JORNALISTA TÂNIA LARANJO CONDENADA EM TRIBUNAL POR PIADA «RACISTA»

A CICDR tinha recebido três denúncias, relativas ao ano 2019, sobre um 'post' na rede social Facebook publicado pela jornalista.

De acordo com o documento, em 27 de Novembro de 2019 "a arguida Tânia Alexandra Ferreira e Castro da Costa Laranjo publicou na sua página pessoal da rede social Facebook uma imagem com as fotografias da então deputada da Assembleia da República Joacine Katar Moreira e do ativista Mamadou Ba com o texto 'Black Friday - Promoção especial leve 2 e não pague nenhum', estando a imagem acompanhada do texto 'Não resisto', escrito pela arguida".

Entre os factos provados estão que "a referida publicação foi partilhada e comentada por vários utilizadores da rede social Facebook na página pessoal da arguida" e que alguns dos comentários "foram no sentido de censurar a publicação e a sua conotação ofensiva e discriminatória".

Além disso, "a publicação em causa gerou também comentários ofensivos, de incitamento à discriminação racial e ao ódio por vários utilizadores", entretanto "a publicação em causa foi posteriormente apagada pela arguida", a qual "é jornalista e desempenha funções no Correio da Manhã e Correio da Manhã TV".

De acordo com o documento, a arguida não apresentou defesa, nem requereu diligências probatórias.

Perante os factos, foi proposto aplicar à jornalista a coima correspondente ao valor mínimo do indexante dos apoios sociais, no valor de 435,76 euros, pela prática discriminatória" de adopção de acto em que, publicamente ou com a intenção de ampla divulgação, seja emitida uma declaração ou transmitida uma informação em virtude da qual uma pessoa ou grupo de pessoas seja ameaçado, insultado ou aviltado, na forma de assédio em razão da cor da pele de acordo com a lei, de acordo com o Alto Comissariado para as Migrações.

"A Comissão Permanente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial apreciou e decidiu pela condenação da arguida pela prática discriminatória em razão da cor de pele", lê-se na decisão.

Esta decisão torna-se definitiva ao fim de 20 dias úteis a contar da notificação da arguida, caso não seja judicialmente impugnada.

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Fonte: https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/jornalista-tania-laranjo-condenada-a-pagamento-de-coima-por-praticas-discriminatorias?fbclid=IwAR1jdBOTuIUP_7HFJ_4k8kLulh9zbQF8au8YnCLoAQzB5AQ4dvMaIa7eFtU

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Uma jornalista que não só não pertence ao clero da Santa Madre Igreja Anti-Racista e Multiculturalista dos Últimos Dias do Ocidente como ainda por cima se atreve a dizer uma piada «racista»? Claro que o Tribunal da Santa Inquisição Anti-Racista não podia tolerar uma dessas...

É só mais uma ofensa à Democracia num regime cujos dirigentes guincham quotidianamente que agora é que é bom porque no tempo da outra senhora não havia liberdade de expressão - ele vê-se, a liberdade de expressão que há agora... depois é escumalha antirra desse jaez que berra alertas palermas de cada vez que a Ultra-Direita avança, porque, gemem, isso põe em risco a Democracia. Pudera - são esses mesmos donos do regime & seus lacaios que mais manifestam desprezo pela liberdade de expressão alheia, «escapa-lhes» a evidência que só se pode falar em liberdade de expressão quando quem não concorda com a elite não é censurado e punido pelas suas opiniões. Note-se que a jornalista nem sequer manifestou «racismo» no exercício da sua profissão mas sim a nível privado, pessoal, pelo que a sua condenação em tribunal é uma aproximação ao totalitarismo, a saber, a repressão estatal sobre as opiniões dos cidadãos ao nível privado. Constatando-se a pobreza generalizada em que o País vive e comparando-se o desenvolvimento do Estado Novo com o do regime de Abril, leia-se, entre a época de 1926-1974 e a época de 1974-2022 - exactamente 48 anos de cada lado - só há uma coisa em que o regime abrilino é ou parece superior ao anterior, que é a liberdade de expressão. Quando quem tem responsabilidades políticas e jurídicas mostra despudoradamente ao povo que isso da liberdade de expressão é treta pegada, então é a essa mesma elite que invalida o próprio fundamento ético do seu poder diante do povo - uma elite que está no poder devido, não a um acto democrático mas sim a um golpe armado levado a cabo em nome da Democracia mas que depois vem mais tarde a originar um regime que afinal nem sequer inclui liberdade de expressão... que legitimidade tem ainda para «reinar»?