terça-feira, outubro 19, 2004

ARMILVSTRIVM - A PURIFICAÇÃO DAS ARMAS SAGRADAS

No ritual romano do Armilustrium, assinala-se a sacralidade das armas de raiz divina que defendem e simbolizam a Pátria.
A estirpe de Rómulo, não limitada nem manietada por doutrinas nocivas à épica grandeza de espírito, compreendia a dimensão religiosa que a Arma pode ter, em toda a sua plenitude, como símbolo e presença sacral das Divindades mais elevadas - neste caso, de Marte, o Deus da Guerra, a Quem os Romanos chamavam Mars Pater, por ter engendrado, juntamente com a vestal Reia Sílvia, o lendário Rómulo, fundador de Roma.
Aqui se revelava a essência daquilo que eu afirmei na mensagem

Serviço Militar, Dever Militar, Valor Militar


Nesta cerimónia, que a seguir transcrevo do sítio do Lealdade Sacra, preconiza-se também o cuidado de debelar as más influências advindas da violência sangrenta e do contacto com estrangeiros, marcando bem a distância entre Romanos e não romanos, fortalecendo assim a coesão nacional do povo que está na raiz de parte da nossa, portuguesa, identidade, ou não fosse Portugal uma das Nações latinas.


O Armilustrium realiza-se a 19 de Outubro e, este ano, calha numa terça-feira, isto é, num Dies Martis, ou Dia de Marte, ou seja, o dia da semana consagrado a Marte, o que coincide com o facto de esta cerimónia, que consiste numa purificação do exército e das armas, ser consagrada ao referido Deus da Guerra, MARTE, MARS ou MAVORTE.
Após as campanhas militares do Verão, o exército romano era reunido e revisto no Circo Máximo, ornamentado com flores e purificado, liberto das influências perigosas a que esteve sujeito devido ao derramamento de sangue e ao contacto com estrangeiros.
Neste dia, os sacerdotes Sálios, de carácter marcial, dançariam - provavelmente - e cantariam pelas ruas, durante os sacrifícios.
O que cantavam chamava-se Carmina Saliorum, cânticos estes que são hoje conhecidos, e tocavam-se tubas - instrumentos musicais de cariz bélico - e as armas, juntamente com os Ancilia (escudos sagrados de Roma, em número de 12) eram purificados e guardados, até ao ano seguinte, até à abertura da estação militar, em Março.
Segundo Varrão e Plutarco, a lustratio ou lustração, que é a purificação por meio do sacrifício, era feita no monte Aventino, junto ao Circo Máximo, num espaço aberto denominado Armilustrium, sendo o monte Aventino o destino da procissão dos Salii ou Sálios.
Os sacrifícios eram realizados ao som das tubas e eram oferecidos a MARTE no Monte Aventino, junto ao túmulo de Titus Tatius.
Segundo um certo calendário, de Preneste (cidade do Lácio), haveria provavelmente uma altura durante o ritual em que se provava o sangue dos sacrifícios, prática esta que teria cessado no tempo de Augusto, o primeiro imperador.
A carne dos sacrifícios era depois oferecida a todos, e realizavam-se festas, com muito vinho, jogos, cantares, danças e música.


9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Comentários aos comentários do Sr. Caturo, 5:42 PM http://gladio.blogspot.com/2004/10/tica.html

«Olhe que são, olhe que são, Caro Sr. Caturo. Se eu me tivesse casado com um preto ou amarelo, acha que eu consideraria os meus filhos como não Portugueses?» Eu, assim os consideraria – não portugueses.” – Pena. Assim já não poderíamos ser primos e irmãos.

“Por isso, por uma questão de lei e civismo, um mulato não deve ser considerado português, por princípio. É como atirar ou não um pedaço de papel para o chão. Não é uma lata de refrigerante no chão da rua da capital que deixa imunda uma cidade, mas se o gesto for repetido milhares de vezes, a imundície estará instalada. É que o gesto de atirar uma lata vazia para o chão está errado em si.” – Os meus filhinhos serem papéis no chão, latas de refrigerantes e imundice! Estou muito triste consigo.

«Os genes Portugueses são assim tão rascas?» Não. Mas também não os considero superiores aos dos outros povos. Ou a Sra. Livia pensa o contrário?” – Nem inferiores, I presume. Empate, pode ser?

“Já que fala nisso, é verdade que a reserva pessoal e o auto-controle individual das gentes de leste combina muito mais com o modo de ser sóbrio do português do que a expansividade dos africanos, que falam com as vogais todas abertas, metem-se com qualquer um na rua e estão sempre a fazer gestos e a tocar no interlocutor enquanto falam.” – É. Nós é mais fado, depressões e suicídios, assim como os Japoneses. Eles são mais merengue, expansividade e alegria. São uns chatos em virem-nos cá incomodar as sessões de prozac.

”Pois, e se colocar a criança entre lobos ou entre macacos, verá que a criança se portará como os outros lobos, ou macacos, e que, ...?” – O petiz será sempre da espécie humana, independentemente de onde cresça. A sua identidade será aquilo que vingar em si em estado adulto, conforme a educação e os valores que lhe transmitam. Uma criança ser educada por um lobo ou macacos é comparável à situação de a criança ser educada por outros seres humanos? Engraçados os argumentos que usa para justificar que a absorção/assimilação de culturas diferentes é, para si, anormalidade e aberração. Para si se uma criança de raiz europeia cresce a uivar ou a falar Japonês é igualmente aberrante e anormal.

”A personalidade é que se constrói com a educação. A personalidade é individual e única. É afectividades, cultura, experiências, etc.. A identidade, é herdada e fixa. Identidade é raça, etnia, família. Só isso. Nada mais. – Sr. Caturo a identidade de uma pessoa, desde que não reduzida às dimensões do B.I. como parece querer reduzir, é a conjugação de tudo aquilo que a caracteriza e que a torna um indivíduo único. Caso a identidade se reduzisse ao que o Sr. considera, como poderia distinguir Nicolae Ceausescu de Nicolae Ceausescu? Mesmo pai, mesma mãe, mesmas raízes, mesma herança genética, mesmo nome. Aquilo que os identifica como indivíduos distintos são a personalidade e capacidades inatas, a personalidade e capacidades adquiridas, o percurso de vida, a formação, as influencias exteriores, os acasos e contingências, etc. É na conjugação de todos este factores herdados e adquiridos que se estabelece a identidade de cada um deles.

“Se a Senhora não sabe isso, é porque não anda em Lisboa.” – Sr. Caturo, o facto de eu ver uma realidade diferente daquela que o Sr. vê, não o pode levar a tirar ilações sobre onde ando ou não ando. Eu ando, há muito, em Lisboa e arredores e nunca vi toneladas de gangs de pretos ou brancos a aterrorizar populações. Eu ando em tudo o que é transporte público (não tenho carro, não sei sequer conduzir), passo tempos em paragens de autocarros e metro, nunca me senti ameaçada por nada nem ninguém, até hoje. Pode chamar-me sortuda, mas conheço muito mais gente sortuda. Claro que sei que se me meter por determinados caminhos, a determinadas horas, sou capaz de sofrer consequências desagradáveis. Tal como a Joana sofreu por nascer na família errada, tal como os casapianos sofreram por serem postos na instituição onde estavam as pessoas erradas, tal como ene famílias já sofreram por passar no IP4 à hora errada, em condições fatais. Não pretendo escamotear ou fingir que não existem gangs e que eles não fazem estragos tremendos. Cabe à polícia intervir e haver apoio político para que intervenham. Mas recuso o estereótipo que os Srs. nacionalistas criaram à volta dos gangs, porque o usam para tudo o que mexe e seja preto.

”Culpo quem alimenta esses ressentimentos e, sobretudo, quem alimenta esses complexos de culpa.” – Sr. Caturo, lendo o que o Sr. escreve e analisando as suas posições radicais, o Sr. culpa os pretos no geral por tudo e por nada, incluindo por coisas que ainda nem sequer fizeram e aconteceram. Se o Sr. por um acaso da natureza tivesse nascido preto, o Sr. estaria na linha da frente da alimentação dos ressentimentos e da culpabilização do branco. Seria assim uma espécie de Malcolm X. Mas a questão aqui é que eles efectivamente têm muito por onde pegar, porque as consequências dos actos que se praticam, por vezes, são à la long e são herdadas tal como os genes. Que o Sr. não gosta, nem eu, é outro aspecto desta realidade. As suas raízes, a sua estirpe, agiram de acordo com interesses cujas consequências o Sr. tem historicamente de arcar e assumir, ainda para mais com a responsabilidade de ser tão afincadamente herdeiro e defensor das ancestralidades. Afinal alguns deles limitam-se a praticar aquilo que acham melhor para a sua sobrevivência, mediante as condições que lhes foram impostas/dadas por outros e radicalizam a coisa, tal qual o Sr. faz no seu campo, na sua área de jogo.

“Não defendo vinganças históricas nem reivindicação de direitos com base no que sucedeu no passado” – Penso que, exceptuando os doidos ou os que sofrem na pele, ninguém defende vinganças históricas. O que eu quis que o Sr. Caturo entendesse é que se um facto que aconteceu na P.I. em 711 DC ainda faz correr tinta e, inclusivamente, é por si usado nas questões das afirmações das estirpes e raças e o diabo a 7, como é que não quer que factos que ainda no séc. passado ocorriam não sejam usados e não estejam presentes nas mentes colectivas? Se em 1815 Portugal aboliu a escravatura no Brasil, só em 1975 completou a descolonização. Quer comparar, temporalmente, este passado dos séc. XIX e XX com o passado do séc.VII?

“Além do mais, cara Senhora, ao admitir-lhes o direito à revolta, está-me a dar razão mais uma vez: confirmando que o ressentimento existe, confirma também, mesmo que não queira, que temos toda a razão em não os querer cá, para evitar choques.” – Para o Sr. se não é branco é preto, e ponto final. Não estou a admitir direitos a revoltas. Até porque revolta é algo que eu não lhes poderia admitir cá. Estou a constatar factos e a aceitar como naturais os ressentimentos de alguns. E o facto de existirem ressentimentos por parte de alguns, isso não faz que todos sejam metidos no mesmo saco, e que o justo tenha de pagar pelo pecador. Porque se formos por aí, se tiverem os justos que andar a pagar pelos pecadores, não haverá estirpes que lhe valham.

