontro começou mal, com Robert Kennedy a interromper Mondlane quando este começou a criticar a política americana no Vietname, dizendo ao líder nacionalista que estava «mais interessado em ouvir os problemas de Moçambique». Mondlane teria depois explicado a situação em Moçambique, afirmando que seria «trágico» se «a indiferença e ignorância» e a necessidade de «agradar» a Portugal impedissem os Estados Unidos de estar «na frente do combate pela liberdade». «No final do encontro de uma hora, Mondlane e Kennedy tinham estabelecido uma relação forte, baseada numa visão comum sobre o futuro em África e Moçambique», lê-se no livro. «Embora o procurador-geral não se tenha comprometido sobre o apoio oficial americano, disse a Mondlane que queria pessoalmente ajudá-lo e à sua família», acrescenta Schneidman, destacando que, no final do encontro, Kennedy entregou um cheque pessoal de 500 dólares a Mondlane. Poucos dias depois deste encontro, Mondlane reuniu-se em Washington durante duas horas com Averrel Harriman, subsecretário de Estado para questões políticas. «Os dois saíram da sua conversa de duas horas com um respeito mútuo profundo», afirma o livro, que cita como fonte para os pormenores do encontro um dos seus intervenientes. Porém, tanto o secretário de Estado Dean Rusk como o sub- secretário de Estado George Ball recusaram-se a reunir-se com Mondlane, reflectindo o início do que seria uma longa luta entre várias facções governamentais americanas sobre como lidar com os movimentos nacionalistas e, ao mesmo tempo, manter boas relações com Portugal. Enquanto Ball afirmou que o encontro «não serviria para nada» e Dan Rusk manifestou reservas sobre a actuação de Mondlane, outros continuaram a pressionar para que fosse concedida ajuda ao nacionalista moçambicano descrito num documento por um outro funcionário como «muito determinado, directo e inteligente». O livro relata que, em Abril de 1963, foi feita a primeira proposta de ajuda clandestina a Eduardo Mondlane. Um documento garante ao sub-secretário de Estado George Ball que «a Agência (a CIA) está absolutamente confiante que o podem fazer pela calada». Uma carta entregue ao influente procurador-geral Robert Kennedy afirma, no entanto, que «o dinheiro não deve ser dado partindo do princípio que se pode controlar Mondlane».

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ora vejamos:

António de Oliveira Salazar caiu da cadeira
George Walker Bush caiu da bicicleta
Fidel Castro Ruiz caiu do palco


Quem mais se seguirá e onde?...


Imperador

26 de outubro de 2004 às 16:24:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Yasser Arafat caiu em coma.

(Humor negro. Nem todos acham graça. Para uma esmagadora minoria (os Judeus)).


Imperador

5 de novembro de 2004 às 13:49:00 WET  

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