sexta-feira, setembro 24, 2004

NÉMESIS

Neste dia, os Gregos celebravam o culto de Némesis, a Deusa da Justa Vingança, tão bela como Afrodite, que é a própria Deusa da Beleza.
Também foi adorada na região que é hoje Portugal, em Évora, até ao século V.
Os Gregos, iniciadores do Génio Ocidental, sabiam que a Vingança podia ser divina. Lamenta-se por isso que um credo vindo do estranho oriente tenha convencido os Europeus que é bonito dar a outra face porque se resistimos e pagamos na mesma moeda a quem nos agride, estamos a «ser tão maus como eles». Os Gregos, para sua felicidade, sabiam a diferença ética entre a violência opressiva do agressor e a violência defensiva da vítima. Não discutiam por isso o sexo dos anjos quando o inimigo estava à porta.

Não deixariam, por isso, digo eu, de vingar os seus, vitimados por injustos inimigos. Nada lhes seria mais natural do que exercer dura represália sobre assassinos de gente grega.

Pudera o Ocidente actual ser tão cristalinamente seguro de si perante a violência abjecta de criminosos que matam jovens indefesas e inocentes...

7 Comments:

Blogger vs said...

" Lamenta-se por isso que um credo vindo do estranho oriente..."

Ainda gostava de saber o porquê de tanta hostilidade ao cristianismo.
É que, quer se goste ou não, o crsitianismo tornou-se num símbolo do próprio Ocidente e está tão enraízado que se confunde com o próprio Ocidente. Repito, quer gostemos quer não, não se podem deitar fora os últimos 2000 anos de História da Europa e do Mundo, seria uma estultice.
Seria impossível estar aqui a enumerar todas as múltiplas influências e raízes que o cristianismo deixou no Ocidente e em todo o mundo.
E olhe que quem escreve estas linhas (como já deve ter reparado) não foi 'tocado' pelo dom da Fé, qualquer que seja. Quem lhe escreve estas linhas é um materialista, um 'bolshevik do liberalismo' (como já me chamaram, e se calhar bem), mas que é realista quanto ao valor da História. Sempre insisti que a História não se pode 'deitar ao lixo' ou desprezar. Seria errado deitar ao 'lixo' o cristianismo, da mesma forma que é errado fingir que o paganismo não existiu e existe.

Nelson Buiça


ps - concordo, como já deve saber, com a guerra total ao fundamentalismo islãmico ou outro qualquer terrorismo.
Por isso apoio as guerras postsa em marcha pelas potências anglo-saxónicas, pelso vistos os únicos que ainda 'os têm' no sítio, quer se goste quer não.

24 de setembro de 2004 às 02:11:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Ainda gostava de saber o porquê de tanta hostilidade ao cristianismo.»

Considero o Cristianismo como a maior desgraça que se abateu sobre o Ocidente:
- deitou abaixo os altares dos Deuses Europeus;
- espalhou o vírus da intolerância judaica por todo o mundo, sobretudo ao nível religioso;
- disseminou o vírus do internacionalismo que cresceu ao ponto de, nos dias de hoje, constituir a base da mentalidade das doutrinas dominantes isto é, a Esquerda, nas suas várias cambiantes, e a «Direita» liberal;
- trouxe para a Europa a ética masoquista de dar a outra face, censurando tanto a violência do agressor como a defesa ou a vingança da vítima, e é nessa esteira que se vê hoje os neo-cristãos agnósticos/ateus, isto é, os humanistas de Esquerda, a tentar pôr Bush e Putin no mesmo saco que Osama Bin Laden, Saddam Hussein e a escumalha terrorista que violou e chacinou crianças na Ossétia.

Acho que já basta.



«É que, quer se goste ou não, o crsitianismo tornou-se num símbolo do próprio Ocidente»

Indevidamente. E há quem perceba que o Cristianismo não representa nem nunca representou verdadeiramente o Ocidente.


«Repito, quer gostemos quer não, não se podem deitar fora os últimos 2000 anos de História da Europa e do Mundo, seria uma estultice.»

Por essa ordem de ideias, nunca se tinha abolido a escravatura, porque isso seria deitar fora todos os milhares de anos de História da Humanidade antes do século XIX...
Atrás dos mil e setecentos anos de domínio cristão na Europa (a Cristandade só se impôs definitivamente em Roma depois do imperador Eugenius, do final do século IV) há mais de dois mil anos de culto aos Deuses Áricos, pelo menos desde que os Aqueus, primeiros Gregos, entraram na Grécia, transportando consigo o culto a Zeus e a outras Divindades luminosas de raiz ariana...



«ps - concordo, como já deve saber, com a guerra total ao fundamentalismo islãmico ou outro qualquer terrorismo.
Por isso apoio as guerras postsa em marcha pelas potências anglo-saxónicas, pelso vistos os únicos que ainda 'os têm' no sítio, quer se goste quer não.»

Concordo até certo ponto. As intervenções fora do Ocidente só se justificariam, para mim, com o intuito de defenderem povos de origem árica, como por exemplo, os Curdos em relação aos Iraquianos e aos Turcos...:) Entrar num país e decidir a sua forma de governo é sempre um bocado chocante... claro que Saddam merecia levar na corneta, isso não ponho em dúvida.

Cumprimentos.