”Cuidado com o que está colocado entre os parêntesis (invasões e comércio). Eu não disse que o comércio era excepção.” – O parênteses serviu para situar o assunto (tal como agora), para não ter de transcrever todo o período que era grande.

“Não é pesadelo nenhum (repor matrizes étnicas ancestrais), cara Senhora. É uma acção de grande fôlego para ser realizada ao longo de décadas.” – Ok. Então vamos lá a ver: onde irá pôr os milhões de americanos cuja matriz étnica ancestral é europeia? onde irá pôr os milhões de americanos cuja matriz étnica ancestral é Africana? Onde irá pôr os milhões de australianos cuja matriz étnica ancestral é europeia? Onde irá pôr os milhões de emigrantes de matriz étnica ancestral Portuguesa (só para ter uma perspectiva mínima da coisa, relembre os dramas nacionais para receber os retornados brancos de matriz ancestral Portuguesa sem misturas, aquando da descolonização)? Imagino que os misturados, sejam deixados por lá, por onde andam. Mas depois os Índios americanos ou os Aborígenes vão chatear que também lá não querem misturadas e passavam-vos os meninos para os braços ou atiram-nos aos tubarões. Será que imagina que em cada continente há open spaces para onde enfiar os milhões “transladados”? Será que imagina que os residentes naturais vão aceitar de livre vontade o regresso, mesmo em levas suaves, das gerações que cruzaram oceanos? Quanto mais penso no assunto, mais me convenço que isto não é um pesadelo inglório monstruoso, mas sim loucura agravada pelas grandes produções românticas holiudescas.

”Só que muito daquilo que se considera «invasão», sobretudo em História mais arcaica, podia na verdade não passar de migração. A entrada e estabelecimento dos Lusitanos na zona da actual Beira Baixa pode ter sido um exemplo desses, de acordo com Jorge Alarcão.” – Tal qual aquilo que hoje considera “invasão” de pretos, não é isso?

“Suposição por suposição, também se pode dizer que mais tarde ou mais cedo, um império da dimensão de Roma teria de entrar em confronto com «a mais poderosa nação ibérica», para citar Estrabão quando na sua «Geografia III» se refere aos Lusitanos.” – A partir do momento em que refere Roma como “um império da dimensão de Roma” já está implícita a certeza e não a suposição. Um império da dimensão do de Roma não se faz à base de bancas de mercado, mas à base de invasões territoriais. A minha suposição sobre o percurso de Roma, se se tivesse dedicado simplesmente à arte de comerciar e de fundar colónias com esse fim, parte daquilo que se conhece de povos que assim agiram, tais como os Fenícios. Não se tiram suposições do chapéu só porque apetece, mas porque há exemplos a partir dos quais podemos supor.

«Abusos cometidos que devem ser impedidos para o futuro? Não vejo a coisa assim.» Para mim, não. Para mim, é preciso saber onde se traça a fronteira. E a fronteira traça-se a partir do estabelecimento dos direitos fundamentais dos povos: direito ao território e à identidade. Tudo o que ameaça isso directamente, deve ser travado.” – O Sr. tem umas coisas engraçadas, primeiro diz que se devem impedir abusos futuros. Eu respondo-lhe que não acho que a coisa deva ser feita como diz e dou-lhe um exemplo prático. De seguida o Sr. vem com os comunas e os crentes e sei lá mais o quê, para confirmar o que eu lhe disse: que esta coisa de impedir abusos não é lá muito linear, nem sequer consensual. Que o que para uns é abusos, para outros não é. Será que se eu logo à partida tivesse exemplificado com os Estalinistas, o Sr. teria exemplificado com os nazis, os crentes e sei lá mais o quê?

“Família > Nação > Etnia > Raça > Espécie” - Sr. Caturo, nesta questão não ponho a coisa numa ordem de importância como põe. Até porque não há uma única maneira de olhar para a forma como existimos. Por exemplo, uma é na perspectiva da espécie no geral, outra é na perspectiva do eu, individuo, centro da minha existência. Mediante a perspectiva de análise que se escolha, assim será estabelecida a ordem de prioridade e de importância. Se eu optar por uma análise com base numa perspectiva da espécie, a minha existência e a do meu agregado familiar é uma coisinha ínfima que, se desaparecer, na natureza nada se transformará, nada se alterará. A primazia de sobrevivência vai toda para a espécie. Se optar pela perspectiva do eu, a importância que dou à minha existência é substancialmente diferente. A primazia de sobrevivência vai toda para mim e para o meu agregado familiar, sendo que o desaparecimento de qualquer um é um rude golpe. No nosso dia-a-dia, mesmo inconscientemente, é esta última a perspectiva dominante, pois caso contrário tornar-se-ia humanamente impossível viver. Outra perspectiva é a sua, em que a “raça” ancestral é o seu mais que tudo. Em todo o caso, quer chame família, nação, etnia, “raça” ou espécie, a humanidade só sobreviverá se existirem Homens, sejam eles pretos, brancos, amarelos, às bolinhas ou aos quadrados.

«O Sr. é um romântico, Sr. Caturo.» Pelo contrário, Sra. Lívia. Sou um realista.” – Às vezes, nem nós mesmos sabemos bem o que somos. Em todo o caso, encontro no romantismo aspectos que lhe assentam como uma luva: "[...]Os novos slogans (do romantismo) eram «sentimento», «fantasia», «vivência» e «nostalgia». [...] Os românticos professavam um culto quase desenfreado do eu. Por isso, a essência da personalidade romântica é também o génio artístico. [...] Beethoven, por exemplo. Na sua música, encontramos uma pessoa que exprime os seus próprios sentimentos e nostalgias. [...] O poeta romântico inglês Coleridge exprimiu a mesma ideia do seguinte modo - E se adormecesses? E se, no teu sono, sonhasses? E se, no teu sonho, subisses aos céus e ali colhesses uma estranha e bela flor? E ainda se, ao acordares, tivesses a flor na tua mão. Ah, como seria, então? - [...] Este desejo de algo longínquo e inatingível era típico dos românticos. Eles também podiam ter a nostalgia de um mundo desaparecido. E sentiam-se atraídos pela noite, por ruínas antigas e pelo sobrenatural. Preocupavam-se com aquilo a que chamamos o lado nocturno da vida, ou seja, o obscuro, o lúgubre e místico. O romantismo foi sobretudo um fenómeno urbano. [...] Aos traços mais característicos do Romantismo pertenciam efectivamente a nostalgia pela natureza e uma verdadeira mística natural. Era um fenómeno urbano, como disse - uma coisa deste género não surge no campo. Sabes que o estribilho «Regresso à natureza!» provém de Rousseau. Só então, no Romantismo, é que este mote recebeu um verdadeiro impulso." (Gaarder, Jostein, O Mundo de Sofia, 5ª edição, Editorial Presença, Lisboa, 1995)
Cumprimentos.
Livia Drusilla

19 de outubro de 2004 às 16:01:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Cara Sra. Lívia Drusilla,

“Por isso, por uma questão de lei e civismo, um mulato não deve ser considerado português, por princípio. É como atirar ou não um pedaço de papel para o chão. Não é uma lata de refrigerante no chão da rua da capital que deixa imunda uma cidade, mas se o gesto for repetido milhares de vezes, a imundície estará instalada. É que o gesto de atirar uma lata vazia para o chão está errado em si.”
«Os meus filhinhos serem papéis no chão,»

Cara Sra. Lívia, não se perca no discurso. Não percamos tempo com confusões.




«Os genes Portugueses são assim tão rascas?» Não. Mas também não os considero superiores aos dos outros povos. Ou a Sra. Livia pensa o contrário?” – Nem inferiores, I presume.
«Empate, pode ser?»

Pode sim. Logo, não são nem de um lado, nem de outro.



“Já que fala nisso, é verdade que a reserva pessoal e o autocontrole individual das gentes de leste combina muito mais com o modo de ser sóbrio do português do que a expansividade dos africanos, que falam com as vogais todas abertas, metem-se com qualquer um na rua e estão sempre a fazer gestos e a tocar no interlocutor enquanto falam.”
«É. Nós é mais fado, depressões e suicídios, assim como os Japoneses. Eles são mais merengue, expansividade e alegria.»

A alegria, tem o seu relativismo. Não há coisa mais triste do que forçar a alegria para enganar a tristeza.


«São uns chatos em virem-nos cá incomodar as sessões de prozac.»

Antes isso do que sessões de medicamentos para a sida, por exemplo, como tomariam muitos africanos se para isso tivessem dinheiro.



”Pois, e se colocar a criança entre lobos ou entre macacos, verá que a criança se portará como os outros lobos, ou macacos, e que, ...?”
«O petiz será sempre da espécie humana, independentemente de onde cresça. A sua identidade será aquilo que vingar em si em estado adulto, conforme a educação e os valores que lhe transmitam. Uma criança ser educada por um lobo ou macacos é comparável à situação de a criança ser educada por outros seres humanos?»

É.


«Engraçados os argumentos que usa para justificar que a absorção/assimilação de culturas diferentes é, para si, anormalidade e aberração. Para si se uma criança de raiz europeia cresce a uivar ou a falar Japonês é igualmente aberrante e anormal.»

Igualmente, não é. Trata-se de uma diferença de grau.



”A personalidade é que se constrói com a educação. A personalidade é individual e única. É afectividades, cultura, experiências, etc.. A identidade, é herdada e fixa. Identidade é raça, etnia, família. Só isso. Nada mais.
«a identidade de uma pessoa, desde que não reduzida às dimensões do B.I. como parece querer reduzir, é a conjugação de tudo aquilo que a caracteriza e que a torna um indivíduo único. Caso a identidade se reduzisse ao que o Sr. considera, como poderia distinguir Nicolae Ceausescu de Nicolae Ceausescu? Mesmo pai, mesma mãe, mesmas raízes, mesma herança genética, mesmo nome. Aquilo que os identifica como indivíduos distintos são a personalidade e capacidades inatas,»

É também o rosto, não? A menos que sejam gémeos.
Mas, de qualquer modo, aquilo de que a Senhora fala é de personalidade. A personalidade é que é única e irrepetível; a identidade, pelo contrário, é de todo um grupo. A identidade, atenção, também é única, mas só na medida em que cada indivíduo significa uma concretização de uma determinada identidade, ou seja, cada um é branco/negro/amarelo, português/russo/inglês, etc., à sua maneira – daí as diferenças de rostos. Todos os rostos humanos são diferentes entre si e, no entanto, os rostos humanos pertencem sempre a grupos: pelo rosto se pode ver qual o sexo do indivíduo, qual a sua raça, qual o seu grupo etário.
Nicolae Ceausescu e Nicolae Ceausescu terão portanto quase a mesma identidade, salvo o modo como os seus pais terão encontrado de os diferenciar.
Quanto às suas personalidades, isso é outra história.




