terça-feira, abril 20, 2004

NEM TUDO MERECE SER VISTO

Não recomendo que se veja o filme «Massacre no Texas». Há algo de obsceno e de aviltante em estar a ver um filme no qual se sabe que as personagens serão horrível e degradantemente assassinadas, com pormenores abjectos e revoltantes, sem que se possa fazer nada. Tem apenas um aspecto positivo, o filme: o fortalecimento da ideia de que a pena de morte, incluindo tortura, é justíssima em muitos casos.

Criminosos psicopatas e afins têm de ser eliminados sem se lhes dar uma segunda hipótese. Não é verdade que toda a gente mereça o esforço de alguém que as queira reabilitar. A mentalidade do perdão não resulta com quem não está, por natureza, disposto a mudar o seu modo de ser - e será que alguém pode ou quer realmente mudar o seu modo de ser?, dir-se-ia, mas há limites e diferenças essenciais entre as culpabilidades - e que nunca em caso algum sente que cometeu um crime horrendo, ou que até gostou de o cometer. Dar uma segunda hipótese a tal tipo de gente é tão somente permitir que mais um inocente seja vítima e isso é algo que deve estar absolutamente fora de questão. A redenção pode ser algo de muito belo, mas não vale o bem estar de um inocente.