24 de setembro de 2004 às 17:55:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

J.C. não era tão intolerante nem violento como os Judeus: apenas defendia a sua Palavra, esperando, como qualquer defensor duma Ideia (como o Nacionalismo ou o Socialismo, etc), que esta se disseminasse.

A Ética Cristã nos seus inícios pelo menos é muito mais respeitadora das pessoas e mais generosa e altruísta do que...

Além disso, há uma diferença entre a auto-defesa e a vingança: auto-defesa é expulsar os estrangeiros - vingança é ir matá-los aos países deles por nos terem invadido!...

24 de setembro de 2004 às 18:43:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«J.C. não era tão intolerante nem violento como os Judeus»

É discutível. Se por um lado parece fazer a apologia da paz, por outro afirma categoricamente que vem trazer o conflito, mesmo no seio das famílias, virando irmão contra irmão - em nome da sua fé.



«defendia a sua Palavra, esperando, como qualquer defensor duma Ideia»

Mas também dizia que ninguém chegava ao Pai senão por Ele, J.C..

Além do mais, o Cristianismo, com aprovação expressa de J.C. ou não, levou ao resto do mundo o Antigo Testamento, onde Jeová se considera o único Deus digno de ser venerado (é esse o primeiro mandamento, «Não terás outros Deuses na minha presença») e os Deuses dos outros povos são considerados demoníacos. Ora, os Judeus pensavam assim mas continuavam encerrados nos seus limites étnicos; mas os cristãos estenderam essa mentalidade ao resto do mundo, sem limites de espécie alguma.



«A Ética Cristã nos seus inícios pelo menos é muito mais respeitadora das pessoas e mais generosa e altruísta do que»

Seria, caro leitor? Repare no que Tertuliano, por exemplo, diz do culto dos outros Deuses - que é cime equiparável ao homicídio.


Cumprimentos

24 de setembro de 2004 às 19:42:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«foram os Romanos, esses latinos «indo-europeus» miscigenados com mediterrânicos autóctones, que foram os causadores da cristianização do ocidente.»

Não foram tanto os Romanos propriamente ditos como os escravos e descendentes de escravos de origem oriental quem levou o Cristianismo ao seio de Roma e, a partir daí, o fez crescer e tomar todo o Ocidente.


«o Cristianismo é um veneno oriental que se apoderou da mente do ocidente. Que queres? A morte, ou melhor, a consciência dela, acagaçou os bravos indo-europeus e a sua amulatada descendência...»

Não foi a morte, que os Indo-Europeus já sabiam lidar com ela muito antes do crucificado nascer... tratou-se de um processo complexo no qual intervieram as conveniências políticas, o peso dos cidadãos desenraizados e as perseguições constantes a tudo que não era cristão...

26 de setembro de 2004 às 19:48:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

26 de setembro de 2004 às 19:53:00 WEST  
Blogger Caturo said...

«Constantino, esse traidor à causa pagã que se acagaçou todo no leito da morte, não era Romano?»

Era filho de bárbaros. Era de uma dinastia ilíria.


«E oriental?»

Foi educado nos moldes orientais sim, isto é, os da cultura dominante nas elites. Além do mais, recebeu forte influência da mãe, que era cristã devota.


«O triunfo do Cristianismo ficou a dever-se em parte ao apoio dos Imperadores...»

Pois sim, mas de certos imperadores. Não de todos.


«lembra-te do degraçado do Juliano... bem tentou repor os cultos pagãos, mas em vão. A própria aristocracia traíu-o.»

A aristocracia não o traiu coisa nenhuma. O grosso da aristocracia estaria até do seu lado, dado que foi na aristocracia que o apego às Divindades latinas se conservou por mais tempo, nessa época.
Juliano morreu em combate contra os Persas e o seu exército estava minado de cristãos. Houve mesmo quem dissesse que o dardo que o vitimou na sua última batalha não foi atirado pelas forças inimigas mas por algum dos soldados romanos.



"Não foi a morte, que os Indo-Europeus já sabiam lidar com ela muito antes do crucificado nascer..."

«os indo-europeus sempre (falo da Grécia, de Roma... dos Clássicos) tiveram dificuldade em lidar com a morte, ou melhor, com o após-morte. Sempre houve algo de pérfido e tenebroso nessas trevas...»

Como em toda a parte. O Semitas babilónicos, por exemplo, viviam tristes e aterrorizados com essa ideia.


«Que tens razão, alguma pelo menos, nessa questão da liberdade ter algo de origem indo-europeia. Por isso mesmo, a morte como uma libertação deste mundo para ascender ao reino de deus (essa promessa cristã), caiu em Roma como ouro sobre azul. Foi aí que os «indo-europeus-latino-descendentes» viram a luz ao fim do túnel... a vida eterna.»

Não se aplica tal explicação porque antes do Cristianismo já os Romanos e os Gregos acreditavam num Paraíso, ou não te recordas dos Campos Elíseos?


«Mesmo os gregos depois de Péricles já por lá deambulavam... pela «alma»... pela vida eterna...»

Ora bem. Não precisavam do Cristianismo para isso.
Quanto aos Romanos, sempre acreditaram que as almas dos mortos permaneciam ao lado dos vivos, zelando por eles. Essa é a base do ritual doméstico latino, crucial no seio da religião romana: o culto dos Manes, espíritos dos ancestrais.

27 de setembro de 2004 às 11:22:00 WEST  

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