“Se a Senhora não sabe isso, é porque não anda em Lisboa.”
«Sr. Caturo, o facto de eu ver uma realidade diferente daquela que o Sr. vê, não o pode levar a tirar ilações sobre onde ando ou não ando. Eu ando, há muito, em Lisboa e arredores e nunca vi toneladas de gangs de pretos ou brancos a aterrorizar populações.»

É porque, ou não anda de olhos abertos, ou anda em limusines blindadas ou então só vai da Lapa até ao Clube T.



«Mas recuso o estereótipo que os Srs. nacionalistas criaram à volta dos gangs, porque o usam para tudo o que mexe e seja preto.»

Não são estereótipos. São experiências pessoais diárias.



”Culpo quem alimenta esses ressentimentos e, sobretudo, quem alimenta esses complexos de culpa.”
«Sr. Caturo, lendo o que o Sr. escreve e analisando as suas posições radicais, o Sr. culpa os pretos no geral por tudo e por nada,»

Isso é redondamente falso, cara Senhora Lívia Drusilla. Não nos estendamos ao comprido sobre acusações infundadas.



«incluindo por coisas que ainda nem sequer fizeram e aconteceram.»

Muito mais falsa é essa acusação.



«Mas a questão aqui é que eles efectivamente têm muito por onde pegar, porque as consequências dos actos que se praticam, por vezes, são à la long e são herdadas tal como os genes. Que o Sr. não gosta, nem eu, é outro aspecto desta realidade. As suas raízes, a sua estirpe, agiram de acordo com interesses cujas consequências o Sr. tem historicamente de arcar e assumir,»

Era o que faltava, cara Senhora, eu ter de arcar e assumir com o que sucedeu no passado só porque se pensa que os meus antepassados fizeram assim e assado.
Sabe, já não é a primeira vez que vejo esse tipo de pensamento a ser enunciado por pessoas com alguma cultura que tinham obrigação ética e intelectual de não disseminar certos venenos e falsidades.
E isso é muito grave. É mesmo muito grave que pessoas que estão mais próximas de exercer cargos de responsabilidade neste país do que a maioria do povo, afirmem, sem papas na língua, que a raça branca «tem responsabilidades históricas»: isso é a destruição de uma das bases da justiça ocidental, segundo a qual um indivíduo não pode ser culpado de um crime suposta ou realmente cometido por um seu antepassado.Já cheguei a ouvir esse tipo de coisas que a Senhora disse agora da boca de futuros juristas. É inquietante e permite ter uma vaga percepção do motivo pelo qual a Justiça funciona tão mal em Portugal, mesmo em termos éticos, com injustiças em barda.

De qualquer modo, cara Senhora Lívia Drusilla, se os povos tivessem mesmo de arcar e assumir as responsabilidades daquilo que sucedeu no passado, então, se por um lado haveria culpabilizações, por outro lado também teria de haver agradecimentos, e, sendo assim, a raça negra, bem como as outras, deveriam estar, repare bem, eternamente gratas à raça branca europeia porque foi esta, e só esta, unilateralmente e sem que nenhuma outra raça a obrigasse, quem decidiu acabar com a escravatura.
Engrossei o termo «europeia» porque os Árabes, embora sendo brancos, não entram nisto, já que, por exemplo, a Arábia Saudita só aboliu a escravatura em 1962. «Curiosamente», não vejo nem oiço ninguém a culpar os Árabes seja do que for em termos de escravizações passadas, o que tem imensa piada visto que os Árabes chegavam a fazer razias em aldeias africanas, levando tudo o que se mexesse, e dando utilidade a tudo o que capturaram: os homens, ou passavam a ser soldados muçulmanos, ou então meros escravos, ou eunucos, ou então eram mortos; as mulheres, iam para os haréns; as crianças, eram educadas no Islão e/ou escravizadas.

Hoje, à medida que os povos africanos vão conquistando a sua independência, a escravatura vai retornando. Coincidência gira.



“Não defendo vinganças históricas nem reivindicação de direitos com base no que sucedeu no passado”
«Penso que, exceptuando os doidos ou os que sofrem na pele, ninguém defende vinganças históricas. O que eu quis que o Sr. Caturo entendesse é que se um facto que aconteceu na P.I. em 711 DC ainda faz correr tinta e, inclusivamente, é por si usado nas questões das afirmações das estirpes e raças e o diabo a 7, como é que não quer que factos que ainda no séc. passado ocorriam não sejam usados e não estejam presentes nas mentes colectivas?»

Depende é da utilização que desses factos se faz. Eu sou a favor que se recorde a História: a entrada dos Mouros na Ibéria em 711, a conquista de Constantinopla em 1453 pelos Turcos, a vitória de Navas de Tolosa dos Hispânicos contra os Mouros, em 16 de Julho de 1212, etc.. Mas não sou a favor de vinganças históricas, como já expliquei.



“Além do mais, cara Senhora, ao admitir-lhes o direito à revolta, está-me a dar razão mais uma vez: confirmando que o ressentimento existe, confirma também, mesmo que não queira, que temos toda a razão em não os querer cá, para evitar choques.”
«Estou a constatar factos e a aceitar como naturais os ressentimentos de alguns.»

Então se esses ressentimentos existem, Sra. Lívia, é mais prudente não pôr as partes ressentidas em contacto directo?



“Não é pesadelo nenhum (repor matrizes étnicas ancestrais), cara Senhora. É uma acção de grande fôlego para ser realizada ao longo de décadas.”
«Então vamos lá a ver: onde irá pôr os milhões de americanos cuja matriz étnica ancestral é europeia?»

Ui, Sra. Livia Drusilla, agora é que me deu com força.
Felizmente que também já fiz esse trabalho de casa, o qual, embora não parecendo perfeito, está sofrível: pois a raça branca já tinha estado na América há milhares de anos, não sabia? Não ouviu falar do Homem de Kennewick, de há dez mil anos, esqueleto encontrado nos EUA que deu muito polémica pelo facto de os cientistas dizerem que ele era caucasóide e os índios afirmarem que se tratava de um índio e que não podia ser desenterrado?


«onde irá pôr os milhões de americanos cuja matriz étnica ancestral é Africana?»

Essa, ainda é mais difícil. Mas enfim, creio que em África há espaço que chegue para eles todos, dado que esse sofrido continente está sub-povoado.



«Onde irá pôr os milhões de australianos cuja matriz étnica ancestral é europeia?»

Ai, que esta acertou-me de flanco...L E agora, Sra. Lívia Drusilla, o que é que eu digo?
Bem, vejamos, em primeiro lugar, os Aborígenes são parentes dos Australianos celto- anglo-saxónicos, pois que os primeiros já foram classificados de «Brancos Arcaicos»...
Não serve?.... Bem... tentemos outra....

Havia grandes áreas da Austrália que estavam desertas. Pronto...

Bem, bem, o que me diz respeito é a Europa. Lá fora, que façam como entenderem. Se quiserem mandar de volta os Australianos, que o façam, pronto, hão-de caber nas estepes geladas da Rússia e da Noruega.
Uma coisa é certa, caríssima Senhora Lívia Drusilla: pôr em causa que Portugal pertence aos Portugueses, que são brancos, e a mais ninguém, é que está absolutamente fora de questão.



«Onde irá pôr os milhões de emigrantes de matriz étnica ancestral Portuguesa (só para ter uma perspectiva mínima da coisa, relembre os dramas nacionais para receber os retornados brancos de matriz ancestral Portuguesa sem misturas, aquando da descolonização)?»

Cabem todos em Portugal. Portugal é maior do que a Holanda e quase maior do que a Holanda e a Bélgica juntas e, no entanto, tem menos população do que o país dos moinhos.
Todos esses emigrantes portugueses podiam vir para Portugal, especialmente os que estão na África do Sul, e abrir cá os seus negócios, povoando o interior desertificado e desenvolvendo-o, criando também postos de trabalho. Substituíam bem os imigrantes vindos de África e, se calhar, também os Eslavos, com todas as vantagens.



«Imagino que os misturados, sejam deixados por lá, por onde andam. Mas depois os Índios americanos ou os Aborígenes vão chatear que também lá não querem misturadas e passavam-vos os meninos para os braços ou atiram-nos aos tubarões»

Está a ver o problema que é a miscigenação? Ora bem.

«Será que imagina que em cada continente há open spaces para onde enfiar os milhões “transladados”?»

Poderá haver, sim. Para povoar, por exemplo, o Sahara, ou o Polo Norte (se os Esquimós deixarem).



«Será que imagina que os residentes naturais vão aceitar de livre vontade o regresso, mesmo em levas suaves, das gerações que cruzaram oceanos?»

Certamente que aceitam melhor o regresso do seu próprio povo do que a entrada de imigrantes, Sra. Lívia!...



«Quanto mais penso no assunto, mais me convenço que isto não é um pesadelo inglório monstruoso, mas sim loucura agravada pelas grandes produções românticas holiudescas.«

Não tenha medo. Como bem vê, tudo se resolveria pelo melhor.



”Só que muito daquilo que se considera «invasão», sobretudo em História mais arcaica, podia na verdade não passar de migração. A entrada e estabelecimento dos Lusitanos na zona da actual Beira Baixa pode ter sido um exemplo desses, de acordo com Jorge Alarcão.”
«Tal qual aquilo que hoje considera “invasão” de pretos, não é isso?»

Talvez não, já que esses arcaicos Lusitanos se estabeleceram em zonas que estariam desertas. Não se passa o mesmo com os negros que vêm para a Europa, não acha?



