segunda-feira, novembro 04, 2024

TRUMP, VANCE E OS REBANHOS

Há na Direita quem ache que J. D. Vance é melhor que Trump. Eu penso o contrário. Trump é melhor que Vance, até ver - Trump é aliás o melhor presidente que os EUA alguma vez tiveram. Trump nasceu até cedo demais, está um bocado à frente do seu próprio país. Vance é muito mais regressivo - é verdadeiramente conservador, anti-LGBT, anti-aborfo, anti-feminismo, chega ao desgraçado ponto de criticar mulheres por não serem mães, o que aliás pode valer a Trump a derrota eleitoral amanhã. Trump não é, ou não era, nada disso. Antes da sua vitória em 2016, tinha sido favorável à liberdade de aborto. Nunca foi verdadeiramente anti-LGBT nem anti-feminista. Sucede que, como bom negociador que é, tem de saber fazer política - e a política, já dizia alguém, «é a arte do possível». Trump acabou por ter de perceber que o seu eleitorado é o dos conservadores.
Dizem e repetem os comentadeiros televisivos que o eleitorado de Trump é incondicional, e que ele próprio terá comentado que poderia matar alguém em Nova Iorque e ainda assim teria os mesmos eleitores, pois se calhar há um fundo de verdade nisso - todavia, do lado oposto sucede o mesmo pela inversa: os que o odeiam, odeiam-no incondicionalmente, faça ele o que fizer. Odeiam-no porque ele é indiscutivelmente tido como «racista & xenófobo» - e a «religião» da elite político-cultural reinante no Ocidente é a «religião» do anti-racismo, pode-se mesmo chamar-lhe a Santa Madre Igreja do Anti-Racismo e do Multiculturalismo dos Últimos Dias do Ocidente. O «clero» desta «igreja» como que decretou que a alma de Trump caiu no inferno eterno assim que prometeu construir um muro para travar a imigração (e que o México o pagaria). Claro que o «clero» do anti-racismo não poderia admitir que um candidato a liderar a única superpotência fizesse uma declaração destas - claro que tinham de fazer dele o maior diabo do planeta. Este é o motivo pelo qual o acusam de «mentir», de ser um «criminoso», de tudo aquilo de que se lembrarem, e acusam-no com paixão, com ódio autêntico, e o irónico da questão é que quem o diaboliza todos os dias, é a mesma «gente» que também todos os dias diz opôr-se ao «discurso de ódio», quando na verdade tudo, rigorosamente tudo o que esta «gente» diz de Trump e de todos os «racistas» é genuína e profundamente motivado pelo ódio, porque esta «gente» tem toda uma sensibilidade militantemente universalista, porque o fundamento da sua moral é o do amor universal contra todas as fronteiras.
Percebendo tudo isto pelo menos nos seus efeitos práticos, Trump entendeu já que não tira voto algum à Esquerda para além dos casos de trabalhadores de classes baixas. Trump percebeu, repito, que, faça o que fizer, vai ter contra si os mé(r)dia em peso. Repare-se por exemplo que, no Ocidente, toda a elite, e mesmo o resto da população, acha errado que se criminalize a homossexualidade; ora seria óbvio que toda esta gente fosse a favor da descriminalização da homossexualidade a nível mundial. Pois bem - quando Trump lançou, em 2018, uma campanha mundial pela descriminalização do LGBT, visando os setenta países do mundo, setenta, mais coisa menos coisa, onde o LGBT é punido por lei, pois quando Trump fez isto, não houve eco algum nos grandessíssimos mé(r)dia. Percebe-se porquê - porque a política é ainda conduzida em modo de rebanho. O rebanho da Direita não quer sequer lembrar que o seu maior líder se pôs a defender os «pervertidos», e o rebanho da Esquerda não gostaria mesmo nada que o seu ódio de estimação favorito pudesse estar mediaticamente associado a uma acção salvadora desse tipo. Vai daí «ninguém» fala disso e acabou-se a história. Vai daí Trump tirou a prova dos nove - não conseguirá mesmo unir a Nação a esse ponto porque os seus inimigos querem-na dividida e não gostam mesmo nada que haja tanto «povinho» a votar num «racista», era o que mais faltava que agora também perdessem votos da comunidade gay e liberal em geral...
Ao contrário do que guincham comentadeiros diversos, Trump teria a longo prazo mais hipóteses na Europa que nos EUA, se pudesse dizer realmente tudo o que pensa. Trump está, efectivamente, muito mais alinhado com uma Marine Le Pen, que votou a favor da inclusão do direito ao aborto na constituição francesa e que há mais de dez anos recebe votações do eleitorado LGBT, muito mais alinhado com um Geert Wilders, ou com o partido nacionalista dos Democratas Suecos, do que com o grosso do aparelho político do seu próprio partido republicano ianque.
Talvez perca amanhã. Há demasiados interesses instalados contra o que ele quer fazer. Pode acontecer, todavia, que um dia seja lembrado como alguém que poderia ter impedido a elite de transformar os EUA num país a caminho do terceiro-mundo e a permitir na prática o avanço político da Rússia e da China contra os interesses ocidentais.

