sábado, novembro 19, 2022

PALESTINA - CLÉRIGO DIZ QUE É O ISLÃO QUE DEVE GUIAR OS MUÇULMANOS E NÃO O NACIONALISMO

O estudioso islâmico palestino Issam Amira, afiliado ao Hizb ut-Tahrir, disse em sermão na Mesquita Al-Aqsa em Jerusalém que qualquer forma de nacionalismo árabe, incluindo o nacionalismo palestino, é uma "inovação herética colonial" que é o produto do Acordo Sykes-Picot. Declarou que todos os Estados árabes são "nulos e vazios" e foram criados por infiéis nas ruínas do califado islâmico. Enfatizou que a única identidade válida é a identidade islâmica e que o único sistema político válido é um califado islâmico, e disse que não é só por serem palestinos que os Palestinos serão conduzidos ao Paraíso no Dia do Juízo. Afirmou ainda que o colonialismo encheu a cabeça dos Árabes com tanta "sujeira" e "lixo" para impedir a ascensão do Islão. O vídeo de Amira'9749).

Issam Amira: "O facto é que não pertencemos à Palestina. No Dia do Juízo, ninguém convocará os Palestinos a entrar [no Paraíso] por uma porta específica. A cidadania palestina não nos une nem nos separa. Essa inovação herética colonial nacional foi criada por Sykes e Picot, que nos dividiram em Palestinos, Jordanianos, Argelinos, Sudaneses e assim por diante. Um século se passou e ainda sofremos com essa divisão de base nacional. Essa divisão é podre. Fede. Qualquer um que diga que existe um acampamento palestino está-se a iludir e não sabe como as coisas funcionam.
[...]
"Qual é a nossa identidade? Muçulmanos. Somos muçulmanos."
[...]
"A Jordânia é nula e sem efeito. O Egipto é nulo e sem efeito. A Argélia, onde [as facções palestinas se encontraram] é nula e sem efeito. São todos mini-Estados nocivos e artificiais que se ergueram sobre as ruínas do califado islâmico, que foi destruído um século atrás.
[...]
"Mesmo que eles estabeleçam o seu Estado em solo palestino na sua totalidade, sem um único judeu nele, serão considerados equivocados e desviarão [o Povo], assim como Jordânia, Egipto, Argélia, Sudão, Indonésia e Paquistão. Não existe um Estado palestino. Existe apenas o Islão. O sistema político no Islão é um califado.
"Quando um muçulmano clama por um Estado-Nação, é um desastre. Um muçulmano que diz 'sou palestino, o meu sangue é palestino e quero um Estado palestino' está equivocado e perdido.
"O sentimento nacional não faz parte da lei chari'a. Surgiu do Acordo Sykes-Picot e não tem nada a ver com o Islão. Sentimento nacional significa afiliação com a terra. Se o profeta Muhammad fosse afiliado com a terra, ele teria permanecido em Meca... Portanto, sentimento nacional e pan-arabismo são termos deploráveis ​​que não podem coexistir com o Islão. Somos muçulmanos e nada mais.
"A terra islâmica cobre 20 milhões de quilómetros quadrados. Ouça isto: 20 milhões de quilómetros quadrados! Estou a falar apenas da terra, sem o mar. A Palestina histórica na sua totalidade tem apenas 27 ou 28 mil quilómetros quadrados.
"O colonialismo encheu as nossas cabeças de sujidade. 'A minha pátria Kuwait, você propôs a glória...' 'Palestino, oh palestino...' 'Kuwait vem primeiro', 'Egipto acima de tudo', 'Oh Jordânia, a nossa Jordânia seja o que for ...' Fairuz massacrou-nos [com as suas canções sobre a Palestina], que estamos tão vazios quanto possível.
"O que é que está a passar pela sua cabeça e pelas mentes dos muçulmanos? Isso é tudo lixo que os infiéis incutiram nas nossas cabeças porque não querem que esta nação [islâmica] suba."
*
Fonte: https://www.memri.org/tv/aqsa-mosque-address-scholar-issam-amira-nationalism-heretical-innovation-only-valid-system-islam-caliphate

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É uma questão de coerência universalista, que tem hoje se calhar muito mais peso do que o nacionalismo palestiniano. O Hamas é hoje incomparavelmente mais relevante do que a OLP. A maior força de «libertação» da Palestina é precisamente esta, a que motiva o ódio a Israel por motivos religiosos, menos por anti-judaísmo propriamente dito do que pelo conceito islâmico de que todo o território que esteve na posse de muçulmanos, pertence por direito ao Islão, e a Palestina já chegou a ser conquistada pelas tropas de Mafoma.
Note-se que, pela mesma ordem de ideias, a Ibéria também «pertence» ao Islão, como já se ouve aqui há uns tempos no mundo islâmico...

2 Comments:

Blogger lol said...

Nao entendo pensei que o nacionalismo dali era tatica do islao pra reconquistar entao por que precisam deixar claro?

20 de novembro de 2022 às 22:29:00 WET  
Blogger Caturo said...

Eu também acho que sim, mas eventualmente o velhote é um purista e não percebe a táctica ou então acha que já tem força que chegue para tirar a máscara.

20 de novembro de 2022 às 22:45:00 WET  

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