«A minha suposição sobre o percurso de Roma, se se tivesse dedicado simplesmente à arte de comerciar e de fundar colónias com esse fim, parte daquilo que se conhece de povos que assim agiram, tais como os Fenícios.»

Pois, como se os Fenícios nunca tivessem entrado em conflito com ninguém. E como se não fossem filhos dos Fenícios os Cartagineses, que sustentaram três guerras titânicas contra Roma, que passaram por invasões da Ibéria.


«Não se tiram suposições do chapéu só porque apetece, mas porque há exemplos a partir dos quais podemos supor.»

Mude de cartola, cara Senhora Lívia Drusilla...:J)


«Abusos cometidos que devem ser impedidos para o futuro? Não vejo a coisa assim.» Para mim, não. Para mim, é preciso saber onde se traça a fronteira. E a fronteira traça-se a partir do estabelecimento dos direitos fundamentais dos povos: direito ao território e à identidade. Tudo o que ameaça isso directamente, deve ser travado.”
«O Sr. tem umas coisas engraçadas, primeiro diz que se devem impedir abusos futuros. Eu respondo-lhe que não acho que a coisa deva ser feita como diz e dou-lhe um exemplo prático»

Mas eu disse que as coisas deviam ser feitas de alguma maneira por si rejeitada?



“Família > Nação > Etnia > Raça > Espécie”
«Sr. Caturo, nesta questão não ponho a coisa numa ordem de importância como põe. Até porque não há uma única maneira de olhar para a forma como existimos. Por exemplo, uma é na perspectiva da espécie no geral, outra é na perspectiva do eu, individuo, centro da minha existência. Mediante a perspectiva de análise que se escolha, assim será estabelecida a ordem de prioridade e de importância. Se eu optar por uma análise com base numa perspectiva da espécie, a minha existência e a do meu agregado familiar é uma coisinha ínfima que, se desaparecer, na natureza nada se transformará, nada se alterará. A primazia de sobrevivência vai toda para a espécie. Se optar pela perspectiva do eu, a importância que dou à minha existência é substancialmente diferente. A primazia de sobrevivência vai toda para mim e para o meu agregado familiar, sendo que o desaparecimento de qualquer um é um rude golpe. No nosso dia-a-dia, mesmo inconscientemente, é esta última a perspectiva dominante, pois caso contrário tornar-se-ia humanamente impossível viver.»

Certo, certo, certo, cara Senhora. Então, a partir da perspectiva na qual considerava que a espécie valia mais do que uma das suas raças, que é a perspectiva da espécie, responda então: pela mesma ordem de ideias, a raça é mais importante do que a sua família, não é?



«O Sr. é um romântico, Sr. Caturo.» Pelo contrário, Sra. Lívia. Sou um realista.”
«encontro no romantismo aspectos que lhe assentam como uma luva:»

Vejamos então:

"[...]Os novos slogans (do romantismo) eram «sentimento», «fantasia», «vivência» e «nostalgia». [...]»

Não é isto que defendo aqui em primeiro lugar, cara Senhora...
Adiante.


«Os românticos professavam um culto quase desenfreado do eu. Por isso, a essência da personalidade romântica é também o génio artístico.»

Eu, não faço um culto do eu, mas sim da Lealdade à Estirpe e ao Sagrado: um culto ao Eu-mais-que-eu, se quiser.



«Beethoven»

É esplêndido.



«também podiam ter a nostalgia de um mundo desaparecido»

Sim, tenho. Mas não é isso que aqui promovo... eu falo da defesa de um mundo que ainda existe. Não esquecer.



«E sentiam-se atraídos pela noite, por ruínas antigas e pelo sobrenatural.»

Gosto muito, sim senhora. Mas aqui, o que promovo, é a claridade do dia, a luta contra a ruína e o valor do sagrado na natureza, aqui e agora, sem ter de passar para um mundo além deste.



«Preocupavam-se com aquilo a que chamamos o lado nocturno da vida, ou seja, o obscuro, o lúgubre e místico.»

Pois eu aqui promovo o lado diurno da vida e do espírito, ou seja, o luminoso, o brilhante, o divino celestial, límpido e fulgurante como a lâmina do mais puro aço à luz do sol do meio dia.



«O romantismo foi sobretudo um fenómeno urbano. [...] Aos traços mais característicos do Romantismo pertenciam efectivamente a nostalgia pela natureza e uma verdadeira mística natural. Era um fenómeno urbano, como disse - uma coisa deste género não surge no campo. Sabes que o estribilho «Regresso à natureza!» provém de Rousseau.»

Pois bem. E aí reside um problema: confundir-se civilização com degradação e natureza inculta com superioridade moral. Depois, há desordem, desrespeito pela lei, pela cultura e pela formalidade.


Cumprimentos.

19 de outubro de 2004 às 18:02:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Fui ver o link : http://gladio.blogspot.com/2004/10/tica.html

Para mim o que se passa é o seguinte:

---1-As pessoas adeptas da competição global devem ter o direito de possuir o seu espaço - espaço de competição global;
---2-Os nativos interessados na sobrevivência da sua identidade devem ter o direito de possuir o seu espaço - espaço de reseva natural.

OBS: Muitos Países ( ex: Portugal ) são dominados por Parasita-Bandalhos que adoram recorrer às teorias da globalização e da mestiçagem... porque as referidas teorias são as teorias ideais para... BRANQUEAR O PARASITISMO ( obs: - não querem trabalhar profissionalmente; - não querem ter o trabalho de criar filhos; - mas querem ambundância de mão-de-obra servil; - e querem ter alguém que lhes pague as pensões de reforma )

19 de outubro de 2004 às 22:49:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Sr. Caturo,

“Se a Senhora não sabe isso, é porque não anda em Lisboa.” «Sr. Caturo, o facto de eu ver uma realidade diferente daquela que o Sr. vê, não o pode levar a tirar ilações sobre onde ando ou não ando. Eu ando, há muito, em Lisboa e arredores e nunca vi toneladas de gangs de pretos ou brancos a aterrorizar populações.» É porque, ou não anda de olhos abertos, ou anda em limusines blindadas ou então só vai da Lapa até ao Clube T.”

Alguma vez eu tirei conclusões de onde anda ou deixa de andar por ver a realidade da forma como a vê? Argumentos destes, Sr. Caturo, não são de quem pretende ter e manter uma conversa interessante. Eu disse-lhe que não tenho carro e que a minha vida é passada em transportes públicos e o Sr. vêm-me com limusinas blindadas e Lapas e Clubes T?! Quando quiser praticar este tipo de argumentos, Sr. Caturo, usarei o fórum do expresso, da visão e outros do género.

”Isso é redondamente falso, cara Senhora Lívia Drusilla. Não nos estendamos ao comprido sobre acusações infundadas.” – São acusados de vir estragar a brancura portuguesa (presente e futura), são acusados de criarem as maiores instabilidades (“Não são estereótipos. São experiências pessoais diárias.”), são acusados de impedirem os brancos portugueses de acesso a empregos, são acusados de corromperem a sociedade com a sua alegria, musica, modo de vestir, linguagem, etc., são acusados ... Estarei a estender-me ao comprido, Sr. Caturo? Ou o problema é porque eu usei o verbo acusar, em vez de outro que suavize a coisa? Estava convencida que o Sr. assumia o significado das palavras e reivindicações nacionalistas, e por isso o achei diferente e mantive um diálogo sincero consigo.

«incluindo por coisas que ainda nem sequer fizeram e aconteceram.» Muito mais falsa é essa acusação.” – É falso que lhes atribuem a responsabilidade do declínio já iniciado e o fim futuro da “raça” portuguesa?

“Era o que faltava, cara Senhora, eu ter de arcar e assumir com o que sucedeu no passado só porque se pensa que os meus antepassados fizeram assim e assado.” – Como pessoa ligada e interessada por história, pensei que o Sr. entendesse, porque a história dos Homens se faz de causas e consequências. Aquilo que hoje o Sr. vive, a sociedade em que vive, a politica que vive, a economia que vive, são consequência de causas passadas que o Sr., eu e todos temos de arcar, e serão causas de consequências para os nossos filhos e netos, que por sua vez as terão de arcar. Se o Sr. não arcasse com os actos passados, para que estaria aqui a debitar contra misturas? Faria sentido ter um blog nacionalista, se o passado fosse uma coisa distante, sem consequências presentes? Ninguém lhe disse para ir a pé a Fátima para pagar pelo que os seus ancestrais fizeram. Só lhe disse que temos de aceitar o passado, assumi-lo e viver de acordo com ele, tirando partido de todas as experiências passadas, boas ou más. Já ambos tínhamos referido que se devia aprender com a história passada. Porque se deverá fazê-lo? Só porque se gosta de recordar a história, debitar nomes de tribos Celtas e datas? Ou não será também para melhor compreender o que hoje vivemos e agir em conformidade? O Sr. é hoje nacionalista porquê? Não é porque herdou dos seus ancestrais uma situação que o fez seguir por uma determinada ideologia? Se os seus ancestrais lhe tivessem dado um país branquinho, isolado q.b., à sua medida, estaria a percorrer o caminho de vida que hoje percorre? Teria as tais experiências pessoais diárias, que o levaram a optar pelo caminho que leva?

“Sabe, já não é a primeira vez que vejo esse tipo de pensamento a ser enunciado por pessoas com alguma cultura que tinham obrigação ética e intelectual de não disseminar certos venenos e falsidades.” – Afinal, será o Sr. como todos os outros radicais, incapaz de não ver venenos e falsidades em quem consigo não partilha a sua realidade a 100%? Se eu logo nos inícios dos nossos diálogos lhe disse que achei de muito mau gosto o Papa vir pedir desculpas à humanidade pelos crimes passados da Igreja Católica Apostólica Romana! Mas entendi a necessidade de o Papa o fazer. E sobre a questão em discussão, o que lhe disse, e volto a frisar, é que entendo as motivações daqueles que se dizem ressentidos ou agem com ressentimento. Não lhe disse que concordava que viessem para aqui fazer revoltas, ou que lhes aparava todas e quaisquer exigências. Portanto, esses discursos de venenos e falsidades, debite-os ao Bloco de Esquerda.