COMO TEM O GANGUE BIDEN-HARRIS SIDO CORRUPTAMENTE APOIADO PELO IRÃO CONTRA TRUMP

Nos últimos dois meses, o Irão criou sites de notícias falsas para difamar Trump e  promover Kamala, hackeou a campanha de Trump e tentou passar documentos roubados para a campanha de Harris-Walz e seus aliados nos média e, finalmente, planeou assassinar o ex-presidente Trump e seus funcionários.
Estas declarações bastante definidas das intenções do Irão na eleição presidencial foram descartadas com chavões genéricos do Russiagate que descrevem o Estado terrorista islâmico como alguém que quer "desestabilizar e semear o caos". Quando o Irão hackeou a campanha de Trump, disseram-nos que era para "semear o caos" e agora que Trump foi informado sobre as ameaças de assassínio, mais uma vez isso foi descrito como um complô para "desestabilizar e semear o caos" nos Estados Unidos.
Mas se o Irão quer apenas “semear o caos”, então porque não tenta assassinar Biden ou Kamala?
Onde estão os agentes iranianos a solicitar a idiotas úteis que disparem contra funcionários da administração actual em vez de ex-funcionários da administração Trump? E porque é que o Irão não invadiu a campanha de Kamala e então enviou os arquivos roubados para a campanha de Trump-Vance?
O Irão não está tentando "semear o caos", que é uma palavra da moda sem sentido que a comunidade de inteligência parece ter inventado para projectar o seu próprio paradigma de construção de Nação no estrangeiro, na política americana.
A República Islâmica está pronta para vencer. E define a vitória como a derrota política ou a morte de Trump.
O principal inimigo no Médio Oriente dos Estados Unidos interferindo activamente em eleição presidencial deveria ser notícia maior do que é. A campanha de Clinton transformou os esforços desajeitados da Rússia para recrutar nacionalistas negros para apoiar a sua agenda na Síria após a eleição na grande farsa do Russiagate, completa com ex-agentes secretos britânicos, prostitutas a urinar em quartos de hotel em Moscovo, conexões secretas de internet bancária e uma investigação de vários anos liderada por um ex-chefe senil do FBI.
A revelação de que o Irão está a tentar impedir Trump e eleger Kamala por qualquer meio não gera mais da Casa Branca e da comunidade de inteligência do que um briefing relutante e um pouco de prosa clichê sobre semear o caos, como se não houvesse motivo ou agenda para essas actividades.
Ninguém criou o "Irangate", embora haja materiais mais do que suficientes.
Depois do 11 de Setembro, Joe Biden sugeriu que “este seria um bom momento para enviar, sem amarras, um cheque de US$200 milhões ao Irão”.
Biden pediu a restauração da presença diplomática americana em Teerão, onde os nossos diplomatas foram mantidos reféns, e o corte das transmissões da Rádio Liberdade, minando o regime iraniano.
A campanha presidencial de Biden em 2008 foi apoiada por figuras do lobby iraniano e ele acreditava que o apoio iraniano era tão vital para a sua campanha que atacou Hillary Clinton e Barack Obama por não serem suficientemente pró-Irão, e usou o seu voto contra a designação do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC), o principal responsável pelo Hamas, Hezbollah e pelo assassínio de centenas de soldados americanos, como uma organização terrorista para argumentar que seria um presidente melhor.
Para o Irão.
Depois de fazer parte de uma administração que proporcionou ao Irão um enorme alívio de sanções e autorização que lhe permitiu construir um enorme arsenal de mísseis e um programa nuclear, Biden deixou o cargo e apropriou indevidamente de documentos confidenciais envolvendo o Irão que levou para casa. Biden permaneceu leal ao Lobby do Irão e este a ele. Hackers iranianos com o IRGC tentaram interferir na eleição presidencial de 2020 para impedir Trump e ajudar Biden.
Na eleição de 2020, Jamal Abdi, director executivo da Acção do Conselho Nacional Iraniano-Americano (NIAC), frequentemente descrito como Lobby do Irão, foi exposto como um dos maiores financiadores de Biden, e o NIAC alegou que os seus membros administraram bancos telefónicos e doaram US$385000 para ele.
A NIAC Action apoiou Biden e comemorou o resultado da eleição declarando que “o nosso longo pesadelo nacional está quase no fim. A AP declarou a corrida para Joe Biden”.
