sexta-feira, fevereiro 13, 2004

CRIMINALIDADE

O ministro da administração interna Figueiredo Lopes considera que é positivo o suposto facto de que a criminalidade aumentou pouco, e salienta com satisfação o decréscimo da criminalidade violenta.

Quanto a mim, não vejo sinais de melhoramento no que respeita à segurança nas ruas. Os números de queixas à polícia por parte das vítimas são ilusórios, pois que muitos não crêm na utilidade de tais queixas, além de temerem represálias. Se as gangues estão cada vez mais bem organizadas e contam com cada vez mais elementos, é natural que o terror que inspiram às suas vítimas seja maior. Ora, em tendo mais medo, as pessoas atrevem-se menos a dar parte dos crimes de que forem vítimas.

De qualquer modo, os casos de crime aumentam, numa sociedade em que os meios de controle estatais são cada vez mais rigorosos e precisos. Estranha contradição que faz pensar se o aumento da insegurança não estará a fazer o jogo dos Estados crescente mas disfarçadamente totalitários - o cidadão terá cada vez mais de escolher entre submeter-se ao poder opressivo dos criminosos ou ao poder tutelar de quem dirige a sociedade civil.