”Hoje, à medida que os povos africanos vão conquistando a sua independência, a escravatura vai retornando. Coincidência gira.” – Não há qualquer coincidência gira nisto. África é um continente onde as questões étnicas são muito arreigadas e onde a divisão territorial feita pelos brancos provocou maiores problemas étnicos. Sempre houve escravatura em África. Tribos da África Subsahariana sempre venderam escravos negros a Árabes e depois a Europeus. Após a descolonização muitos países africanos encontram enormes dificuldades na chamada unidade nacional, exactamente porque as nações africanas actuais não correspondem às étnicas, mas às europeias. Inclusivamente muitas etnias viram os seus territórios desmembrados por vários países e para percorrer esses territórios têm de passar por várias fronteiras. Mesmo os dirigentes africanos mais europeizados estão etnicamente divididos. Não é, por isso, de estranhar que tantos problemas, massacres, golpes de estado étnicos, fomes, escravatura, etc., assolem África. Nem é de estranhar a vaga migratória de africanos para as ex-metrópoles.

«Estou a constatar factos e a aceitar como naturais os ressentimentos de alguns.» Então se esses ressentimentos existem, Sra. Lívia, é mais prudente não pôr as partes ressentidas em contacto directo?” – As partes ressentidas devem ser aplacadas de alguma forma. Mas como nem todos estão ressentidos, fica uma boa parte que pode confraternizar sem problemas.

”Todos esses emigrantes portugueses podiam vir para Portugal, especialmente os que estão na África do Sul, e abrir cá os seus negócios, povoando o interior desertificado e desenvolvendo-o, criando também postos de trabalho. Substituíam bem os imigrantes vindos de África e, se calhar, também os Eslavos, com todas as vantagens.” “Certamente que aceitam melhor o regresso do seu próprio povo do que a entrada de imigrantes, Sra. Lívia!...” – O Sr. poder-me-á descrever como ocorreu a vinda dos retornados brancos portugueses sem misturas para Portugal? Espaço havia, pretos quase nenhuns, muitos vinham criar postos de trabalho. Conte-me lá como foi, s.f.f.

”Pois, como se os Fenícios nunca tivessem entrado em conflito com ninguém.” – Sim, de tal ordem que em vez de terem ficado para a história como navegadores e mercadores, foi como conquistadores de impérios. Que eu saiba, o facto de Fenícios e Cartagineses terem um passado ancestral comum, não é sinónimo de terem ambos tentado ocupar a P.I. Esse papel na história coube aos Cartagineses.

”Então, a partir da perspectiva na qual considerava que a espécie valia mais do que uma das suas raças, que é a perspectiva da espécie, responda então: pela mesma ordem de ideias, a raça é mais importante do que a sua família, não é?” – Numa perspectiva de quantidade de indivíduos, é. Se o meu agregado familiar for constituído por 20 indivíduos e numa “raça” existirem uns milhões, entre morrerem 20 ou milhões, a espécie sofre mais com a morte de milhões, sem dúvida. Todavia, se esses milhões não morrerem, mas simplesmente miscigenarem com outros e derem origem a outra “raça”, não há qualquer problema para a espécie.
Cumprimentos.
Livia Drusilla

20 de outubro de 2004 às 12:49:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Sra. Livia Drusilla,

“Se a Senhora não sabe isso, é porque não anda em Lisboa.” «Sr. Caturo, o facto de eu ver uma realidade diferente daquela que o Sr. vê, não o pode levar a tirar ilações sobre onde ando ou não ando. Eu ando, há muito, em Lisboa e arredores e nunca vi toneladas de gangs de pretos ou brancos a aterrorizar populações.»
"É porque, ou não anda de olhos abertos, ou anda em limusines blindadas ou então só vai da Lapa até ao Clube T.”

«Alguma vez eu tirei conclusões de onde anda ou deixa de andar por ver a realidade da forma como a vê? Argumentos destes, Sr. Caturo, não são de quem pretende ter e manter uma conversa interessante. Eu disse-lhe que não tenho carro e que a minha vida é passada em transportes públicos e o Sr. vêm-me com limusinas blindadas e Lapas e Clubes T?! Quando quiser praticar este tipo de argumentos, »

Cara Senhora, cara Senhora, então onde está o seu sentido de humor??!... Não me diga que já foi contaminada pelos fascistas que reprimem as suas emoções e não andam aqui nesta vida atrás da felicidade...::))



”Isso é redondamente falso, cara Senhora Lívia Drusilla. Não nos estendamos ao comprido sobre acusações infundadas.”
«São acusados de vir estragar a brancura portuguesa (presente e futura),»

Por culpa dos que os trazem para cá.



«são acusados de criarem as maiores instabilidades (“Não são estereótipos. São experiências pessoais diárias.”),»

Sim, isso é verdade.



«são acusados de impedirem os brancos portugueses de acesso a empregos, são acusados de corromperem a sociedade»

Não, Senhora Livia Drusilla, eu não disse nada disso. Repito: não se estenda.



«com a sua alegria,»

Bela alegria, sim senhora, a alegria deles. Em nada nos faz feliz e Portugal não tem andado mais contente de há dez anos para cá, antes pelo contrário.

Além do mais, cara senhora, essa dos africanos trazerem «alegria», dá-me voltas ao estômago de cada vez que me lembro das vergonhosas situações nas quais alguns africanos, com a sua «alegria», procuram rebaixar portugueses e portuguesas, civis e até autoridades, com a sua postura despudorada e primariamente arrogante e com a sua falta de respeito e de sentido de distância.



«incluindo por coisas que ainda nem sequer fizeram e aconteceram.»
"Muito mais falsa é essa acusação.”
«É falso que lhes atribuem a responsabilidade do declínio já iniciado e o fim futuro da “raça” portuguesa?»

Bem, se fala comigo, tem de se cingir às minhas palavras. E eu não disse nunca que a responsabilidade do declínio dos Portugueses, bem como o fim futuro destes, era culpa dos africanos - o que eu disse é que o contacto com os Africanos é o agente principal desse declínio e eventual aniquilação por absorção, mas não disse que era culpa dos africanos. É culpa, isso sim, daqueles que trazem os africanos para cá e que lhes mantém as costas quentes com toda a espécie de protecções, propagandas e desculpabilizações.



“Era o que faltava, cara Senhora, eu ter de arcar e assumir com o que sucedeu no passado só porque se pensa que os meus antepassados fizeram assim e assado.”
«Como pessoa ligada e interessada por história, pensei que o Sr. entendesse, porque a história dos Homens se faz de causas e consequências. Aquilo que hoje o Sr. vive, a sociedade em que vive, a politica que vive, a economia que vive, são consequência de causas passadas»

Como ficou patente, eu entendo bem tudo isso, cara Senhora e, ao contrário do que afirma, não é isso que está em questão. É evidente que a História interessa: mas a História tem de ser interpretada, e a interpretação que leva à «obrigação moral» da raça branca europeia para com a africana, parece-me especialmente nociva e falseadora.
Portanto, no que divergimos, é na interpretação da História e nunca na desvalorização da mesma.



“Sabe, já não é a primeira vez que vejo esse tipo de pensamento a ser enunciado por pessoas com alguma cultura que tinham obrigação ética e intelectual de não disseminar certos venenos e falsidades.”
«Afinal, será o Sr. como todos os outros radicais, incapaz de não ver venenos e falsidades em quem consigo não partilha a sua realidade a 100%?»

Cara Senhora, qualquer pessoa, radical ou não, pode considerar certa e determinada afirmação como venenosa e falsa. Se eu começasse a insinuar que o seu pai era um criminoso e que, por isso, a Senhora também teria tendências criminosas porque por ele fora educada, e afastasse as suas amizades de si por meio de intrigas baseadas no que acabei de dizer, duvido que a Senhora hesitasse em considerar aquilo que eu dizia como sendo, no mínimo, «venenoso e falseador». Não acha?



«Se eu logo nos inícios dos nossos diálogos lhe disse que achei de muito mau gosto o Papa vir pedir desculpas à humanidade pelos crimes passados da Igreja Católica Apostólica Romana! Mas entendi a necessidade de o Papa o fazer.»

Mau... então afinal estava errado mas havia necessidade de cometer tal erro?...
Como é, Sra. Lívia Drusilla?


"Hoje, à medida que os povos africanos vão conquistando a sua independência, a escravatura vai retornando. Coincidência gira.”
«Não há qualquer coincidência gira nisto.»

Ah pois não há não...



«Sempre houve escravatura em África. Tribos da África Subsahariana sempre venderam escravos negros a Árabes e depois a Europeus. Após a descolonização muitos países africanos encontram enormes dificuldades na chamada unidade nacional, exactamente porque as nações africanas actuais não correspondem às étnicas, mas às europeias. Inclusivamente muitas etnias viram os seus territórios desmembrados por vários países e para percorrer esses territórios têm de passar por várias fronteiras. Mesmo os dirigentes africanos mais europeizados estão etnicamente divididos. Não é, por isso, de estranhar que tantos problemas, massacres, golpes de estado étnicos, fomes, escravatura, etc., assolem África.»

Enfim, na Europa também há e houve problemas desses, e não é por isso que deixou de ser abolida a escravatura. A menos que a Sra. Livia Drusilla pretenda dizer que a escravatura é uma consequência obrigatória da luta entre etnias e/ou nações. Será isso?



«Estou a constatar factos e a aceitar como naturais os ressentimentos de alguns.»
"Então se esses ressentimentos existem, Sra. Lívia, é mais prudente não pôr as partes ressentidas em contacto directo?”
«As partes ressentidas devem ser aplacadas de alguma forma. Mas como nem todos estão ressentidos, fica uma boa parte que pode confraternizar sem problemas.»

E os ressentidos devem ser mandados embora, não?
Além do mais, se é sabido que de um certo lado do mundo, África, vem gente ressentida, e de outro lado, o leste da Europa, não vem gente ressentida, não seria mais prudente dar prioridade à entrada em Portugal dos segundos?