O presidente do Irão comemorou a vitória eleitoral de Biden expressando a esperança de que "o próximo governo americano se renda à Nação Iraniana". O líder do Estado terrorista islâmico não deveria decepcionar-se. O governo Biden-Harris ofereceu biliões em alívio de sanções ao Irão enquanto tentava restaurar o acordo nuclear fracassado com o Estado terrorista. Abandonou o apoio à campanha saudita contra os Houthis no Iémen, o que permitiu que os terroristas apoiados pelo Irão se armassem e aterrorizassem os navios no Mar Vermelho, levando a 9 meses de luta no que foi descrito como o "combate mais intenso desde a Segunda Guerra Mundial" para a Marinha dos EUA.
A administração Biden-Harris estava cheia de simpatizantes iranianos e figuras de lobby, incluindo Rob Malley, enviado de Biden ao Irão, sob investigação do FBI por manuseio incorrecto de informações confidenciais, cujas acções foram ilegalmente encobertas por figuras do Departamento de Estado. Ele até trouxe Ariane Tabatabai, uma imigrante iraniana que tinha trabalhado com o governo iraniano para aconselhá-lo e espalhar a sua propaganda, antes de trabalhar com Malley nas negociações com o Irão, para actuar como conselheira sénior do Gabinete do Subsecretário de Estado para Controle de Armas, exactamente onde Teerão a teria querido, antes de torná-la Chefe de Gabinete do Pentágono.
Nos quatro anos seguintes, o governo Biden-Harris deu ao Irão tudo o que ele queria, desde o alívio interminável de sanções até um comércio de reféns que não apenas libertou agentes iranianos, mas permitiu que eles permanecessem e continuassem as suas actividades dentro dos Estados Unidos.
Este ano, a administração Biden ainda estava empenhada, alertando os Britânicos e os Franceses para não censurarem o Irão numa votação na Agência Internacional de Energia Atómica da ONU, apesar das suas violações nucleares.
Quando o helicóptero que transportava o ex-presidente do Irão caiu, o governo Biden enviou as suas condolências e o vice-embaixador da ONU, Robert Wood, fez um minuto de silêncio em memória do líder de um regime que recentemente foi responsável pela morte de soldados americanos.
O governo Biden-Harris não só permitiu agora que figuras iranianas sancionadas entrassem no país, mas também alertou jornalistas para não filmarem do lado de fora do hotel onde a delegação iraniana estava hospedada. O que filmaram as suas câmaras? O ex-chefe do NIAC, o grupo de lobby do Irão ligado ao governo Biden-Harris, a entrar no hotel. É de se admirar que quando o Irão hackeou a campanha de Trump, enviou os materiais para funcionários de Harris-Walz que não relataram ao FBI?
Não há escassez de materiais para uma teoria do 'Irangate'. A administração Biden-Harris tem sido ainda melhor para o Irão do que as marcas mínimas anteriores estabelecidas por Carter e Obama.
O Irão não está a tentar “semear o caos”, mas sim influenciar uma eleição presidencial a favor do seu candidato.
O regime islâmico também tem uma obsessão de longa data com Trump desde que ele aprovou a operação que abateu o chefe terrorista mortal do IRGC, Qasem Soleimani. Mesmo com Trump fora do cargo, o site oficial do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, publicou um vídeo a simular um ataque de drones à casa de Trump com a mensagem: "A vingança é inevitável".
Ao contrário do Russiagate, o Irangate é real e está a acontecer abertamente para que possamos ver.
Um inimigo dos Estados Unidos está a fazer todo o possível para impedir que haja uma eleição livre. Já usou fake news, hacking e conspirações de assassínio para travar Trump.
É provável que essas tácticas sejam adoptadas à medida que o dia da eleição se aproxima.
Enfrentando a derrota em Gaza e no Líbano, o Irão não está prestes a desistir. E a pergunta mais preocupante no cerne do Irangate que precisa de ser feita é quanto apoio os agentes do Irão têm dentro deste país, e dentro da administração Biden-Harris e da comunidade de inteligência. 
*
Fonte: https://jihadwatch.org/2024/09/irangate-irans-plan-to-stop-trump-and-elect-kamala
ler também, se possível, https://www.jihadwatch.org/2024/08/as-media-cheers-harris-speech-trump-helpfully-corrects-her-lies-and-omissions




