quinta-feira, maio 27, 2004

Regionalismos Criminosos

É realmente triste e mesmo revoltante que haja por aí certa «tugaria», fanaticamente clubista, que não gostou da vitória do FCP. O que mereciam era que lhes acabassem com os clubezinhos e pronto. E note-se que digo isto e sou pela equipa da Águia Rubra, a da Luz, Benfica de seu nome.
A tal ponto desceu a auto-estima nacional que acabaram por surgir uns quantos bandalhos que, não sentindo nada pela Nação, preferem apegar-se a um clube como a sua verdadeira «Pátria». As consequências desta mentalidade tornam-se mais graves quando a esta bastardia se juntam os odiozinhos regionais instigados pelos caciques mete-nojo e por seus lacaios, fanáticos clubísticos de todo.
Recordo-me de há uns meses ter ouvido na rádio uma historieta narrada por um conhecido psicólogo, Júlio Machado Vaz. Contou ele que o seu filho, durante uma estadia em Barcelona, metia conversa com um taxista, dizendo-lhe «Nós lá no Porto também somos como vocês, somos muito regionalistas!...», ao que o catalão respondeu, com desprezo, «Pois, mas eu não sou regionalista, sou nacionalista.»

Em cheio.

Pior exemplo foi dado pela própria RTP, num programa transmitido há uns anos, apresentado por Maria Elisa. Certa vez, o tema foi o casamento entre pessoas de grupos muito diferentes. E apareciam como exemplos alguns casais de branco/a com negra/o... e um que se compunha de uma rapariga do norte do país e um rapaz do sul. Ora colocar-se uma diferença regional ao nível de uma diferença racial é, ou pura estupidez e incapacidade de distinguir o essencial do acessório, ou então um abuso canalha da falta de cultura das pessoas, com o intuito de espalhar uma ideia divisionista, que dará mais força, no futuro, aos tacanhos e traidores caciques locais.


Os Catalães, ainda hoje debaixo do poder de outra nação - Castela - resistem tanto quanto podem à assimilação castelhanizante.
Os Portugueses, não têm esse problema desde a época de 1640 e isso contribui para que se esqueçam do valor da Nação em si, independentemente das rivalidades regionais. E é por isso que há certos tugas que, como o filho de Júlio Machado Vaz, confundem, por ignorância, por ausência de educação apropriadamente nacionalista, confundem, dizia, Nação com região, Nacionalismo com regionalismo, orgulho nacional com mesquinhez conflituosa e divisionista e, em última análise, traidora.