JAPÃO - POVO RECUSA EM CONSULTA PÚBLICA A REMOÇÃO DA SUÁSTICA DO ESPAÇO PÚBLICO
A suástica é um símbolo de paz, prosperidade e boa sorte para quase 2,3 biliões de pessoas, um terço da humanidade. A maioria encontra-se na Ásia, onde é um emblema sagrado para o Budismo, o Hinduísmo e o Jainismo ― o Odinismo é outro exemplo. Isto pensava o monge budista T.K. Nakagaki quando, em Abril de 1986, recém-chegado aos Estados Unidos, elaborou uma cruz gamada de crisântemos para celebrar o aniversário de Buda e colocou-a no seu templo de Seattle (Costa Oeste). Os seus companheiros entraram em pânico. “Não pode fazer isso”, gritaram. Foi o momento do seu despertar. A última vez que a utilizou no Ocidente.
Nakagaki é actualmente um dos monges budistas mais influentes dos EUA, presidente da Fundação Heiwa pela Paz e a Reconciliação de Nova York, notável calígrafo e um homem com uma missão: resgatar a suástica das forças do ódio.
“Se pudesse convencer apenas 1% já seria um sucesso”, comenta Nakagaki. Acaba de lançar um livro intitulado The Buddhist Swastika and Hitler’s Cross (“A Suástica Budista e a Cruz de Hitler”, Stone Bridge Press), com o qual pretende lançar um pouco de luz sobre a história e o significado milenar do símbolo que hoje associamos ao horror nazi. Está consciente do cepticismo que o seu esforço desperta.
Desde que Adolf Hitler a sequestrou em 1920 para transformá-la na marca registada do Terceiro Reich, virou a representação gráfica do anti-semitismo, do ódio e da superioridade racial. Sob as bandeiras e estandartes nazis mais de seis milhões de pessoas morreram entre 1935 e 1945. O empenho de Nakagaki pôs os especialistas do Ocidente perante uma pergunta: a suástica é redimível?
“A imagem é tão poderosa do ponto de vista do desenho que o seu impacto não tem precedentes na história”, explica Steven Heller, uma autoridade na crítica visual, responsável durante 30 anos pela imagem gráfica do The New York Times e copresidente da Escola de Artes Visuais de Nova York (SVA, na sigla em inglês).
Heller está obcecado com a utilização que o regime nazi fez dela e com a sua relevância ao longo dos anos. É dos que pensam que “nunca será redimida”, ao contrário do seu amigo Nakagaki. Ele também acaba de escrever um livro sobre o assunto, o terceiro na sua bibliografia, sob o título The Swastika and Symbols of Hate: Extremist Iconography Today (“A Suástica e Símbolos de Ódio: a Iconografia do Extremismo na Actualidade”, Allworth Press). Está convencido de que, enquanto a Extrema-Direita continuar a ampliar a sua mensagem nos EUA e na Europa, continuará a ser usada como expressão de ódio contra o diferente.
“A suástica de Hitler tem só 100 anos, frente a uma história milenar”, recorda Nakagaki. A origem da cruz de dois ganchos entrelaçados remonta a 5000 anos atrás, nos vales do rio Indo (Índia). A palavra “suástica” provém do sânscrito svastica, que significa “boa sorte” ou “bem-estar”. Os seus usos religiosos e seculares multiplicaram-se ao longo da história. “Há suásticas repetidas por todo o mundo que nada têm a ver com os nazis”, explica Heller.
De antes de Cristo são as que aparecem aos pés dos Budas esculpidos nas montanhas do norte da Índia, na necrópole de Koban no Cáucaso da Ossétia do Norte, na antiga cidade de Troia (Turquia), nos restos de Micenas, nas ruínas de Babilónia (Iraque) e nos ornamentos da tribo dos Ashanti em Gana. As escavações arqueológicas situam a suástica no continente americano antes da chegada de Cristóvão Colombo: os nativos estamparam-na em vasilhas, tapetes, roupas e joalharia.
O mais surpreendente para a mente ocidental é saber que nas décadas de 1920 e 30 servia como marca comercial nos EUA. Em 1925, a Coca-Cola fabricou uma insígnia de boa sorte com forma de suástica e a frase “Beba Coca-Cola”. Os escoteiros imprimiram-na em cartões-postais, trajes, joias e medalhas de mérito.
