terça-feira, março 30, 2004

AFINAL, NÃO É SÓ CÁ.... - II

Ao que tudo indica, uma quantidade considerável de euro-deputados andava a ganhar dinheiro indevidamente...
Os euro-deputados recebem uma determinada quantia por cada sessão do parlamento a que assistem. Ora, alguns como que picavam o ponto, auferiam a maquia correspondente ao acto, mas não assistiam à sessão.

Se todos os eurodeputados fossem portugueses, não faltariam os nacional-miserabilistas do costume a dizer que «é mesmo à portuguesa!». No entanto, uma boa parte deles até são alemães, famosos pelo seu rigor e sentido do dever, e nem se falou, na notícia que ouvi (tsf) em políticos lusos.

Enfim, o desleixo miscigenado com a corrupção é coisa mais ou menos universal.

Sobretudo numa época de facilitismo e de relativismo ético, quando o que está no trono - quase a conseguir efectivar uma monarquia absolutista - é o conforto individual, quando e só quando o indivíduo é concebido como uma unidade separada das outras, sem levar em conta a sua identidade racial e étnica, que o levaria a manifestar uma solidariedade natural para com os da sua estirpe.

Enquanto isso, em Portugal, os intelectuais e seus imitadores comprazem-se em bater na miséria nacional e na Nação em geral: não há nenhum caga-tacos mental cá na terra que não sinta um prazer visceral em deitar abaixo a generalidade dos seus compatriotas, divertindo-se a apontar todos os defeitos dos Portugueses, como se apontar defeitos ao próprio povo fosse um desporto. É um jogo que dá tranquilidade a quem o pratica sistematicamente, como se ao manifestar publicamente o seu desprezo pela «manada» que é a sua própria gente, se separasse automaticamente dessa manada - uma vez que o desprezo já está todo em cima da manada, quem a insulta fica automaticamente livre de ser desprezível, como se extirpasse a mediocridade de si próprio, à laia de quem bate no bode expiatório. Mais uma vez, a falta de consciência nacional, étnica e racial a fazer das suas.
Quem assim procede revela pois uma forma particularmente abjecta - porque assente na traição à própria estirpe - de cobardia.

E revela também, contra a sua própria vontade, uma tacanhez gritante - pois se exemplos de bandalheira não faltam no seio de outros povos, quem persiste em fazer disso uma característica «nacional» é, afinal, mais uma vítima da limitação imbecilizante que tantos gostam de apontar aos «tugas».