PROXIMIDADES GENÉTICAS - PORTUGUESES, LUSITANOS, CELTAS, ITÁLICOS, ILÍRIOS E OUTROS EUROPEUS

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Agradecimentos a quem aqui trouxe estas listas, baseadas neste estudo: https://www.exploreyourdna.com/studies.aspx

A fazer fé nestes dados, conclui-se que há de facto uma notória semelhança genética entre os actuais Portugueses e os antigos Lusitanos, o que atesta, em certa medida, uma continuidade da população no extremo ocidente europeu desde antes da presença romana. Pode ainda ver-se nesta lista uma proximidade de outros Povos indo-europeus da Europa meridional, nomeadamente do norte de Itália, o que, de algum modo, parece confirmar que a tese de Martins Sarmento tinha um fundo de verdade, a saber, que os Lusitanos «descendiam» dos antigos Lígures (noroeste de Itália).

A proximidade seguinte, dos Iápodes, ou Jápodes, dá também que pensar, visto ser este um Povo que mitologicamente se considerava descendente das Serpentes, o que faz lembrar os Sefes, que por volta de 900 a.c. entraram na Ibéria e vieram a fixar-se onde é hoje o centro de Portugal, e que têm sido identificados com um simbolismo reptilíneo. Sendo os Iapodes da região da Croácia e da Ilíria, tendo sido considerados por Estrabão como uma fusão de Celtas com Ilírios, isto traz-me à memória que uma das teorias sobre a origem dos Lusitanos os relaciona com populações traco-ilírias.

As duas reconstituições seguintes fizeram parte da exibição intitulada  "Japodi, nedovoljno poznati narod" do Museu Arqueológico de Zagrebe. São imagns baseadas nos achados arqueológicos de sepulturas japodes e de tatuagens do folclore usadas pelas mulheres croatas que vivem no território outrora habitado pelos Japodes: 

Atente-se no escudo redondo preso ao peito, como os Lusitanos usavam (segundo Estrabão) e como se pode ver, grosso modo, nas estátuas dos guerreiros lusitano-galaicos; repare-se ainda no punhal à cintura, cujo formato muito o aproxima da chamada «falcata» celtibérica, usada por Lusitanos e não só, arma de tamanho médio-curto em que o corte da lâmina, que é curva, se encontra na parte de dentro da curvatura, como numa foice.

Ainda na lista dos Povos arcaicos, pode verificar-se, como disse acima, que os treze que se seguem aos Lusitanos são praticamente todos da Europa central-meridional, entre a Ilíria e o Danúbio: Iapodes, Panónios, Ilírios, Dácios, que viviam onde é hoje a Roménia e eram parentes dos Trácios, que viviam onde é hoje a Bulgária e que na lista estão um pouco mais abaixo. Uma das principais Deidades trácias é Bendis, Cujo nome é excepcionalmente semelhante ao da Divindade de Cujo culto mais testemunhos se encontraram na área lusitana dos Lusitanos propriamente ditos, a norte do Tejo, que é Bandua/ia; Bendis foi associada à Lua e à caça. É sabido que quando o romano Sertório se tornou líder dos Lusitanos, dizia receber mensagens da Deusa Diana através de uma corça branca, e que isso muito impressionava os Lusitanos, e Bendis tem sido identificada com a grega Ártemis e com a romana Diana, como se sabe.

No que respeita à lista dos Povos contemporâneos, confirma-se a proximidade maior dos Galegos, depois de outros hispânicos, como é natural, a seguir de suíços, o que me parece particularmente interessante visto que, segundo descobri há uns meses, o som «ão», que eu julgava exclusivo do Português, existe, em forma muito aproximada, no Romanche, língua latina falada em parte da Suíça. Na sequência da lista, bate certo que os Galeses estejam perto, seguidos da gente da Cornualha, sendo ambos, Galeses e Córnicos, de origem céltica e do substrato da Europa Ocidental antiga.