SIGILÁRIA
Sigillaria ou Sigilária é uma prática festiva que tinha lugar no curso de Saturnália, em Dezembro. Tomava o seu nome dos "bonecos", do latim sela, que eram feitos com terracota ou bronze, que faziam parte dos presentes que se trocavam durante a Saturnália e que eram oferecidos aos Lares; deviam ser considerados como uma oferta ao Deus Saturno, entendido como Deus do Inframundo, quase a evitar a morte: o proponente dava ao Deus o sigillum em substituição da própria pessoa.
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Fonte: Svet. Cl. 5, 1
«"Estas estatuetas eram frequentemente feitas à semelhança de alguma divindade, como Hércules, Minerva, Apollo Sauroctunus, Vitória ou de alguma personagem mitológica célebre (Danäe ou Hyacinthus); na falta disso, de algum tipo puramente fantástico, como um hermafrodita, ou um corcunda. Estas sigilas às vezes eram feitas de argila, caso em que o seu valor era insignificante, a menos que o acabamento tivesse mérito incomum; as feitas de mármore, bronze de Corinto, prata ou oiro, eram, no entanto, frequentemente de valor considerável."
No diálogo de Macrobius «Saturnália», o interlocutor Praetextatus diz que as Sigillaria eram substitutos para as vítimas sacrificiais dos rituais religiosos primitivos. Interpretados como tal, levantam questões sobre o sacrifício humano entre os primeiros romanos (ver também Argei e Oscilla). O palestrante Evangelus, porém, contrapõe que as figuras nada mais são do que brinquedos para divertir as crianças.
Mas também:
47. " Epicadus relata que quando Hércules matou Geryon e conduziu o seu gado vitoriosamente por Itália, construiu a ponte Subliciana (como é agora chamada) para que pudesse lançar no rio efígies humanas iguais em número aos companheiros que tinha perdido por infortúnio na sua jornada: assim, poderiam ser carregados pela corrente até ao mar, sendo assim restituídos, em certo sentido, às suas casas ancestrais no lugar dos corpos dos mortos. É por isso (segundo Epicadus) que a prática de fabricar tais efígies permaneceu como parte dos ritos."»
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