quinta-feira, setembro 23, 2004

OCIDENTE CONTRA ORIENTE - HÁ DOIS MIL QUATROCENTOS E OITENTA E QUATRO ANOS

Neste dia de 480 antes da era comum ou cristã, os Gregos alcançaram uma vitória definitiva contra os Persas na batalha naval de Salamina. Este evento marcou o fim da empresa Persa de conquista do Ocidente. Seguiu-se uma idade de ouro na Grécia, onde floresceu a cultura que conhecemos como sendo a clássica.
Os Gregos, em grande desvantagem numérica, ousaram enfrentar o maior império da zona e triunfaram. A insubmissão aos ditames aparentemente invencíveis da natureza material parece ser, desde essa época, uma característica típica do Ocidente.

Comemora-se pois uma vitória do Ocidente sobre o Oriente - do Ocidente amante da liberdade sobre o Oriente despótico.


Dizia Aristóteles que a Humanidade se dividia em três grandes grupos: no centro do mundo, os Gregos, homens livres e racionais; em cima e em baixo, a leste e a oeste, estavam os bárbaros. Mas os bárbaros não eram todos iguais:
- aqueles que viviam a norte dos Gregos (os povos indo-europeus bárbaros, tais como os Trácios, os Celtas, etc.) eram livres e valorosos mas não pensavam racionalmente nem se organizavam politicamente;
- aqueles que se encontravam a sul e a oriente dos Gregos - ou seja, os Egípcios e os Asiáticos - eram tão capazes de criar cultura como os Gregos, mas não sentiam aspiração à liberdade, não tinham iniciativa, eram fracos, gregários e, por isso, subjugados.

Isto é, aquilo que já há mais de dois milénios existia em comum entre os Gregos antigos e os outros povos da Europa, era a valorização da Liberdade.
Os Romanos divinizaram-Na com o nome de Libertas, personificada em figura feminina vestida de branco, acompanhada de um gato, animal que não se submete, e tendo numa das mãos um ceptro quebrado e na outra e uma lança encimada por um barrete frígio. Prestaram-Lhe especial culto e consideraram-Na associada ao próprio Júpiter, Deus Máximo, O qual A gerou com Juno.
César, na sua «De Bello Gallico», ou A Guerra das Gálias, reconhecia aos seus inimigos Celtas e Germanos um valor respeitável devido ao amor que tanto uns como outros nutriam pela liberdade. E, em coisas de História, a fonte escrita diz por vezes tanto ou mais a respeito de quem a escreve do que a respeito do objecto a respeito do qual é escrita. Ora, tal consideração da parte de César revela que este tinha em alta consideração o ideal da Liberdade.
Tácito, por seu turno, na obra «A Germânia», compara os livres e bravos Germanos com os civilizados e subservientes Persas...

Voltando a César, parece ter sido ele quem afirmou que os Lusitanos eram um povo que não se governava nem deixava que o governassem...

Séculos e séculos depois, seriam os descendentes de Gregos, Romanos, Celtas e Germanos quem levaria ao resto do mundo o respeito pela sagrada Libertas, sem a qual não há Dignitas.

Quanto aos Persas, é verdade que eram, tal como os Helenos, de origem árica, mas também é verdade que, no momento em que chegaram à Hélade, levavam consigo uma pesada carga orientalista. Sabido é que quem conta a História é que impõe a sua versão dos factos e a História que conhecemos dessa época é-nos relatada pelos Gregos, inimigos mortais dos Persas. Independentemente disso, o que fica evidente é o apreço ocidental pela liberdade, uma das maiores heranças do Europeu de hoje.

E as heranças, por vezes, têem de ser defendidas pela força. Assim sejam os Ocidentais contemporâneos capazes de se portar com a firmeza e determinação dos seus ancestrais perante a ameaça opressora do Oriente que exige a submissão, representado, actualmente, pelo credo cujo nome, Islão, significa «rendição a Deus» e que pretende pôr toda a Humanidade de nádegas para o ar perante um Deus que se proclama único e que se revelou aos Árabes, povo alienígena de um deserto distante.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Olha lá! Mas a origem dos Persas e dos Gregos não é a mesma? Não eram todos indo-europeus?
Como explicas tanta diferença? :)

Táutalo

26 de setembro de 2004 às 16:03:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Está no penúltimo parágrafo:

«Quanto aos Persas, é verdade que eram, tal como os Helenos, de origem árica, mas também é verdade que, no momento em que chegaram à Hélade, levavam consigo uma pesada carga orientalista.»

Ah, já me esquecia, Bem vindo, ó selvagem equino!::)

26 de setembro de 2004 às 19:26:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Ó Caturo! Os Persas, até à segunda expansão, viviam lá com eles mesmos... eram até conhecidos por cavaleiros/cavalheiros nas primeiras invasões... deixaram os egípcios escrito isso mesmo... eram respeitadores das liberdades dos povos subjugados... bem diferentes dos vários povos semitas que ali da Mesopotâmia invadiram»

Enfim, não há nada como os Arianos para respeitar a liberdade dos outros...::)))


«o ocidente (para eles...), e dos Persas que vieram a seguir... os Aqueménidas. Com quem terão estes aprendido?»

Então, estás-me a dar razão. Os Persas posteriores já iam contaminados por outros povos. Ora, se estavam rodeados de semitas e se o seu Império, quando chegou à Grécia, já englobava aquela gente toda, é fácil perceber como é que o carácter tirânico se estabeleceu entre os Persas.

27 de setembro de 2004 às 11:11:00 WEST  

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