Clubes desportivos usavam-na para representar os quatro Ls: “Love, Life, Light, Luck” (“Amor, Vida, Luz e Sorte”). Foi um ornamento muito comum na arquitectura do começo do século XX. Em Nova York, pode-se vê-la no tecto da livraria da Universidade Columbia, na entrada do Metropolitan Museum e na fachada da Brooklyn Academy of Music. Aparecia em postais, marcas de bolachas e inclusive nos westerns de Hollywood, até que Hitler se apropriou dela.
Os nativos americanos ― Navajos, Apaches, Papagos e Hopis― foram os primeiros a insurgirem-se contra o seu uso por parte dos nazis. Em 1940, em protesto, deixaram de utilizá-la para sempre com uma declaração pública e a queima de todos os seus objectos que a tinham estampada.
Na Europa, estendeu-se como uma insígnia mística comum na decoração de abadias e conventos católicos. Pode ser vista nas catedrais de Amiens (França) e Oxford (Inglaterra) e no mosteiro beneditino de Lambach, no norte da Alta Áustria, onde se acredita que Hitler teve o seu primeiro contacto com ela, ainda criança, quando participou no coro.
As teorias posteriores dividem-se entre os que, como Nakagaki, consideram que a copiou do jornalista e ex-monge católico Jörg Lanz von Liebenfels, fundador da Ordem dos Novos Templários, em 1907. Tratava-se de uma organização anti-semita que promovia a superioridade da raça ariana e que a adoptou como insígnia. Sabe-se que Hitler se reuniu com Lanz para conseguir cópias da sua publicação Ostara.
Outros, como Heller, especulam que a roubou do designer berlinense Wilhelm F. Deffke, um dos inventores do logotipo corporativo, membro da Bauhaus e do Ring Neuer Werbegestalter (Círculo de Novos Desenhistas Publicitários).
Assim relatou a sua criada, Mana Tress, em carta escrita nos anos setenta ao reconhecido designer gráfico norte-americano Paul Rand. “Não pagou por ela”, escreveu Tress. A suástica de Deffke aparecia em livro auto-editado como uma reinterpretação da roda do Sol da tradição alemã.
O que está claro é que Hitler se apropriou dela no Verão de 1920, depois de lhe dar um giro à direita de 45 graus sobre o seu eixo. No seu livro, Mein Kampf (“Minha Luta”), publicado cinco anos depois, Hitler descreveu o seu significado para o Nazismo e como devia ser usada. Pintada na cor preta, sobre um círculo branco e com fundo vermelho, as cores da antiga bandeira do império alemão.
A 2 de Dezembro de 1923, apareceu pela primeira vez citada no The New York Times como a Hakenkreuz (“Cruz de Gancho”), num artigo onde uma testemunha descrevia uma cena dentro da cervejaria Bürgerbräukeller, em Munique, onde Hitler fez a sua tentativa de golpe de Estado um mês antes. A partir daquele dia, a imprensa referir-se-ia a ela como “o símbolo nazi”.
A sua eficácia não teria sido possível sem o ministro da propaganda nazi, Joseph Goebbels, que a 19 de Maio de 1933 publicou a Lei de Protecção dos Símbolos Nacionais, que garantia a exploração da marca pelo regime e proibia o seu uso comercial. O governo nazi ordenou que tremulasse em todos os edifícios oficiais da Alemanha. E acabou por ser hasteada também na Polónia, Países Baixos, nos arredores da Torre Eiffel e no Partenon da Grécia.
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Nisto, o Povo Japonês está completa e absolutamente de parabéns...
O à vontade com que a «gente» das elites manifesta o seu incómodo diante da Suástica sem nunca ter querido proibir a foice-e-martelo, mostra bem, sem pudor nem vergonha, que a sua «sensibilidade» não é, nunca foi, sinceramente motivada pela rejeição da «violência» ou do «ódio!», mas sim pela sua moralidade universalista. Acham intolerável que se tenha matado em nome da «diferença» etno-racial, mas «compreendem» as matanças cometidas em nome do ideal do mundo sem fronteiras. Para esta elite, o ideal racista é feio mas o comunista é bonito - ou seja, a proibição da Suástica é uma questão de censura ideológica, não, nunca, jamais, uma intenção de prevenir a violência ou análoga treta.
1 Comments:
O simbolo do nsdap era runa um simbolo milenar em culturas nao brancas nao pode virar um simbolo de odio contra nao brancos e non sense
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