«”Todos esses emigrantes portugueses podiam vir para Portugal, especialmente os que estão na África do Sul, e abrir cá os seus negócios, povoando o interior desertificado e desenvolvendo-o, criando também postos de trabalho. Substituíam bem os imigrantes vindos de África e, se calhar, também os Eslavos, com todas as vantagens.”
“Certamente que aceitam melhor o regresso do seu próprio povo do que a entrada de imigrantes, Sra. Lívia!...”
«O Sr. poder-me-á descrever como ocorreu a vinda dos retornados brancos portugueses sem misturas para Portugal? Espaço havia, pretos quase nenhuns, muitos vinham criar postos de trabalho.»

E vieram. E, apesar de algumas rivalidades iniciais, acabaram por ficar e, hoje, não há quaisquer tensões sociais entre retornados e não retornados.
Já agora, repito, porque não respondeu: a população portuguesa, a seu ver, prefere os africanos em relação aos imigrantes portugueses?



”Pois, como se os Fenícios nunca tivessem entrado em conflito com ninguém.”
«Sim, de tal ordem que em vez de terem ficado para a história como navegadores e mercadores, foi como conquistadores de impérios.»

Lá que tiveram conflitos com os Gregos, isso também é sabido.


«Que eu saiba, o facto de Fenícios e Cartagineses terem um passado ancestral comum,»

É um pouco mais do que isso... a ligação entre Fenícios e Cartagineses era tal que ambos eram tratados por «Púnicos».



”Então, a partir da perspectiva na qual considerava que a espécie valia mais do que uma das suas raças, que é a perspectiva da espécie, responda então: pela mesma ordem de ideias, a raça é mais importante do que a sua família, não é?”
«Numa perspectiva de quantidade de indivíduos, é.»

Pronto, vá lá, acabou por se descoser. Mas só em termos quantitativos, porque falar em termos qualitativos ou preferenciais, quando se mencionam as raças, é para si blasfémia contra a qual está bem defendida.



«Se o meu agregado familiar for constituído por 20 indivíduos e numa “raça” existirem uns milhões, entre morrerem 20 ou milhões, a espécie sofre mais com a morte de milhões, sem dúvida. Todavia, se esses milhões não morrerem, mas simplesmente miscigenarem com outros e derem origem a outra “raça”, não há qualquer problema para a espécie.»

Do mesmo modo, se a sua família se dissolver, cruzando-se com outras estirpes e desaparecendo por completo, isso também não a preocupa, certo?


Agora, falemos do outro ponto de vista - do ponto de vista da família. Prefere pessoas da sua família do que pessoas que consigo só têm o elo da raça, não é?


Cumprimentos.

20 de outubro de 2004 às 23:02:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caro Sr. Caturo,

”onde está o seu sentido de humor??!... Não me diga que já foi contaminada pelos fascistas que reprimem as suas emoções e não andam aqui nesta vida atrás da felicidade...::)) – Pode crer que o tenho em doses para dar e vender. Mas, isso não impede que às vezes não me irrite com algumas brincadeiras, que me parecem por demais usuais e infantis em certos ambientes. Porque julga que já não participo em fóruns como os que referi? Porque levei doses industriais desse tipo de brincadeiras, incluindo chegar-se ao ponto de me “acusarem” de ser homem. Bem sei que o estereotipo da mulher portuguesa lhe arrefinfa com um forte buço e pernas peludas, mas mesmo assim há limites para a tontice. :)

”Além do mais, cara senhora, essa dos africanos trazerem «alegria», dá-me voltas ao estômago ...” – E andará sempre o justo alegre a pagar pelo injusto alegre?

”Bem, se fala comigo, tem de se cingir às minhas palavras. E eu não disse nunca que a responsabilidade do declínio dos Portugueses, bem como o fim futuro destes, era culpa dos africanos - o que eu disse é que o contacto com os Africanos é o agente principal desse declínio e eventual aniquilação por absorção, mas não disse que era culpa dos africanos. É culpa, isso sim, daqueles que trazem os africanos para cá e que lhes mantém as costas quentes com toda a espécie de protecções, propagandas e desculpabilizações.” – Boa saída. Portanto, eles poderão para cá continuar a vir desde que por sua auto-recriação, e desde que se desenrasquem sem ajudas de ninguém branco. Talvez criando as tais Oranias no interior selvagem de Portugal. Aí, acabar-se-iam quaisquer culpabilizações, não é verdade?

«Afinal, será o Sr. como todos os outros radicais, incapaz de não ver venenos e falsidades em quem consigo não partilha a sua realidade a 100%?» Cara Senhora, qualquer pessoa, radical ou não, pode considerar certa e determinada afirmação como venenosa e falsa. – O Sr. interpretou as minhas palavras como uma aceitação tácita de expiações de complexos históricos e como se eu fosse apologista de que tudo se deve permitir aos imigrantes. Caso contrário, não me teria vindo com palavras como “falsidades” e “venenos”. Até porque eu não insinuei nada. Disse-lhe, taxativamente, que o facto de eu não admitir que me cobrem passados, não invalida que eu não entenda o porquê de ressentimentos. Isto é veneno, é falsidade?

”Mau... então afinal estava errado mas havia necessidade de cometer tal erro?... Como é, Sra. Lívia Drusilla?” – O Papa, como responsável máximo do Catolicismo Romano, por questões morais, problemas de consciência, simpatia extrema, insónias, expiação de pecados ou por qualquer motivo que só a ele respeita, achou, por sua auto-recriação e na melhor das intenções, pedir desculpas publicas pela actuação da Igreja Católica Apostólica Romana. Eu entendo que ele sentiu essa necessidade. Eu entendo que ele tomou a decisão que achou ser a melhor, mesmo que não seja aquela que eu, o Sr., ou mais 10 milhões poderíamos tomar. O facto de eu não concordar com essa decisão não minimiza a importância dessa decisão para ele. Nesse dia não lhe chamei nomes feios, não o repudiei como pessoa, não o acusei de estar a fazer lavagens cerebrais ou a ser vítima de lavagens cerebrais, não o acusei de estar ao serviço do imperialismo multiracialista, etc. Limitei-me a achar de mau gosto, entendendo como válida a necessidade que ele sentiu de aliviar a sua alma.

“A menos que a Sra. Livia Drusilla pretenda dizer que a escravatura é uma consequência obrigatória da luta entre etnias e/ou nações. Será isso?” – Não é uma consequência obrigatória. Foi e é uma possível consequência. As maiores causas para a escravatura são as económicas. A escravatura hoje é uma realidade em ene países, de continentes diferentes, onde a escravatura não é legal. De vez em quando surgem em público os números da escravatura moderna e eles são tão aterrorizadores quanto isto: dados de Junho de 2003 indicam que cerca de 8,4 milhões de crianças são directamente exploradas por redes que se dedicam à prostituição e escravatura; 27 milhões é o número estimado de pessoas vendidas como escravos em todo o mundo; estima-se que 75 mil mulheres brasileiras são exploradas sexualmente na Europa (Estimativas oficiais em Setembro de 2004); etc.

”E os ressentidos devem ser mandados embora, não?” – Se o ressentimento der origem a actos violentos, dependendo de os ressentidos terem ou não nacionalidade Portuguesa, devem ou não ser expatriados.

”Além do mais, se é sabido que de um certo lado do mundo, África, vem gente ressentida, e de outro lado, o leste da Europa, não vem gente ressentida, não seria mais prudente dar prioridade à entrada em Portugal dos segundos?” – Se também é sabido que de África vem muita gente não ressentida e do Leste Europeu vem muito mafioso, não seria mais prudente dar prioridade à entrada em Portugal dos primeiros? Esta questão das entradas no país não pode ser assim simplificada e a atalhar caminho. As entradas, quaisquer que elas sejam, devem ser bem controladas, com base em critérios rigorosos, e a verdade é que cada caso é um caso.

“E, apesar de algumas rivalidades iniciais, acabaram por ficar e, hoje, não há quaisquer tensões sociais entre retornados e não retornados.” – A palavra retornado era usada com conotação insultuosa. As rivalidades iniciais deram em alguns actos físicos e verbalmente violentos. Deram na apologia, de alguns, de se atirarem os retornados ao Atlântico. Outros achavam que a ponte aérea não devia existir (se não tivessem existido pressões de outros países, o regresso dos retornados não teria sido o caos que foi. Teria sido bem pior, poderia nem ter existido). Não houve, no geral, qualquer irmandade ou sentimento de família. Ora, se numa situação “micro” como esta, a vontade geral era a de os deixar lá, consegue imaginar aqui o pessoal todo a receber de braços abertos, como verdadeiros irmãos, todas as gerações de Portugueses que estão hoje espalhados pelo mundo inteiro? Talvez o Sr., imbuído como está de irmandade, consiga. Eu não consigo.

”Já agora, repito, porque não respondeu: a população portuguesa, a seu ver, prefere os africanos em relação aos imigrantes portugueses?” – Não tenho sombra de dúvidas que a população portuguesa prefira receber de volta emigrantes portugueses do que imigrantes africanos. Aliás, 3 em 4 Portugueses é contra manter-se o actual fluxo de imigração. Tenho dúvidas é que, em circunstância alguma, queira receber toda a geração de portugueses que estão no estrangeiro: EUA 1.153.351; França 798.837; África do Sul 300 000 a 500 000; Canadá 500 000; Venezuela 400 000; Alemanha 132.314; Reino Unido 80 000; Espanha 63.717 (dados de 2001); Austrália 55 339; Luxemburgo 54.490; Bélgica 38.000; Hong Kong 20 700; Angola 20 000; Argentina 16 000; Moçambique 13.299; Holanda 9.230 (dados de 2001); Andorra 9.000; Itália 5.741; Antilhas Holandesas 2.540; Bermudas 2.500; Zimbabwe 2.300; Suécia 1.800; Uruguai; 1.200; Marrocos 1.000; Timor 1.500 (aprox.). E, como deve calcular, ainda faltam alguns. Mesmo usando a sua lógica de que esses portugueses ocupariam o lugar deixado pelos imigrantes que cá estão, que são cerca de 500.000, mais os clandestinos, que se estimam um pouco acima dos 200.000, não sei onde irá meter tanto Português de gema, mantendo a felicidade aí da malta toda que cá mora.