domingo, novembro 03, 2024

LAIKA


A três de Novembro de 1957 morreu a pobre cadela Laika, primeiro ser vivo a orbitar a Terra. Foi sacrificada pelo orgulho ou vaidade humana, ou ânsia de ir mais além, para cima dos limites (a antiga «arete» helénica), enfim, seja o que for, foi sacrificada por objectivos meramente humanos... A sua morte veio mais tarde a servir para que houvesse uma consciencialização sobre o erro ético de usar animais em experiências desta índole. O texto da Wikipedia é a este respeito muito esclarecedor:
«Depois de Laika, nenhuma outra missão tripulada por cães foi lançada sem que existisse um sistema para o retorno seguro do animal. No que diz respeito a temas de exploração espacial, o tema da corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética dominou a opinião pública durante muitos anos; temas como a exploração de animais não foram debatidos intensamente em seu momento. A imprensa de 1957 estava mais preocupada em informar o impacto do ponto de vista político, e a saúde e recuperação (ou a perda) de Laika eram temas muito pouco mencionados. Não foi senão muito mais tarde quando se originaram discussões sobre o destino final do animal.
A deliberada morte de Laika desencadeou um debate mundial sobre o maltrato aos animais e os avanços científicos à custa de testes com animais. Embora vários animais já houvessem morrido em missões dos Estados Unidos nos nove anos anteriores ao Sputnik 2, Laika foi o primeiro animal enviado ao espaço sem esperanças de ser recuperado.[18] No Reino Unido, a Liga Nacional de Defesa Canina (NCDL, actualmente Fundação para os Cães) pediu que os donos de cães guardassem um minuto de silêncio em honra de Laika. Vários grupos protectores dos direitos animais protestaram em frente das embaixadas soviéticas.[19] No entanto, alguns cientistas norte-americanos ofereceram apoio os seus colegas soviéticos, pelo menos antes da morte de Laika.[20] Igor Ushakov, chefe da administração médico-militar do Ministério da Defesa russo, afirmou que "O voo de Laika permitiu mostrar a possibilidade de que um animal altamente organizado pode sobreviver em condições de falta de gravidade, e obter informação sobre o estado do seu organismo durante o voo orbital". Dentro da União Soviética houve menos controvérsia sobre o acidente, que não foi abertamente questionado nos meios de comunicação. Foi somente em 1988, após o colapso do regime soviético, que Oleg Gazenko, um dos cientistas responsáveis por mandar Laika ao espaço, expressou remorso por permitir a morte dela: "Quanto mais tempo passa, mais lamento o sucedido. Não deveríamos ter feito isso.... nem sequer aprendemos o suficiente desta missão, para justificar a perda do animal".[21]»

Enfim, apesar de tudo vai havendo progresso civilizacional, pelo menos entre os Europeus, valha isso.

sexta-feira, novembro 01, 2024

... COMEÇA O MÊS DEDICADO A DIANA...

                            

«A Deusa Diana»
por Cirilo Machado, fim do século XVIII, Palácio Nacional

Começa Novembro, mês consagrado a Diana, Deusa Lunar da Floresta; pode ler-se aqui http://gladio.blogspot.pt/2015/12/diana-e-as-tres-marias.html algo sobre vestígios de culto desta Divindade na Lusitânia. Diana é Deusa luminosa, da Lua e da Floresta, na tradição religiosa latina. Diana é a raiz das Janas, ou Jãs, espécie de espíritos femininos das matas, ou das casas; noutras regiões romanizadas da Europa tem outros tantos nomes e versões, entre a fada e a bruxa: Xanas (fada das águas) na Galiza e nas Astúrias, Jana (pesadelo) na Occitânia, Yana (bruxa) na Sardenha, Zâna (fada) na Roménia, Zanë (fada, ou heroína) na Albânia. 
Diz a «Crónica Geral de Espanha de 1344» que o nome da Lusitânia deriva dos Jogos que Hércules mandou realizar aqui em honra de Diana.