“Pronto, vá lá, acabou por se descoser. Mas só em termos quantitativos, porque falar em termos qualitativos ou preferenciais, quando se mencionam as raças, é para si blasfémia contra a qual está bem defendida.” – NÃO É BLASFÉMIA NENHUMA DE QUE ME TENHA DE DEFENDER (sei que as maiúsculas são usadas para gritar, mas neste caso uso-as para fazer realçar as minhas palavras). Em primeiro lugar, nunca as questões raciais foram preocupação para mim, quer em termos ofensivos, quer em termos defensivos. Em segundo lugar, nunca raciocinei em termos raciais para fazer juízos de valor sobre o que quer que fosse, em que sentido fosse. Em terceiro lugar se considerasse tal coisa blasfémia, mandava-o rezar uma catrefa de ave marias, em vez de conversar consigo numa tentativa de compreender o vosso nacionalismo.

“Do mesmo modo, se a sua família se dissolver, cruzando-se com outras estirpes e desaparecendo por completo, isso também não a preocupa, certo?” - Absolutamente nada. Cada membro da minha família tomará o rumo que entender. Se uma parte se miscigenar, se toda ela se miscigenar, se nem um bocadinho se miscigenar, não me aquece nem me arrefece. Não posso, nem quero, controlar isso. Se amanhã tiver dois descendentes, que um seja tão ou mais nacionalista que o Sr., e que outro seja miscigenador convicto, cada um seguirá o caminho que escolher e eu entenderei que cada um deve viver de acordo com o trajecto que escolheu.

Agora, falemos do outro ponto de vista - do ponto de vista da família. Prefere pessoas da sua família do que pessoas que consigo só têm o elo da raça, não é? – Prefiro quem amo, quem comigo criou laços afectivos. A nossa afectividade vai, em primeiro lugar, para a família que nos rodeou, educou, tratou e mimou na infância, adolescência e até mesmo em adultos. É no núcleo duro familiar que confiamos as nossas fraquezas, tristezas, angústias e procuramos força, alegria e relaxe. Mas este núcleo duro familiar inclui, muitas vezes, pessoas que não partilham connosco laços sanguíneos ou mesmo raciais, mas que amamos como pais ou irmãos. Aliás, não tenho mesmo qualquer afinidade e laços afectivos com a grande maioria das pessoas que comigo partilham antepassados próximos. A maior parte nem sequer os conheço. Em teoria são família, na prática não são.
Cumprimentos.
Livia Drusilla

22 de outubro de 2004 às 10:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Cara Sra. Lívia Drusilla,

”onde está o seu sentido de humor??!... Não me diga que já foi contaminada pelos fascistas que reprimem as suas emoções e não andam aqui nesta vida atrás da felicidade...::))
«Pode crer que o tenho em doses para dar e vender. Mas, isso não impede que às vezes não me irrite com algumas brincadeiras,»

Senhora Lívia Drusilla, Senhora Lívia Drusilla!, então pode brincar com os outros e não admite que brinquem consigo??!...



”Bem, se fala comigo, tem de se cingir às minhas palavras. E eu não disse nunca que a responsabilidade do declínio dos Portugueses, bem como o fim futuro destes, era culpa dos africanos - o que eu disse é que o contacto com os Africanos é o agente principal desse declínio e eventual aniquilação por absorção, mas não disse que era culpa dos africanos. É culpa, isso sim, daqueles que trazem os africanos para cá e que lhes mantém as costas quentes com toda a espécie de protecções, propagandas e desculpabilizações.”

«Boa saída.»

Suponho que esteja de novo a exercer o seu sentido de humor, cara Senhora, e eu, como bom desportista, não me zango. Mas, por via de dúvidas, é bom que fique claro que eu sempre disse isto - e quem pretender o contrário, que o demonstre com citações do que eu afirmei.



«Portanto, eles poderão para cá continuar a vir»

O melhor é que não venham mesmo.



«e desde que se desenrasquem sem ajudas de ninguém branco»

Pelo menos com tão poucas ajudas e desculpabilizações como os leste europeus ou os chineses.



«Afinal, será o Sr. como todos os outros radicais, incapaz de não ver venenos e falsidades em quem consigo não partilha a sua realidade a 100%?»
Cara Senhora, qualquer pessoa, radical ou não, pode considerar certa e determinada afirmação como venenosa e falsa.
«O Sr. interpretou as minhas palavras como uma aceitação tácita de expiações de complexos históricos e como se eu fosse apologista de que tudo se deve permitir aos imigrantes. Caso contrário, não me teria vindo com palavras como “falsidades” e “venenos”. Até porque eu não insinuei nada. Disse-lhe, taxativamente, que o facto de eu não admitir que me cobrem passados, não invalida que eu não entenda o porquê de ressentimentos. Isto é veneno, é falsidade?»

É veneno quando surge num contexto de desculpabilização e pior, de obrigação moral, como me pareceu ter sido o caso.



”Mau... então afinal estava errado mas havia necessidade de cometer tal erro?... Como é, Sra. Lívia Drusilla?”
«Eu entendo que ele sentiu essa necessidade. Eu entendo que ele tomou a decisão que achou ser a melhor, mesmo que não seja aquela que eu, o Sr., ou mais 10 milhões poderíamos tomar. O facto de eu não concordar com essa decisão não minimiza a importância dessa decisão para ele. Nesse dia não o acusei de estar a fazer lavagens cerebrais ou a ser vítima de lavagens cerebrais, não o acusei de estar ao serviço do imperialismo multiracialista,»

Eu, sim.



“A menos que a Sra. Livia Drusilla pretenda dizer que a escravatura é uma consequência obrigatória da luta entre etnias e/ou nações. Será isso?”
«Não é uma consequência obrigatória. Foi e é uma possível consequência. As maiores causas para a escravatura são as económicas.»

Mas não acontece sempre que a economia se vai abaixo. E não acontece na Europa, a não ser quando é praticada por não europeus em solo europeu. Mas apenas em África (e, eventualmente, na Ásia). A sua explicação não pois meramente económica, mas sim, antes de mais nada, cultural.



"E os ressentidos devem ser mandados embora, não?”
«Se o ressentimento der origem a actos violentos, dependendo de os ressentidos terem ou não nacionalidade Portuguesa, devem ou não ser expatriados.»

Então, quando se comete o erro de dar a nacionalidade a quem não a merecia, já não se pode corrigir o erro?...
Que dogma sagrado é o do multiracialismo...



”Além do mais, se é sabido que de um certo lado do mundo, África, vem gente ressentida, e de outro lado, o leste da Europa, não vem gente ressentida, não seria mais prudente dar prioridade à entrada em Portugal dos segundos?”
«Se também é sabido que de África vem muita gente não ressentida e do Leste Europeu vem muito mafioso»

Bem, de África, vem muita gente ressentida e vem muito mafioso, bem como muito criminoso de rua. Do leste, vem só muito mafioso. Então, não é melhor dar prioridade à imigração de leste?



“E, apesar de algumas rivalidades iniciais, acabaram por ficar e, hoje, não há quaisquer tensões sociais entre retornados e não retornados.”
«A palavra retornado era usada com conotação insultuosa. As rivalidades iniciais deram em alguns actos físicos e verbalmente violentos. Deram na apologia, de alguns, de se atirarem os retornados ao Atlântico. Outros achavam que a ponte aérea não devia existir (se não tivessem existido pressões de outros países, o regresso dos retornados não teria sido o caos que foi. Teria sido bem pior, poderia nem ter existido). Não houve, no geral, qualquer irmandade ou sentimento de família. Ora, se numa situação “micro” como esta, a vontade geral era a de os deixar lá,»

Vontade geral, não. Vontade de alguns. Não fale em nome do povo.
Além do mais, se isso fosse um pretexto para evitar a vinda de Portugueses ao seu próprio território, com muito mais razão se proibiria a imigração, especialmente a que vem de África, pois que esta tem dado origem a um número incomensuravelmente maior de violências e mal-estar entre portugueses e africanos. Acresce que, em relação aos retornados, a situação estabilizou em poucos anos; em relação aos imigrantes africanos, tudo se agrava.
Além do mais, os retornados tinham o direito de regressar, pois que eram portugueses; os imigrantes africanos, não.



”Já agora, repito, porque não respondeu: a população portuguesa, a seu ver, prefere os africanos em relação aos imigrantes portugueses?”
«Não tenho sombra de dúvidas que a população portuguesa prefira receber de volta emigrantes portugueses do que imigrantes africanos.»

Ora bem.



«Aliás, 3 em 4 Portugueses é contra manter-se o actual fluxo de imigração. Tenho dúvidas é que, em circunstância alguma, queira receber toda a geração de portugueses que estão no estrangeiro: EUA 1.153.351; França 798.837; África do Sul 300 000 a 500 000; Canadá 500 000; Venezuela 400 000; Alemanha 132.314; Reino Unido 80 000; Espanha 63.717 (dados de 2001); Austrália 55 339; Luxemburgo 54.490; Bélgica 38.000; Hong Kong 20 700; Angola 20 000; Argentina 16 000; Moçambique 13.299; Holanda 9.230 (dados de 2001); Andorra 9.000; Itália 5.741; Antilhas Holandesas 2.540; Bermudas 2.500; Zimbabwe 2.300; Suécia 1.800; Uruguai; 1.200; Marrocos 1.000; Timor 1.500 (aprox.). E, como deve calcular, ainda faltam alguns. Mesmo usando a sua lógica de que esses portugueses ocupariam o lugar deixado pelos imigrantes que cá estão, que são cerca de 500.000, mais os clandestinos, que se estimam um pouco acima dos 200.000, não sei onde irá meter tanto Português de gema, mantendo a felicidade aí da malta toda que cá mora.»

Como lhe disse, a Holanda, cujo território é do tamanho de metade de Portugal, tem dezasseis(16) milhões de pessoas. Não vejo porque é que Portugal não podia receber pelo menos mais cinco milhões de pessoas do seu sangue.



“Pronto, vá lá, acabou por se descoser. Mas só em termos quantitativos, porque falar em termos qualitativos ou preferenciais, quando se mencionam as raças, é para si blasfémia contra a qual está bem defendida.”
«NÃO É BLASFÉMIA NENHUMA DE QUE ME TENHA DE DEFENDER (sei que as maiúsculas são usadas para gritar, mas neste caso uso-as para fazer realçar as minhas palavras). Em primeiro lugar, nunca as questões raciais foram preocupação para mim, quer em termos ofensivos, quer em termos defensivos.»

Não parece, pelo modo como tenta por todos os meios invalidar a importância da raça.


Saudações

22 de outubro de 2004 às 12:32:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caro Sr. Caturo,

”então pode brincar com os outros e não admite que brinquem consigo??!...” – Vá lá Sr. Caturo, não seja assim. Seja mais benevolente com esta sua irmãzinha na irmandade. O Sr. sabe melhor do que eu como às vezes as bocas caiem mal, sabe, não sabe? :)

“É veneno quando surge num contexto de desculpabilização e pior, de obrigação moral, como me pareceu ter sido o caso.” – Para que fique completamente sarada esta nossa peleja, informo-o que não sinto obrigações morais relativamente a nada que tenha a ver com os actos alheios, mesmo que praticados por gente Portuguesa. Nem actos de ontem, nem sequer actos de hoje. Como nem sequer tenho essa apetência para nos imaginar uma grande família que vive numa irmandade alargada, estou livre de obrigações morais alargadas no espaço e no tempo.

”Nesse dia não o acusei de estar a fazer lavagens cerebrais ou a ser vítima de lavagens cerebrais, não o acusei de estar ao serviço do imperialismo multiracialista,» Eu, sim.” – É, eu imaginei que sim, por isso exemplifiquei ao pormenor o tipo de reacção que imaginei o Sr. Caturo ter tido. E por isso que para si é tão difícil de compreender que eu entenda, sem concordar.

“E não acontece na Europa, a não ser quando é praticada por não europeus em solo europeu – Acontece na Europa, sim Senhor, praticada por Europeus. As redes europeias que angariam trabalhadores e os movimentam para outros países europeus, onde são enclausurados, vivem em condições miseráveis e o que ganham volta aos angariadores como pagamento da comida e da dormida, é o quê? Já várias vezes referimos ambos a máfia de Leste: o que faz ela? Quer ver que os tipos das máfias de leste, que compram e vendem gente europeia em solo europeu, são todos pretos! Nunca viu reportagens sobre as condições desumanas em que muita gente do Leste vem para cá? Nunca viu na TV as reportagens sobre anúncios colocados em jornais nacionais a angariar trabalhadores para a Grã-Bretanha, por exemplo? Nunca viu as reportagens sobre as suas condições de trabalho e de vida? Nunca viu portugueses que conseguiram escapar a essas redes, explicar o tipo de escravatura a que foram sujeitos? Nunca viu as reportagens sobre as portuguesas levadas à força para Espanha para se prostituírem? Tudo isto não é escravatura? Tudo isto não é movimentado pelo $? Simplesmente ambição de uns e necessidade de comer de outros?

“Mas apenas em África (e, eventualmente, na Ásia). A sua explicação não pois meramente económica, mas sim, antes de mais nada, cultural.” - Essa do apenas em África e eventualmente na Ásia, tem que se lhe diga. Sobre a Ásia há uns tempos uns tipos jornalistas conseguiram infiltra-se numas fábricas e aquilo só visto! Pais a venderem os filhos excedentários para irem encher fábricas, a trabalhar 16 horas dia a troco de uma mísera malga de sopa, a dormirem em esteiras no próprio local de trabalho, a morrerem que nem moscas e a haver sempre outros para substituir, é escravatura! Crianças e jovens, de ambos os sexos, raptados para encherem montras de prostituição, é escravatura! Se isto não é efectivamente escravatura na Ásia, então não sei o que imagina ser a escravatura.

”Então, quando se comete o erro de dar a nacionalidade a quem não a merecia, já não se pode corrigir o erro?...” – Primeiro há que tornar os critérios de nacionalização rigorosos para evitar esses tais erros. Depois, se algum nacionalizado prevaricar, leva com a dose prevista pela lei para o tipo de prevaricação que praticou.

”Que dogma sagrado é o do multiracialismo...” – Que dogma sagrado é o do OMO... :)

”...Então, não é melhor dar prioridade à imigração de leste?” – Não vou entrar por aí, porque simplesmente lhe dei uma variante da sua lógica, para lhe fazer ver que não é fácil, nem se deve, generalizar partindo de um único pressuposto simplista. De tal ordem não se deve, que o próprio Sr. Caturo criou logo outra variante e poderíamos os dois inventar mais umas tantas, sem chegarmos a conclusão nenhuma minimamente aceitável.

“Como lhe disse, a Holanda, cujo território é do tamanho de metade de Portugal, tem dezasseis(16) milhões de pessoas. Não vejo porque é que Portugal não podia receber pelo menos mais cinco milhões de pessoas do seu sangue.” – Portugal até poderia recebê-los. Os Portugueses, é que talvez encarassem a coisa como problemática.

”Não parece, pelo modo como tenta por todos os meios invalidar a importância da raça.” – O Sr. Caturo ainda não percebeu que eu não tento invalidar a sua importância da raça? Eu não estou aqui a contrapor com as minhas opiniões para tentar mudar as suas ou para tentar reduzir a zero as suas importâncias. Para si a raça está nos píncaros da fasquia. Good for you! Para mim nunca foi questão pela qual fizesse reger a minha vida pessoal, e só nela penso quando a discuto em termos ideológicos ou políticos. É lógico que se tenho opiniões diferentes das suas relativamente ao conceito e aplicação de raça, tenho de as referir no contexto dos nossos diálogos. Se vê nas minhas opiniões ataques às suas convicções, ou actos terroristas de invalidação das suas convicções, então estarei completamente impossibilitada de dialogar consigo. Não me está a ver a transformar-me numa yes woman, pois não? O que é que prefere?

Bem, pelo menos, durante o fim-de-semana não me terá a invalidar-lhe as coisas. :)
Cumprimentos.
Livia Drusilla

22 de outubro de 2004 às 17:58:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Sra. Livia Drusilla,

”então pode brincar com os outros e não admite que brinquem consigo??!...”
«Vá lá Sr. Caturo, não seja assim. Seja mais benevolente com esta sua irmãzinha na irmandade. O Sr. sabe melhor do que eu como às vezes as bocas caiem mal, sabe, não sabe? :)»

Não sei se sei isso melhor do que a Senhora... mas o que sei é reagir de um modo tal que não pareça estar realmente picado...:)



«Para que fique completamente sarada esta nossa peleja, informo-o que não sinto obrigações morais relativamente a nada que tenha a ver com os actos alheios, mesmo que praticados por gente Portuguesa.»

Boa. Ficamos entendidos.


«Nem actos de ontem, nem sequer actos de hoje. Como nem sequer tenho essa apetência para nos imaginar uma grande família que vive numa irmandade alargada, estou livre de obrigações morais alargadas no espaço e no tempo.»

Eu, por acaso, tenho essa apetência para entender que fazemos parte de uma grande família, que vive numa irmandade alargada, mas nem por isso sinto qualquer obrigação moral alargada no espaço e no tempo, pelos motivos óbvios que já referi. E, uma vez que constato haver da sua parte um bom senso equivalente, presumo que também não sente qualquer obrigação moral no sentido de pagar por crimes cometidos pelas pessoas com quem tem «laços de afectividade», presumo...



”Nesse dia não o acusei de estar a fazer lavagens cerebrais ou a ser vítima de lavagens cerebrais, não o acusei de estar ao serviço do imperialismo multiracialista,» Eu, sim.”
«É, eu imaginei que sim, por isso exemplifiquei ao pormenor o tipo de reacção que imaginei o Sr. Caturo ter tido.»

Mas acrescentou coisas da sua lavra...


«E por isso que para si é tão difícil de compreender que eu entenda, sem concordar.»

Não é de todo difícil. O seu discurso é que não me pareceu claro.



“E não acontece na Europa, a não ser quando é praticada por não europeus em solo europeu
«Acontece na Europa, sim Senhor, praticada por Europeus»

Casos excepcionais, que não se comparam ao que sucede em África e, como exemplificou, na Ásia. Só mesmo quem não tenha noção da diferença entre o geral e o particular é que pode não entender essa evidência.
Acresce que a maior parte das iniciativas de combate à escravatura, partem da Europa, tal como a própria ideologia (da anti-escravatura) em si.


”Então, quando se comete o erro de dar a nacionalidade a quem não a merecia, já não se pode corrigir o erro?...”
«Primeiro há que tornar os critérios de nacionalização rigorosos para evitar esses tais erros. Depois, se algum nacionalizado prevaricar, leva com a dose prevista pela lei para o tipo de prevaricação que praticou.»

E porque não simplificar as coisas de um modo muito mais justo, retirando a nacionalidade que fora indevidamente concedida?



”Que dogma sagrado é o do multiracialismo...”
«Que dogma sagrado é o do OMO... :)»

Sim, é outro dogma sagrado, esse, adoptado por quem pensa que, com a concessão da nacionalidade a um não europeu, que lava por completo as diferenças que existem entre ele e a Nação que o deixa entrar...:):)



”...Então, não é melhor dar prioridade à imigração de leste?”
«Não vou entrar por aí, porque simplesmente lhe dei uma variante da sua lógica,»

Ah, já desistiu das comparações... bem vejo...:)



«para lhe fazer ver que não é fácil, nem se deve, generalizar partindo de um único pressuposto simplista. De tal ordem não se deve, que o próprio Sr. Caturo criou logo outra variante»

Não, cara Senhora: eu apenas aprofundei, em toda a sua dimensão, o problema que a Senhora colocou. E, acto contínuo, a cara Lívia Drusilla entendeu que, afinal, não valia a pena ir por aí...



"Como lhe disse, a Holanda, cujo território é do tamanho de metade de Portugal, tem dezasseis(16) milhões de pessoas. Não vejo porque é que Portugal não podia receber pelo menos mais cinco milhões de pessoas do seu sangue.”
«Portugal até poderia recebê-los. Os Portugueses, é que talvez encarassem a coisa como problemática.»

Menos problemática do que a entrada e aumento de carradas de não portugueses vindos de África.


«Bem, pelo menos, durante o fim-de-semana não me terá a invalidar-lhe as coisas. :)»

Nem durante o fim de semana nem, diga-se de passagem, durante o resto da semana...::))

Saudações e continuação de um bom fim de semana

23 de outubro de 2004 às 11:04:00 WEST  

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